Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

sábado, 9 de outubro de 2010

Raças de Jumentos – Parte 20

Mais uma raça para vocês conhecerem…
  • Kiang

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    O Equus hemionus kiang é mais uma sub-espécie de jumento asiático  (alguns estudos moleculares recentes indicam que seja uma espécie distinta). O jumento selvagem asiático também chamados de Hemión ou Onagro (palavras procedentes do grego que significam respectivamente asno médio e asno selvagem), são parecidos com os jumentos domésticos mas são mais robustos, de tamanho maior e possuem cabeças maiores que estes. Os Equus hemionus se diferenciam dos jumentos africanos por possuirem orelhas menores, e por não possuirem listras negras nos membros (caracteristica perdida também na maioria dos jumentos domesticos). A pelagem varia segundo a sub-espécie, oscilando entre o amarelado e o negro, sendo que o leonino é o mais frequente. Sua altura na cernelha é de cerca de 1,30m. São animais velozes, chegando a até 70 km/h em trajetos curtos, e também são bem resistentes, capazes de se mover pelo deserto a velocidades acima de 20km/h durante 120 minutos enquanto procuram por poças dágua novas para beber e se alimentar dos arbustos. Podem passar bastante tempo sem beber água, mas sua resistência é menor que a dos camelos, por essa razão esses jumentos só se encontram perto das fontes de água que utilizam e não as abandonam a menos que seja estritamente necessário.

    O Equus hemionus kiang é um jumento de pelagem mais escura e lãnosa, mede cerca de 142cm, o que o torna o maior jumento selvagem existente, orelhas curtas e patas redondas. Vive nas montanhas do Tibet, as vezes à grandes alturas que normalmente não são alcançadas pela maioria dos ungulados (animais de casco), normalmente vivem à 4000-7000 metros de elevação. È o jumento asiático de maior distribuição, e um dos mais abundantes, existem no norte do Paquistão e India, no Nepal e no oeste da China.

    Também é conhecido por khyang, algumas vezes Tarpan (não deve ser confundido com o extinto cavalo Tarpan), ou até por Gorkhar.  Está entre as espécies de animais menos estudadas do mundo, provavelmente porque habita alguns dos territórios mais difíceis e inacessiveis.

     

    O Kiang tem uma cabeça grande, um nariz convexo, a crina é reta e relativamente curta. A pelagem é de cor castanha, marrom mais escuro no inverno e um marrom avermelhado lustroso no final do verão, mudando seu pêlo lanoso. A pelagem do verão é de 1,5 centímetros de comprimento e a de inverno é o dobro do comprimento. A parte interna as pernas, barriga  e parte da frente da nuca, são brancas. A linha dorsal é larga e de um chocolate escuro, se estende desde a crina até o fim da cauda que termina em um tufo de cabelos castanho escuro. O Kiang tem  pouco dimorfismo sexual.

     

    Seu único predador é  além do homem (que os caçam para carne e pele) é o lobo. Kiangs se defendem formando um circulo e com as cabeças baixas dão coices violentos. Por causa disso os lobos normalmente só atacam animais sozinhos, que se distanciaram do grupo.

    Ekai Kawaguchi, um monge japonês que viajou ao Tibet entre julho de 1900 e junho de 1902 escreveu:  "Como já disse, khyang é o nome dado pelos tibetanos aos cavalos selvagens das suas montanhas do norte. Mais precisamente é uma espécie de asno, quase tão grande quanto um cavalo japonês grande. A cor é de um marrom avermelhado, com pêlos pretos na linha dorsal e crina preta com barriga branca. A aparência é de um cavalo comum, com exceção da sua calda com tufo. É um animal poderoso, e é extraordinariamente veloz.  Nunca é visto sozinho, sempre a dois ou a três, se não em manadas de sessenta ou setenta animais. Seu nome cientifico é "Equus hemionis", mas em sua maior parte é chamado pelo seu nome tibetano, que normalmente é escrito "khyang" em inglês. Tem o habito curioso de ficar dando voltas e voltas quando avista um homem. Mesmo a mais de ua milha de distância, ele começa dando voltas, e a cada volta ele para um pouco e olha para o homem de costas, como uma raposa. No final ele chaga bem perto. Quando chega perto ele aparenta medo, e por qualquer coisa se volta e corre para longe, mas só para parar e olhar para trás de novo. Quando se acha que ele desapareceu para longe, se descobre que ele circulou de volta para bem perto, para fazer, como antes, uma pesquisa silenciosa do estranho por trás. Em suma, é um animal de hábitos bem estranhos." [Kawaguchi, Ekai (1909): "Three Years in Tibet"]

    Kiang

    Thubten Jigme Norbu, o irmão mais velho de Tenzin Gyatso o 14a Dalai Lama, escrevendo sobre sua viagem do monastério Kumbum em Amdo até Lhasa em 1950, disse: "Os kyangs ou jumentos selvagens, vivem juntos em grupos pequenos, cada um comandado por um garanhão, cuidando de dez a cinquenta fêmeas. Eu  fui surpreendido pela aparência nobre desses animais; e, em particular, pela linda linha da cabeça e pescoço. Sua pelagem é marrom clara nas costas, com a parte inferior abaixo da barriga esbranquiçada, e seu rabo longo e fino é quase todo preto.   Sua aparência geral representa uma ótima camuflagem contra o cenário natural ao fundo. Eles parecem maravilhosamente elegantes e graciosos quando você os vê correndo pelas montanhas como flechas, cabeças esticadas e rabos esticados ao vento. Sua época de cio é em agosto, e nessa época o garanhão fica bem agressivo, e guarda com ciúme seu harém. Batalhas agressivas e impiedosas  são travadas nesse periodo entre o garanhão da manada e garanhões de fora. Quando a batalha acaba, o vitorioso, sangrando e machucado por mordidas selvagens e coices, lideram as fêmeas num galope desenfreado pelas montanhas. Nós vimos frequentemente mais de mil kyangs espalhados pelas montanhas, olhando desconfiados a nossa caravana. Algumas vezes eles inclusive nos cercavam, mas mantinham alguma distância."

    O Kiang tem populações geograficamente distintas e sua morfologia é diferente, baseado em proporção do crânio, angulo dos dentes, have geographically distinct populations and their morphology is different based on such features as skull proportions, a forma de alcatra, o padrão de cor, a cor da pelagem e tamanho do corpo. O Kiang Oriental é a maior subespécie, o Kiang Sul é a menor. O Kiang Ocidental são um pouco menores do que os orientais e também tem uma pelagem mais escura.

    * Kiang do Oeste, "Equus kiang kiang" Moorcroft 1841
    * Kiang do Leste, "Equus kiang holdereri" Matschie 1911
    * Kiang do Sul, "Equus kiang polyodon" Hodgson 1847
    * Kiang do Norte, "Equus kiang chu" Hodgson 1893

  • Um comentário:

    1. O Equus hemionus kiang, não é um jumento e sim um asno asiático, umas das subespécies do Equus hemionus .Nunca foi domesticado. É uma espécie diferente do jumento africano(doméstico).

      Equus hemionus-56 cromossomos.
      Equus asinus-62 cromossomos.

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