Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

terça-feira, 29 de março de 2011

Curiosidades

 

Os nomâdes da Eritrea costumam deixar jumentas perto de poços e outras fontes de água durante a noite para serem cobertas por jumentos selvagens, eles acreditam que dessa forma podem melhorar a raça do rebanho.

sexta-feira, 25 de março de 2011

LINGUAGEM CORPORAL

 

Os equinos, asininos e muares se comunicam sobretudo através de expressões e gestos. A comunicação é a base de todas as relações e aprender a perceber o animal melhora o relacionamento entre ele e cavaleiro. Além disso, pode salvá-lo de um coice!

Os animais se comunicam com movimentos sutis, o rodar das orelhas, a contração dos músculos do focinho, etc. Se o cavaleiro não capta estes sinais, o animal é obrigado a “subir o volume” e expressar o seu desconforto, irritação ou dor através de sinais mais perceptíveis, como um coice ou uma dentada. O objectivo de qualquer cavaleiro é saber interpretar os sinais sutis para poder corrigir a sua atitude e evitar que o animal recorra à agressão.

Orelhas

As orelhas são a zona do corpo do animal mais móvel e mais expressiva.

Orelhas para o lado - Quando ele se encontra relaxado, as orelhas podem estar pendentes para o lado.

Orelhas para trás - As orelhas para trás têm diversos significados. Conhecidas por alertar o cavaleiro de que o animal está irritado e prestes a atacar, as orelhas nesta posição só têm esse significado quando acompanhadas da exposição da zona branca dos olhos, lábios contraídos nos cantos, ou o abanar da cabeça. As orelhas para trás podem significar que ele está apenas atento a ruídos que vêm de trás, à voz do cavaleiro por exemplo, ou até que está sonolento. Os animais colocam também as orelhas para trás quando galopam ou executam uma manobra difícil.

É importante distinguir estas situações, pois como sinal de agressão, o cavaleiro deve tomar precauções e repreender o animal. Contudo, ele não deve ser repreendido se está prestando atenção às indicações do cavaleiro ou se apenas está com sono.

Muitos animais não utilizam a expressão agressiva com pessoas e não é aconselhável que adquira um animal que o faça.

Orelhas para a frente – Eles apontam as orelhas para o seu motivo de interesse. Geralmente, orelhas viradas para a frente indicam que está atento e interessado. Eles cumprimentam-se com as orelhas voltadas neste sentido.

Contudo, as orelhas orientadas para a frente são também um claro sinal de que ele está detectando algum perigo. Nestes casos, ele levanta o pescoço e se mostra alerta.

Expressões faciais

Olhos semicerrados e lábios contraídos – Pode significar mau humor ou dor. 
Nariz enrugado – Significa aborrecimento ou repulsa.


Dentes expostos – São sinal de ameaça, um alerta de que pode vir a morder.

Cauda

Abanar a cauda é sinal de irritação e pode mesmo indicar que o animal está prestes a dar um coice. Se ele se aproxima do cavaleiro com a parte traseira, então o melhor é desviar-se pois o animal se prepara para dar um coice.

Abanar a cauda pode ser também sinal de amizade se eles o fizerem quando estão lado a lado. Atirar a cauda para o próprio corpo serve para afastar moscas ou outros insectos. Trazer a cauda elevada é sinónimo de prazer, já que eles brincam e correm com a cauda nesta posição.

Meter a cauda entre as pernas e baixar a parte traseira significa que está com medo.

Cabeça

Abanar a cabeça pode ser sinal de brincadeira, geralmente quando está solto no campo e a correr. Contudo, pode também ser sinal de desconforto se estiver sendo treinado.

Com a prática e observação os cavaleiros aprendem a não só identificar a linguagem corporal em geral, como também as expressões única do seu animal, como por exemplo, a expressão que o animal faz quando o escova no lugar que ele gosta. É caso para dizer que se a linguagem corporal serve para evitar coices, também serve para dar mimos.

Texto Adaptado. Fonte: http://arcadenoe.sapo.pt/artigo/cavalos_linguagem_corporal/494

quinta-feira, 24 de março de 2011

ASPECTOS RELACIONADOS A QUALIDADE NUTRICIONAL DE FENOS

 

Segundo Lewis (2000) a alimentação representa, cerca de 70% dos custos de criação de eqüinos caracterizando um dos principais fatores para o sucesso da atividade, e as dietas para eqüinos devem ser elaboradas respeitando-se a fisiologia digestiva para se obter uma melhor eficiência alimentar e, deste modo, evitar desde transtornos gastrintestinais agudos a distúrbios digestivos crônicos. Portanto, é importante o estudo de métodos de processamento que possam melhorar o valor nutritivo dos alimentos fornecidos aos animais e desta maneira reduzir os custos da alimentação.

      Desta forma, o objetivo deste resumo é reunir algumas informações relacionados a qualidade nutricional, produção, escolha e compra dos fenos utilizados na alimentação de eqüinos.

      O valor nutritivo das plantas é afetado por fatores fisiológicos, morfológicos, ambientais e por diferenças entre espécies, sendo que, no caso das plantas forrageiras, o declínio do valor nutritivo associado ao aumento da idade, normalmente é explicado como o resultado da maturidade da planta e conseqüentemente aumento da lignificação das plantas, afetando principalmente a digestibilidade (Vilela, et al. 2005). Contudo, a digestibilidade de dietas completas pode ser influenciada principalmente em função das características intrínsecas dos alimentos utilizados, especialmente como composição química, a quantidade consumida, o tamanho de partícula, o teor em água, a quantidade de fibra, entre outros (NRC, 1989; Van Soest, 1994).

      O propósito da fenação é obter uma forragem desidratada de alta qualidade, sendo que para produzir um feno de alta qualidade algumas condições são necessárias, primeiramente a forragem a ser cortada deve ser de boa qualidade e posteriormente a secagem deve ser feita com um mínimo de perda de nutrientes, que se consegue com uma secagem rápida que leva a planta à sua inatividade (Vilela, et al 1983).

      Forrageiras, comumente utilizadas para produção de fenos, durante a fase de crescimento vegetativo, apresenta 75 a 85% de água (15 a 25% de matéria seca), e com o aumento da idade, durante a fase de floração apresenta cerca de 65 a 75% de água podendo chegar a teores de 55% de água, e o estágio de crescimento da planta é que determina o seu valor nutritivo. Plantas forrageiras durante o crescimento vegetativo apresentam alto valor nutritivo e à medida que passam do crescimento vegetativo para o reprodutivo (floração) este valor decresce acentuadamente, contudo cortar plantas muito jovem não é interessante, devido a baixa produção de matéria seca (Vilela, et al. 2005).

      O processo de secagem começa quando a planta é cortada, portanto, secagem mais rápida, determinará menores perdas na respiração e conseqüentemente obtêm-se uma forragem conservada com valor nutritivo mais elevado. A composição química e o valor nutritivo de uma forragem em um determinado momento é o resultado dos fatores do meio (fertilidade e umidade do solo) e do potencial genético da planta forrageira. Os fatores genéticos determinam as espécies de plantas, os cultivares dentro das espécies, o tipo de crescimento e à resposta a determinados fatores do meio, como clima, solo, manejo, pragas e doenças e precipitação média (Vilela, et al 1983; Vilala, et al. 1997).

      A planta forrageira durante o crescimento vegetativo tem uma alta proporção de folhas, com alto conteúdo de umidade, proteína, minerais, e baixo teor de fibras e lignina (substância presente na parede vegetal praticamente indigestível pelos herbívoros), ao passar do estágio de crescimento vegetativo para reprodutivo sofrem várias alterações como alongamento do caule, queda das folhas e aumento de produtos fotossintéticos e aumentam os constituintes fibrosos e tornam-se mais lignificados. A qualidade de uma planta forrageira é representada pela associação da composição bromatológica, da digestibilidade e do consumo voluntário, enquanto seu baixo valor nutritivo é determinado pelo reduzido teor de proteína bruta e mineral, pelo alto conteúdo de fibra e pela baixa digestibilidade (Cunha, 1991; Frape, 1992).

      A variação da qualidade nutricional pode se apresentar da seguinte forma, em gramíneas (Tifton e Coast Cross), em função do estágio vegetativo de desenvolvimento da planta, apresenta variação entre matéria seca (de 25 para 35%), fibra bruta (de 21 para 35%), proteína bruta (de 13 para 5%), semelhantes variações são observadas nas leguminosas (Alfafa), redução em proteína de 32 para 13% e aumento na porcentagem de fibra bruta de 15 para 38%, de lignina de 5 para 8%, demonstrando assim a redução do valor nutritivo (Vilela, et al 1983).

      A produção de matéria seca cresce com a idade da planta enquanto, o valor nutritivo decresce quando a planta passa da fase de crescimento vegetativo para reprodutivo. Cortes no início da fase de crescimento vegetativo trariam como desvantagens, menor rendimento forrageiro e ainda alto teor de umidade da forrageira, porém cortes durante a fase de crescimento reprodutivo teriam como desvantagens, maior lignificação das células e menor digestibilidade da proteína e energia. A época ideal de corte das plantas para produção de feno, seria aquela em que a forrageira estaria proporcionando melhor relação entre aspecto qualitativo e quantitativo (maior produção de matéria seca em relação com melhor perfil nutricional da forrageira), sendo que o intervalo entre cortes não pode ser definida em termos de crescimento ou de datas pré-fixadas, mas sim em períodos de descanso da cultura, condições locais do meio, aspectos econômicos. Convém, portanto enfatizar que a qualidade da forragem à época do corte é de importância primária na qualidade do feno (Resende, et al 1999; Vilela, et al 2005).

      O horário do dia escolhido para realização do corte da forragem também afeta o conteúdo de umidade do material a ser fenado. A porcentagem de matéria seca é alta durante o dia (entre meio dia e 15 horas) e é menor durante a noite e pela manhã, ou seja apresentando um maior teor de umidade na planta (Resende, et al 1999).

      Outra dica interessante é quanto a escolha do dia a ser realizado o corte das plantas, deve-se optar por dias que apresentem previsão de tempo bom (sem precipitação pluviométrica), pois muitas vezes o material cortado pode levar mais de um dia para estar em ponto de enfardamento. Como já comentado um feno de boa qualidade deve ser desidratado o mais rapidamente possível, e desta forma o material que recebe uma carga de chuva após o corte tende a ficar com aspecto visual ruim e perder qualidade nutricional.

      O processo de secagem começa quando a planta é cortada assim partes da planta diferem quanto a resposta à perda de água sendo que as folhas de leguminosas secam mais rápido do que o caule e isto contribui para a queda das mesmas e perdas subseqüentes da parte mais nutritiva (Vilela, et al 1983).

      Desta forma, o uso de bons equipamentos contribui para redução do custo de mão de obra e para melhorar a qualidade do produto, assim para uma secagem mais rápida, o material deve ser distendido e espalhado, evitando o aparecimento de montes ou leiras, mesmo que estas sejam espalhadas e frouxas. Quanto maiores forem as leiras, tanto mais lento será o processo de secagem. No entanto, o feno segue mais rapidamente estando espalhado, não é aconselhável curá-lo totalmente dessa forma, pois se realizando a cura total desse modo, as folhas se tornam secas e quebradiças muito antes que as hastes estejam suficientemente secas. No caso de leguminosas, haverá grande perda de folhas ao ser manipulado.

      Segundo Vilela, et al (1983) para preparar um feno de qualidade algumas dicas seguem: primeira, deve-se ceifar (cortar) pela manhã, bem cedo, pois não há necessidade de retardar o corte por causa do orvalho. As forrageiras ceifadas logo cedo, embora úmidas pelo orvalho apresentam-se mais secas à tarde do que as ceifadas em horas mais avançadas do dia; segundo; remover o material quantas vezes necessárias (mínimo de duas passagens); terceira deixar a forragem espalhada por algumas horas, até que ela fique parcialmente curada; quarta dica ceifar apenas a quantidade que se puder manejar convenientemente, sob as condições comuns de tempo; quinta antes que haja perigo de desprendimento das folhas, a forragem deve ser amontoada, em pequenas leiras, frouxas, de preferência, com um ancinho de descarga lateral; sexta caso o tempo esteja propício à fenação, a cura deverá prosseguir nessas leiras (lembrando que as leiras devem ser removidas durante o dia), sendo o feno daí enfardado.

