Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Como uma criança

Cuidar de um jumento/muar é como cuidar de uma criança.

Nossos animais dependem de nós para terem casa, comida e carinho.

Como uma criança tudo que fazemos brincando dá mais resultado.

Como uma criança, temos que criá-lo e ensiná-lo a ser uma criatura feliz.

E se queremos algo deles, como subir nas suas costas e passear ou trabalhar, temos que dar algo em troca. Esta troca é respeito e amor.

A parte de atividade física também segue a mesma regra.

Uma criança vai para a escola todos os dias e aprende disciplina, horários, educação física. Aprende também os horários de brincar, descansar.

No fim de semana pode brincar mais solta.

Você escraviza seus filhos dando para eles mais serviço do que eles podem agüentar?

Alimentação também. Uma criança deve comer bem e regularmente.

O animal não deve comer logo antes ou depois de muito trabalho.

Pense no seu filho:

Você dá mais comida para ele no fim de semana porque ele vai brincar mais?

Você não o manda esperar a digestão para voltar a brincar?

Você muda a alimentação dele da noite para o dia?

Como uma criança, o seu bem mais precioso é a atenção. Uma machucado que passa desapercebido, pode se transformar em algo sério.

Conheça seu animal, desenvolva o carinho entre vocês.

Mesmo o animal da roça, sem cocheira mas cheio de liberdade, precisa da sua atenção.

Fonte: Xandinho Bernardo

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Parasitismo

 

Tendo em vista seus hábitos alimentares, os cavalos, jumentos e muares, herbívoros por natureza, são muito susceptíveis ao parasitismo interno. Tais parasitas constituem em sérios fatores de risco à boa saúde dos animais, afetando diretamente a performance de animais atletas, além de causar diversas doenças e até mesmo a morte.

Conseqüências da presença de parasitismo:

  • Cólicas;
  • Diminuição do apetite;
  • Pobre estado geral;
  • Anemia;
  • Diarréias ou constipações;
  • Retardo de crescimento.

Doenças e lesões associadas ao parasitismo:
  • Aneurisma verminótico;
  • Gastroenterite;
  • Dermatites e outras alterações cutâneas;
  • Pneumonias.

Como ocorre o parasitismo

Os animais se contaminam através do próprio ambiente em que vivem. Neste ambiente, sejam as pastagens (piquetes) ou mesmo as baias de cocheiras, podem estar presentes formas microscópicas de parasitas resistentes ao meio ambiente vivendo no capim, feno ou mesmo cama. Os ovos ou larvas ingeridas pelos cavalos evoluem em adultos no intestino dos animais e lá se reproduzem, originando milhares de ovos expelidos com as fezes, que por sua vez recontaminarão as pastagens e o ambiente

Quais são os principais parasitas?

Diversas espécies de parasitas podem acometer seus animais.

Os principais parasitas:
Potros:

  • Áscaris;
  • Estrongilóides

Animais em regime de pasto:
  • Pequenos estrôngilos;
  • Grandes estrôngilos;
  • Gasterófilos;
  • Habronemas;
  • Tênias;
  • Oxiúros;
  • Oncocerca;
  • Ascaris (potros).

Animais estabulados:
  • Oxiúros;
  • Ascaris;
  • Estrongilóides;
  • Habronema;
  • Pequenos estrôngilos.

Em situações especiais, alguns desses parasitas podem ser observados nas fezes a olho nú, como larvas de gasterófilos, pequenos e grandes estrôngilos, ascaris e tênias. Por outro lado, através de um microscópio, é possível observar as diferentes formas assumidas pelos ovos das diversas espécies de parasitas; além do mais, através deste método denominado coproscopia, é possível determinar precisamente o grau de infecção de um animal e determinar o melhor programa de vermifugação adaptado à sua condição.

A localização dos parasitas no organismo animal

Localização de diferentes parasitas nos órgãos:

  • Pulmões:
    Parascaris equorum (larvas), Strongyloides westeri (larvas), Dictyocaulus arnfield;
  • Estômago:
    Gastrophilus spp., Habronema spp., Trichostrongylus axei;
  • Fígado:
    larvas de Parascaris equorum e Strongylus edentatus;
  • Pâncreas:
    Strongylus equinus (larvas);
  • Peritôneo:
    Strongylus edentatus;
  • Intestino Delgado:
    Trichostrongylus axei, Strongyloides westeri, Parascaris equorum, Anoplocephala spp. (tênias), Strongylus spp.;
  • Ceco, Intestino Grosso:
    Oxyuris equi, Anoplocephala spp., Strongylus spp., e pequenos estrôngilos, podendo chegar a mais de 40 espécies;
  • Sistema Arterial:
    Strongylus vulgaris.

Em quais estações os parasitas se fazem presentes?

De acordo com a estação do ano e condição climática, há enorme variação no nível de infestação do ambiente e infecção dos animais. Globalmente, os cavalos se contaminam ao longo de todo o ano, havendo, porém, 2 períodos críticos extremamente importantes no controle parasitário estratégico: a primavera e o outono.

Qual vermigugo escolher?

A escolha do melhor vermífugo se dá em função da idade do animal, seu estado fisiológico, grau de exposição ao parasitismo, parasitas presentes, eficácia e segurança do produto. Deve-se lembrar, porém, que diversos parasitas apresentam resistência aos compostos benzimidazólicos.

Como vermifugar?

  1. Avaliar precisamente o peso do animal (através de balança ou fita de pesagem);
  2. Adaptar a dose do vermífugo ao peso do animal: muito importante para evitar problemas com subdosagem ou desperdícios com sobredosagem;
  3. Verificar se a boca do animal encontra-se livre de alimentos ou água;
  4. Posicionar calmamente a seringa dosadora no canto da boca entre as comissuras labiais e as barras, apertar o êmbolo e depositar a pasta na base da língua para deglutição.

Com qual frequência vermifugar?

A escolha do melhor vermífugo se dá em função da idade do animal, seu estado fisiológico, grau de exposição ao parasitismo, parasitas presentes, eficácia e segurança do produto. Deve-se lembrar, porém, que diversos parasitas apresentam resistência aos compostos benzimidazólicos.

Quais são as Medidas de higiene associadas?

  • A vermifugação dos animais é apenas um dos elementos de um programa estratégico. Não se deve considerar o animal como um ente isolado, mas também o ambiente em que vive e as interrelações animal/habitat. Os objetivos da vermifugação são reduzir ou eliminar a carga parasitária e evitar as doenças e conseqüências graves e irreversíveis da passagem dos parasitas pelo organismo animal;
  • Trate todos os animais de uma mesma propriedade de uma só vez: animais de pasto, animais estabulados e animais de todas as categorias (potros, sobreanos, adultos etc.);
  • Pratique a rotação de pastagens: tal procedimento promove uma descontaminação natural da pastagem;
  • Mantenha as pastagens drenadas;
  • Desinfeste as baias e instalações com bomba a jato sob pressão a altas temperaturas para destruir os ovos de Parascaris;
  • Estabeleça quarentena a todos os animais recém-chegados à propriedade e forneça vermífugo imediatamente à chegada dos mesmos;
  • Mantenha limpo e regularmente desinfestado os materiais dos animais;
  • Construa esterqueiras fechadas para deposição do material recolhido das baias;
  • Recolha regularmente os bolos fecais dos piquetes;
  • Se possível, faça rotação dos piquetes com animais de espécies diferentes (bovinos e ovinos) para auxílio na destruição de larvas infectantes.

Mitos e fatos na vermifugação

Há uma série de mitos sobre vermifugação, passados de geração em geração, que nem sempre correspondem à realidade dos fatos. A seguir, você encontrará listados alguns desses surpreendentes mitos e as verdades sobre eles, baseadas em pesquisas científicas, para que você tenha informações suficientes para optar sempre pelo que há de melhor para seu companheiro.

Mitos e Fatos:

  • Mito: Trocas freqüentes de vermífugos promovem o melhor controle de parasitas e previnem resistências.
  • Fato: Os vermes podem desenvolver resistência múltipla a produtos específicos apesar da rotação de princípios ativos. Para melhores resultados, utilize produtos de eficácia comprovada.
  • Mito: É necessário aguardar a idade de 3 meses para realizar a primeira vermifugação dos potros.
  • Fato: Recomenda-se a vermifugação freqüente e precoce dos potros, pois esta categoria de animais é particularmente susceptível a intenso endoparasitismo. As conseqüências deste parasitismo em animais muito jovens podem ser extremamente sérias, levando não raras vezes ao óbito. Nem todos os produtos disponíveis no mercado são recomendados ou efetivos a potros muito jovens. 
  • Mito: Recomenda-se tratamento contra gasterófilos apenas no outono.
  • Fato: Os gasterófilos são ameaças constantes durante todo o ano, principalmente em climas tropicais. 
  • Mito: O coçar da cauda é normal.
  • Fato: Coçar de cauda é um sinal típico de vermes redondos, particularmente do oxiúros. A freqüência de tal ato leva à perda de pêlos da cauda (cauda de rato) e favorece o risco de infecções secundárias.
  • Mito: É suficiente tratar os animais duas ou quatro vezes ao ano.
  • Fato: Esquemas de tratamento anual em freqüências abaixo do necessário, ou com produtos de eficácia duvidosa, podem levar a desafios parasitários indesejáveis. Tratamentos a intervalos corretos com seguramente protegem seu animal contra parasitas internos sem efeitos colaterais.
  • Mito: Não se recomenda vermifugar éguas gestantes, pois pode causar abortos.
  • Fato: Deve-se atentar ao fato de que há uma série de produtos disponíveis no mercado cujos princípios ativos podem ser responsáveis por episódios abortivos. Mas alguns produtos oferecem segurança total em qualquer fase da gestação, sendo estrategicamente fundamental vermifugar periodicamente esta categoria de animais dentro da propriedade.

texto Adaptado. Fonte: Merial

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Treinamento para Concurso de Marcha

 

Após o animal de marcha ter passado pelo adestramento básico, seguindo o Método LSA de Adestramento, o treinamento para concursos de marcha será por demais facilitado. O treinador precisará apenas corrigir detalhes do estilo, buscar incrementos no rendimento da marcha, estabilizar o diagrama da marcha, e o aspecto mais demorado que é o desenvolver da resistência, para suportar provas de marcha de 40 minutos de duração em um ritmo intenso de marcha.

Os ganhos de resistência devem ser moderados, a cada semana, jamais aumentando simultaneamente a distancia e o tempo de treinamento. O animal estará bem condicionado para competir quando suportar bem um treinamento de uma hora de duração, em dias alternados. O melhor método é o treinamento intervalado, alternando seções de exercício de baixa, média e alta intensidade.

Os exercícios de pista devem ser intercalados com exercícios de estrada. A natação é um bom exercício para desenvolver a capacidade respiratória e circulatória, além de proporcionar um rápido fortalecimento muscular, especialmente dos músculos torácicos, das espáduas, braços e ante-braços.

O galope lento é um bom exercício para melhorar o rendimento da marcha, vigor, impulsão, equilíbrio dinâmico. O passo livre é um exercício imprescindível para relaxar o animal, recuperar as taxas respiratórias(15 fluxos/minuto) e cardíacas (30 batidas/ minuto ).

Os exercícios de marcha em figuras de serpentina, de oito, círculos à direita e à esquerda, favorecem o equilíbrio e a coordenação da marcha, desenvolvem a força de impulsão, fortalece e flexiona a musculatura geral – pescoço, tronco e membros, as articulações, tendões e ligamentos. As transições de andamentos contribuem para um melhor posicionamento da cabeça ( força a flexão da nuca ) e o fortalecimento da musculatura que se distribui ao longo da grande região dorso-lombar.

