Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Patologia Espermática para Jumentos da Raça Pêga

 

O exame andrológico tem sido utilizado em todas as espécies de animais domésticos como indicador potencial da capacidade reprodutiva do macho. É uma importante ferramenta para auxiliar na melhoria da eficiência reprodutiva. Os primeiros trabalhos de investigação sobre patologia do sêmen em animais domésticos foram realizados em touros em 1925. LANGERLÖF (1934) foi um dos primeiros a demonstrar que o aumento das anormalidades espermáticas estava associado com decréscimo da fertilidade em touros e a estabelecer as bases do espermograma clínico, sendo que em eqüinos, o primeiro trabalho a envolver a morfologia espermática foi em 1928.

 

Em 1952 e 1959 foram feitos os primeiros estudos desenvolvidos com objetivos de realizar comparações entre as
características da morfologia espermática entre garanhões e jumentos. Os espermatozóides asininos se assemelham ao dos garanhões, entretanto, com a cauda mais longa e a cabeça de formato, ligeiramente, mais globoso semelhante ao espermatozóide do touro e carneiro.

No Brasil, as normas e padrões da avaliação andrológica e do sêmen, foram estabelecidos por duas Comissões sobre Andrologia organizada pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal, sendo que a última de 1998 é a que permanece em vigência. Porém, o reprodutor asinino não foi incluído nos padrões estabelecidos de avaliação do sêmen animal e, deste modo, experimentos e levantamentos de campo
devem ser realizados numa tentativa de estabelecer os padrões de exame andrológico para jumentos nas condições brasileiras.
Os defeitos espermáticos relatados na literatura para jumentos são escassos.

 

Os valores apresentados nesse estudo podem servir de valores de referencia para rotina de exame andrológico de jumentos e para novos estudos conduzidos para a construção de valores de referencia de patologia espermática de asininos.

 

(Texto adaptado. Texto completo em: http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resumos/R0663-3.pdf)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Globo Rural 22/08/2010

O globo Rural apresentou uma reportagem sobre jumentos e muares nesse domingo. Quem não assistiu não precisa se preocupar, a reportagem está disponível no site da globo, e estou colocando os videos disponíveis aqui também!

 

 

 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Revista Campo e Cidade Maio/Jun 2010

Finalmente consegui por as mãos na edição que a revista Campo e Cidade lançou sobre jumentos e muares. Foi difícil, pois a revista é regional, e só está disponível no interior de São Paulo.

 

No geral a revista está muito boa, focou bem nos jumentos e muares, tem entrevistas com alguns dos maiores criadores do Brasil e várias outras informações. Só achei ruim a maior parte das matérias estar focada em Sorocaba e Itu, mas como é uma revista regional dá para entender.

materiacc

domingo, 22 de agosto de 2010

Nomenclatura do Corpo

Infelizmente não achei nenhum gráfico com a nomenclatura do corpo de jumentos, mas como os nomes são os mesmos, aqui vai a do cavalo.

1. Peito 10. Coroa
2. Encontros 11. Casco
3. Pescoço 12. Interaxila
4. Cabeça 13. Períneo
5.  Antebraço 14. Nádega
6. Joelho 15. Cola, Cauda ou Rabo
7. Canela 16. Ânus
8. Boleto 17. Vulva (na fêmea)
9. Quartela  

 

1. Pescoço 11. Ventre ou barriga
2. Cernelha, garrote or cruzeta 12. Virilha
3. Dorso 13. Bainha com bolsa ou prepúcio (no macho)
4. Lombo ou rins
14. Pênis ou verga (saindo do prepúcio)
5. Anca 15. Umbigo
6. Garupa 16. Úbere com as mamas ou telas (na fêmea)
7. Fio de lombo 17. Bolsa escrotal, saco escrotal (no macho)
8. Costado
18. Interaxila
9.  Vazio e flanco 19. Axila ou sovaco
10. Cilhadouro  

1.Cabeça

24.Flanco

2.Tábua do pescoço

25.Vazio do flanco

3.Goteiro da jugular

26.Anca

4.Crineira superior. do pescoço

27.Garupa

5.Bordo inferior do pescoço

28.Cola, cauda ou rabo (sabudo e crinas)

6.Paleta, palheta, pá ou espádua

29.Nádega

7.Peito

30.Coxa

8.Encontros

31.Soldra, Badilha ou gordinho

9.Braço

32.Perna

10.Antebraço

33.Jarrete ou garrão

11.Joelho

34.Canela

12.Canela

35.Boleto

13.Boleto

36.Quartela

14.Quartela

37.Coroa

15.Coroa

38.Casco

16.Casco

39.Castanha ou espelho

17.Codilho

40.Virinha

18.Castanha ou espelho

41.Tendão

19.Machinho ou esporão

42.Machinho ou esporão

20.Cilhadouro

43.Prepúcio ou bolsa

21.Garrote, crenelha ou cruzeta

44.Umbigo

22.Dorso

45.Lombo ou rins

23.Barriga ou ventre

46.