      Para o enfardamento do feno deve se optar por recolher o material a ser enfardado das próprias leiras com a enfardadeira, e é necessário que a umidade do mesmo esteja entre 20 e 22%.

      Da mesma forma que destacamos a importância de se produzir um bom feno (escolha de espécie forrageira, escolha do período e dia de corte, processo de secagem e enfardamento), o armazenamento deste material produzido é de extrema importância e alguns cuidados devem ser tomados, como: conservar e guardar em lugar abrigado da chuva, em local seco e arejado, a uma altura de aproximadamente 10 cm do solo, de tal forma a possibilitar ventilação evitando o aparecimento de umidade.

     Tabela 1. Apresenta composição química média dos principais tipos de fenos utilizados na alimentação de eqüinos.

     Fonte: VALADARES FILHO, S.C.

     1. Matéria seca; 2. Proteína bruta; 3. Extrato etéreo (gordura); 4. Matéria mineral; 5. Carboidratos totais (carboidratos estruturais + carboidratos solúveis).

      Desta forma, podemos concluir que conhecendo alguns aspectos relacionados à produção de fenos, pode nos auxiliar na escolha e compra deste tipo de material. A produção de feno abrange muitos mais aspectos que os citados neste resumo, e diversos pesquisadores têm buscado cada vez mais informações a respeito do assunto.

Autoras: Leonir Bueno Ribeiro e Paula Konieczniak

Fonte: http://www.cavaloscrioulos.com.br/

segunda-feira, 21 de março de 2011

Curiosidade

image_thumb1

O jumento é um animal mais resistente que o cavalo, sobrevive
com muito menos atenção, se sustenta com alimentos de má qualidade e pode tolerar considerávelmente melhor o calor e a desidratação. Isto o torna um animal adequado para ambientes agressivos e de difícil condições de trabalho. Sua principal função em muitos paises é a de uma besta de carga.

sábado, 19 de março de 2011

A LINGUAGEM DAS MÃOS

 

Conduzir um jumento ou muar é muito mais complexo do que muitas pessoas pensam. Trata-se de um conjunto de ações onde estão envolvidos diversos fatores como postura em sela, integração animal/cavaleiro, num relacionamento direto; um captando o que o outro quer dizer. Um dos fatores que compõem essa comunicação, e talvez uma das mais importantes, é a utilização das mãos. A boca do animal é uma das suas partes mais sensíveis. Em conjunto com a ajuda de pernas e assento, as mãos do cavaleiro indicam o caminho que o animal irá seguir, além de controlar a sua velocidade. Cabe às mãos do cavaleiro, pela ação das rédeas, a responsabilidade de transmitir com clareza e precisão essas instruções.

O que é preciso saber é que as rédeas não foram feitas para “segurar” o animal e sim para conduzi-lo. Por mais que um cavaleiro seja forte, não conseguirá brecar o animal, pois não se pode comparar a força dos dois. Conservar o contato com a boca do animal ou ceder as rédeas são tarefas para mãos hábeis e sensíveis. Empurrar ele sobre as mãos e não deixar que perca o contato com as rédeas ou mesmo larga-las para que trabalhe alegre ou ligeiro, são situações corretas, mas que podem se alterar dependendo do temperamento e do grau de ensino do animal. Dessa forma, somente as mãos sábias do cavaleiro é que farão com que ele perceba o instante de utilizar uma ou outra maneira, fazendo com que ele se torne descontraído, obediente e confiante.

Os antigos cavaleiros seguravam as rédeas na mão esquerda, ficando a direita livre para empunhar a lança ou qualquer outro instrumento de batalha. No entanto a equitação moderna exige que o animal seja conduzido com as duas mãos, para por a prova sua sensibilidade e concentração, independente do que se esteja praticando.

O movimento correto deve ser o dos cotovelos, mantendo sempre as rédeas com a mesma distância e no centro do animal. Deverá ser feita de forma gentil e cordial e quando possível longe de outros animais; essa regra é válida principalmente para os animais novos ou aqueles que necessitam de uma reeducação. A pressão deve ser feita somente após se sentir a “boca do cavalo” e a compressão das pernas, que irá provocar o início do movimento.

A parada deverá ser completa e seguida de um “auto” ou “ôah”. Na seguinte ordem; som, pressão de rédeas e relaxamento das mesmas. Pode parecer fácil, mas os fatores externos influenciam muito na concentração e na percepção do comando, por isso na medida em que o contato entre as partes for se estreitando, mais fatores e motivos que possam vir a chamar a atenção do animal deverão ser adicionados ao exercício diário, para que ele entenda que naquele momento não é hora de brincadeira nem desatenção.

Falar em parada, delicadeza de toque sem falar dos tipos de contato que os mecanismos de controle fazem na boca do animal é inútil seguir a diante. Esses mecanismos costumam ser divididos nos que fazem pressão sobre o palato (céu da boca), nos que se apóiam sobre a mesa (mandíbula) e nos que pressionam a língua e a barbela. Cada indivíduo se sensibiliza com um tipo de mecanismo, podendo evoluir ao longo do treinamento, de um mais agressivo para outro mais brando.

Tudo que se deseja é que o cavaleiro venha a se comunicar com o animal através de toques suaves, de tal forma que proporcionem a ele liberdade para concluir o movimento que foi induzido com o toque na rédea.

A continuidade do movimento poderá dar confiança às partes a desenvolverem os mesmos exercícios em uma velocidade maior, abandonando o passo e partindo para o trote ou galope. Na maioria dos casos o animal tentará acelerar o ritmo por conta própria, ação que também deve ser inibida com toques suaves e simétricos, seguidos de palavras ou frases proferidas em tom de voz contínuo e sereno. Um sinal de que o animal entendeu o “espírito da coisa” é a posição das orelhas e o relaxamento dos músculos do pescoço. As orelhas começam a não se manterem em posição de atenção por todo tempo, e isso, lentamente, provocará a inclinação da cabeça para baixo. Esse momento deverá ser bem explorado, pois representa o início da integração e a rendição de seus mais profundos desejos em prol do trabalho em conjunto.

O nervosismo do cavaleiro ou sua indecisão irá refletir nas respostas, levando o animal a não fazer exatamente aquilo que está sendo proposto. Isso quer dizer que a cumplicidade está intimamente ligada ao resultado final. Quanto mais íntimo ele nos permitir ser, mais equilíbrio devemos ter, pois ele estará atento a velocidade que impomos às mãos e ao modo que pretendemos que ele nos responda.

O animal é um indivíduo que se adapta bem ao condicionamento e as rotinas, mas não podemos ignorar a sua necessidade de descontração também. Esse procedimento, o da descontração, deve sempre que possível começar com o toque das mãos no seu corpo. O equipamento de montaria deve ser retirado com cadência e sempre na mesma ordem, de tal forma que o animal adquira o auto-controle e entenda que está sendo posto em liberdade, mas que esse processo não poderá ser feito à sua moda; disparando para porta de sua baia ou para a porteira de um piquete. Deve ser tranqüilo para que não cause dano às partes, e, quando pego no dia seguinte ele reaja a favor do seu dono, reiniciando o processo de cumplicidade da forma mais espontânea possível, fazendo da seqüência do treinamento um aprendizado onde as duas partes saem beneficiadas.

Texto adaptado. Fonte: Cavalo Completo 8/99

sexta-feira, 18 de março de 2011

O Queijo mais caro do mundo

 

Post image for World’s most expensive cheese

O queijo é o derivado do leite favorito das pessoas desde a antiguidade - as suas origens pré-datam qualquer registro histórico. Ele vem em diversas formas, sabores e texturas e podem fazer parte de qualquer coisa desde uma pizza à um prato que acompanha uma garrafa de vinho fino.


Mas há um tipo de queijo que você muito provávelmente nunca viu, pois é bastante raro e um dos queijos mais caros do mundo.


Ao preço colossal de € 1.000 (R$ 2.400) o quilo, o Pule ("potro" em sérvio) é produzido pela Reserva Natural de Zasavica na capital da Sérvia, Belgrado. Mas o que faz este queijo tão ridiculamente caro? A resposta é simples: leite de jumenta.

O gerente da reserva, Slobodan Simic, diz que nenhum outro componente especial é usado ​​para criar este queijo defumado - o alto preço é baseado somente no valor do leite de jumenta utilizado para fabrica-lo.


Mas não se surpreenda muito - o valor do leite de jumenta não é um fenômeno recente. A antiga rainha egípcia Cleópatra é conhecida por ter se banhado em leite de jumenta, a fim de preservar a beleza da sua pele. Foi usado também como uma forma de desinfetante nos tempos antigos. Os gregos o consideravam como um excelente remédio para doenças, enquanto os romanos consideravam uma bebida de luxo. Hipócrates, o recomendava para tratar diferentes tipos de doenças, bem como um remédio contra a intoxicação e para curar feridas.

O leite utilizado para fazer o queijo mais caro do mundo é coletado de 100 jumentas dos Balcãs que moram na reserva. A gordura do leite é baixa, o que de acordo com Simic, é a razão de ninguém mais produzir ele.

O sucesso da reserva com o Pule levou a equipe da reserva a  encontrar outras aplicações para o leite de jumenta, incluindo cosméticos e um licor de leite de jumenta especial.


Atualmente, o Pule é feito apenas por encomenda antecipada, o que significa que você vai ter que entrar rápido na fila para conseguir o seu pedaço!

quinta-feira, 17 de março de 2011

COMPORTAMENTO E VÍCIOS REALIZADOS POR EQÜINOS QUANDO ESTABULADOS

 

Os cavalos são animais que desempenham atividades sócio-econômicas importantes e a nutrição desempenha papel fundamental no sucesso da criação, condicionando programas de alimentação peculiares à sua fisiologia digestiva e objetivo da eqüinocultura. Atualmente, a criação de eqüinos deve passar obrigatoriamente pela qualidade do manejo nutricional, e conseqüentemente o custo de produção torna-se importante para o sucesso das criações. Portanto são necessários estudos que propiciem as indústrias e nutricionistas opções de novos alimentos para compor as rações desta espécie, desta maneira baratear o custo da alimentação.

      O conhecimento da fisiologia da digestão dos eqüinos é essencial para práticas nutricionais eficazes e faz – se necessário conhecer não somente como o trato digestivo funciona, mas o quão eficiente o seu funcionamento pode vir a ser, para que tenhamos êxito nas diversas atividades eqüestres, relacionadas com cada estágio fisiológico do animal ou com os objetivos do criador. Um ponto muito importante refere-se à avaliação da ingestão dos diferentes alimentos pelos animais, devido aos aspectos morfofisiológicos do trato gastrintestinal de cada espécie.

      Assim, pesquisas de avaliação de alimentos utilizam ensaios de digestibilidade como ferramenta interpretativa, que respaldam a elaboração de estratégias nutricionais para eqüinos. A caracterização dos alimentos também é fundamental para que se tenha êxito na utilização adequada dos mesmos na alimentação dos animais. No processo de caracterização dos alimentos é importante conhecê-los quanto à composição químico - bromatológica, presença de fatores anti - nutricionais ou outras características que possam limitar o uso na alimentação animal.

      Além da nutrição adequada um bom manejo diário de instalações asseguram melhores condições de bens estar que por sua vez, auxiliam para um melhor desempenho animal.

      Distúrbios emocionais ou psicológicos produzidos pelo confinamento prolongado, em oposição à ocorrência de fenômenos fisiológicos ou orgânicos são freqüentes. Os problemas de comportamento mais comumente encontrados nos eqüinos podem ser divididos em três categorias: vícios, agressividade e distúrbios sexuais, os dois primeiros ocorrendo principalmente em animais estabulados e no terceiro relacionado por causas que estão presentes em animais na sua maioria, independentes no sistema de criação. O espaço para o cavalo foi ficando cada vez menor, obrigando o animal a ficar confinado (às vezes 24 horas por dia) em pequenas baias, o que acarretou modificações em seu comportamento, diante da necessidade de adaptação a um ambiente reduzido. Conseqüentemente duas características da vida do cavalo que vive em um ambiente natural estão ausentes na do cavalo estabulado: a vida em grupo e o tempo de pastejo o que pode afetar no comportamento animal.