O aquecimento, durante 5 minutos, e o desaquecimento, após o trabalho, são essenciais para manter a integridade do animal. Muitos animais são arruinados na integridade muscular caso estas duas fases não sejam adequadamente conduzidas. O melhor andamento para a fase do aquecimento é o passo médio e a marcha reunida. Como o animal geralmente sai da baia com reservas de energia, pode não encarta o passo médio, apenas de contato de rédeas, permanecendo por um ou dois minutos no passo reunido. Quanto ao desaquecimento o melhor andamento é ao passo livre. Não conseguindo, o passo médio é a segunda alternativa.

Fonte: Mundo Equino

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Criando Mulas

 

Para aqueles de vocês que estão interessados em cruzar sua égua com um jumento, na esperança de obter a sua mula apartir da égua de sua escolha, deixe-me dar algumas informações úteis e algumas experiências que tivemos. Nós não reivindicamos ser especialistas, mas temos aprendido algumas coisas da maneira mais difícil e decidimos passar alguns dos nossos conhecimentos adiante.


Primeiramente, lembre-se que a maioria das éguas não aceitarão de bom grado um jumento! Esta parece ser uma surpresa para a maioria das pessoas. Pare e pense sobre isso. A menos que a égua viva com os jumentos como companheiros de pastagem, um jumento, especialmente se for agressivo ou ruidoso, provavelmente vai assustar muito ela! Este fato por si só é freqüentemente o obstáculo mais difícil de ser superado na busca de um muar. Se sua égua nunca esteve perto de um jumento, provavelmente será imperativo que ela gasta bastante tempo na fazenda de criação de antemão para que ela seja capaz de ver, cheirar e ouvir o jumento sem se assustar. Alguns jumentos são muito tranquilos e cavalheirescos, mas alguns podem ser muito agressivo e violento es vão aterrorizar uma égua se for permitido.

Como a maioria das éguas ficam assustados com o jumento, isso também significa que elas não vão “se mostrar" ao jumento como fariam com um garanhão, tornando assim a detecção dos seus ciclos muito difícil se não houver um garanhão disponível. No entanto, mesmo em cio, a maioria das éguas ainda não demonstram boa vontade para com o jumento.


Daí a necessidade de a égua pelo menos não ter medo do jumento, mesmo que ela deixe ele montar relutantemente. Vai por mim, não é uma experiência agradável tentar conseguir cruzar uma égua que não deseje ser montada pelo jumento!

A maioria dos criadores que vende cobertura de jumentos para éguas de fora, normalmente só o faz com monta controlada. Esta é a maneira mais segura e também a melhor para saber se a égua foi efectivamente coberta.

Melhoramento de pastagem pode funcionar para alguns, mas existem muitos riscos envolvidos se esse for o caminho que você escolher tomar. O jumento pode machucar as éguas e se ela tiver um filhote ao seu lado, alguns jumentos podem mata-lo. O jumento também pode ser machucado pela égua e a maior parte dos criadores não podem correr o risco de ter seu jumento ferido também.


Agora que você possui algumas informações sobre o trabalho que terá para fazer uma mula, você deve analisar melhor a égua que você está considerando  transformar em mãe de um muar. Ela deve ter pelo menos 3 anos de idade. Algumas matrizes de 2 anos podem ser cobertas, mas não é justo para com elas, pois não terminaram de crescer ainda! As poucas vezes que tentei e elas tiveram filhotes mas no ano seguinte não, o que significa que seus corpos precisavam de tempo para crescer! É claro que o outro extremo seria uma égua mais velha que nunca teve um potro. Suas chances de ficar prenhê não são tão boas, mas não impossível. Com qualquer égua, você deve pelo menos pedir a analise de um veterináriode. Uma biópsia do útero irá dizer quais são suas chances de conceber e poupar muito tempo e dinheiro caso ela seja uma égua com poucas chances de ter um filhote.


Para conseguir uma mula boa, você deve começar com uma égua de boa indole. Já se foram os dias em que uma égua difícil era considerada adequada para carregar um muar. Se sua égua é fácil, disposta e ansiosa para aprender, então assim será seu bebê. Sim, um jumento de boa indole é importante, mas não é tão crítico como a égua. O bebê vai passar todo o seu tempo com a mamãe e vai pegar seus vícios e suas características, boas ou ruins.


Em segundo lugar deve-se considerar a conformação da égua. Pequenas falhas podem muitas vezes ser reforçadas por influência do jumento, mas se a égua não é sólida, ela também pode passar suas deficiências hereditárias. Ambos os pais devem ter boa conformação de forma para  garantir um muar bonito e útil.

 

Muito importante para qualquer bebê, e acreditamos ser especialmente importante para um muar, é estabelecer uma relação humana logo no primeiro dia de vida. Filhotes que são tratadas com carinho desde o primeiro dia aprendem a adorar pessoas e são muito mais fáceis de trabalhar quando ficam mais velhos. Muares que não confiam nas pessoas, seja por ter sido mal utilizado ou maltratado, são quase impossíveis de mudar. A sua natureza de auto-preservação e o fato de não gostarem de ser feridos os tornam muito desafiadores, é difícil recuperar esses animais e pode levar anos para modificar o seu comportamento....

 

Embora seja importante lidar bastante com seu filhote de muar, enquanto ele é jovem, você também precisará ensiná-lo a respeita-lo. Mas não confunda o amor pelo seu animal com mimos que irão comprometê-lo e torna-lo impróprio para lidar. Filhotes não precisam de disciplina severa, geralmente basta uma voz firme para corrigir o comportamento inadequado. Eles são muito inteligentes e fáceis de trabalhar e respondem maravilhosamente à manipulação humana. Sentímos tanta alegria na manipulação de pequenos muares que eu acho incompreensível que algumas pessoas nunca toquem  seus potros jovens, acreditando que de alguma forma é melhor para eles. É nossa convicção que este é o momento mais crítico e oportuno na confecção de uma boa mula. A confiança que eles aprendem, em seus primeiros anos de vida, irão torná-los mais fáceis de ensinar e mais seguros quando maduros. O vínculo com uma mula que tenha sido tratada desde o nascimento é muito maior do que aquela que foi criada sem a intervenção humana. Não existe o mesmo nível de confiança.

In other words, she must have the handling and training on her that will make her safe for the breeder and his jack and thus ensure a better chance of delivering to you that mule baby you have your heart set on. There is nothing so entertaining and delightful as a baby mule, you will be rewarded with one of the best experiences in life.
Good luck to you!

A égua que você apresentar para o criador deve estar bem adestrada. Ela deve obedecer o cabresto, deixar ser conduzida com facilidade e deve ser capaz de ficar amarrada sem recuar. Se houver a possibilidade de coices, a égua deve ser capaz de aceitar que suas pernas sejam presas. Certifique-se de que se ela for ferrada, que tenha suas ferraduras retiradas. Em outras palavras, ela deve ter o tratamento e treinamento que vai fazê-la segura para o criador e seu jumento e assim garantir uma melhor chance de ter o filhote que você quer. Não há nada tão divertido e encantador quanto uma mula bebê, você será recompensado com uma das melhores experiências da vida.

Boa sorte para você!...

Fonte: Breeding for a Mule por Marlene Malcher
www.mammothmules.com

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cuidados com o Casco

image

Infelizmente, para muitos jumentos, cascos mal feitos ou negligenciados são uma realidade constante. Jumentos foram criados para viver em lugares mais duros e rochosos que os cavalos, o que levou a um desenvolvimento diferente dos cascos. Em geral os cascos são menores, mais arredondados, mais verticais, mais duros e mais elásticos que os dos cavalos. Os bulbos do casco dos jumentos são menos desenvolvidos e a fusão dos bulbos com os saltos é menos completa.

 

Por terem se desenvolvidos em lugares mais rusticos e duros os cascos dos jumentos não se adaptam muito bem aos locais macios e confortáveis nos quais são mantidos hoje em dia. Nesse tipo de ambiente falta exercicio e o casco não é gasto como deveria e se tornam muito altos e contraidos.

 

O casco dos jumentos e das mulas deve ser feito a cada 6 ou 8 semanas. Mesmo sendo um pouco diferente do de um cavalo, os principios básicos usados para fazer os cascos dos cavalos devem ser utilizados para os jumentos.

 

  • A parede deve ser raspada na altura do solo para ficar no mesmo nível que a sola. Cada pé deve estar balanceado corretamente de lado a lado, de frente a fundo. No entanto, os quartos podem ter de ser raspados levemente menos do que os dedos e o calcanhar, para fazer com que o nível da paredes fique rente ao solo nesta área.
  • As duas patas da frente devem geralmente ser identicas em tamanho e angulo, assim como as patas traseiras.
  • Os saltos são curtos. A ranilha é  achatada, larga e dura e em contato com o solo.
  • As ranilhas são cortadas, retirando qualquer material morto que fica pendurado.
  • As barras são intactas. Elas devem ser inclinadas para baixo do salto até o sulco da ranilhas, e só precisam ser aparadas se estiverem saindo muito da sola ou se estiverem dobradas por cima da sola.
  • A parte côncava da sola foi limpa e qualquer material estranho raspado.
  • A superfície do solo das paredes é arredondado, especialmente no dedo para evitar estilhaçamento em terreno duro.

Os postos mencionados acima são princípios gerais e não regras que devem ser forçadas ao casco. Para seguir esses princípios os cascos dos animais devem estar relativamente saudáveis. Em se tratando de problemas de cascos, onde os pés são muito diferentes deste modelo, ou com problemas relacionados ao casco, cuidados especiais e considerações precisam ser tomadas. Está além do escopo de um website abordar todas as questões relevantes.  Ajuda especializada deve ser procurada.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dicionário “Cavalês”

Situação – Calma

Cavalês de cavalo - Orelhas mexendo para lá e para cá captando pequenos sons. Olhos parados. Pescoço relaxado.

Português - Estou relaxado, prestando atenção na comida ou apenas paradão.

_________________________________

Situação – Sinal de perigo

Cavalês de cavalo - Pescoço levantado, olhos bem abertos, orelhas apontando o perigo.

Português - Estou totalmente alerta e avaliando a situação.

Cavalês de gente - Atitude forte, braços abertos, olhos nos olhos.

Português - Sou seu opressor.

__________________________________

Situação – Perigo eminente

Cavalês de cavalo - Orelhas bem abaixadas para traz

Português - Estou em fuga!

Cavalês de gente - Dedos abertos, atirando a corda, olhos nos olhos, mantendo a pressão.

Português - Estou atrás de você

__________________________________

Situação – Reavaliando a situação

Cavalês de cavalo - Orelhas travadas no agressor

Português - Estou te vendo.

Cavalês de gente - Olhos nos olhos, mantendo a pressão.

Português - Vamos ter uma relação.

___________________________________

Situação – Querendo negociar

Cavalês de cavalo - Círculos menores, se aproxima

Português - Quero falar com você.

Cavalês de gente - Olhos nos olhos, mantendo a pressão.

Português - Hummm.

___________________________________

Situação – Querendo proteção

Cavalês de cavalo - Mascando

Português - Eu estou querendo ajuda.

Cavalês de gente - Recolher os braços, diminuir a corda, olhos nos olhos.

Português - Vamos ver, quer conversar?

___________________________________

Situação – Cedendo a liderança

Cavalês de cavalo - Abaixa a cabeça

Português - Eu só como graminha, você não precisa me temer.

Cavalês de gente -  Abaixa os braços e vira de costas, olhos nos olhos

Português - OK vamos conversar

___________________________________

Situação – Considerando

Cavalês de cavalo - Olha hesitante

Português - Será que vale a pena eu te seguir?

Cavalês de gente -  Ombros a 45°, olhos baixos, atitude passiva

Português - Vem.

___________________________________

Situação – Tomando a iniciativa

Cavalês de cavalo - Vem de encontro

Português - Tá bom, eu deixo você me proteger.

