Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Cuidados com os Cascos 1

 

Os cuidados com os cascos incluem-se nos cuidados mais gerais de higiene. Os cuidados com os cascos dos animais não são uma "classe à parte" dos cuidados, fazendo sim parte dos cuidados de higiene diária. Como diz o ditado popular, "Sem cascos não há cavalos". Para melhor compreender a importância dos cuidados com os cascos, convém conhecê-los um pouco melhor.

 

IMPORTÂNCIA DOS CASCOS

O peso dos animais é repartido pelos cascos de forma desigual – 60% do peso é carregado pelos anteriores e 40% pelos posteriores. Assim, em repouso, o casco de um anterior de um animal de 500Kg suportará 150Kg, valor que aumenta em relação com a velocidade a que se desloca, atingindo num galope largo o dobro do peso total, ou seja, para o exemplo dado, uma tonelada. O casco tem que amortecer os choques sem explodir nem esborrachar e ainda resistir à abrasão dos solos e à agressão da secura, da humidade e das bactérias.

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É a 3º falange ou osso do pé quem termina o esqueleto e suporta o peso do equino. Para isso, não repousa no chão mas sim está suspenso por milhares de minúsculas "lâminas" à parede interna do casco. Essas "lâminas" distribuem a energia dos impactos reduzindo assim a intensidade local dos choques.

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Os cascos têm que ser suficientemente espessos e resistentes para resistir à abrasão provocadas por terrenos pedregosos e duros mas, ao mesmo tempo, suficientemente elásticos para se deformarem a cada passo: os talões são solicitados a afastarem-se, a palma aplana-se e a ranilha é esticada.

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Os cascos crescem paralelamente à coroa pelo que nos talões são mais moles e elásticos que a pinça. O crescimento dá-se a um ritmo de 6 mm por mês, demorando cerca de 9 a 12 meses a renovação completa.
O crescimento é maior durante o Verão, com tempo quente e húmido, e menor no Inverno ou quanto os cascos estão ressequidos.

 

LIMPEZA DIÁRIA DOS CASCOS

Para manter a boa saúde dos cascos e consequentemente dos animais, é necessário limpá-los e tratá-los diariamente.

 

LEVANTAR OS CASCOS

Para levantar os cascos há que ganhar a confiança dos animais.

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Tal como a limpeza do corpo, pode se fazer com ele solto ou preso, observando-se cuidados idênticos ainda mais acentuados, tendo em conta que será preciso não só levantar os membros como manter o ele imóvel em apenas três apoios e manipulá-los com o auxílio de instrumentos.


Tudo isto naturalmente será considerado pelo animal inexperiente ou traumatizado por anteriores intervenções humanos violentas como estranho e ameaçador, não sendo de admirar que alguns se defendam quer procurando fugir, mordendo o tratador ou dando coices ou pernadas.


Um auxiliar que faça festas e dê "guloseimas" poderá ter aqui um papel muito importante, tranquilizando o animal e distraindo-o do que faz o tratador.

 

Ninguém aprende tudo num dia. Por isso, um equino que não está habituado, a "dar as mãos" ou os "pés", mesmo que por segundos, deve ser premiado. Para levantar os anteriores, o tratador deve correr a mão pela espádua e todo o membro anterior pela sua face exterior até ao casco dizendo algo como "Esta". Poderá, adicionalmente dar pequenos toques ao longo da canela e segurar um pouco o boleto tendo porém em atenção que a ideia é indicar-lhe o que se pretende e não obrigá-lo a levantar o membro devido à dor que se lhe inflige. Com o ombro, o tratador deverá empurra-lo ligeiramente para que este reparta o seu peso sobre os outros membros que não estão a ser solicitados. A mão ou o pé devem ser seguros pelo casco e não pela quartela, para que possam mais facilmente ser observados e limpos. Para não desequilibrar o animal, o membro que está sendo levantado deve ser levantado o menos possível e ficar debaixo da barriga do animal de modo a que o seu centro de gravidade varie o mínimo possível. Deve o tratador estar preparado para o eventual desequilíbrio do animal que baixará repentinamente o casco, tendo os seus próprios pés fora do local onde o casco provavelmente irá assentar. Não é seguro para ele nem para o tratador procurar imobilizar o membro entre os joelhos como fazem os Ferradores, que o fazem apenas porque tal é essencial para o desempenho do seu trabalho.

 

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Para levantar os posteriores a técnica é um pouco diferente. O tratador deve correr a mão pela coxa e perna do cavalo pelo seu lado exterior até ao curvilhão e a partir daí pelo seu lado interior até ao casco dizendo "Alça" ou "Esta".


Também aqui, com o ombro o tratador deverá empurra-lo ligeiramente para que este distribua o peso sobre os outros membros que não estão sendo solicitados. Umanimal confiante terá a tendência de descansar o seu peso sobre o tratador…

 

O tratador deverá colocar-se paralelamente ao equino e suficientemente atrás para manter o casco pouco levantado e sob a barriga dele, para que este não se desequilibre e procure libertar-se. Dada esta eventualidade, é do interesse do tratador que se mantenha numa posição de segurança e não na trajectória de uma pernada.


LIMPA-CASCOS E UNTURA

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A limpeza dos cascos tem lugar com um limpa-cascos que, ao contrário do da figura que apenas tem o ferro de cascos propriamente dito, deverá ter associado uma escova. Toda a sujidade, terra, palha, dejectos e humidade, favorecem o pulular de bactérias, pelo que deve ser removida com o auxílio da escova sendo o ferro usado cuidadosamente na remoção de pedras ou outros elementos presentes que o justifiquem.

 

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A sua utilização faz-se sempre na direcção da pinça e nunca na do talão, estrutura muito mais mole e susceptível de ser lesionada.  A perfuração acidental do casco com o ferro de cascos deverá ser de imediato comunicada ao Veterinário para que possa ser tratada como uma ferida perfurante.


Igualmente, caso o tratador encontre pedras ou outros corpos estranhos alojados profundamente ou sinais de grande alteração no aspecto normal do casco, um aumento assinalável do pulso perceptível ao nível do boleto, com ou sem aquecimento anormal do casco, com ou sem claudicação, é aconselhável que tal seja comunicado de imediato ao Veterinário pois só ele saberá avaliar devidamente a situação e proceder em conformidade. Após a limpeza dos cascos deverá ser aplicada uma untura própria, quer na face inferior quer por fora, evitando-se contudo a sua aplicação na lacuna da ranilha junto à coroa. A sua função é lutar contra o ressequimento do casco e melhorar a sua essencial elasticidade prevenindo o aparecimento de fissuras.

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