      É muito importante atentar para temperatura ambiente dentro dos estábulos, estas devem ser dentro das temperaturas aceitáveis de conforto térmico à espécie que devem estar próximo de 25° C, para que os animais não demonstraram comportamento de possível desconforto.

      Dentre os comportamentos observados em animais estabulados, destacam-se: posição do animal (em pé ou deitado); localização do animal dentro da baia (frente, centro, fundo); temperamento do animal (quieto, agitado, alerta); tempo depreendido em alimentação e passeio diário assim como desenvolvimento de algum distúrbios de comportamento (morder partes da baia, comer fezes, aerofagia), no qual todos devem receber uma atenção especial.

      Para isso um número de refeições diárias, possibilita que os animais desprendem boa parte do tempo alimentando-se, o que provoca um comportamento similar com a frequência circadiana alimentar e ao habito natural de alimentação a espécie e assim garantindo um fluxo de digesta mais constante. Os animais gastam em média uma hora e meia por refeição. Com relação ao comportamento alimentar, ao comparar eqüinos alimentados com concentrado, com eqüinos alimentados com feno, constatou-se que estes passaram mais tempo comendo, acarretando menos tempo ocioso para adquirir distúrbios no comportamento, do que os animais que comeram alimentos concentrados. Se quantidade insuficiente de fibra é oferecida aos animais, os indicadores de saciedade podem não ser ativados, deixando os cavalos com uma alta motivação alimentar além de possibilitar possíveis distúrbios alimentares e comportamentais, quando se aumenta a porcentagem de concentrado na dieta, a incidência de distúrbios orais de comportamento. Alguns pesquisadores acreditam que o tédio é um dos principais fatores desencadeadores de distúrbios comportamentais em animais.

      Passeios diários, mesmo que por um período relativamente curto, auxiliam nos movimentos peristálticos (taxa de passagem da digesta), acalmam os animais e evitam o aparecimento de edemas graves nos membros, exceto esporadicamente que em alguns animais com ocorrência de pequenos edemas nos boletos e/ou quartelas que tenderam a desaparecer nos primeiros dias de alojamento.

      Dentre os comportamentos mais observados, o comportamento de estar parado em pé localizado no centro da baia e quieto (animal descansando), pode indicar que os animais estavam em relativo conforto, cavalos criados em baias que permitem um contato visual reduzido com o meio exterior tendem a apresentar uma maior porcentagem de comportamentos anormais do que cavalos mantidos em baias que permitem um amplo contato visual com outros animais e seres humanos.

      Os distúrbios de comportamentos são causados em grande parte pelo estresse em animais estabulados quando existem problemas de nutrição inadequada ou insuficiente, alterações climáticas, exaustão provocada por exercícios exagerado, presença ou ausência de cama, alojamento pequeno, falta de tranqüilidade e falta de contato social com outros animais ou seres humanos.

      Comportamento de agressividade é um dos problemas de comportamento freqüentes nos eqüinos. Sua grande importância se deve aos riscos de causar danos ao homem e a outros animais. 0s cavalos estabulado, não tendo oportunidade de fugir, quando por algum motivo (medo, estresse ou entediado) pode apresentar comportamento de autodefesa tornando-se agressor. Os eqüinos podem sofrer também de claustrofobia natural, pois, devido a espécie ter habito natural por grandes áreas, quando presos em baías podem se tornar agressivos. Alguns animais apresentam comportamentos agressivos somente em algumas situações, durante alimentação, estro (cio), manuseio da cabeça ou membros, na baia ou quando capturados no pasto.

      Quando relacionados aos distúrbios de comportamento de ordem alimentar e ingestivos, observamos que os animais apresentaram incidência de mastigação ou morder madeira, o qual pode ser explicado por um possível tempo maior ocioso ou deficiência de material fibroso, uma vez que o aumento de volumoso tendem a eliminar a incidência deste distúrbio. Este tipo de comportamento é altamente indesejável, em animais de estabulados por vários motivos, pois pode se apresentar com relativa freqüência e pela possibilidade de causar prejuízos como irritações intestinais, cólicas, problemas dentários, além dos prejuízos com a manutenção das instalações.

      As principais causas deste distúrbio comportamental pode ser o tédio, deficiências de minerais na dieta (fósforo, cloreto de sódio, cobre e microelementos), a limitada quantidade de forragens fornecida, além da densidade dos alimentos, ou seja, alimentos muito macio e tenros que levem pouco tempo para ser ingerido, assim como a utilização de alimento peletizado, que são ingeridos de forma rápida.

      Para reduzir o vício de morder madeira, recomendasse ocupar ao máximo o tempo dos cavalos, além de se verificar a composição da dieta, outra forma é soltando os animais em piquetes aumentando a carga de exercícios, porem a quantidade de volumoso fornecido e o número de vezes que se fornece as ração dietas podem ser alternativas viáveis, alguns pesquisadores quando realizam trabalhos de nutrição eqüina, fornecem a quantidade de alimento para atender as exigências dos animais dividido em até quatro refeições diárias.

      A coprofagia (ato de comer fezes) é também um vício encontrado nos eqüinos estabulados, a atitude é preocupante quando ocorre em animais adultos, pois pode causar infestações parasitárias, transmissão de doenças e cólicas. Os principais fatores que levam os animais apresentarem este tipo de comportamento pode ser devido a dietas deficientes em proteínas (com menos de 10%) e com pouca quantidade de alimentos volumosos podem também causar a coprofagia, porém deve se ter cuidado e lembrando quer as dietas fornecidas aos animais devem ser balanceadas conforme as exigências nutricionais ao estagio fisiológico, sexo e função do animal. O feno fornecido aos potros a partir do segundo mês de vida, ou no início de uma possível estabulação, quando iniciam a ingestão do mesmo, deve ser de boa qualidade e em quantidade adequada, pois, caso contrário, os animais podem ingerir material da cama da baia, adquirindo o vício da coprofagia.

      O fornecimento de alimento de boa qualidade e correta quantidade, principalmente de volumosos não peletizados, divididos em varias porções diárias, pode evitar ou eliminar esta alteração de comportamento, pois os animais passarão a maior parte do tempo se alimentando.

      Outro distúrbio comportamental observado em animais estabulados é o ato de engolir ar (aerofagia), quando os animais apresentam este tipo de comportamento, os principais problemas causados são cólicas gasosas, além disto este hábito pode ser freqüentemente copiado por outros eqüinos e, uma vez adquirido o vicio, dificilmente pode ser eliminado.

      Assim, devem ser tomados alguns cuidados a fim de evitar possíveis problemas como aparecimento de distúrbios de comportamento. Desta forma recomendasse cuidado principalmente com quantidades de alimentos e tempo entre as alimentações. A possibilidade de aparecimento de tais distúrbios de comportamento deve ser minimizada com uso de boas técnicas e conhecimento do manejo da espécie. Em casos de aparecimento de tais comportamentos e duvidas como eliminar ou minimizá-los recomendasse sempre buscar maiores informações com técnicos especializados.

Autoras: Leonir Bueno Ribeiro e Paula Konieczniak

Fonte: http://www.cavaloscrioulos.com.br/

quarta-feira, 16 de março de 2011

A Marcha Verdadeira

MTA - A Marcha Verdadeira - Lúcio Sérgio Andrade
Lúcio Sérgio Andrade

Lendo a revista Horse edição nº 95, deparei-me com uma matéria cujo titulo é: "Afinal, marcha trotada ou marcha batida ?". Alguns esclarecimentos precisam ser feitos, para não confundir ainda mais os leitores, principalmente porque o tema "MARCHA" já se reveste de imensa polêmica. Mas não deveria. Sob a luz da Zootecnia, as marchas autênticas não deixam dúvidas quanto à suas definições.


Já a qualidade de marcha, o ANALOC-E ( Computador Analisador de Andamentos ) é por demais objetivo ao estabelecer os parâmetros aceitáveis e aqueles inaceitáveis.


A terminologia Marcha Trotada, que define o andamento no Padrão Racial oficial da raça Mangalarga, não está errada. Como também não estaria a denominação Trote Marchado. Ao contrário, a terminologia "Marcha Diagonalizada" está incorreta, sendo mais apropriada para caracterizar a Marcha Batida da raça Mangalaga Marchador. O problema é que em um significativo numero de exemplares em exposições da raça Mangalarga Marchador, já não existem diferenças visuais da marcha batida em relação à Marcha Trotada da raça Mangalarga, o que talvez tenha influenciado algumas conclusões inseridas nesta matéria da revista Horse. Este fato é mais do que explicável ( apesar de incompreensível ), tendo em vista o expressivo número de matrizes e reprodutores de sangue Mangalarga largamente utilizados em planteis de elite da raça Mangalarga Marchador a partir do final do século passado. Como resultado, já na primeira geração de produtos, a antiga marcha batida de tríplice apoios aproximou-se da marcha trotada.


A origem da denominação Marcha Trotada tem relação com o trote bem articulado e alçado da raça Alter, que foi o pilar genético da formação da raça Mangalarga. Como já existia a marcha de tríplice apoios bem antes da década de 30 do século XX, período da fundação da ABCCM, a definição de Marcha Trotada na recém-criada raça Mangalarga serviu para distinguir claramente os andamentos, o que foi, inclusive, motivo da posterior fundação da ABCCMM.


Portanto, o andamento do cavalo da raça Mangalarga não se caracteriza pela marcha batida, tendo em vista que esta apresenta momentos de apoios tripedais, sempre intercalados pelos apoios duplos laterais e duplos diagonais, necessários para as trocas de apoios tripedais, ora de dois cascos anteriores e um casco posterior, ora de dois cascos posteriores e um casco anterior, e assim sucessivamente.


Em ralação aos cavalos de trote convencional, os cavalos da raça Mangalarga apresentam melhor comodidade, porque não ocorrem os momentos de suspensão nítida entre as trocas de apoios duplos diagonais. Desta forma, ocavaleiro/amazonas não será lançado para cima. Mas ainda assim recebe atritos verticais, como resultado dos apoios quase que simultâneos dos bípedes diagonais. Ao contrário, nas marchas autênticas, de tríplice apoios freqüentes em cada passada completa, SEMPRE INTERCALADOS ora por um duplo lateral ora por um duplo diagonal, a comodidade será realmente incontestável, pelo fato óbvio da neutralidade total ou parcial dos atritos verticais.


O fato do ANALOC-E ter demonstrado que nas trocas de apoios duplos diagonais de cavalos da raça Mangalarga ocorrem com frequencia os apoios quadrupedais e/oumonopedais, em substituição aos momentos de suspensão dos quatro cascos, sòmente vem comprovar que este tipo de mecânica de locomoção enquadra-se nas assimetrias de apoios, tendo em vista que os apoios tecnicamente considerados normais para uma marcha autêntica e, consequentemente, apoios desejáveis, são os tripedais, bipedais diagonais e bipedais laterais.


Vamos discutir mais detalhadamente as conclusões dos resultados de estudos doANALOC com animais da raça Mangalarga:
¤ A conclusão de que a marcha é diagonalizada e não trotada, porque não foi constatada suspensão total dos membros não procede. A andadura é um andamento classificado como marchado, e apresenta apoios quadrupedais para a troca de apoios bipedais laterais.


Quando os quadrupedais são substituídos pelos apoios monopedais, sem definir uma frequência regular de apoios tripedais, o andamento será uma ANDADURA DESUNIDA. E quando define com frequência regular os apoios tripedais, o andamento será uma marcha picada.


Analogamente, poderíamos definir a marcha trotada como "trote desunido", mas nunca de marcha diagonalizada, porque além da falta de definição regular dos momentos de tríplice apoios, também faltam os apoios duplos laterais. O próprio resultado do estudo com o ANALOC mostrou um % pouco significativo de 6% de apoios laterais, sendo que em vários animais estes apoios foram de 0%.