Cavalês de gente -  Ombros a 45°, olhos baixos, atitude passiva

Português - Vem.

___________________________________

Situação – Calma

Cavalês de cavalo - Deixando-se tocar

Português - Confio em você

Cavalês de gente -  Carinho circular na testa

Português - Obrigada por confiar em mim.

___________________________________

Como o cavalo aprende o cavalês de gente? Com a mãe dele. A égua disciplina o seu filhote negociando segurança com ele. Sua punição é ficar afastado do bando e se sentir inseguro. No fim do castigo a mãe busca seu filhote fazendo quase uma dança para fazê-lo voltar ao grupo.

Olhos nos olhos - Quando a égua olha firme nos olhos do filhote ela o está empurrando.

Dedos abertos, atirando a corda, olhos nos olhos, mantendo a pressão - O cavalo não é muito bom de olhos, e ainda tem a franja para atrapalhar. Coisas se mexendo e se aproximando podem ser bem assustadoras.

Olhos nos olhos, mantendo a pressão - Assim a égua afasta o filhote.

Ombros a 45°, olhos baixos, atitude passiva - Quando a égua vai tirar o filhote do castigo ela chega a 45°, fazendo voltas gentis em torno dele para levá-lo consigo.

Carinho circular na testa - Como uma lambida.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Controle integrado de moscas e ratos em centros equestres

 

     Na Eqüideocultura moderna, busca-se a excelência em qualidade de animais, desempenho, nutrição e sanidade; porém muitas das vezes ocorrem falhas ou baixas de desempenho dos animais por manejos errôneos ou detalhes básicos, desta forma, o objetivo do presente artigo é trazer algumas considerações básicas sobre o controle e prevenção de infestação de moscas e ratos em instalações eqüestres.

     A presença de moscas nas proximidades e no interior das instalações de eqüinos causa desconforto aos animais, podendo diminuir o desempenho dos mesmos pelo estresse acumulado e movimentação excessiva (gasto de energia), assim como pelas possíveis doenças as quais podem ser transmitidas pelas moscas. As moscas são vetores de algumas doenças que podem ser transmitas aos cavalos e humanos, o que as tornam um problema sanitário. Os ratos da mesma forma oferecem riscos à saúde por transmissão de doenças, tanto as pessoas envolvidas na produção dos cavalos, como aos próprios cavalos que estejam em contato com ambientes com presença de ratos, além dos estragos que causam, na estocagem dos alimentos, nas contaminações de embalagens, produtos e ambientes.

     Em geral, as moscas possuem um curto período de vida (de 25 a 45 dias, dependente da espécie), no qual, reproduzem-se rapidamente fazendo seis a oito posturas, de 100 a 150 ovos. A eclosão dos ovos ocorre em menos de 24 horas, as larvas permanecem agrupada no material orgânico onde foram depositadas, alimentando-se ativamente até o desenvolvimento adulto, que pode ocorre em 5 a 12 dias, sendo que, quanto melhor as condições (temperatura, umidade e alimento), mais rápido ocorrerão o ciclo de vida das moscas (Ovo - Larva - Pupa - Adulto).

     A presença e proliferação de ratos em centros eqüestres, assim como em outras áreas da produção animal, estão ligadas a diversos fatores, como; condições inadequadas de higiene ambiental; condições favoráveis de abrigo e alimentos em abundância.

     Assim, sugere-se para o controle de ambos (moscas e ratos) um Manejo Integrado (prevenção, eliminação e medidas corretivas), no qual compreende um conjunto de ações e fases distintas: inspeção, identificação, medidas corretivas e preventivas, avaliação e monitoramento.

     Inicialmente a área problema deve ser examinada em busca de informações sobre a situação, tais como: o tipo de ambiente (dentro ou fora das instalações), o que está facilitando a instalação e proliferação de pragas (moscas e ratos); a utilização do ambiente (forma, freqüência, fins, horários de uso) e a busca de focos (concentração, dispersão), posteriormente; a identificação das espécies infestantes, pois se obtêm uma série de informações sobre sua biologia, hábitos e habilidades, facilitando o planejamento das ações de combate.

     Medidas preventivas e corretivas é o conjunto de medidas adotadas no meio ambiente que visam impedir e/ou dificultar a implantação e expansão de novas infestações. Algumas dessas medidas são corretivas do meio ambiente e visam à retirada de certas condições que estão facilitando a proliferação de moscas e roedores. Entre elas, um manejo adequado do lixo produzido e/ou material considerado entulho, sendo o lixo acondicionado em latões tampados e/ ou sacos plásticos até o destino final, que por sua vez deve ocorrer em menor tempo possível, e evitando-se acumulo de lixo por longos períodos.

     A troca total ou parcial da cama deve ser realizada no intuito de evitar acumulo, principalmente de fezes e urina. Manter as camas secas e limpas, com trocas e reposição periódicas do material pode auxiliar na diminuição do número e grau de infestação de moscas. Como principal subproduto, os resíduos oriundos da estabulação (cama, fezes e urina), representa-se um importante composto orgânico que deve ser adequadamente manejado antes de ser introduzido ao meio ambiente. Fazendo-se uma rápida reflexão, verificamos em muitos lugares, que este subproduto, na maioria das vezes, não recebe a atenção que deveria, sendo normalmente depositado a campo (céu aberto) e/ou em instalações que servem simplesmente de depósito temporário, desta forma realizando acumulo de material orgânico e facilitando o surgimento de insetos, principalmente as moscas.

     Problemas como surgimento de insetos, moscas e formação de parasitas gastrintestinais além do mau cheiro, podem ser evitados com a prática de compostagem de resíduos (controle mecânico), além de produzir um material que poderá ser usado como posterior adubo de boa qualidade. A interação do resíduo (cama, fezes e urina) é importante para que haja no composto uma estrutura física e química adequada, permitindo um bom processo de decomposição que pode ser aeróbico ou anaeróbico.

     Reparo de danos estruturais nas instalações, a remoção de entulhos e materiais inservíveis que possam estar servindo de abrigo e/ou via de acesso aos roedores; assim como manter baixa a vegetação nas proximidades das instalações; canalização de córregos e/ou calhas, são medidas que dificulta a instalação de ratos.

     Um outro conjunto de medidas, de caráter preventivo, pode ser usado como a construção de obstáculos impedindo a penetração ativa dos roedores; com aplicação de defesas nas estruturas de sustentação (pilotis, vigamento do telhado). Criação de barreiras físicas nas galerias subterrâneas de água, esgotos e águas pluviais (ralos metálicos chumbados e/ou grade permanente), telas metálicas (6 mm) vedando os respiradouros (especialmente dos porões). Como os ratos são onívoros (alimentam-se de todo tipo de alimento), porém demonstram preferência pelo consumo de grãos e cereais, deve-se haver um cuidado com as embalagens contendo rações, as mesmas devem ser dispostas de tal forma a manter uma distância razoável do solo e de paredes.

     No entanto, a derradeira fase de um manejo integrado voltado para moscas e roedores é a avaliação dos resultados com um acompanhamento posterior. Inspeções periódicas da área devem ser realizadas a fim de identificar os sinais clássicos da presença de focos de origem de moscas e presença de roedores (materiais roídos, trilhas, manchas de gordura, fezes).

     Como considerações finais, é importante ter em mente o ciclo e as condições necessárias para o surgimento de moscas; e o controle dos focos de surgimento das mesmas, além disso o manejo integrado é o método mais eficaz para atingir-se níveis de controle e até a erradicação de uma infestação, porque combate em três frentes ao mesmo tempo (prevenção, eliminação e medidas corretivas). Contudo, como todo método, não é infalível e é fortemente dependente da ação de seus executores.

Autor: Leonir Bueno Ribeiro

Fonte: http://www.cavaloscrioulos.com.br/

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Selas & Mazelas

 

Um dos grandes entraves à evolução da equitação em nosso meio é o grau de desinformação em que nos encontramos. Passadas de pai para filho, as histórias podem trazer verdades concretas ou perpetuar conceitos falhos, estes últimos mais comuns na herança de nossa cultura eqüestre.


Não é difícil entender a razão deste fato. Preterido pelo transporte motorizado, o cavalo, o jumentos e os muares deixaram de ser peça econômica fundamental, perdendo assim sua importância do ponto de vista de estudo e conhecimento. Numa fase social mais recente, usuários e criadores tornaram-se ávidos por conhecimentos, devolvendo o animal sua devida importância. Ficou neste intervalo um abismo profundo, marcado pelo empirismo, pelo desconhecimento e o que é pior, pela fixação de conceitos falhos e nocivos ao progresso deste segmento.


Se hoje damos mais importância a conceitos técnicos diretamente ligados a esses animais, sua conformação e performance, não podemos ignorar as mais diversas informações a cêrca de tudo o que direta ou indiretamente interfere nesta performance. Podologia e ferrageamento, doma, equitação e adestramento, nutrição, saúde, medicina esportiva veterinária, são alguns destes pontos aos quais devemos dedicar nossa atenção. De forma talvez mais direta, os arreios que usamos ao montar nossos animais. Mas será que existe algo técnico a ser observado e perseguido por nós, algo tão importante sobre selas, envolvidos como estamos com a criação e o uso do animal? Com certeza, sim.


Os índios que povoaram a região central do Brasil, tribo dos Guaicurus, usavam cavalos para suas atividades diárias, tornando-se exímios cavaleiros. Montavam em pêlo, e não por isso deixavam de executar tarefas as mais diversificadas, identificados nos dias de hoje por desenhos característicos em posição de defesa, usando sua montaria como escudo nas batalhas de vida ou morte que travavam com seus rivais. Estes relatos não intimidaram a manufatura e o uso de selas em nosso meio, próteses apropriadas para acomodar o cavaleiro no dorso do animal, levando conforto a ambos. É comum ouvirmos comentários sobre regiões zootécnicas, como a cernelha, que teria como função a fixação da sela ao dorso. Desfazendo a confusão, não foi a cernelha constituída para a sela, mas sim a sela projetada para se ajustar à região dorsal do animal, respeitando sua anatomia.


As selas se constituem por regiões definidas, sendo a anterior chamada de cepilho, a posterior de patilha, e o assento, coxim. Sob as pernas do cavaleiro se estendem as abas, sobre as quais, de cada lado, são encontrados os loros, correias próprias para manter sustentados os estribos. Estes, por sua vez, encontram-se na extremidade inferior do loro, servindo para que o cavaleiro apoie sobre eles o peso das pernas e dos pés. Protegendo a perna do cavaleiro da fivela do loro, que se aloja num orifício do qual emerge  esta peça, as sobreabas completam a parte superior das selas. Na porção anterior das abas são encontradas as borrainas, que auxiliam o cavaleiro no apoio necessário para sua fixação à sela. Sob o coxim, em contado quase direto com os costados do animal, o suadouro. Impedindo o contato direto deste com o pêlo são usadas mantas de couro, feltro, espuma ou outros materiais, conhecidas como baixeiros. Descendo sob as abas encontram-se os látegos, correias que prendem e ajustam a cilha e barrigueira, ao lado esquerdo da sela. Ao lado direito correias correspondentes e de mesma função recebem o nome de contra-látegos. Cilha e barrigueira são ajustadas no cilhadouro e barriga do animal, respectivamente, sendo a cilha mais apertada que a barrigueira. São elas que dão fixação da sela aos costados do animal. De uso pouco comum, peitoral e rabicho são acessórios que auxiliam a manter a sela na posição ideal. Hoje em dia projetos mais apropriados dispensam estes acessórios, por tornarem a sela mais ajustada ao animal. A barrigueira é outro elemento dispensável, em selas mais evoluídas. Antigamente era comum, para uso em longas viagens, uma manta de pelo de carneiro, pelêgo, que recobria o coxim.. Usado em selas de coxim muito duro, este acessório torna a sela mais macia.


