Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

sábado, 2 de outubro de 2010

Higiene dos Animais em Estábulos

A limpeza de um animal estabulado deve ser diária. Poderá ser feita estando o animal solto ou com cabeçada de prisão (cabeção) e guia (corda) que para o efeito será segura por um auxiliar, enquanto o tratador procede à limpeza do animal, ou presa numa "argola" com um Nó de Segurança. Estas opções, como todas as respeitantes ao tratamento e manejo geral de animais, devem ser tomadas tendo em conta a segurança do próprio animal e a dos tratadores. As rotinas de maneio são boas se os tratadores souberem adaptá-las aos animais em presença em lugar de tentarem impô-las indiscriminadamente.

 

Por princípio deve se escolher um local calmo e sombreado ou onde o animal já esteja familiarizado por ser mais securizante, para onde se transportou previamente todo o material que será necessário. Os equinos não são predadores. São presas. Por isso, a sua reação a situações percebidas como estranhas e de alguma forma ameaçadoras é a fuga. Por outro lado, sendo animais "hierárquicos" procurarão impor a sua vontade. Tendo boa memória, deve evitar-se ensinar-lhes o que não queremos que aprendam… Cabe aos tratadores, usando da inteligência, evitar situações a que previsivelmente os animais reagirão inadequadamente e conflitos de vontades. Por exemplo, é mais fácil fazer um animal renitente entrar num reboque (ou outro local estreito, escuro ou simplesmente desconhecido) atrás de um balde de ração do que à frente de um chicote. Por essa razão, havendo "vontades divergentes" entre o animal e o tratador, deve este último agir racionalmente, recorrendo ao incentivo através da voz, das festas e da oferta de "guloseimas" que agem duplamente como "suborno" e prémio. A prazo, o reforço positivo dá frutos, gerando um cavalo confiante. Tal facilita o manejo geral, a intervenção dos Veterinários (que são sempre necessários na vida de um cavalo) e a administração de tratamentos e dos Ferradores.

 

LIMPEZA COM O ANIMAL PRESO

Presume-se aqui que o animal já aceita a cabeçada de prisão (cabeção). A opção com ou sem auxiliar para segurar a guia não deve ser tomada em função da existência ou não de auxiliares disponíveis na ocasião, mas sim tendo em conta as características do animal em presença. A função do auxiliar será a de segurar a guia e, caso o animal se assuste, ceder para que ele compreenda que tem a possibilidade de fugir mas que tal não é necessário pois a situação não é de fato ameaçadora.

Nó de Segurança

image

No caso de animais mais confiantes, podem estes ser presos numa argola, mas sempre com um Nó de Segurança, para que possam ser soltos imediatamente em caso de necessidade.


Um animal em pânico debate-se e procurará por todos os meios fugir puxando para trás. Constituirá um perigo para si próprio e para todos os que o rodeiam.

Caso a guia tenha sido colocada directamente na argola, o tratador deverá puxar a ponta solta para que o nó se desfaça de imediato. Porém se a guia tiver sido colocada num laço de guita fina, esta irá se partir facilmente por si só, constituindo assim uma segurança extra.

 

A limpeza dos animais deve ser um momento agradável e de descontracção para ele. Uma ocasião de criar laços positivos com quem dele se ocupa e o ser humano em geral.

 

MATERIAIS DE LIMPEZA

Como foi dito anteriormente, todos os materiais de limpeza necessários devem estar previamente no local, será mais fácil arruma-los numa caixa, um Estojo de Limpeza. Todos os materiais devem estar em boas condições, inclusivamente de limpeza. Teoricamente, cada animal deveria dispor de um Estojo de Limpeza próprio pois assim se evita a propagação de doenças. Com o mesmo objectivo, além de lavados com detergente, os materiais devem ser sempre desinfectados com lixívia (ou outro desinfectante bactericida/fungicida), passados por água abundante e postos a secar antes de voltarem a ser utilizados. Estas razões sanitárias devem presidir na compra de materiais de limpeza, devendo-se evitar escovas de madeira e/ou com pelos ou cerdas naturais, que além de putrescíveis não garantem uma completa desinfecção.

 

ETAPAS DA LIMPEZA (SIMPLIFICADAS)

A ordem de execução da limpeza é sempre a mesma, começando da nuca para baixo, deixando-se a cabeça para o fim.