SEM APOIOS LATERAIS NÃO É MARCHA. Os tríplice apoios regulares somente ocorrem havendo a alternância regular entre apoios duplos diagonais e duplos laterais.


¤ A conclusão de que a troca de apoios não é efetuada através de um momento mínimo de suspensão, como estabelece na definição de andamento do Padrão Racialnão é verdadeira. Esta característica dinâmica é por demais influenciada pela velocidade do andamento. Quanto mais lento, mais evidente será o momento de suspensão.


Quanto mais rápida a marcha, mais freqüentes serão as trocas de diagonais através de apoios monopedais e quadrupedais.


¤ Finalmente, a conclusão da inexistência de atritos verticais no andamento do cavalo da raça Mangalarga é uma inverdade. Sòmente através de uma mágica, será possível que dois bípedes diagonais, tocando o solo quase que em sincronismo 100% perfeito, não gerem algum grau de atrito vertical sobre o assento do cavaleiro.


É bem verdade que as marchas de tríplice apoios vêm sofrendo ataques constantes, até mesmo dentro das próprias associações. No momento atual da ainda rica equideocultura brasileira de marchadores, critico principalmente para a raçaMangalarga Marchador em têrmos de perda da essência do andamento marchado, é preciso que haja uma consciência nacional do resgate deste patrimônio nacional representado pela M.T.A.D. - MARCHA DE TRIPLE APOIOS DEFINIDOS.


Este é o andamento universal dos "pleasure horses" ( cavalos de passeio ), aquele andamento que proporciona aos cavaleiros e amazonas uma comodidade real, plena, impessoal. Caso isto não aconteça, continuaremos a ler matérias como esta da revista Horse em sua edição de nº 95, que confunde marcha batida com marcha trotada.


Felizmente o parâmetro das exposições não é termômetro da preferência pela maioria dos usuários de cavalos de passeio.

terça-feira, 15 de março de 2011

ASPECTOS SOBRE EXCESSO DE PÓ OU FARELOS EM RAÇÕES PARA EQUIDEOS

 

O objetivo desta matéria é trazer considerações básicas e informações quanto ao excesso de pó e/ou farelos, em rações para equinos. Os equinos são herbívoros adaptados ao aproveitamento de fibra alimentar devido o ceco cólon funcional que funciona como compartimentos fermentativos; e devido ao estomago relativamente pequeno, desenvolveram hábito de pastejo continuo. Assim, pastagens de boa qualidade fornecem energia e nutrientes suficientes para atender as exigências nutricionais de animais em manutenção, porém devido às necessidades energéticas serem mais altas dependendo da atividade física desempenhada, se faz necessária a suplementação diária com fontes de alimentos concentrados, para suprir o déficit nutricional.

Segundo Lewis (2000) relata que a alimentação de cavalos, principalmente estabulados representa, cerca de 70% dos custos de criação de equinos, caracterizando um dos principais fatores para o sucesso da atividade. Dentro deste contexto, as dietas para equinos devem ser elaboradas respeitando-se a fisiologia digestiva para se obter uma melhor eficiência alimentar e, deste modo, evitar desde transtornos gastrintestinais agudos a distúrbios digestivos crônicos; mas não somente a fisiologia digestiva deve ser respeitada assim como particularidades dos próprios equideos.

Para a fabricação de rações para equideos, existe ainda um problema básico e importante na confecção das mesmas, no qual se relaciona com a quantidade de farelos (pó) presente numa ração, consequentemente no produto acabado. Portanto, é importante o estudo de digestibilidades e avaliação de novos alimentos em alternativas aos convencionais, juntamente com métodos de processamento que possam melhorar o valor nutritivo dos alimentos fornecidos aos animais, desta maneira reduzir os custos da alimentação garantindo perfeita nutrição e diminuição de riscos a saúde do trato gastrintestinal dos animais.

Quanto se formula uma dieta, espera-se que a cada porção de arraçoamento fornecida de uma determinada batida (mistura), estejamos dando aos animais ingredientes e quantidades de nutrientes uniformemente distribuídos, de forma a atender as exigências necessárias a cada dieta dos animais. Assim, o excesso de farelo nas rações, principalmente peletizadas é uma situação indesejável, pois pode promover uma desagregação de ingredientes, problemas respiratórios e/ou alérgicos e aspecto visual desagradável.

Para as empresas de nutrição animal que fabricam rações para equinos, espera-se que os peletes de ração sejam formados de tal forma a permitir que sejam fornecidos aos animais da mesma forma quanto fabricados, ou seja, passem pelo processo de ensaque, armazenamento, transporte e fornecimento, com o mínimo de quebra possível evitando o surgimento de farelo, assegurando qualidade de produto.

Dentre os principais problemas do fornecimento de uma ração farelada ou com excesso de pó, é a possibilidade de levar o animal a irritabilidade das vias aéreas, promovendo reações alérgicas ou inflamações crônicas, podendo comprometer de forma considerável o rendimento em treinamentos e o desempenho dos mesmos em competições. A citar afecções do órgão respiratório como a inflamação do complexo traqueobrônquico acompanhada de obstrução é uma ocorrência comum nos equinos, especialmente submetido a dietas com altas incidências de pó como rações fareladas, cocheiras com camas inapropriadas, dietas à base de feno e vapor de amônia. Esta enfermidade também é conhecida como bronquite crônica, doença das pequenas vias áreas, obstrução recorrente das vias áreas (RAO), porém é conhecida mundialmente como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a qual a mesma enfermidade, pode levar o animal a não tolerância de atividade física. Correlacionado a esse tipo de inflamação às vias áreas, que se recomenda não alimentar animais após treinamento ou quando estiverem com alta taxa respiratória, pois estaria possibilitando que o animal inalasse uma quantidade maior de pó, assim deve-se respeitar um tempo mínimo para que a frequência respiratória normalize.

Conforme comentado durante esta matéria, e como consideração final, verifica-se e assim recomenda-se a não fabricação de rações fareladas nas propriedades equestres, ou confecção de rações sem um mínimo de técnica ou infra estrutura, principalmente para cavalos que se destinam às competições esportivas de alto rendimento, pois poderíamos estar ocorrendo em riscos para a saúde e desempenho dos mesmos.

Autoras: Leonir Bueno Ribeiro e Paula Konieczniak

Fonte: http://www.cavaloscrioulos.com.br/

segunda-feira, 14 de março de 2011

ASPECTOS RELACIONADOS COM A CAMA UTILIZADA PELOS EQÜINOS ESTABULADOS...

 

CUIDADOS E DESTINO FINAL

     Os eqüinos não costumam deitar com freqüência, porém alguns experimentos científicos que observam o comportamento dos eqüinos relatam que principalmente cavalos submetidos a atividade física durante o dia podem durante a noite deitar entre trinta a cinqüenta minutos interruptamente, e ao deitar é necessário que eles disponham de uma cama adequada.

      Outro fato a considerar é que os animais que permanecem a maior parte do tempo estabulados, necessitam de conforto e de um piso sem depressões e neste caso, a utilização de uma boa cama evita problemas de aprumo ou de má postura, devido ao piso em que permanecem.

      A cama é um substrato de material absorvente que se coloca sobre o piso do estabulo para dar maior conforto e higiene aos animais alojados. Realmente o animal pode descansar sobre ela tanto em pé como deitado. Dentre as possíveis alternativas de cama existentes traremos um enfoque geral sobre problemas e cuidados a serem tomados com a cama.

      Uma boa cama deve ser macia e confortável, seca e plana e com boas propriedades absorventes, evitando o mau cheiro pela decomposição da urina e das fezes, assim como não deva desprender pó ou qualquer outras substâncias irritantes ou alérgicas. Também não deve ser úmida, pois o excesso de umidade pode levar aos problemas de cascos como apodrecimento da ranilha e amolecimento dos cascos. A cama permite também nivelar melhor o chão, de maneira que o animal não se canse nem adquira desvios de aprumos. Recomendasse uma altura mínima de cama em torno vinte a vinte cinco centímetros, desta forma a cama possibilitara um melhor conforto a animal, respeitando o bem estar do mesmo.

      Em quase toda parte, a consideração econômica, aliada à disponibilidade de material e fatores regionais como clima continuam sendo os fatores mais importantes na escolha do tipo de cama.

      A maravalha é o tipo de cama mais comumente encontrado nas hípicas, especialmente no Sul e Sudeste do país. São necessários de vinte a trinta sacos de maravalha para fazer uma cama do inicio e a velocidade de consumo, e a necessidade de reposição, varia de animal para animal. Alguns cavalos, especialmente aqueles mantidos estabulados boa parte do tempo e aos quais é necessário o fornecimento de uma quantidade menor de feno podem desenvolver o habito de ingerir quantidades de maravalha, mesmo que em quantidades pequenas é extremamente prejudicial ao animal, pois causam lesões ao longo do trato digestório. Outro problema que leva ao maior consumo (gasto) de cama é o fato que alguns cavalos urinam em grande quantidades, e outros por apresentar se inquietos ao longo do dia acabam por espalharem esterco por toda a cocheira.

      Tudo isso influi no gasto de maravalha assim como de outros tipos de cama, mas outro fator nada desprezível é o capricho do tratador ou do responsável pela limpeza diária da cama. É preferível que toda a cama seja revirada diariamente, retirando tanto as fezes quanto todos os focos de umidade, mas alguns tratadores se limitam à limpeza superficial, fazendo com que a umidade se espalhe cada vez mais, acabando por exigir a troca de toda a cama em poucos dias.

      Um cuidado deve ser tomado quanto a alternativa da maravalha por pó de serragem, em alguns lugares ou durante algumas épocas do ano, não é possível conseguir serragem em flocos, quando passa a ser uma alternativa. Embora ele seja até mais macio que a serragem, e igualmente absorvente, ele tem o inconveniente de irritar as vias respiratórias, especialmente em cavalos alérgicos. Ele também costuma ser mais úmido do que a maravalha devido ao processo de obtenção do mesmo. Mesmo assim, na falta de alternativas pode ser utilizado, tomando-se cuidados especiais com o seu manejo (limpeza e troca freqüentes). Cavalos com problemas respiratórios tais como enfisema ou alergias não devem ser colocados em cama de pó de serragem, pois os sintomas podem se agravar.

      Em algumas regiões, a palha do grão de arroz é disponível em grande quantidade, e praticamente gratuita. As "casquinhas" de arroz formam uma cama muito seca e absorvente e, no entanto recomendasse evitar o uso deste material para cama de eqüinos, especialmente por períodos prolongados. A razão é a elevada abrasividade destas cascas, devido ao seu conteúdo de sílica; ao serem ingeridas pelos animais, elas provocam irritações (lesões) das mucosas de estômago e intestino, que podem levar a gastrites e úlceras.

      De forma geral devem ser evitadas todo e qualquer tipo de cama com possibilidade de ingestão pelos animais, devido aos motivos já comentados e com a possibilidade de contaminação com endoparasitos.

      O bagaço de cana apresenta os problemas semelhantes àqueles da palha de arroz, e também os motivos de sua utilização residem na sua fácil disponibilidade e em seu baixo custo. Entretanto, este material também é sujeito a causar cólicas, seja pela sua fermentação ou contaminação, seja pela capacidade física de causar impactação cecal. Cavalos que ficam estabulados em bagaço de cana, especialmente se não estiverem habituados ao mesmo, devem receber volumoso à vontade em grandes quantidades, evitando que adquiram apetite pelo bagaço.

      Em diversas partes do país, o uso de areia é muito comum. Ainda que ela possa a primeira vista parecer um material ideal, é necessário atentar para a existência e possibilidade de cólicas de areia no cavalo, que acontecem em terras de solo arenoso, quando o cavalo acaba ingerindo areia ao se alimentar. A areia se deposita, por gravidade, nas partes inferiores do intestino, de onde não é deslocada pelo movimento intestinal comum, podendo causar dores crônicas e absorção intestinal torna se insuficiente. Deve-se ter um cuidado especial com cavalos estabulados em areia, evitando que eles não recebam feno e capim direto do chão (uso de rede ou fenil), e também que não comam ração do chão. Porém é muito difícil que após o termino do alimento o animal não irá procurar alimentos que tenham caído e desta forma, estará ingerindo alguma quantidade de areia, assim recomendasse ao não uso deste tipo de cama.