A maioria das selas encontradas no mercado brasileiro, produzidas e usadas no meio rural, têm como característica o coxim inclinado para traz. Soma-se a isto o fato de que o loro se apresenta adiantado, forçando uma postura indevida do cavaleiro. Sentado na patilha, com as coxas em posição quase horizontal, o cavaleiro divide seu peso sobre dois pontos distintos: a patilha, que recebe o peso do corpo, e os estribos, que suportam o peso das pernas. O ponto de equilíbrio do cavaleiro não coincide com o do animal, que passa a ter sua região lombar sobrecarregada.

As selas ideais para cavalgadas, enduros, concursos de marcha e a maioria dos esportes hípicos são adequadas para dar conforto e postura desejáveis. Com o coxim plano ou um pouco inclinado para a frente, estas selas permitem ao cavaleiro que se coloque mais verticalizado sobre o animal, assentado sobre o períneo, e não sobre as nádegas. Tronco e pernas na mesma vertical, o peso se concentra num único ponto, que deverá coincidir com o ponto de equilíbrio do animal. Os estribos não muito adiantados favorecem esta postura.


Para fazer coincidir os pontos de equilíbrio do cavaleiro e do animal na mesma vertical, além da conformação da sela é fundamental que se observe a posição ideal de fixação. A porção anterior do suadouro deverá se acomodar logo atrás da escápula ( base óssea da espádua ). Desta forma, o cavaleiro postado corretamente projeta seu peso para a região de transição entre a cernelha e o dorso, fazendo coincidir os pontos de equilíbrio. Esta condição é indispensável a uma equitação eficiente, capaz de promover a performance máxima do animal. Deve-se observar ainda a posição da cilha, que deverá ser ajustada a aproximadamente 3 a 4 dedos atrás do codilho. Estas referências são úteis na hora de se escolher uma sela ideal.Como condição final, por acreditarmos ser de importância menor que os outros itens, o acabamento da sela deve satisfazer o mais que possível o usuário, no que diz respeito a cor, aplicações, etc. O material de escolha para o revestimento deve ser o couro. Para permitir um deslizamento ideal dos quadris, o coxim deve ser revestido de couro liso. As abas e sobreabas revestidas de couro rugoso aumentam a aderência nos pontos onde a fixidez se aplica, através do contato firme da face interna da coxa. A armação estrutural de fibra de vidro tem se mostrado uma opção ideal, leve e resistente. Estribos de liga de alumínio são também leves e esteticamente agradáveis. Devem ser confeccionados de forma a permitir sua fixação no alto do loro, próximo à sobreaba, quando a sela não estiver em uso. Cilhas e barrigueiras de nylon são cortantes e abrasivas, sendo ideal para estas peças o algodão.


A conservação da sela deve ser observada em caráter permanente, usando-se para isto o óleo de mocotó. Algumas lojas especializadas em artigos para montaria oferecem produtos ainda mais sofisticados para limpeza e conservação. As peças como loro, látego e contra-látego devem ser untadas, bem como o corpo da sela, aba, sobreaba. Ambiente  seco e ventilado é  ideal para se guardar sela e baixeiros. Alguns cuidados devem ser tomados, evitando-se que acessórios façam a ligação da sela com o chão ou pontos de circulação de roedores.


Mazelas à parte, uma boa sela é bem mais que beleza e acabamento. E saber disso é bem mais que simplesmente sair para comprar sua próxima sela. Clique na sela e veja a diferença da sela Oficial do Mangalarga Marchador!

Fonte: Empório do Criador.  Autor: Roberto Naves

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Banho de Encilhas

 

Inicialmente deve–se deixar o animal cheirar o chergão ou baixeiro, logo após passe–se no lombo e no resto do corpo. Coloca-se a cincha, que deve ser encostada na barriga, sem necessidade de aperto; faz-se, então, o animal caminhar, saindo inicialmente, a passo, dando tempo para que ele sinta que está com a cincha para depois passar para o trote e o galope. Modifica-se a posição da cincha correndo-a para frente e para trás (inclusive na virilha) , sempre mais aceleradas. Sempre fazendo o animal sair a passo para depois passar a andaduras mais aceleradas. Outros materiais, tais como saco plástico ou papel, que fazem barulho, devem ser passados por todo o corpo do animal.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Comparando freio/bridão com freio pelham.

 

Nesta comparação trata-se estritamente das embocaduras dentro das normas da FEI e da CBH, excluindo todas as variantes exóticas oferecidas na praça, fazendo falsas promessas de efeitos milagrosos !!!

Somente a boa equitação clássica usando procedimentos clássicos, inclusive com freio/bridão, pode ter efeitos quase milagrosos.

Montando alta escola com freio/bridão o animal encosta no bridão e o freio pulsa segundo as necessidades do momento.

Portanto o freio serve para a sintonia fina  ajudando  a estabelecer e dosar a postura que o exercício requer.

Esta função o freio cumpre com o mínimo de esforço e o máximo de sutileza do cavaleiro.

A função do freio não é de reunir ou dominar o animal !!!

Este elevado grau de sintonia fina, necessária para a precisão dos exercícios de alta escola, o pelham não  oferece. 

Os ingleses desenvolveram o pelham para a caça a raposa "fox hunting", para ter um controle adicional em momentos de muita impetuosidade da montaria, correndo com o grupo através do campo aberto em baixas temperaturas, durante a caça.

Outra diferença importante no uso é que contrario ao freio articulado Pelham, qualquer ação unilateral no freio de barra rígida sempre repercute nos dois lados, já que o freio não tem articulação!

Para o correto funcionamento dos dois tipos de freio é imprescindível o ajuste clássico da barbela, para permitir a formar um angulo de 45 graus entre os braços do freio e a comissura dos lábios do animal, com os dois lados do freio encostados levemente, porém firme no momento de ajustar!!!

Fonte: Cavalo do Sul de Minas. Autor: Helmut Grubbe, Alemão, Professor e Treinador de Adestramento Alemão Clássico, todos os níveis.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Andamentos

image

Marcha trotada: Observar o sincronismo perfeito na movimentação dos bípedes diagonais. Os tempos de suspensão, necessários para as trocas dos apoios bipedais diagonais, são mínimos. Ao contrário, no trote convencional, estes tempos de suspensão dos quatro cascos no ar são bem definidos. nas marchas trotadas mais cômodas, os tempos de suspensão são substituídos por tempos de apoios monopedais ou quadrupedais.

    Trote. Nota-se um sincronismo perfeito no deslocamento dos bípedes diagonais, com momentos de suspensão dos quatro cascos, facilmente identificados a olho nú. Simultaneamente aos impactos dos cascos no solo, o cavaleiro sente um forte atrito vertical. O trote é um andamento perfeitamente simétrico na mecânica de locomoção.

    Marcha batida. Existe um maior predomínio nos tempos de movimentação dos bípedes diagonais (elevação, avanço e apoio) em relação aos tempos de movimentação dos bípedes laterais, a dissociação entre o anterior esquerdo, na metade da fase de avanço, e o posterior direito, ao final da fase de elevação. Quanto mais cômoda for a marcha batida, maior tende a ser a dissociação entre os membros diagonais, resguardando-se condições favoráveis de aprumos, treinamento e equitação.

    Marcha Picada. O mecanismo é o inverso àquele descrito anteriormente para a marcha batida. Notar que o posterior direito acaba de tocar o solo, sendo seguido pelo anterior direito. Voltando um pouco, seria visualizado um nítido apoio lateral. Quanto maior for a lateralidade, mais próximo o animal estará da andadura, que é um andamento indesejável, de sincronismo perfeito entre a movimentação dos bípedes laterais, provocando sobre o assento do cavaleiro diversos tipos de abalos, ou atritos: verticais, laterais e longitudinais.

    Marcha de Intermediária - É definida pela nítida dissociação na movimentação dos bípedes diagonais e laterais, dificultando a identificação de um bípede dominante. É uma marcha intermediária, justamente por estar situada em um ponto central, entre a marcha picada e a marcha batida, mantendo uma equidistância dos extremos da andadura e do trote. A marcha de centro é a modalidade que melhor exprime a alternância de deslocamentos na dinâmica de movimentação dos autênticos marchadores. Na verdade a marcha de centro nada mais é do que o passo em velocidade rápida. A sequência e tipos de apoios são idênticos.

Fonte: Haras Garden

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

II Encontro de Muares de Sela

II Encontro de Muares de Sela – Feira de Santana-BA

Congelamento de Sêmen de Jumento

 

Resposta do sêmen de jumentos em diferentes fases do processo de criopreservação ao teste hiposmótico

CANISSO, I.F.1; SOUZA, F.A.2; KER, P.G.1; *RODRIGUES, A.L.3; SILVA, E.C3.; CARVALHO, G.R.1 ; CARDOSO, R.L.4


Introdução
A integridade funcional da membrana plasmática da célula espermática é de relevância para que haja o desencadeamento dos mecanismos fisiológicos envolvidos na fecundação (capacitação, reação acrossômica, fusão do espermatozóide com ovócito) (MAFFILI et al., 2003; SIQUEIRA et al, 2007), e para a manutenção e sobrevivência espermática no genital feminino(SQUIRES et al, 1999). Na tentativa de avaliar a funcionalidade de membrana plasmática de células espermáticas JEYENDRAN et al, (1984) propuseram o uso do teste de estresse hiposmótico (HOST) para avaliação da integridade funcional da membrana.


O HOST tem sido usado com sucesso na avaliação do sêmen de garanhão (FÜRST et al., 2005; MELO et al, 2005), bode (FONSECA et al, 2005) touros (ROTA et al, 2000) e jumentos (TRIMECHE et al, 1996). É considerado um método simples e acessível que pode ser utilizado em adição as avaliações rotineiras do sêmen, sendo baseado na ocorrência da passagem e transporte, semi-seletivo, de substâncias através da membrana, onde o mesmo ocorre com a passagem de água até que haja equilíbrio no gradiente de pressão osmótico (DAVIES-MOREL, 1999; MELO e HENRY, 1999).


Se uma célula espermática é colocada em uma solução hiposmótica menor que 290 mosm, ocorrerá a passagem de fluido do meio externo para o meio intracelular até que sejam igualadas as osmolaridades, o que resulta em ingurgitamento da cabeça e, principalmente, na região das fibras na cauda resultando em dobramento da mesma em espermatozóides com membrana intacta. Assim, este dobramento pode ser facilmente visualizado ao microscópio, onde quanto maior o numero de espermatozóides reagidos, melhor e mais funcionalmente estarão às membranas (DAVIES-MOREL, 1999; SIQUEIRA et al, 2007).


Os estudos com HOST em diversas espécies de animais domésticos têm apresentado resultados contraditórios em testes de correlação com fertilidade. SIQUEIRA et al. (2007) encontraram correlação média baixa (r2=0,23) para sêmen de touros congelado/descongelado; enquanto REVELL & MRODE (1994) encontraram correlação de 0,79 entre HOST e a taxa de gestação em bovinos; NIE et al, (2002) encontraram correlação de 0,33 entre o HOST e os resultados de fertilidade de campo para sêmen de garanhão.


Na literatura poucos trabalhos com HOST tiveram seu foco em sêmen de jumentos (TRIMECHE et al., 1998; SERRES et al., 2002; ALVAREZ et al., 2006), utilizando mais o cavalo o qual demonstrou que o referido teste pode ser empregado como método auxiliar para avaliação seminal.

O objetivo do presente estudo foi avaliar a variação da resposta ao teste hiposmótico em diferentes momentos do processo de criopreservação do sêmen de jumentos.


Material e Métodos
O experimento foi realizado em um haras comercial de produção de muares e asininos em Guaraciaba, Zona da Mata do Estado de Minas Gerais.


