Considerações finais
A espécie asinina de fato apresenta algumas particularidades de comportamento que caracterizam a espécie e que devem ser consideradas quando se deseja organizar o manejo reprodutivo, quer seja na forma controlada ou mesmo na monta a campo. O que fica inicialmente evidente é que o reprodutor necessita de um tempo, que pode se estender além de poucos minutos, para exercer o cortejo, entrar em ereção e executar a cópula. Portanto, de um lado, a demora de certos reprodutores em executar a cópula não pode ser considerada uma anormalidade se não for adequadamente analisada considerando-se o contexto e a forma em que o macho e a fêmea estão sendo introduzidos um para o outro. Por outro lado, aqueles reprodutores que intempestivamente entram em ereção e executam a cópula rapidamente, sem mesmo executar o cortejo sexual, estão manifestando desvio comportamental às vezes induzido pelo próprio manejo imposto pelo homem.
A monta sem ereção, comportamento realizado muitas vezes durante o cortejo sexual e manifestado durante o cortejo em monta controlada, não deve ser punida pelos tratadores, a desmonta da fêmea ocorre naturalmente e em pouco tempo. Durante o cortejo em monta controlada, o desejo temporário de afastamento do macho em relação à fêmea não deve ser imediatamente interpretado como desinteresse do macho, pode apenas ser a expressão de um comportamento normal do cortejo sexual.
É ponderado, na ausência de algum interesse sexual imediato de algum reprodutor asinino, o classificar imediatamente como ineficiente ou “lerdo”, mas sim avaliar se ele está sendo adequadamente estimulado por fêmeas em cio. Em programas de coleta de sêmen, a estimulação sexual intensa antes da tentativa de coleta pode ser uma alternativa para reverter a ausência de cooperação de certos jumentos.
O sistema de produção de muares e bardotos a campo deve ser considerado com especial atenção, haja vista as particularidades comportamentais e reprodutivas de cada espécie, particularmente aquelas que influenciam diretamente a eficiência reprodutiva.
Fonte: M. Henry1, L.A. Lago, L.F. Mendonça
Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.33, n.4, p.223-230, Oct./Dez. 2009.
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