      Dentre os cuidados com cama é recomendável examinar a cama do seu animal duas vezes ao dia no mínimo, preferencialmente de manhã e a tarde. Use o garfo para retirar o esterco e todas as partes da cama molhada pela urina. Coloque tudo em carriola, que posteriormente deve ser levada para uma esterqueira onde devem ser jogados estes restos. A esterqueira é uma boa alternativa de reciclagem de nutrientes e deve ser localizada longe das baias para não atrair moscas e evitar a transmissão de doenças. Isto também evita que o odor se propague e deixe as cocheiras com um aspecto ruim tanto para você quanto para o animal, considerando que o cheiro da urina misturada com a serragem é ácido e desagradável.

      Outro cuidado importante deve ser quanto ao pós uso da cama, nas atividades ligadas ao cavalo, seja em centros de treinamentos, lazer ou reprodutivos, temos como principal subproduto, os resíduos oriundos da estabulação (cama, fezes e urina). Estes representam um importante composto orgânico que deve ser adequadamente manejado antes de ser introduzido ao meio ambiente. Fazendo-se uma rápida reflexão, verificamos que este subproduto, na maioria das vezes, não recebe a atenção que deveria, sendo normalmente depositado a campo ou em instalações que servem simplesmente de depósito diário ou até a sua retirada.

      Em contrapartida, perda de rendimento dos animais pelo estresse a que são submetidos, além de outras questões relacionadas à saúde pública, oriundas da proliferação demasiada das moscas e insetos, que geram um grande desconforto pela presença nas baias, corredores, casas e demais instalações internas. Essa situação se agrava nas regiões ou épocas de clima quente e úmido, condições ideais para o desenvolvimento das moscas, que utilizam o resíduo animal como substrato básico de postura e desenvolvimento da fase larval do ciclo evolutivo. Estes problemas como outros relacionados a formação de parasitas gastrintestinais além do mal cheiro podem ser evitados com a pratica de compostagem de resíduos.

      A interação do esterco com a cama é importante para que haja no composto uma estrutura física e química adequada, permitindo um bom processo de decomposição que pode ser aeróbico ou anaeróbico, dependendo da presença ou não de oxigênio. Em ambos os cascos ocorrem a decomposição dos hidratos de carbono e das proteínas.

      Do processo anaeróbico resultam alterações de temperatura e pH que são fundamentais para o controle sanitário do resíduo. Com isto, consegue-se expor o resíduo recolhido a uma alta variação de temperatura juntamente com a alteração do pH, irá inviabilizar os ovos e larvas dos parasitos em questão.

Texto por: Leonir Bueno Ribeiro e Paula Konieczniak

Fonte: http://www.cavaloscrioulos.com.br/

domingo, 13 de março de 2011

CUIDADOS COM OS RECÉM-NASCIDOS

 

- Se as narinas estiverem obstruídas, limpá-las com um pano;

- Se o clima estiver frio, friccionar o corpo para estimular a circulação sanguínea e a respiração;

- Se o cordão umbilical não romper no ato da mãe se levantar, cortá-lo à uma altura de 2cm do umbigo e tratar com tintura de iodo;

- Se o reflexo de mamar não estiver presente dentro de duas horas, auxiliar o recém-nascido. Se o problema persistir é sinal de alteração clinica. Será necessária a presença do Médico Veterinário;

- Se não defecar dentro de 4 a 5h é sinal de retenção do mecônio, devendo ser introduzido o Fleet Enema via ânus.

- O colostro precisa ser ingerido dentro de, no máximo, 24h. Após este período, as membranas intestinais do recém-nascido não serão capazes de absorver os anticorpos presentes no colostro, imprescindíveis para transmitir imunidade passiva contra enfermidades nas primeiras semanas de vida.

- Mantenha na farmácia do haras um pequeno estoque de colostro refrigerado, para uso em situações de emergência.

- No caso de morte prematura do recém-nascido, deve ser adotado o aleitamento artificial à base de leite em pó apropriado para equinos ou misturando o leite de vaca na proporção de 750ml mais 250ml de agua pré-aquecida.

Fonte: Mundo Equino

sexta-feira, 11 de março de 2011

Curiosidade

image

Existe uma grande variação de tamanhos entre as diversas raças de jumentos, na foto temos dois jumentos adultos, um da raça Mammoth medindo 152cm e um da raça miniatura medindo 86cm.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Leite de Jumenta Contra Alergia

 

image

Pesquisa valida o uso essa alternativa

A prevalência da alergia às proteínas do leite de vaca é mais significativa na infância, e diz respeito a cerca de 3% das crianças menores de 3 anos de idade: essa é de fato a alergia alimentar mais freqüente em crianças.

Na maioria dos casos essa alergia não dura a vida inteira, desde que, com o passar dos anos a criança adquira tolerância aos elementos do leite. No entanto, 15% dos indivíduos que apresentam essa alergia na infância continuam com ela na idade adulta. Do ponto de vista clínico, a alergia às proteínas do leite de vaca pode levar a sintomas de gravidade variável, que podem incluir:

  • da pele (eczema atópico, urticária, angioedema exantema);
  • o sistema gastro-intestinal (retardo no crescimento, refluxo gastroesofágico grave, diarréia crônica, constipação persistente, síndrome de má absorção, vômitos recorrentes, enterocolite, inflamação do reto);
  • reações anafiláticas potencialmente perigosas para a vida (edema de glote, hipotensão que pode ir tão longe como choque, asma aguda, a pele e aguda os sintomas gastro-intestinal).

 Base de Tratamento

A base do tratamento da alergia ao leite de vaca é o de retirar totalmente da dieta da criança o leite (leite em pó ou leite de vaca genuíno), seus derivados, alimentos que sabemos que contém as proteínas acima mencionadas (por exemplo, bolos e biscoitos), bem como fontes ocultas de proteínas do leite (por exemplo, presunto cozido com adição de caseína, como um preservante, certos tipos de pão, margarina, sopas prontas, certos medicamentos, etc.) Ano após ano, deve-se re-avaliar a possível aquisição da tolerância, por meio da repetição a ingestão e testes específicos para medir a alergia.

Nos dois primeiros anos de vida (e particularmente durante o primeiro ano) o leite de vaca, pasteurizado ou em outra fórmula adaptada e seus derivados representam o alimento com o qual a criança satisfaz, pelo menos, metade da energia nutricionais que ele ou ela necessita, além disso, representa a principal fonte de cálcio, cuja necessidade é muito alta nessa idade. Por conseguinte, é evidente que não é possível prescrever uma dieta que elimine completamente o leite de vaca e seus derivados, sem substitui-lo primeiro. Este substituto deve idealmente possuir as seguintes características:

  • adequação nutricional;
  • palatabilidade (sabor agradável é uma condição sine qua non, dada a idade dos pacientes jovens);
  • preço modesto;
  • um hipoalergenicidade ou alergenicidade (em outras palavras, proteínas contidas no substituto não devem ser reconhecidos como "inimigos" pelo sistema imunológico, que, neste caso, não causa nenhum tipo de reação alérgica após a ingestão);
  • nenhuma reação similar as do leite de vaca (as proteínas contidas no substituto não devem ser semelhante ao do leite de vaca, de um ponto de vista estrutural, caso contrário o sistema imunológico também reagem contra eles, não diferencia entre um ou o outro).

As principais organizações pediatras americanas e européias, que estudam as alergias e gastroenterologia hoje prevem a utilização de hidrolisados protéicos ou fórmulas acidas avançadas ou (em alguns casos), fórmulas à base de proteína de soja para crianças alérgicas ao leite de vaca que não são amamentadas.

"Hidrolisados avançados" são leites formulados cujas proteínas (a partir do leite de vaca, soja ou arroz) foram finamente "divididas", para serem o menos reconhecíveis possivel pelo sistema imunológico; amino fórmulas à base de ácido nem sequer contêm pequenos "pedaços" das proteínas, mas apenas simples" pérolas"(aminoácidos) do "colar "(as proteínas).

Esse leite é, portanto, totalmente anti-alergênico porque o sistema imunológico já não pode reconhecer a proteína que os aminoácidos provêm. Do ponto de vista nutricional, estas duas fórmulas são seguras, seu custo é elevado e, infelizmente, acima de tudo o gosto deles é extremamente desagradável, a tal ponto que algumas crianças (geralmente os mais velhos, mas às vezes também as crianças com idade entre 6 meses e acima) se recusam consumi-lo mesmosendo  adoçado ou misturado com frutas.

Leite de soja é mais econômico e bem mais agradável e totalmente adaptado do ponto de vista nutricional, mas algumas crianças alérgicas ao leite de vaca também são alérgicas ao de soja e não podem ingeri-lo, pois é contra-indicado para seu tipo de alergia (por exemplo: grave atraso de peso com má absorção). Há, portanto, um grupo de crianças alérgicas ao leite de vaca para quem não é fácil encontrar uma fórmula de substituição, seja porque não é possível a utilização de leite de soja ou porque outras fórmulas são categoricamente recusadas por essas crianças.

Leite de outros mamíferos

Já foi estudada a  possibilidade de ser usado leite de outros mamíferos para crianças aérgicas ao leite de vaca, como:

  • Bufala;
  • Cabra;
  • Ovelha;
  • Égua;
  • Camela;
  • Jumenta.

No entanto, os três primeiros não podem ser utilizados porque contem proteínas muito semelhantes às do leite de vaca. O leite de cabra e o leite de ovelha são muito desequilibrados para uma criança de um ponto de vista nutricional.


Os primeiros dados sobre o leite de égua e o leite de camela são interessantes, mas possui dificuldades de abastecimento na Europa.

Leite de Jumenta

O leite de jumenta, tem sido estudado em dois pequenos grupos de crianças alérgicas ao leite de vaca, com resultados iniciais promissores quanto à sua tolerância, digestibilidade e aceitação pelos pacientes jovens. Este leite possui na verdade, um gosto doce e agradável, pois se assemelha ao leite materno. Além disso, tem qualidades nutricionais que a tornam uma alternativa válida ao leite de vaca para as crianças alérgicas.

quarta-feira, 9 de março de 2011

XVI Exposição Nacional de Equideos

 

Viver nada mais é do que colecionar memórias, mas lembrar apenas não basta, é preciso registrar e compartilhar… Adoro encontrar memorabilia perdida por ai… No outro dia encontrei um catálogo da XIV Exposição Nacional de Equideos, na inauguração do Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador em 1978.

Grandes nomes da raça estavão lá: Ali-Kan, Aliança Baluarte de Itajuipe, Apache de Itajuipe, Bonitão da Aliança…

image

image

image

image

domingo, 6 de março de 2011

Jumentos em Alta

image

Em diversos países devido a mecanização do meio agrícola a comercialização de jumentos teve uma queda grande, o que levou a uma queda também em seus números, levando várias raças a lista de animais em extinção. Mas o contrario ocorreu em outros países como na França, na Espanha e na Inglaterra onde o valor e o número desses animais só faz crescer… Esse também é o caso da raça Pêga no Brasil.

 

Os Jumentos estão na moda, e seus filhos hibridos mais ainda, o que faz com que os animais sejam vendidos por um bom preço.

 

Mas o Pêga ainda não tem presença na Feira Internacional de Jumentos em Paris ou no Encontro Internacional na Normandía.

sábado, 5 de março de 2011

História de Tropeiro 12

 

Ovídio Oliveira da Silva: Tropeiro

 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Rinopneumonite

 

Etiologia

A rinopneumonite equina é uma das doenças virais dos equinos mais importantes em todo o mundo. É causada por herpesvírus e manifesta-se clinicamente sob quatro formas diferentes: respiratória, abortiva, neonatal e nervosa.