1 Setor de Eqüideocultura, Departamento de Zootecnia – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – Minas Gerais
2 Escola de Veterinária – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – Minas Gerais
3 Departamento de Veterinária – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – Minas Gerais.
4 Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul.

Utilizaram-se cinco jumentos (J1, J3, J4, J5 e J6) para a coleta de sêmen. Após feitas às avaliações e separação da fração gelatinosa, o sêmen foi diluído, na proporção de igual volume, de uma parte de sêmen para uma parte do meio diluidor de mínima contaminação (KENNEY et al., 1975).

O sêmen foi distribuído em tubos falcon graduados com capacidade de 15 mL, centrifugado por 15 minutos a 600g na centrifuga FANEN Baby II®. Após a centrifugação o sobrenadante foi removido com auxílio de uma palheta francesa de 0.5 mL, acoplada a uma seringa de 20 mL. Após a retirada do sobrenadante, o pellet formado foi cuidadosamente ressuspendido em dois diluidores de congelamento de sêmen: 1) Diluidor de MARTIM et al. (1979) e 2) Diluidor de NAGASE & NIWA, (1964), modificado com adição de orvus-es-paste (OEP) (lauril sulfato de sódio) na proporção de 0,08 mL, para cada 20 mL de gema de ovo. Teve-se o cuidado de utilizar tubos que haviam sido pares na centrifugação, para a divisão igualitária entre os dois diluentes.
O sêmen foi ressuspendido gentilmente com auxílio de uma pipeta automática com capacidade de 1000 μL. O volume de diluidor acrescentado foi o suficiente para atingir uma concentração final de 200 x 106 espermatozóides/mL, determinado por avaliação da concentração espermática momentos após a ressuspensão.


Após a adequação da concentração espermática o sêmen foi envasado manualmente em palhetas do tipo francesas (Minitub® do Brasil Ltda.) de 0,55 mL de capacidade, e lacradas com álcool polivinilico, previamente identificadas para cada um dos diluidores e cada um dos cinco jumentos (J1, J3, J4, J5, J6).


Em seguida, as palhetas foram depositadas em um dispositivo especial para resfriamento de sêmen eqüino descrito por FÜRST et al.(2005). O sêmen foi mantido dentro da geladeira neste dispositivo por 35 minutos, então o tubo de ensaio foi sacado do recipiente e em seguida permaneceu por mais 25 minutos, considerado este como tempo de estabilização, e então foi submetido ao congelamento.


Imediatamente antes do congelamento, uma palheta de cada diluidor foi retirada para realização do teste hiposmótico. Antes da realização destas avaliações as palhetas foram mantidas por pelo menos 5 minutos em banho -maria a 37 ºC.


Para o teste HOST, utilizou-se uma gota de 10μL de sêmen em 1 mL solução de sacarose 100 mosml, incubados por 60 minutos em banho-maria a 37ºC e fixado com 0,5 mL de solução de formol salino de HANCOCK (1957) para posterior avaliação, baseado nas metodologias de MELO e HENRY (1999) e FÜRST et al. (2005).

 
Na interpretação dos resultados utilizou-se o diagrama utilizado para sêmen caprino extraído de FONSECA et al. (2005). Previamente, procedeu-se homogeneização dos tubos fixados e uma gota da solução fixada foi colocada entre lâmina e lamínula, para a contagem de 100 células de cada ejaculado e de cada fase de processamento do sêmen.


Para isso utilizou-se microscopia convencional em aumento de 400x. O cálculo da reação de HOST foi feito por intermédio da seguinte fórmula: HOST= (% Caudas dobradas pós teste) – (% Caudas dobradas antes do Teste).


O congelamento foi feito pela técnica manual em caixa isotérmica de isopor com capacidade para 45 litros com dimensões de 50 x 80 x 50 cm (altura, comprimento e largura), com nível mínimo de nitrogênio líquido de 4 cm e grade flutuante, com bases de isopor, a 3 cm do nível de nitrogênio. A caixa térmica de isopor foi mantida em congelador doméstico (300 Litros) para se evitar variações no congelamento de acordo com a temperatura ambiente. O descongelamento foi realizado a 37ºC por 30 segundos.Para avaliação dos dados se fez uso do programa de Analises Estatísticas e Genéticas (SAEG, versão 9.1, UFV, 2007).


Resultados e Discussão
Os resultados registrados para o teste de estresse hiposmótico (HOST) foi de 51,16 ± 6,89%; 45,16 ± 5,95%; 44,69 ± 5,1%; 442,62 ± 5,11%; 42,56 ± 5,04% para sêmen fresco, sêmen resfriado/estabilizado (Nagase-modificado e Martim; na ordem) e sêmen congelado/descongelado (Nagase-modificado e Martim; na ordem), respectivamente (Tab. 01). Não foram registradas diferenças ao HOST entre sêmen fresco e resfriado/estabilizado para os dois meios (P>0,05), e nem entre os dois diluidores para o estágio do sêmen resfriado/estabilizado (P>0,05). O sêmen resfriado/estabilizado no diluidor de Martim, não foi diferente do sêmen congelado/descongelado no diluidor de
Nagase modificado (P>0,05), assim como não foi diferente a resposta ao HOST entre os meios diluidores para o sêmen congelado/descongelado (P>0,05).

Tab. 01 - Resultados para o teste de estresse hiposmótico para sêmen fresco, sêmen resfriado/estabilizado e sêmen congelado/descongelado Fase de processamento HOST (%)*
Semen Fresco 51,16 ± 6,89A
Sêmen Resfriado Nagase 45,16 ± 5,95A
Sêmen Resfriado Martim 44,69 ± 5,14AB
Sêmen Congelado Nagase 42,62 ± 5,11BC
Sêmen Congelafo Martim 42,56 ± 5,04C
*P>0,05 com ANOVA e teste de TUKEY com probabilidade de erro de 5%. **Diferentes letras na mesma coluna indicam diferenças estatísticas pelo teste de Kruskal-Wallis (P>0,05).


A variação da resposta percentual de células espermática reagidas ao HOST do sêmen fresco até sêmen congelado/descongelado foi muito baixa em torno de 11%, esta resposta foi provavelmente por conseqüência das diferentes sub -populações espermática presentes no ejaculado. O grau de resposta ao HOST se mantiveram constantes, provavelmente está seja a sub-população espermática com melhor taxa de sobrevivência ao congelamento/ descongelamento. De acordo com (CURRY, 2000) estão presentes no ejaculado diferentes sub-populações com características distintas de sobrevivência ao congelamento. MOORE et al, (2005) registrou a presença de 4 sub-populações em ejaculados de jumentos da raça Catalã, no sêmen fresco e resfriado, semelhante ao sêmen de garanhões. A importância do HOST foi demonstrada por VIDAMENT et al. (1998) e MELO e HENRY (1999), esses pesquisadores registraram alta correlação entre espermatozóides reagidos ao HOST com motilidade espermática para garanhões. No presente estudo, a correlação com HOST e motilidade progressiva para o sêmen congelado/descongelado foi média e positiva (r = 0,53 e r = 0,51 Martim e Nagasemodificado), não sendo registrada correlação (r = 0,038) entre o vigor espermático e fase do processamento do sêmen.

 
Para as demais características motilidade tota l e progressiva e o HOST registraram-se correlações negativas de médias a alta e conforme variou o processamento do sêmen fresco, resfriado/estabilizado e congelado/descongelado (r: -0,87;-0,87, -0,55, e -0,43 respectivamente). Ou seja, como era esperado à medida que se evolui na fase de processamento do sêmen de fresco/resfriado-estabilizado/congelado-descongelado, piores foram às respostas aos parâmetros como: diminuição da motilidade (total e progressiva) e menor percentual de células reativas ao HOST, indicando lesões a membrana espermática.


O parâmetro HOST apresentou baixa correlação (r = - 0,43) com a fase de
processamento do sêmen, provavelmente ocasionado pela menor variação observada no HOST, em média a variação das células reagidas variou em 8,6% do sêmen fresco até o sêmen congelado/descongelado, evidenciando que a população espermática que reagiu no sêmen fresco se manteve constante, viável até o descongelamento.


Em conclusão a resposta ao teste hiposmotico com a presente solução e metodologia, se manteve constante durante as diferentes fases de processamento do sêmen sugerindo que a população de células que reagiu no sêmen fresco sobrevivera ao congelamento.

Fonte: http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resumos/R0663-2.pdf

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Livros e DVDs sobre Doma

 

1.Doma Racional Interativa

por Paulo Guilhon

O autor pretende com este livro, despertar os adeptos do cavalo para aspectos psico-emocionais inerentes e indispensáveis, no decorrer do convívio entre o homem e o cavalo. A técnica aqui apresentada resume a essência da "Doma Racional Interativa", desenvolvida em 24 anos de experiências com a doma de eqüídeos, e 34 anos de convivências com esses animais.

 

2.Curso de Doma Racional com Monty Roberts

 

3.Curso de Doma Natural

 

image

 

4. Doma Racional

 

Este vídeo mostra a importância da doma racional e seus múltiplos aspectos tais como: qualidades que um domador deve ter, perfil psicológico do potro, objetivos da doma, artefatos e equipamentos necessários.

 

5. Doma Racional de Cavalos

Este vídeo mostra as etapas desenvolvidas durante o processo da doma, desde os primeiros contatos com o cavalo até a montaria, o que acontece na fase final de treinamento.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Marcha Antiga?

 

Mais uma vez estamos às voltas com um velho assunto:  A MARCHA! De tanto ser discutido, o assunto fica mesmo repassado, surrado, VELHO. Mas a marcha, aquela boa,  continua como sempre, com suas características inconfundíveis, que a tornam até  motivo de... “preservação permanente” ( e viva a ecologia! ).

Trocando idéias com criadores, novos e antigos na arte de criar cavalos, percebo às vezes que existe uma referência variável entre alguns aficionados ( mais comum aos mais novos ), que se reporta ao tempo em que iniciaram seus criatórios. Desta forma encontramos pessoas que se referem à marcha como  “aquela, antiga, verdadeira”, ou  “a marcha antiga, macia”, ou ainda “aquela marcha antiga, equilibrada, prá frente”. Cada uma destas pessoas, na verdade, defende seu conceito de “boa marcha” com argumentos que confirmam não só uma divergência de opiniões, mas também uma idéia de que a marcha tem a idade de seu próprio criatório. Sem a pretensão de definir a “boa marcha”, vejo sim a necessidade de dar a estes criadores alguns parâmetros que os auxiliem na tradução de seus conceitos, às vezes confusos pela falta de informações.

Se estudarmos a história da Raça Mangalarga Marchador, poderemos perceber nítidas influências que nortearam temporariamente sua evolução. Basicamente três fases se passaram até que se voltasse às origens, com evidências de um ganho zootécnico considerável, apesar dos erros de percurso cometidos. Entenda-se por volta às origens a valorização de um cavalo cuja marcha retrata a época em que se usava o cavalo, o tempo em que os parâmetros de seleção visavam a comodidade, o equilíbrio, a resistência, na busca de um animal capaz de percorrer longas distâncias, quer nas viagens, nas caçadas ao veado campeiro, na lida diária com o gado, sem  perder a elegância, o garbo.

Nas origens da Raça a marcha característica dos indivíduos da época despertava a atenção de todos que usavam o cavalo ( e não eram poucos). Sabe-se que não existiam animais de grande beleza estética. Eram comuns os cavalos de cabeça grosseira, frente pesada, sem refinamento. Primavam, no entanto, pelo andamento cômodo, equilibrado e avante, pela energia de movimentos e por sua resistência. Estas características marcaram os Marchadores na fase primeira de formação da Raça.