 

CARDOA

image

A cardoa é uma escova com pelos rijos. Deve ser passada no sentido do pelo com o objectivo de retirar areia, restos de palha e sujidade, incluindo lama seca, antes de se usar a escova de borracha. O uso da escova de borracha sem que antes se tenha passado todo o cavalo com uma cardoa para "tirar o pó" irá produzir, além de desconforto para o animal, micro-arranhões em todo o corpo do cavalo, portas de entrada para bactérias e fungos.


ESCOVA DE BORRACHA

image

Apenas a escova de borracha é adequada para limpar equinos. A escova de metal destina-se exclusivamente à limpeza da brussa, conforme será explicado em seguida. Nunca à limpeza dos animais.
A escova de borracha deve ser passada no sentido do pelo e a contra-pelo com o objectivo de levantar a sujidade produzindo-se então alguma escamação da pele, o que é natural.

 

BRUSSA

image

A brussa é uma escova com pelos macios. Deve ser passada em movimentos circulares terminando-se no sentido do pelo, para dar lustro. Para limpar a brussa dos pelos e sujidade, passa-se esta pela escova de metal que se tem na outra mão. Limpa-se a escova batendo-se com esta no chão (e não nas paredes). Certos animais, principalmente os machos não castrados (inteiros), são sensíveis na zona da barriga e entre pernas pelo que é mais prudente que o tratador apenas passe a mão nas virilhas, certificando-se visualmente da limpeza e integridade dos genitais.

Apenas a brussa é utilizada na limpeza da cabeça dos animais, o que deve ser feito muito cuidadosamente para não magoar as projecções ósseas nem atingir os olhos.

image

Limpeza da brussa na escova de metal Durante todo o processo o tratador deve manter-se paralelamente ao animal, fora do alcance de coices e pernadas. A manutenção de uma das mãos sobre ele, nomeadamente na garupa, permitirá antecipar estes movimentos de defesa e evitá-los.

image

Escovação da crina e cauda com a brussa.

A brussa serve igualmente para escovar as crinas e a cauda e nunca se deve utilizar a cardoa, que parte os pelos e deixa crinas e cauda desguarnecidas. Também aqui deve o tratador localizar-se paralelamente ao animal, desviando a cauda para o lado. Deverá segurar a cauda com uma das mãos, como na figura, escovando com a outra de baixo para cima, isto é, começando da ponta para a base da cauda, madeixa a madeixa, por forma a não arrancar escusadamente os pelos. Caso a cauda esteja muito embaraçada e suja, melhor será lavá-la com um shampoo próprio para equinos  e desembaraçá-la quando estiver com espuma. Sendo a limpeza dos animais um momento agradável e de descontracção para ele, dever-se estar atento a quaisquer sinais de dor ou desconforto que o animal evidencie corrigindo a actuação para que tal não se torne num momento de tortura.

 

PANOS

Deve dispor-se de pelo menos um pano ou toalha pequena para a finalização da limpeza.  Os panos/toalhas têm vantagem sobre as esponjas pois os panos sendo lavados e desinfectados com lixívia tal como o restante material, ficam efectivamente limpos, enquanto que as esponjas retêm no seu interior a sujeira.


Os panos são de utilização única e individual, nunca transitando de cavalo para cavalo, por razões sanitárias. Assim, se vai limpar seis animais, são precisos seis panos limpos. O pano/toalha serve para limpar a cabeça e a zona do períneo, por esta ordem. Molha-se o pano/toalha num balde com água apenas ou à torneira e com uma ponta limpa-se cuidadosamente um olho e com a outra ponta o outro olho de maneira a não propagar eventuais afecções oculares. Após lavar o pano/toalha no balde ou à torneira, procede-se do mesmo modo para as narinas. Volta a lavar o pano/toalha e limpa-se em seguida a zona perineal começando pelos órgãos genitais e terminando no ânus. O pano/toalha utilizado deve ser lavado com detergente e desinfectado com lixívia antes de voltar a ser utilizado no mesmo ou em outro animal. A limpeza proporciona aos tratadores uma ocasião privilegiada para avaliarem a condição geral dos animais.

 

Conhecendo o seu comportamento normal, poderão observar se estão abatidos ou "incomodados", tumefações e/ou aumento de temperatura nos membros, pequenas feridas que ainda que pequenas devem ser sempre lavadas abundantemente e desinfectadas, olhos lacrimejantes e semi-serrados e corrimentos nasais espessos uni ou bi-laterias que exigem a avaliação de um Veterinário. O papel, dos tratadores, além do distribuir a alimentação e providenciar a limpeza dos locais, é insubstituível na boa condição física e psicológica dos animais a seu cargo.

 

Em breve – Cuidados com o casco

Nenhum comentário:

Postar um comentário