Existem vários tipos diferentes de herpesvírus equino; no cavalo, os mais citados são:

  • EHV1: responsável pelas formas abortiva, nervosa, respiratória e neonatal da rinopneumonite equina.
  • EHV2: citomegalovírus equino, clinicamente pouco significativo; no entanto, pode causar conjuntivite e faringite crônica.
  • EHV3: vírus do exantema coital, clinicamente pouco significativo; é responsével pelo aparecimento de vesículas nos órgãos genitais; no entanto, não causa aborto.
  • EHV4: antigo subtipo 2 do EHV1, é responsável por surtos da forma respiratória da rinopneumonite equina.


Os dois herpesvírus mais importantes em patologia equina são, portanto, o EHV1 e o EHV4. A figura 1 mostra esquematicamente a estrutura destes herpesvírus. Como podemos ver, são constituídos por um nucleocapsídeo e um envelope.


O nucleocapsídeo contém DNA e diversas proteínas. As proteínas do capsídeo são responsáveis, como em todos os herpesvírus, por reações de hipersensibilidade no animal, equinos infectados, como nos vacinados anteriormente com vacinas formuladas a partir de hespesvírus completo.
O envelope viral possui uma dupla camada lipídica e glicoproteínas responsáveis por propriedades importantes como o poder patogênico do vírus e a adesão e penetração do vírus na célula. São também as glicoproteínas que induzem a maior parte das respostas imunitárias celular e humoral dos herpesvírus.


Há uma diferença nítida entre os genótipos (DNA) dos herpesvírus EHV1 e EHV4. Porém, quanto às proteínas de superfície responsáveis pela imunidade, há uma grande semelhança. Na verdade, sabe-se que esses dois vérus possuem 6 glicoproteínas importantes e é basicamente em uma delas (a gp13) que esses dois vírus apresentam diferenças mais nítidas nos respectivos antígenos. Diferenças genéticas significativas entre os dois herpesvírus EHV1 e EHV4 traduzem-se, portanto, por variações antigênicas muito menos importantes. Diversos estudos sorológicos também demonstraram a existência de imunidade cruzada entre esses dois vírus. Além disso, infecções ou vacinações repetidas com o vírus EHV1 proporcionam uma proteção adequada contra o EHV4.


Estrutura do herpervírus

Epidemiologia

A transmissão dos herpesvírus ocorre essencialmente pela via respiratória, com formação de um aerossol rico em vírus a partir de um cavalo com um caso clínico de rinopneumonite ou a partir de um animal clinicamente são, porém excretando vírus. Esta contaminação exige um contato bastante estreito entre os cavalos portadores de vírus e os suscetíveis. Por isso é que nos hipódromos ou haras, as epizootias da forma respiratória apresentam características diferentes da gripe. A contaminação ocorre de cocheira em cocheira, levando mais tempo para afetar todo a tropa.


Na forma abortiva, fetos, anexos fetais e secreções do útero e da vagina são as principais fontes de contaminação. Em certos casos, é o potro nascido de uma égua contaminada quem dissemina os herpesvírus.


O vírus também pode ser disseminado por objetos ou acessórios contaminados, pois o vírus sobrevive por 14 a 45 dias fora do animal.
A duração da incubação é bastante variável. Na forma respiratória, leva de 2 a 7 dias, na nervosa dura de 6 a 10 dias e na forma abortiva dura, em média, 3 a 4 semanas, mas pode chegar até 16 semanas.


A excreção viral respiratória dura de 1 a 4 semanas após um caso clínico. Nos portadores crônicos não se sabe durante quanto tempo o vírus persiste no organismo, talvez, durante toda a vida do animal. Estes portadores podem a todo momento, devido, por exemplo, a um estresse ou aplicação de corticosteróides, recomeçar a excretar o herpesvírus sem apresentar sintomas clínicos da doença.


Numerosos fatores estressantes podem reiniciar a excreção viral, aumentando a contaminação ambiental: castração, desmame, treinamento, transporte, agrupamento de cavalos, doenças intercorrentes, etc.
Por isso é que a doença surge normalmente em um hipódromo ou haras aparentemente são após a introdução de um cavalo portador crônico que acabou de sofrer um estresse, por exemplo, ao retornar de uma viagem longa ou de um outro haras, ou de uma égua que abortou recentemente.


No Brasil, segundo Weiblen (in Riet-Correa, 1998), foram encontradas 84,7% de amostras positivas, utilizando a prova de soroneutralização, em amostras de soros provenientes de vários municípios do Rio Grande do SuI.

Patogenia

Após contaminação por via aérea, o herpesvírus, EHV1 ou EHV4, multiplica-se nas mucosas das vias nasais e faringe. Em seguida atinge os gânglios linfáticos locais e os folículos linfóides da faringe. Nos potros, tanto o EHV1 como 0 EHV4 podem atingir os alvéolos pulmonares e produzir uma broncopneumonia.


O EHV4 normalmente não produz viremia. Já o EHV1, associado aos Iinfócitos, pode produzir viremia e disseminar-se para o útero ou sistema nervoso. No útero pode ocorrer aborto: a placenta se descola do endométrio e o feto morre por asfixia, não apresentando sinais de autólise. Se o potro se infetar no útero e não ocorrer aborto, pode nascer fraco e morrer logo após o parto.


No sistema nervoso, o herpesvírus produz encefalomielite, devido a uma reação de hipersensibilidade, com formação de complexos antígeno anticorpo.


Nos portadores crônicos, os herpesvírus localizam-se nos tecidos Iinfoides ou em deterninados gânglios nervosos, conseguindo sobreviver em estado latente durante anos, sem causar sintomatologia específica. Sob a influência de um estresse ou doença intercorrente, esses herpesvírus latentes podem reativar-se e multiplicar-se. A contaminação das células receptoras pode ocorrer tanto por via sanguínea como pelas pontes intercelulares, colocando-se assim o vírus ao abrigo da imunidade humoral.


Após a reativação, o vírus pode ser excretado, acompanhado ou não de sinais clínicos. A imunidade pós-infecção ou pós-vacinação não impede a latência nem a reativação do vírus. No entanto, na presença de um nível suficiente de anticorpos, ocorre uma inibição mais ou menos total dos vírus excretados; por esse motivo, o período de reexcreção é mais curto e o título dos vírus excretados, mais baixo.

Sintomas

Forma Respiratória
O EHV1 e o EHV4 provocam uma rinofaringite aguda, evoluindo rapidamente para traqueobronquite, acompanhada de corrimento nasal seroso e depois mucopurulento. Inicia-se por uma forte hipertermia (40,5ºC a 41ºC) com um corrimento seroso abundante, lacrimejamento (devido à conjuntivite) e acessos de tosse seca. A doença dura de 1 a 2 semanas.


O EHV4 é responsável principalmente por surtos em cavalos com menos de 2 anos de idade. Porém, podem-se isolar nestes cavalos os 2 tipos de vírus.
Na rinopneumonite, as infecções bacterianas secundárias podem complicar o quadro clínico, com o aparecimento de: corrimento mucopurulento, faringite estreptocócica, infecção das bolsas guturais e broncopneumonia nos potros.
Certos animais apresentam tosse crônica persistente e dispneia, refletindo um comprometimento respiratório profundo.


A faringite com hiperplasia folicular Iinfoide também pode ser causada pelo herpesvírus, provocando edema de faringe e reduzindo a eficiência respiratória do cavalo.


As lesões provocadas pelo herpesvírus são, provavelmente, as principais responsáveis pela epistaxe em cavalos atletas.


A forma subclínica da infecçãoo respiratória é a mais comum. Manifesta-se apenas por uma redução da performance atlética dos cavalos. Geralmente, estas reinfecções assintomáticas ocorrem em intervalos de 4 a 5 meses.

Forma Abortiva
Em geral, o aborto ocorre entre o 7º e o 10º mês de gestação, sem nenhum sintoma premonitório. Algumas vezes, a gestação vai a termo, porém o potro nasce morto.


A contaminação do feto pelo EHV1 se dá após o 4º mês de gestação, com um período de incubação que varia de 3 semanas a 4 meses, até o aborto.
O aborto por herpesvírus não deixa sintomas ginecológicos na égua. O feto e a placenta são expulsos sem sinais de autólise, não havendo retenção de placenta nem lesão no trato reprodutivo da fêmea. Também não interfere na fecundidade; após nova cobertura, a égua não tem dificuldades para emprenhar. Apesar disso, pode voltar a abortar no ano seguinte.


Em geral, de 20% a 40% das éguas de um plantel abortam quando há um surto de herpesvírus.

Forma Neonatal
Se o potro se infectou no útero e não ocorrer aborto, pode nascer fraco e morrer logo após o parto com problemas respiratórios (pneumonia intersticial), anorexia, icterícia ou devido a infecções bacterianas.

Forma Nervosa
É provocada essencialmente pelo EHV1. Pode ou não ser precedida de sintomas respiratórios ou abortivos. Atinge cavalos de todas as idades.
A sintomatologia é extremamente variável, desde uma leve paralisia dos posteriores até uma paralisia geral. Nos casos mais leves, parece que o animal recebeu uma injeção de tranquilizante ou pré-anestésico.
Além dos sintomas de incoordenação motora, relutância em se mover, dificuldade em fazer curvas e paralisia dos posteriores, pode haver paralisia da cauda, atonia vesical, aparecimento de edemas e movimentos de pedalagem.


Os casos mais graves evoluem para complicações secundárias geralmente fatais, sobretudo se o animal permanece em decúbito. A convalescença pode durar 2 a 4 meses e, em certos casos, os equinos mantêm sequelas nervosas por toda a vida. No entanto, nos casos mais leves, a maioria dos animais recupera-se sem sequelas.

Diagnóstico de laboratório

Isolamento Viral
Segundo Weiblen (in Riet-Correa, 1998), o melhor e definitivo método para diagnóstico de infecção por EHV1 ou EHV4 é o isolamento viral. A escolha de amostras depende da síndrome envolvida. Na forma respiratória, “swabs” da nasofaringe, muitas vezes, revelam o agente infeccioso. Apos a coleta, o “swab” é colocado em um meio de transporte e remetido sob refrigeração ao laboratório.
No caso da forma nervosa, deve-se enviar metade do cérebro sob refrigeração e metade fixado em formalina a 10%.
No caso de abortos, enviar o feto para necrópsia completa. Caso o envio do feto seja impraticável, remeter pulmão, fígado e baço. Em fetos, a observação de focos necróticos com presença de corpúsculos de inclusão intranucleares permite o diagnóstico de aborto por herpesvírus. Já nas infecções pós-natais, os corpúsculos de inclusão são raros.

Sorologia
O método mais usado para o diagnóstico de laboratório da forma respiratória de rinopneumonite é a observação da elevação do título em anticorpos de duas amostras de soro do mesmo animal. A primeira amostra de soro deve ser coletada na fase aguda da forma respiratória e a segunda 2 a 3 semanas depois. Os soros da fase aguda e convalescente do mesmo animal devem ser enviados juntos ao laboratório para a prova de soroneutralização. Um aumento de quatro vezes, ou mais, no tíitulo dos anticorpos é considerado significativo.
Somente a elevação do título de anticorpos pode confirmar o diagnóstico. Uma única amostra, mesmo com título elevado, tem pouco valor no diagnóstico.
Além disso, normalmente não se faz a sorologia das éguas com suspeita de aborto por herpesvírus porque a infecção inicial ocorre geralmente muito tempo antes do aborto e não é possível observar a elevação dos títulos de anticorpos após o aborto, já que os anticorpos atingiram o seu valor máximo antes do aborto.

Controle
A proteção dos equinos contra rinopneumonite baseia-se em medidas sanitárias e em um programa de vacinação de todo a tropa.
As medidas sanitárias são de extrema importância para a prevenção dessa enfermidade. Contudo, é preciso convir que raramente são observadas. A preferência recai unicamente sobre a vacinação, cujos limites são aliás bem conhecidos. Daí decorrem as constantes insatisfações com os resultados dessa profilaxia.
As medidas sanitárias mais recomendadas são:

  • Isolar os animais recém-introduzidos no haras.
  • Realizar regularmente a desinfecção dos boxes e do material em contato com os equinos. Essa desinfecção é indispensável após a observaçãoo de todo caso clínico.
  • Isolar as éguas que abortarem ou cujo potro venha a morrer logo após o parto.
  • Separar as éguas prenhes dos potros desmamados, dos animais com um a dois anos de idade e de outros cavalos.
  • Favorecer o parto no haras de origem.
  • Criar as éguas prenhes em pequenos grupos, separados uns dos outros.
  • Isolar as éguas no final da gestação.
  • Em caso de surto, estabelecer uma quarentena de, no mínimo, um mês, após o último caso de aborto por herpesvírus.