Com a necessidade de refrescar o sangue de sua tropa e mesmo comercializar seus produtos, os criadores da época passaram a freqüentar as exposições, que além de permitir uma troca de material genético, contribuíam na identificação dos indivíduos superiores, que deveriam ser usados na reprodução. Como reconhecimento pelo trabalho de seleção bem conduzido, os proprietários de tais indivíduos tinham seus animais premiados. Foi o início de uma nova era, em que outros interesses passaram a atrair criadores novos, voltados para um cavalo mais bonito, comercial. A substituição do cavalo por veículos motorizados de certo contribuiu para que fosse deturpada a visão do que seria um bom cavalo de sela. Foi então que se difundiu a idéia de “qualidade” com base na beleza estética, valorizando-se cavalos de cabeça leve, de orelhas com pontas convergentes. Teria sido uma fase muito positiva, se outros valores não fossem ignorados. A verdade é que a beleza estética não foi apenas somada à outras características, mas sim confundida com “parâmetro zootécnico” em substituição a tantos outros valores certamente mais importantes. Deixou-se de lado a busca de animais com boa estrutura corpórea, tanto óssea quanto muscular, a valorização de bons aprumos, e sobretudo foram esquecidas as virtudes funcionais do Marchador. A falta de uma conformação ideal, de membros posteriores fortes, capazes de propelir  os animais com equilíbrio,  energia e regularidade, permitiu o aparecimento de cavalos de marcha curta e desequilibrada, sem impulsão, animais cujos posteriores se arrastavam, e cuja vida útil se reduziu visivelmente. Constatava-se o fato pelo uso de animais (ainda que poucos ) em competições hípicas,  que ao contrário de premiações, o que obtinham eram lesões em seus membros, sinais de fragilidade estrutural. Este período contribuiu de forma decisiva para a desvalorização e o preconceito contra o Marchador como cavalo de esporte.

Preocupados com a situação que se mostrava real quanto aos rumos tomados pela Raça, alguns criadores trataram de rever seus programas de cruzamentos, priorizando a estrutura como meta. Sem sombra de dúvidas algumas características zootécnicas importantes foram acrescidas ao Mangalarga Marchador, permitindo assim que fossem produzidos cavalos mais enquadrados no padrão de cavalos de sela. Faltava no entanto uma melhor definição dos conceitos zootécnicos, na época mal compreendidos por alguns criadores. A estrutura corpórea, óssea, tendínea e muscular, a qualidade de membros e aprumos foram então confundidos por “volume” corpóreo. Não se pode negar que esta nova fase contribuiu em muito para que se melhorasse o tronco dos animais da época, que passaram a se apresentar muito mais profundos e arqueados, melhor cobertos de musculatura, muito diferentes portanto dos animais criados na fase anterior, débeis em seu tronco e membros. A confusão que se formou permitiu, no entanto, a multiplicação de animais cuja estrutura de membros não condizia com o peso e o volume corpóreos dos indivíduos. A situação se complicou quando, acreditando que seria este volume o parâmetro de qualidade estrutural, alguns criadores trataram de superalimentar seus produtos, apresentados em pistas como verdadeiros “suínos tipo banha”. Como se não bastasse, veio a descoberta maligna dos anabolizantes, e seu uso indiscriminado produziu animais totalmente ilusórios, bolos de carne sobre membros  incapazes sequer de sustentá-los em pé. Mas o pior estava por vir: caindo em desuso, os cavalos eram criados muito mais por sua conformação que para qualquer função como animal de sela. Os criadores não montavam, os animais não eram testados em sua aptidão maior. O outro lado da marcha se fez presente. Cavalos absolutamente diagonais, alguns mesmo quase ao trote, premiados em grandes exposições por sua condição “atlética”, se é que assim poderíamos defini-los. Atletas da obesidade, confinados em baias, sem nem poderem ser montados. Nos grandes haras era comum se reunir ao redor de um garanhão, apresentado imóvel ao cabresto, e tecer-se inúmeros elogios à sua conformação, sua estrutura. Suas aptidões como cavalo de sela, como marchador de fato, eram meros detalhes. Há de se comentar o temperamento linfático,  por muitos apresentado, e para o qual não se dava também importância.

Alguns criadores tiveram suas origens nas raízes da raça, e seus ancestrais lhes passaram a sensibilidade e o gosto por bons marchadores de sela. Estes, quando falam de marcha, se referem à marcha pura, original, verdadeira. Outros se iniciaram na criação à época dos animais comerciais, bonitinhos, cuja marcha, no entanto, não correspondia nem mesmo à sua beleza estética. E muitos se prenderam àquela marcha, sem saber do passado. Outro grupo, ainda mais jovem no que diz respeito à criação, “nasceu”  na geração “rocambole”, e aprendeu a valorizar um animal volumoso, grande e gordo, sem sustentação, e o que é pior, sem andamento. E alguns também se agarraram a este cavalo, como sendo o de boa marcha. Mas ter as origens do criatório nestas diferentes fases não é o problema. Complicado é não se ter referências do que de fato é bom, original, verdadeiro, e se prender ao que era tido como bom, sem que se abra os horizontes do conhecimento. O problema está no fato de não se conhecer aquilo que realmente foi preconizado por criadores que, nas origens da Raça, sabiam as reais virtudes de um cavalo, pela própria necessidade do seu uso.

O momento que hoje vivemos nos permite experimentar realidades que remontam ao passado inicial da Raça. O cavalo voltou a ser usado, a ser montado. Hoje os criadores buscam um cavalo marchador de fato, como era na sua origem. O ganho acrescido à raça nos oferece animais de um belo zootécnico superior, aliado à uma beleza estética que a todos agrada. E pode-se ver tudo isso nos verdadeiros marchadores, cômodos, equilibrados, enérgicos, ágeis, resistentes. Provas e mais provas são hoje disputadas com o Marchador, e os resultados são os melhores. Ganhando enduros em disputas acirradas com outras raças, provas de hipismo rural e mesmo o clássico, lá está o Marchador se fazendo vitorioso. A valorização dos técnicos em suas funções próprias e específicas, quer no serviço de registro ou nas pistas de julgamento, permitiu uma redução drástica na margem de erro dos cruzamentos, através de uma orientação pautada em conceitos realmente técnicos. Reduziu também o tempo gasto pelos criadores para atingir metas, ainda que intermediárias, no árduo ofício a que se propõem.

Quanto à marcha, aquela antiga, verdadeira, original, deve-se sua preservação a alguns poucos criadores, que não sucumbindo a modismos, souberam priorizá-la, perpetuando-a em seus criatórios pela seleção funcional. E para aqueles que se limitaram a ter como referência apenas o que era erroneamente valorizado, quando do início de seu envolvimento com a Raça, o que se vê hoje é a réplica melhorada daqueles animais da origem, que marchavam verdadeiramente, cômodos, equilibrados, enérgicos, ágeis, belos. . .

O conteúdo acima expressa a opinião do autor sobre o assunto. Caso você deseje complementar ou até mesmo discordar do tema sua opinião técnica também será publicada aqui.

Fonte: Empório do Criador. Autor: Roberto Naves

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tipos de Marcha – Equitação e Diagramas

TIPOS DE MARCHA – EQUITAÇÃO E DIAGRAMAS
A.P.Toledo – Engenheiro, criador de cavalos marchadores, autor dos livros: Mecânica de Sustentação e Locomoção dos Eqüinos, A Locomoção dos Eqüídeos – O Livro da Marcha e Tecnologia Não Invasiva para a Análise da Locomoção dos Eqüídeos.
Coordenador do Analoc-E.

CONSIDERAÇÕES:
A opinião de equitadores experientes sobre as marchas é muito importante para fazermos uma comparação subjetiva e técnica entre os tipos principais de MARCHA TROTADA, BATIDA COMPLETA E PICADA. Desta forma, pedimos a opinião de cavaleiros experientes e estudiosos da locomoção dos eqüídeos sobre essas marchas e juntamos a subjetividade do equitador com os subsídios técnicosque explicam as diferenças entre cada tipo, por meio de diagramas de marcha fornecidos pelo sistema Analoc-E.
Acreditamos que a tecnologia da análise da locomoção e arte da equitação poderão trazer algum esclarecimento aos criadores, profissionais e estudantes da equideocultura sobrecomo sentir e explicar as marchas dos cavalos e  outros equídeos.

MARCHA TROTADA – É um andamento marchado em 2 tempos, com predominância de apoios diagonais, apoios triplos inferiores a 10%, apoios laterais inferiores a 5% e possibilidade de ocorrência de apoios monopedal ou quádruplo durante a passada.
(Obs.) os percentuais são sempre referentes ao tempo de duração de uma passada completa, que na marcha a 12 k/h é equivalente4 a 600ms (milésimo de segundo).

Ponto de vista do equitador:
1 – Dr. Lúcio Sérgio Andrade: na marcha trotada é inevitável que o cavaleiro sinta atritos verticais, porém de melhor comodidade em relação ao trote convencional. Em cavalgada, somente os bons equitadores conseguirão sentir conforto continuo, como acontece nas marchas picada equilibrada, marcha de centro e batida clássica (completa).
2 – Dr. Ricardo Wuekert: A marcha trotada proporciona para o cavaleiro a sensação de  deslocar-se em um veículo que rola sobre 2 cilindros de sessão transversal elíptica, paralelos entre si e transversais ao sentido do deslocamento. O assento do cavaleiro descreve uma linha ondulada, ao longo do eixo do deslocamento.
3 – Dr. Sérgio Lima Beck: marcha trotada, em 2 tempos, sem suspensão, acho que é a mais saborosa, pois os 2 tempos são fáceis de serem acompanhados pelo movimento ritmado da nossa coluna se não contraída.

COMENTÁRIOS:

1 – Observa-se que os dois apoios triplos do diagrama são muito pequenos e inferiores a 6%, com pequena prevalência do triplo com dois posteriores (P1, P2, M1) com duração de 3,4% contra  2,5% do triplo com anteriores (M1, M2, P1).
2 – A dissociação é mínima e não pode ser avaliada por qualquer observador a olho nú (1,7% para M1-P2 e 0,8% para M2-P1), que caracterizam um apoio diagonal sincronizado em 2 tempos. Assim, a marcha é incompleta, simétrica e com reações ásperas no plano vertical, como sugere o Handicap de 4,38.
3 – A ausência de apoios laterais e a ocorrência de apoios diagonais de 94% caracterizam uma marcha trotada, transicional para trote (CL=0).
4 – O Diapasão que representa a relação entre apoio e suspensão dos quatro cascos durante a passada é de 1,06, mostrando que o tempo total de apoio dos cascos é equivalente ao tempo de vôo ou suspensão.

MARCHA PICADA – É uma marcha completa de oito apoios em 4 tempos, com predominância de apoios laterais sobre os diagonais, apoios triplos superiores a 20% e ausência de apoios indesejáveis; tais como mono, duplo de anteriores ou posteriores e quádruplo.

Ponto de vista do equitador:
1 – Dr. Lúcio Sérgio Andrade – marcha picada equilibrada a comodidade será igual à da marcha completa intermediária ou de centro, sem atritos. Se for com excesso de lateralidade o assento oscilará lateralmente, em um grau tanto maior quanto maior for a lateralidade dos deslocamentos.
2 – Dr. Ricardo Wuekert - a marcha picada proporciona para o cavaleiro a sensação de deslocar-se em um veículo que tem 4 rodas elípticas, posicionadas entre si com defasagem angular em relação ao eixo vertical imaginário que passe pelos seus centros. Na marcha picada, o assento do cavaleiro descreve uma linha, aproximadamente, helicoidal alongada ao longo do eixo do deslocamento.
3 – Dr. Sérgio Lima Beck – A marcha picada equilibrada tende a ser muito agradável também, mas trata-se de uma sensação diferente da marcha de 2 tempos, pois nessa de 4 tempos a sensação é de passividade, apenas observando a paisagem passar, como deslizar num tobogam; já que os tempos são muitos (4) e não são passíveis de serem acompanhados por nenhum movimento voluntário e ritmado da coluna do cavaleiro.

COMENTÁRIOS:

1 – Observa-se que os apoios triplos no diagrama são bem equilibrados (equivalentes em duração) com predominância dos triplos com posteriores (P1, P2, M1 e P1, P2, M2) com duração de 23,1% contra  17,6% dos triplos com os anteriores.
2 – A dissociação equilibrada em ambos os bípedes diagonais (26,4% para M1-P2 e 26,4% para M2-P1) que proporcionam uma PERFEITA assimetria de 0,0%. O equilíbrio da marcha está garantido pela dissociação equivalente em ambos os lados do deslocamento, caracterizando uma verdadeira marcha simétrica e cômoda como sugere o ótimo Handicap de 10,3.
3 – A proporção entre apoios laterais e diagonais caracteriza uma marcha picada de alta qualidade, com os apoios laterais superiores em 56% aos apoios diagonais (CL=1,56).
4 – O Diapasão que representa a relação entre apoio e suspensão dos quatro cascos durante a passada é de 1,51, mostrando que o tempo total de apoio dos cascos é 51% superior ao tempo de suspensão.

MARCHA BATIDA COMPLETA – É uma marcha completa de 8 apoios em 4 tempos, com predominância de apoios diagonais sobre os apoios laterais; apoios triplos superiores a 20%, dissociação do bípede diagonal superior a 10%, com ausência de apoios indesejáveis tais como, mono, duplos de anteriores ou posteriores e quádruplo.
Ponto de vista do equitador:
1 – Dr. Lúcio Sérgio AndradeA marcha batida completa  tem discretos atritos verticais, sem afetar a comodidade em cavalgadas de media a longa distância, com a vantagem da maior amplitude de passadas em relação à marcha picada. 
2 – Dr. Ricardo Wuekert - A marcha batida proporciona para o cavaleiro a sensação de deslocar-se em um veículo onde os eixos teriam sessão transversal circular. Nesse caso, o assento do cavaleiro descreve uma linha reta ao longo do eixo do deslocamento.
3 – Dr. Sérgio Lima Beck - Na marcha batida completa, a sensação também é muito agradável, com uma passividade, devido aos 4 tempos, que não permitem acompanhamento voluntário ritmado da coluna do cavaleiro.

COMENTÁRIOS:
1 – Observa-se que os apoios triplos do diagrama são bem equilibrados (equivalentes em duração) com ligeira predominância dos triplos com dois posteriores (P1, P2, M1 e P1, P2, M2) com duração de 18,4% contra 17,5% dos triplos com os anteriores.
2 – A dissociação equilibrada em ambos os bípedes diagonais (20,4% para M1-P2 e 19,4% para M2-P1) que proporcionam uma excelente assimetria de 1,0%. O equilíbrio da marcha está garantido pela dissociação equivalente em ambos os lados do deslocamento, caracterizando uma verdadeira marcha simétrica e cômoda como sugere o Handicap, até agora inigualável, de 12,72.
3 – A proporção entre apoios laterais e diagonais caracterizando uma marcha batida de qualidade, com os apoios diagonais equivalentes ao dobro dos apoios laterais (CL=0,5).
4 – O Diapasão que representa a relação entre apoio e suspensão dos quatro cascos durante a passada é de 1,44, mostrando que o tempo total de apoio dos cascos é 44% superior ao tempo de suspensão.

CONCLUSÕES:
1 - As marchas completas de 8 apoios em 4 tempos podem ser batidas, nas quais prevalecem os tempos de apoios diagonais sobre os laterais; intermediárias ou de centro - que têm tempos de apoio diagonais equivalentes aos de apoios laterais, com CL variando entre 0,8 e 1,05; e picadas equilibradas, nas quais prevalecem os tempos de apoios laterais sobre os diagonais, com CL variando entre 1,05 até 5. O parâmetro handicap acima de 6,0 comprova a comodidade do deslocamento.
2 – As marchas completas são aquelas que têm 4 apoios triplos intercalados por apoios diagonais e laterais sucessivos. Elas têm dissociações nítidas dos bípedes diagonais, que possibilitam a ocorrência dos referidos apoios triplos proporcionais de anteriores e de posteriores, responsáveis pela comodidade e regularidade da marcha.
3 – A ocorrência de dissociação equivalente em ambos os bípedes diagonais garante a assimetria nula ou muito pequena (inferior a 5%), que proporciona na marcha, a ausência de movimentos parasitas e o correspondente atrito para o cavaleiro no plano médio-lateral.
4 – A morfologia e os impulsos cerebrais, aliados à saúde e ao preparo físico do animal, proporcionam rendimento e velocidades médias da marcha em cada raça. Todo indivíduo tem a sua velocidade ideal de deslocamento, durante a qual ele apresenta o seu maior desempenho e qualidade da marcha (handicap). No cavalo marchador a velocidade média está em torno de 12 k/h. Nas raças de maior porte como o Campolina, o Mangalarga e os muares cruzados com éguas da raça campolina, a velocidade média está em torno de 13 k/h.
(Ref.) – Analoc-E – 1990 – 2009.
5 – Observamos nas opiniões dos equitadores que o ponto comum entre eles é que:
5.1 - Nas marchas completas equilibradas, devido aos 4 tempos, o Centro de Gravidade (CG) do conjunto cavalo e cavaleiro têm deslocamento mínimo nos planos vertical e médiolateral, com sensação cômoda de avanço no plano anteroposterior. Essas marchas, portanto exigem menor grau de equitação do cavaleiro.
5.2 - Na marcha trotada em 2 tempos o CG do conjunto tem maior atrito nos planos vertical e anteroposterior, exigindo maior grau de equitação do cavaleiro.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Embuçalar

 

Aparta-se o animal conduzindo-o para uma mangueira ou um redondel. O domador entra para a mangueira com calma, procurando fazer com que o animal atenda. Tudo deve ser feito sem pressa, com muita tranqüilidade.


O animal naturalmente tentará se afastar, o domador deve acompanhá - lo durante a sua suposta fuga. Como estará em um redondel, o animal terá a impressão de que o domador estará sempre ao seu lado. O domador deve observar a orelha do animal que estiver para o centro do redondel.


Quando a mesma estiver virada para o domador, indicará que o animal estará respeitando a sua presença.


Ao se conseguir uma maior aproximação, inicia-se o contato físico com o animal pela testa e entre as orelhas, logo após coloca – se o buçal. Acariciando logo após pescoço e seus membros.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A gestação gemelar em equinos.

 

A gestação gemelar é a principal causa de aborto nas éguas (Merkt et al., 1982), é também responsável pelo aparecimento de endometrites crônicas. A presença de gêmeos ocorre em 93% dos casos devido a ovulações duplas (Ginther, 1987). Estas ovulações são influenciadas pela idade (éguas adultas tendem a apresentar maiores taxas de ovulações duplas) e raça (ovulações duplas são inexistentes em pôneis, de frequencia média em QM e Árabes e alta em raças pesadas, este fato estaria relacionado ao tamanho das éguas segundo Ginther (1986)).

Com a melhora nas técnicas e aparelhos de ultrassonografia, nos últimos 20 anos a incidência de abortos induzidos devido ao diagnóstico da gestação gemelar aumentou consideravelmente (Ball, 2000).

A gestação gemelar em equídeos é rara, a taxa de concepção de gêmeos dizigóticos em éguas PSI foi de 2% em 2.673 casos observados. A ocorrência natural de gêmeos idênticos é impossibilitada pela inabilidade geral da égua em levar dois conceptos a termo. Esta característica decorre principalmente da competição entre as placentas pelo contato com o endométrio materno, resultando em insuficiência placentária para ambos os conceptos. A perspectiva é que o feto em desvantagem morra durante a segunda metade da gestação, dando início ao abortamento de ambos.

Gêmeos de diferentes tamanhos (idade) geralmente fixam-se no mesmo corno, enquanto que gêmeos iguais (idade) têm a mesma chance de se fixar tanto no mesmo corno quanto em cornos contralaterais. A fixação lado a lado dos embriões faz com que ambas as vesículas mantenham contato das membranas fetais entre si em detrimento do contato com o endométrio. Isto reduz a passagem de nutrientes para os embriões e, consequentemente, aumenta as chances de reduções espontâneas de um ou dos dois embriões (Ginther, 1986).

            Antes dos 40 dias de gestação a maior parte das gestações gemelares são espontaneamente reduzidas, entretanto, após os 40 dias é imprescindível que se tome providencias para a prevenção dos problemas causados pela gestação gemelar, como: crescimento retardado de ambos os fetos, distocia, baixa viabilidade de ambos os embriões, e menor fertilidade em das éguas que abortaram fetos gêmeos prematuros, além da baixa viabilidade e performance atlética dos potros que conseguiram nascer.

            Os métodos mais utilizados para a prática do aborto ainda nos primeiros meses de gestação são: privação alimentar severa, punção das vesículas embrionárias com auxílio de ultrassom, trauma manual, injeção de substâncias no feto capazes de causar sua morte e conseqüente aborto (KCl, procaína penincilina G). Fetos de gestações avançadas podem ser removidos cirurgicamente.

Autora: Paula Gomes Rodrigues

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

História de Tropeiro 10

 

Milton Lemos Ferreira: Tropeiro

 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Carrapatos

Previna-se na sua cavalgada

Aproveitar a natureza, passear pelos campos e montanhas, visitando fazendas ou parques florestais no lombo de um animal é sempre muito agradável. Mas devemos ter cuidados especiais antes de iniciar um passeio.

Devemos verificar se o animal está devidamente selado e com arreamentos adequados e confiáveis. Conhecer bem o trajeto ou ter um guia que conheça bem o roteiro para evitar surpresas desagradáveis.

Os cavaleiros devem estar trajados com calças compridas e botas que sejam confortáveis caso tenham que caminhar em algum trajeto.

Nesta época do ano ocorre alta infestação de carrapatos em algumas áreas rurais, ou parques próximos às áreas urbanas. E os carrapatos são importantes transmissores de doenças para os animais e para o homem.
A espécie de carrapato que parasita os animais que é de importância para o homem é o Amblyomma cajennense, conhecido como: carrapato de cavalo, rodoleiro, carrapato estrela ou micuim em sua fase jovem.

Ele é responsável pela transmissão da Febre Maculosa. Que é uma doença de difícil diagnóstico, mas que pode ser facilmente combatida se tratada rapidamente com antibióticos. Felizmente sua ocorrência é muito baixa. Os Estados Brasileiros com casos descritos são: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

O agente da doença é uma Ricketsia, pequena bactéria que parasita células e é transmitida por artrópodes. Para que ocorra a transmissão da doença é necessário que o carrapato fique aderido à pele do homem por um tempo mínimo de quatro horas. Portanto, uma medida preventiva é vistoriar o corpo a cada duas à três horas, quando estivermos em áreas que tenham carrapatos. Retirar os carrapatos sem esmagá-los para evitar risco de transmissão por lesões da pele.

Os primeiros sintomas após a picada do carrapato aparecem de sete a dez dias, e são geralmente: febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, diarréia e máculas (manchas avermelhadas pelo corpo). O tratamento deve ser iniciado rapidamente. Para facilitar o diagnóstico pelo médico, este deve ser informado se a pessoa teve contato com carrapato, animais ou se esteve em áreas rurais.

Os cães podem ser importantes carreadores de carrapatos. Cuidado ao retornar com cães de áreas rurais ou parques. Eles devem ser inspecionados e receber os devidos cuidados.

As capivaras, aves e os bovinos, também são parasitadas por esse carrapato.