Para imunizar os equinos contra a rinopneumonite, podem ser usados três tipos de vacinas:
  • A com vírus vivo modificado.
  • As inativadas convencionais.
  • As inativadas subunitárias.

As primeiras vacinas contra herpesvírus utilizavam vírus vivo atenuado. Estas vacinas são hoje em dia pouco usadas porque podem:
  • Provocar doença, devido ao risco de reversão da virulência ou contaminaçãoo por outros agentes patogênicos.
  • Induzir infecção latente nos animais vacinados.
  • Associar por recombinação genética com uma cepa selvagem e favorecer o aparecimento de novas cepas.

O uso dessas vacinas atenuadas parece ter favorecido principalmente a disseminação das cepas abortivas.
As vacinas inativadas são mais seguras, não provocando doença. Além disso, possibilitaram uma redução significativa do número de abortos a partir da sua introdução em vários países. No entanto, em alguns casos, estas vacinas inativadas, produzidas como herpesvírus total, provocam fortes reações locais e sistêmicas de hipersensibilidade.
Estas reações de hipersensibilidade estão associadas às proteínas do capsídeo. Por isso é que surgiu uma nova linha de vacinas formuladas apenas com as glicoproteínas do herpesvírus, as vacinas inativadas subunitárias, como podemos ver na fig. 2.
As figs. 3 e 4 apresentam os resultados de inocuidade e potência de diferentes vacinas formuladas com os vários componentes dos herpesvírus. Na fig. 3 podemos observar o aumento da espessura da pele, devido à reação de hipersensibilidade após inoculação intradérmica de diferentes frações de herpesvírus. A maior reação cutânea do nucleocapsídeo confirma que ele é o principal componente do vírus responsável pela hipersensibilidade; a fração do herpesvírus constituída por glicoproteínas não revela reação cutânea.
A fig. 4 apresenta a atividade imunogênica das diferentes frações de herpesvírus, expressa em percentagem de proteção. A eficácia da fração constituída pelas glicoproteínas é superior à das outras frações virais e mesmo à do herpesvírus íntegro.
Estes resultados obtidos a nível de laboratório foram confirmados no campo com as vacinas comerciais inativadas subunitárias formuladas com glicoproteínas de herpesvírus EHV1. Nas vacinas de subunidade viral, o herpesvírus é fracionado e suas diferentes partes são separadas. Apenas a fração de glicoproteínas do envelope viral é inoculada com o adjuvante. Esta vacina permite, portanto, maior imunidade, com menos riscos para os cavalos vacinados.
Atualmente, existem vacinas inativadas clássicas formuladas com o herpesvírus EHV1 e outras com a associação dos herpesvírus EHV1 e EHV4. Em termos teóricos, tal associação deveria permitir uma melhor abordagem sobre a profilaxia das herpesviroses equinas. Entretanto, levantam-se várias questões práticas:
  • A resposta imunológica específica contra o vírus EHV4 seria igual entre uma vacina monovalente contra EHV1 e uma vacina que associa EHV1 e EHV4.
  • O vírus EHV4 seria bem menos imunogênico do que o EHV1.

Assim, apesar da diferença antigênica entre o EHV1 e o EHV4, há uma proteção imunitária cruzada entre os dois tipos de vírus. Esta proteção depende da utilização de uma vacina com alto título antigênico e da repetição das vacinações. Testes sorológicos e desafios virais realizados em cavalos e hamsters demonstraram claramente que os dois vírus possuem antígenos comuns e que estes antígenos conferem boa imunidade cruzada.


Princípio da vacina subunitária


Aumento da espessura da pele após inoculação de diferentes frações antigênicas de herpesvírus


Percentagem de proteção ao desafio após vacinação com diferentes frações antigênicas de herpesvírus

Como vimos na patogenia da rinopneumonite, nos portadores crônicos, sob a influência de um estresse, os herpesvírus latentes podem reativar-se e multiplicar-se. A imunidade pós-infecção ou pós-vacinação não impede a latência nem a reativação do vírus.
Todos estes fatores:

  • Existência de diferentes tipos de herpesvírus;
  • Semelhança antigênica entre os vírus EHV1 e EHV4;
  • Latência, reativação e re-excreção de vírus, mesmo na presença de anticorpos circulantes;
  • Diferentes tipos de vacinas utilizadas;
  • Ocorrência de reações adversas em animais vacinados;
  • Necessidade de aplicar medidas sanitárias complementares, fazem com que a vacinação contra rinopneumonite continue sendo um tema controverso.


Quanto ao programa de vacinação para rinopneumonite com vacinas inativadas subunitárias, é preciso agir de forma semelhante à vacinação contra a gripe. Iniciar a vacinação dos potros com duas doses o mais cedo possível, por vonta dos 4 a 5 meses de idade, em filhos de éguas vacinadas; realizar a primeira vacinação de reforço 6 meses mais tarde e aplicar revacinações anuais de reforço.


Os veterinários, nos Estados Unidos, recomendam a revacinação a cada 6 meses.


Contra a forma abortiva da rinopneumonite, a adoção de um programa sistemático de vacinação das éguas proporciona uma redução significativa na taxa de incidência de abortos. Embora às vezes se observe a ocorrência de casos isolados, mesmo com a vacinação, é preciso reconhecer que a vacinação generalizada do plantel propicia uma evidente melhora tanto em termos médicos como econômicos.


Em resumo, a proteção dos equinos contra a rinopneumonite baseia-se em medidas sanitárias e em um programa de vacinação que utilize vacinas de boa qualidade e que abranjam todo a tropa.

Fonte: Merial

quinta-feira, 3 de março de 2011

Exigências Nutricionais em Minerais e utilização de minerais orgânicos na …

 

Os minerais estão envolvidos em diversas funções no metabolismo animal, incluído componentes estruturais, cofatores enzimáticos e transferências energéticas. Alguns minerais participam de vitaminas, hormônios e aminoácidos (Lehninger, 2002).

     Os minerais são fundamentais na nutrição, especialmente para animais atletas ou em reprodução (Swenson e Reece, 1996). Os minerais são requeridos por todos os animais para diversos processos biológicos, mas as quantidades encontradas em muitos alimentos não são normalmente suficientes para máximo crescimento ou produção de leite sendo necessária uma suplementação para compensar a deficiência. (NRC, 1989).

     Outro aspecto, é que a variação nos teores de minerais dos alimentos varia consideravelmente, devido a vários fatores, sendo, portanto, aconselhável a análise dos alimentos (forragens) principalmente para cálcio e fósforo. Cuidados devem ser tomados para que as quantidades suplementadas não sejam elevadas, para evitar problemas de toxidez (Lewis, 2000).

     Fale ressaltar que as exigências nutricionais, tanto para macronutrientes (energia, proteína, lipídios, água e fração fibrosa) quanto para micronutrientes (vitaminas e minerais), dos animais são influenciados por vários fatores relacionados ao animal (como a espécie, a idade, o estado fisiológico, o peso vivo, a intensidade de exercícios), relacionados ao ambiente (temperatura ambiente e sistema de criação), e relacionados as dietas como taxa de consumo e digestibilidade das dietas que podem ainda sofrer influência dos seguintes fatores como: ingredientes da dieta, o tamanho da partícula do alimento, a freqüência de alimentação e teor de fibra da ração (NRC, 1989; Lewis, 2000). Assim a tabela apresentada, procura resumir as exigência nutricionais de eqüinos em relação aos minerais sendo a mesma uma situação simulada pelo programa computacional NRC (1989) na qual está especificada através de legenda.

      As fontes de minerais, mais comumente utilizadas na nutrição animal são as fontes inorgânicas (óxidos, sulfatos, cloretos, carbonatos e fosfatos) e estes apresentam uma digestibilidade ou disponibilidade baixa aos animais, principalmente aos não-ruminantes. Desta forma pesquisas são desenvolvidas para que estes nutrientes sejam melhor aproveitados e desempenhem seu papel fisiológico adequadamente.

     Na área produtiva e reprodutiva a utilização de compostos minerais orgânicos (manganês, zinco, ferro, cromo, selênio, cobre) traz inúmeros benefícios tais como: melhor qualidade de espermatozóides e de folículos disponíveis para reprodução, melhoria nos processos envolvendo hormônios sexuais, melhoria do metabolismo de carboidratos, melhoria na formação de tecidos (pele, músculo, colágeno), dentre outros aspectos que podem ter impacto importante no desempenho zootécnico de produção (Moraes, et al. 2001).

     Moraes, et al. (2001) denomina quelatos como, compostos formados por íons metálicos seqüestrados por aminoácidos, peptídeos ou complexos polissacarídeos que proporcionam a esses íons alta disponibilidade biológica, alta estabilidade e solubilidade e afirmam que o mecanismo pelo qual o agente quelante melhora a utilização do mineral depende da capacidade do ligante no trato gastro intestinal formando complexos solúveis com o mineral.

     Segundo AAFCO (1997), os produtos minerais orgânicos são definidos da seguinte forma:

     • Quelato metal-aminoácido: é um produto resultante da reação de um sal metálico solúvel com aminoácidos na proporção molar.

     • Complexo aminoácido-metal: é um produto resultante da complexação de um sal metálico solúvel com aminoácido(s).

     • Metal proteinado: é o produto resultante da quelação de um sal solúvel com uma proteína parcialmente hidrolisada.

     • Complexo metal-polissacarídeo: é o produto resultante da complexação de um sal solúvel com polissacarídeo.

     Estudos recentes têm desenvolvido compostos orgânicos semelhantes àquelas moléculas transportadoras de minerais no organismo animal (metalotioneína, ferritina, cerulosplasmina e outras), de maneira a garantir sua eficiência em suprir deficiências (Moraes, et al. 2001).

     Estudos descrevem que no momento em que as fontes inorgânicas chegam ao estômago, ocorre uma dissociação das moléculas, liberando íons metálicos como Zn++, Mn++, etc. Para que esses íons sejam absorvidos, eles necessitam estar associados a um agente ligante ou molécula transportadora, permitindo a passagem através da parede do intestino (Swenson e Reece, 1996, Lehninger, 2002). Muitas vezes estes íons não encontram este agente ligante e acabam sendo excretados. Uma suplementação extra destas fontes de minerais, na tentativa de aumentar sua disponibilidade para o animal, pode causar efeitos prejudiciais.

     Lewis, (2000) relata que existe também um efeito de competição e inibição da absorção de minerais por outras substâncias ou nutrientes quando apresentados nas formas inorgânicas, entre elas o ácido oxálico e fítico, taninos, fibras, a presença de outros minerais. Quando o mineral está na forma orgânica, ligado a um aminoácido, esta absorção é direta, não sofrendo interferência destes fatores. Os principais agentes quelante são os ácidos aminados, ascórbico, glucônico e etilenodiaminotetracético (EDTA).

     Tabela – Apresenta valores de exigências nutricionais em minerais por eqüinos em diferentes categorias e estágios fisiológicos e com um consumo diário de alimentos de 2,0% de Peso Vivo.

image

     1. Valores médios de exigência nutricional para animal com peso vivo de 500 kg

     2. Garanhão em estação de monta com peso vivo de 500 kg

     3. Valores médios de exigência nutricional para animal com peso vivo de 470 kg no inicio do terço final de prenhes

     4. Valores médios de exigência nutricional para animal com peso vivo de 470 kg no 3º mês de lactação

     5. Fonte: programa computacional - NRC (1989)

     Obs. Os valores referentes a exigência nutricional dos potros, são para animais que na sua idade adulta apresentem peso vivo de 500 kg.