Deve-se evitar caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos no meio rural ou parques de áreas urbanas.

Para sua melhor proteção utilize sempre roupas de cores claras, calça comprida, botas, meias ou fitas adesivas na bainha da calça com a bota.
Podem ser usados repelentes a base de DEET(N-N-dietil-meta-toluamida), com o devido cuidado.

Manter áreas gramadas sempre aparadas próximas às residências.
Ter cuidados com roupas utilizadas e tomar banho após contato com carrapatos.

Aspectos ligados aos eqüídeos

Considerando sua importância devemos controlar de forma eficiente e equilibrada os carrapatos dos eqüídeos.

Os Centros hípicos e Clubes de corridas podem exterminar os carrapatos porque enviam cavalos para outros países em que há um controle rigoroso de Babesiose dos eqüídeos. As fazendas de criação devem manter os carrapatos em uma infestação mínima para que os animais tenham imunidade contra Babesiose, que é uma doença transmitida pelos carrapatos e que exige o contato periódico para que o animal tenha imunidade. Caso os carrapatos sejam totalmente eliminados e estes animais venham a ter contato futuro com a Babesia, este pode adoecer.

Para facilitar o controle do carrapato precisamos conhecer seu ciclo de vida.

O Ambliomma cajennense, conhecido como carrapato de cavalo tem seu ciclo de vida completo em torno de um ano.

As fêmeas depois de fecundadas e ingurgitadas (teleóginas), desprendem-se do hospedeiro e realizam a postura no solo cerca de 12 dias após. Após o período de postura de 5.000 ovos em média, a fêmea morre. O período de incubação dos ovos em temperatura adequada, cerca de 25 o C, dura em média de 30 dias, ocorrendo o nascimento das larvas, que são hexápodes (seis patas). Estas sobem nos hospedeiros e alimentam-se de linfa, tecidos digeridos e sangue por três a seis dias. Desprendem-se do hospedeiro e abrigam-se no solo por um período de duas a três semanas e transformam-se no estágio de ninfa, que são octópodes (oito patas). Estas ninfas parasitam um novo hospedeiro durante uma semana e se ingurgitam de sangue e desprendem novamente do hospedeiro. Transformam-se em adultos no solo após um período de três semanas em média, conforme condições do ambiente. Os adultos acasalam-se durante o parasitismo no hospedeiro final, as fêmeas fertilizadas iniciam o ingurgitamento que termina em um período de 8 a 10 dias, quando se desprendem do hospedeiro iniciando novo ciclo.

Conhecer o ciclo do Carrapato permite utilizar medidas estratégicas de controle. Cada fase do ciclo do carrapato ocorre em uma época do ano. As larvas ocorrem nos meses de março a julho, as ninfas ocorrem nos meses de julho a novembro e nestes períodos é possível fazer o controle químico, com pulverizações ou uso de produtos de uso interno. Essas fases jovens são mais sensíveis aos produtos químicos, assim as pulverizações devem ser feitas com intervalos de sete dias.


A fase adulta ocorre nos meses mais quentes, de novembro a março. Os adultos são muito mais resistentes aos produtos químicos e as condições adversas do ambiente, podendo sobreviver em jejum por até dois anos, sendo de extrema importância o uso correto dos carrapaticidas, para evitar resistência a estes. Deve-se realizar Carrapatogramas para escolher os produtos de maior eficácia para cada fazenda.

Os carrapatos adultos podem ser controlados por práticas de catação manual das fêmeas ingurgitadas evitando que estas realizem a oviposição, interrompendo o ciclo.

Animais introduzidos no haras, a qualquer momento devem ter exame negativo de Anemia Infecciosa Eqüina, passar por um período de observação de 10 dias e tratados com um carrapaticida.

Vamos cuidar da saúde de nossos animais e conseqüentemente estaremos cuidando da nossa.

Texto Adaptado. Autor: Rivaldo Costa, Fonte:Empório do Criador

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Tratamento do Jumento

 

Apesar deste animal ser originário de regiões semi-desérticas e de se adaptar a viver sob as mais diversas condições, climas, tipos de relevo e habitats, ele não dispensa de alguns cuidados básicos que devem ser levados em conta. Também não se deve esquecer que o jumento é um animal gregário, e não deve ser mantido sozinho, sendo sempre preferível manter pelo menos dois jumentos juntos. Caso não seja possível, poderá ser mantido com um animal de outra espécie (cavalo, cabra, ovelha, entre outros).

Alojamento

A fim de proporcionar as condições de alojamento essenciais à garantia da qualidade de vida destes animais, deve-se utilizar um sistema de estabulação parcial, que compreende uma zona coberta (estábulo ou abrigo) com acesso a um espaço aberto devidamente vedado.

A zona coberta deve ser bem arejada, mas também proteger o animal de correntes de ar e da chuva. O estábulo ou abrigo deve ser regularmente limpo de estrume acumulado, um fator importante para a manutenção de um ambiente higiénico e preventivo de doenças. Não esquecer o pavimento, que não deve ser escorregadio, e deve ter uma área coberta de palha para os animais se deitarem.

Em contrapartida, o estábulo ou abrigo deve ainda obedecer a outros requisitos, nomeadamente a instalação de manjedouras colocadas à altura indicada (cerca de 1 metro do solo), limpas com regularidade de pó, sujeira e restos de comida, e o fornecimento de água fresca e limpa durante todo o dia, recomendando-se para isso os bebedouros automáticos e uma pedra de sal, fonte natural de sais minerais essenciais.

Em condições ideais, o estábulo deve ter acesso direto e estar aberto para uma área aberta ou cercado, protegida por cercas fortes e seguras, excluindo-se o arame farpado pelos perigos que apresenta (recomenda-se cerca elétrica). A área deve ser suficientemente ampla para os animais se exercitarem livremente e espojarem.   

Alimentação

Uma boa alimentação deve ser rica em nutrientes, vitaminas, sais minerais e fibra. Contudo, o regime de alimentação a ser adotado deverá ser adaptado a cada animal, em função da idade, do peso e da condição (caso das fêmeas gestantes e dos animais muito jovens), ao que se recomenda procurar a orientação do veterinário.

Como regra geral, a alimentação de um jumento deve ser abundante e variada, composta por feno ou palha de boa qualidade (fonte natural de fibra), disponível todo o dia, ração própria para equinos (levando em conta as considerações acima enunciadas), pasto caso possível ou frescos (fonte natural de vitaminas e importante para o correto funcionamento intestinal), caso das cenouras, nabos ou maçãs (em moderação). Em especial no Inverno, recomenda-se a adição de óleo vegetal em pequenas quantidades à ração.

As refeições devem ser administradas em horarios regulares, de preferência 2 a 3 vezes por dia.

Note que, contrária à crença generalizada, o pasto por si só não é uma fonte de alimentação suficiente, devendo ser complementado por feno e ração.

Em casos especiais (fêmeas gestantes ou lactantes, potros, convalescentes ou jumentos muito idosos), a alimentação terá ainda de ser suplementada por compostos vitamínicos apropriados aos casos referidos.

Higiene

Os cuidados de higiene dados aos jumentos com regularidade são importantes e apresentam diversas funções. Escovar o jumento simula um ato social típico dos grupos de equídeos, em que os laços afetivos entre o animal e o seu tratador são aprofundados. Em contra-partida, as tarefas de limpeza do animal facilitam a detecção de eventuais problemas em fase inicial, permitindo que se tome uma ação imediata. Finalmente, a rotina higiénica do animal é a base de uma vida saudável.

Os principais cuidados de higiene do jumento são a escovação do pêlo, a limpeza dos olhos e dos cascos.

O pêlo dos animais deve, por rotina, ser escovado a uma frequência semanal; no caso dos jumentos criados ao ar livre não se recomenda que esta operação seja executada mais vezes, sob o risco de retirar do pêlo do animal os óleos naturais de protecção aos agentes climatéricos. Ao se escovar o jumento, deve-se seguir a direção do pêlo, começando no pescoço e descendo para a traseira.

Ao se escovar o jumento, recomenda-se, pela ordem descrita, o emprego de uma rasqueadeira em movimentos circulares para soltar a sujeira, seguida da escova em movimentos descendentes para limpar os pêlos soltos. A cabeça deve ser escovada apenas com uma pequena escova macia. Estas escovas são fáceis de obter em qualquer loja de artigos equestres.

No caso dos jumentos idosos, por vezes o saco lacrimal fica obstruído, causado descargas de substâncias líquidas ("ramelas"). A sua limpeza é simples, bastando limpar à volta dos olhos com um algodão embebido em soro fisiológico ou água de rosas, um gesto que deverá fazer parte do programa de higiene do animal.

Por fim, a limpeza de cascos é muito importante para a remoção de sujeiras e estrume acumulados ou ainda de alguma pedra. Esta operação é vital à manutenção do casco saudável, funcionando como um complemento à aparação, pois permite detectar irregularidades como infecções ou até abcessos.

Aparação de cascos

Tal como em outros equídeos, o bem-estar do jumento estende-se à manutenção dos seus cascos. Antigamente, os jumentos, quando eram animais de tração, ao trabalharem exaustivamente desgastavam os cascos, o que levava a que muitos fossem até ferrados. Todavia, hoje, com o abandono da agricultura tradicional, o uso do jumento foi sendo alterado, tornando-se primordialmente um animal de companhia, de lazer ou usado em trabalhos mais leves.

Por estas razões, os cascos do jumento já não justificam a colocação de ferraduras, se bem que continuam a requerer cuidados apropriados, a fim de salvaguardar o bem-estar do animal e a sua mobilidade.

Assim, os cascos devem ser observados e aparados regularmente por um profissional especializado no trato destes animais, de preferência de 2 em 2 meses, se bem que em certos casos a periodicidade desta operação poderá ser diferente.

Deve-se advertir, que existem graves consequências para o animal quando a aparação é executada por pessoas não especializadas. O mesmo se aplica ao desleixo com estes cuidados básicos. Por exemplo, 90% dos jumentos que chegam ao Abrigo do Jumento, apresentam problemas nos cascos, alguns irreversíveis e crônicos, fruto de aparações deficientes ao longo dos anos ou de negligência dos antigos proprietários.

Cuidados veterinários

A saúde e bem-estar do jumento depende das boas condições em que são mantidos, da alimentação adequada e dos cuidados veterinários.

Os cuidados veterinários são de dois tipos: os regulares, essenciais a um animal saudável e de carácter preventivo ou correctivo, e os pontuais, quando o animal manifesta sintomas de doença.

No quadro dos cuidados regulares encontram-se as vacinas anuais contra à gripe equina e ao tétano, que deverão ser administradas pelo veterinário. Ao mesmo tempo, o animal deve ser vermifugado por via oral, com medicamento apropriado de 3 em 3 meses, devendo haver o cuidado de alternar vermifugos de largo espectro com outros mais específicos.

Um outro cuidado regular, e que se aplica sobretudo aos animais mais velhos, é a inspeção anual dos dentes, que deverá ser conduzida pelo médico-veterinário, e da qual podem resultar tratamentos dentários, tais como limar as pontas, as extrações ou corte de extremidades entre outros. Em alguns casos (jumentos idosos ou animais com problemas odontológicos) chegam a ser necessárias mais intervenções por ano.

No âmbito dos cuidados pontuais, aos primeiros sinais de doença, o médico-veterinário deve ser chamado sem demora. A título de exemplo, destacam-se as dermatites, normalmente sazonais, e que ocorrem com maior frequência nas mudanças de estação (Inverno/Primavera ou Verão/Outono), as pneumonias, mais frequentes no Inverno, e as cólicas que podem acontecer durante todo o ano (podem ter causas várias, mas as mais comuns derivam de mudanças bruscas na alimentação).

Texto modificado. Fonte: Burricadas