 

Autores: Leonir Bueno Ribeiro e Paula Konieczniak

Fonte: http://www.cavaloscrioulos.com.br/

quarta-feira, 2 de março de 2011

Variações de Marcha

 

Muito tem-se discutido sobre as variações da marcha. A polêmica se acirra quando estão em jogo as marchas batida e picada.

A lista de discussões acessada via internet tem sido palco de polêmicos debates sobre a marcha e suas variações, sendo também esta a razão da escolha deste tema pela ABCCMM, que sente-se no dever de se posicionar a respeito, levando a seus Associados uma referência mais concreta e objetiva de sua postura neste assunto.

A título de esclarecimento, os termos “marcha picada”  e “marcha batida” foram substituídos no vocabulário técnico da Associação por marcha lateralizada, marcha de centro e marcha diagonalizada. Enquanto aqueles termos sugeriam, cada um, um tipo específico de marcha, as novas expressões definem melhor o que ocorre quando variações se apresentam, de acordo com as alterações nos tempos de apoio laterais e diagonais, promovidos pelo animal.

Para melhor compreendermos estas possíveis variações, vamos definir corretamente a marcha:

Andamento marchado ( no qual o animal se mantém  em permanente contato com o solo ), simétrico, regular, a quatro tempos ( em um ciclo completo as batidas dos cascos no solo são distintas, gerando quatro sons também distintos ), com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por momentos de tríplice apoio.

Na marcha clássica o animal deve promover oito apoios diferentes, conforme esquema abaixo:

TAD >  TRÍPLICE ANTERIOR DIREITO

DD  >  DIAGONAL DIREITO

TPE  >  TRÍPLICE POSTERIOR ESQUERDO

LE   >  LATERAL ESQUERDO

TAE  >  TRÍPLICE ANTERIOR ESQUERDO

DE  >  DIAGONAL ESQUERDO

TPD  >  TRÍPLICE POSTERIOR DIREITO

LD  >  LATERAL DIREITO

As variações na marcha clássica vão ocorrer de acordo com o tempo que o animal se mantém em cada uma destes oito apoios.

Até há pouco tempo, pensava-se que a marcha lateralizada tinha tempos de apoio laterais maiores que os diagonais. Por sua vez, a marcha diagonalizada tinha os tempos de apoio diagonais maiores que os laterais. Definiu-se como marcha de centro a marcha que apresentava tempos de apoio laterais e diagonais iguais.

Analisando detalhadamente filmes de animais em marcha, constatou-se que praticamente em todas as variações, os tempos de apoio diagonais são sempre maiores que os laterais. Interessa, neste caso, o quanto maior é o tempo de apoio diagonal sobre o lateral. Definiu-se então as variações da seguinte forma:

  1. marcha diagonalizada: ocorre quando os tempos de apoio diagonais são muito maiores que os laterais;
  2. marcha de centro: ocorre quando os tempos de apoio diagonais são maiores que os laterais;
  3. marcha lateralizada: ocorre quando os tempos de apoio diagonais são pouco maiores que os laterais.

Observou-se que quando os tempos de apoio laterais se igualam aos diagonais, o animal se encontra na transição entre a marcha e a andadura.

Definindo didaticamente estas variações, criou-se o seguinte diagrama:

ANDADURA <<L4<<L3<<L2<<L1<CENTRO>>D1>>D2>>D3>>D4>>TROTE

Entre a andadura e o trote se encontra a marcha com suas variações:  D1, D2, D3 e D4 são gradações de marcha diagonalizada, variando de D1, próximo à marcha de centro, a D4, marcha extremamente diagonalizada, próxima do trote; Do outro lado, L1, L2, L3 e L4 são gradações de marcha lateralizada, variando de L1, próximo à marcha de centro, a L4, marcha extremamente lateralizada, próxima da andadura. Os termos “marcha picada” e “marcha batida” não nos dão a dimensão destas possíveis variações da marcha.

A marcha clássica à qual nos referimos acima é exatamente a que apresenta as oito possibilidades de apoio descritas, na mesma seqüência do esquema. É possível ocorrer a supressão de um ou mais apoios no ciclo, ou mesmo sua substituição por um apoio monopedal. Quando isto ocorre, não se pode afirmar que o animal não está marchando, mas sim que a marcha não é de total qualidade, não é clássica. Ocorrendo algum momento de suspensão total, aí sim estará descaracterizado o andamento marchado. Da mesma forma o animal não estará marchando, se ocorrer apoio e avanço exclusivos de bípedes laterais, intercalados por apoios quadrupedais. Neste caso, o andamento caracteriza-se como andadura.

A marcha de centro reúne todos os pontos positivos de forma plena, incluindo a comodidade, o equilíbrio, o estilo. Especificamente é esta a variação da marcha que mais preenche o padrão, e portanto a que vem sendo valorizada nos concursos, tanto quanto no momento do registro. Ocorre, no entanto, que as variações de marcha lateralizada e marcha diagonalizada apresentam limites bem mais amplos que os da marcha de centro. Dificilmente encontramos animais precisamente de centro, pelos limites estreitos que definem esta variação.

Correndo o risco de ferir a ética, mas evitando citar nomes para minimizar este risco, gostaria de me reportar à Exposição Especializada de Caxambu, promovida pela ENA no inicio deste ano, quando da reciclagem dos árbitros. Naquela ocasião, num determinado concurso de marcha, tivemos a felicidade de nos deparar com um animal tipicamente de marcha de centro. Por todas as qualidades que apresentava, além de seu gesto genuíno, e realmente de centro, este animal não só obteve o título de campeão de marcha, como foi extremamente elogiado pelo árbitro em seu comentário. Foi unanime a opinião dos presentes, inclusive criadores defensores da marcha lateralizada, quanto às qualidades expressas por aquele animal, que foi inclusive montado por curiosos depois de sua premiação. Como integrante do trio responsável pelo julgamento naquela ocasião, sinto-me à vontade para tecer este comentário, confirmando que apesar de pouco comum, sempre que animais desta natureza se apresentarem em pista, sua classificação será superior. Não existe determinação em contrário.

Considerando a marcha picada, ou lateralizada, onde os tempos de apoio diagonais são apenaspouco maiores que os laterais, o ponto de equilíbrio do animal oscila consideravelmente, no sentido lateral, deslocando seu peso de um lado para o outro. Isto força o cavalo a compensar tais oscilações mobilizando de forma acentuada o pescoço, o que interfere negativamente no estilo de marcha. A estabilidade do tronco fica comprometida, tanto quanto o equilíbrio, pelas oscilações citadas. A necessidade de retomada constante de equilíbrio promove um desgaste físico acentuado no animal. Ao longo de uma prova de marcha, este desgaste é significativo, levando o animal a alterar seu gesto, interferindo negativamente na regularidade. Ainda que não oferecendo atritos verticais ao cavaleiro, esta variação da marcha promove um atrito lateral, que é percebido em cavalgadas longas. Além do atrito lateral, o desequilíbrio é fator de desconforto para o cavaleiro, pela insegurança gerada ao executar figuras, como também pela dificuldade do animal em fazer transições, como a partida ao galope, por exemplo. Ainda sobre a marcha lateralizada, é comum que os animais que apresentam esta variação sejam limitados quanto ao rendimento. Sabe-se que a propulsão nos eqüinos é promovida pelos membros posteriores. Passadas curtas com o posterior significam pouco rendimento, e esta característica acontece com freqüência também pelo deslocamento acentuado do ponto de equilíbrio, no sentido lateral. Para melhor compreendermos o que ocorre, façamos uma comparação do cavalo com um barco, no qual o canoeiro usa um remo, sentado na parte posterior do barco. Ao remar por exemplo, do lado esquerdo, o canoeiro promove um deslocamento do barco para a frente, além de direcionar a porção dianteira do barco para a direita:

Comparando o descrito acima com um cavalo, ocorrem duas situações diferentes, conforme seja mais diagonalizado ou lateralizado o animal. Vejamos:

Caso seja diagonalizado, ao promover a distensão do posterior esquerdo, por exemplo, o cavalo estará apoiado também em seu anterior direito, que irá canalizar a força de propulsão para a frente, impedindo um desvio do ponto de equilíbrio para a direita ( que ocorre com o exemplo do barco).

Caso seja o animal lateralizado, ao promover a distensão do posterior esquerdo, o anterior esquerdo estará também apoiado, enquanto o anterior direito se encontrará em suspensão. Desta forma, o ponto de equilíbrio do cavalo será deslocado para a frente e para a direita, como no barco.

Se o animal lançar mão de todo seu potencial para promover uma passada longa, seu ponto de equilíbrio irá deslocar tanto do eixo central, a ponto de não mais ser possível recuperar o equilíbrio. Este animal, certamente, cairá.

Desta forma, mesmo que tenha recurso suficiente para dar passadas longas, este animal deverá conter sua elasticidade, promovendo passadas curtas, consequentemente de pouco rendimento. Esta tese poderia ser rebatida ao se considerar o exemplo dos animais puxadores de “aranha”, que são pequenas charretes puxadas por animais de andamento totalmente lateralizados, numa prova de velocidade em que o animal lança mão do máximo de sua elasticidade para imprimir velocidade em seu deslocamento. Ocorre neste caso que a troca de apoio de um bípede lateral para o outro acontece por um momento de suspensão total. Neste caso, o centro de gravidade do animal é lançado para cima, durante a troca de apoios laterais, o que mantém seu equilíbrio mais estável, sem grandes oscilações laterais.

Para que sejam competitivos em relação aos animais de centro, ou mesmo aos de marcha um pouco diagonalizada ( D1 ), cavalos lateralizados precisam se mostrar superiores em todas as características naturais da marcha. Precisam ter temperamento de sela extraordinário, grande qualidade de impulsão, se superar no equilíbrio, para que possam dar passadas longas e executar figuras e transições com facilidade, ter qualidades extremas de proporções e angulações de membros, além de perfeitas regiões zootécnicas ligadas à dinâmica eqüina. Além disso, é indispensável que se apresentem plenamente adestrados, para que possam explorar e evidenciar todas estas qualidades. Tudo isto nos faz entender que é difícil se encontrar um animal lateralizado que preencha todos estes requisitos, a ponto de competir em igualdade de condições com animais de maior equilíbrio, e que por este motivo apresentam performance melhor pontuada. Quando, no entanto, eles se apresentam, com certeza são bem classificados.

Além do que foi posto até aqui, existe outro fator que normalmente leva os criadores a pensar em discriminação em relação à marcha picada. Os animais lateralizados, em esmagadora maioria, apresentam esta variação da marcha não por qualidades, mas sim por defeitos de conformação. Limitações de angulação e proporção de membros, problemas de aprumos, ou mesmo deficiências em regiões zootécnicas diretamente ligadas à dinâmica, levam quase sempre a esse tipo de andamento, desequilibrado, irregular, de pouca impulsão, baixo rendimento, enfim, de qualidade inferior. Nestes casos, o registro é também dificultado, já que somam-se limitações de conformação a outras de andamento. Deve-se lembrar, inclusive, que para ser registrado em definitivo, o animal deverá obter no mínimo 50 % da pontuação destinada ao andamento.

Se fizermos uma avaliação estatística, certamente iremos concluir que muito poucos são os animais lateralizados que obtiveram boas colocações em concursos de marcha ou mesmo o registro definitivo. No entanto, esta verdade não acontece por discriminação à marcha picada,nem mesmo por uma determinação da Associação a seu quadro de técnicos de registro ou de árbitros. Ocorre sim por problemas de conformação que apresentam a maioria de animais lateralizados, além da dificuldade de outros lateralizados em superar de forma compensatória as limitações criadas pelo desequilíbrio característico da dinâmica lateralizada.

Como autor deste texto, concluo dizendo que seu conteúdo expressa não somente meu ponto de vista como técnico, mas também a posição oficial da ABCCMM  em relação às críticas quanto a discriminação em relação à marcha picada, e que por esta razão também assina este artigo.

O conteúdo acima expressa a opinião do autor sobre o assunto. Caso você deseje complementar ou até mesmo discordar do tema sua opinião técnica também será publicada aqui.

Autor: Roberto Naves . Árbitro da ABCCMM Fonte: Empório do Criador