Costado

1.Cavidade cutigeral

12.Glomas ou glumas

2.Tecido queratinoso

13.Talões ou arcobotantes

3.Bordo coronário

14.Barras

4.Bordalete perióplico

15.Lacunas lateriais da ranilha

5.Regiões parietal

16.Ramos de ranilha

6.Ombro

17.Corpo da ranilha

7.Quarto

18.Ponto da ranilha

8.Talão

19.Sola

9.Pinça

20.Bordo plantar do casco

10.

Guarda-casco

21.Linha branca ou linha do ferrados

11.Ferradura

22.Lacuna mediana ou central da ranilha

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Reportagem Globo Rural 22/08

 

O Globo Rural estará apresentando uma máteria sobre jumentos Pêga neste domingo dia 22/08. Pelas informações que recebi a reportagem é de 20 minutos e vai mostrar a história da raça Pêga nas diferentes regiões do país.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Devo colocar minha jumenta para reproduzir?

 

O cruzamento de jumentos não é tão simples quanto parece, ou pelo menos, não deveria ser. O proprietário é responsável por fazer tudo que for possível para que o cruzamento seja feito de maneira segura e também por cruzar a jumenta com um jumento adequado.

1. Primeiramente deve analisar sua jumenta de maneira critica, observando os padrões oficiais da raça (caso não se sinta apto a fazer isso deve chamar um técnico), dessa forma você pode identificar os pontos fortes e fracos de dela, e decidir o que deve ser concertado.  Se tem uma jumenta com mais de 10 anos que nunca deu cria, deve discutir com seu veterinário os pros e cons de colocar esse animal para reproduzir. Rejeitar a cria é um dos problemas de jumentas mais velhas que não tenham tido filhos antes.

2. Peça a um veterinário para verificar o sistema reprodutivo da jumenta para ver se está normal e saudável.

3. Para proteger a matriz e o reprodutor leve em consideração o treinamento da jumenta. Ela aceita cabresto e é fácil de prender? Ela fica quieta quando fazem o casco dela? Ela entra e viaja no reboque/caminhão sem problemas? Esse treinamento básico pode parecer sem importância para o processo de reprodução, mas é vital caso a jumenta precise ser removida do pasto em caso de acidente, na hora que o veterinário estiver trabalhando,  para monta controlada e para fazer inseminação artificial.

4. Caso planeje enviar sua jumenta para outro criatório para o processo de reprodução visite o dono do reprodutor. Converse extensivamente sobre o método de reprodução que ele usa, visite as instalações e veja a alimentação e o manejo dos animais lá. Converse também sobre qualquer necessidade especial que sua jumenta tenha , e sobre os exames/vacinas que você terá que providenciar para levar o seu animal para o criatório dele. Se você estiver satisfeito com as instalações peça para ver o reprodutor. Verifique se o registro dele está OK na associação e se já ganhou algum prêmio.

5. Quando for escolher um reprodutor avalie criticamente o animal. Observe sua disposição, morfologia e andamento. Quais são os seus defeitos? A conformação morfologica vai corrigir os defeitos da sua jumenta? Compare a altura dele com a da sua jumenta.

6. Avalie sua região, é possivel ou desejável que os animais reproduzam em qualquer época do ano? Avalie as condições da sua fazenda. Quanto mais luz solar mais fácil fica para a jumenta entrar em cio e melhor para os animais  que nascerem.

 

Fazendo uma seleção cuidadosa dos dois pais, e da melhor época do ano para o cruzamento, o filhote deve superar os pais em qualidade e nascer na melhor época para crescer e se desenvolver.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Será que muares são ideais para mim?

Você está pensando em comprar uma mula ou um burro, mas não sabe se é o melhor para você? Talvez você deva se fazer algumas perguntas.

1.Qual a sua experiência com cavalos?

Se você nunca andou a cavalo ou teve um cavalo antes, talvez você não tenha experiência suficiente para lidar com muares. Eles são espertos, se você cometer algum erro, eles vão tirar proveito disso. É preciso entender um pouco de psicologia equina e saber ler a linguagem corporal dos equinos, uma coisa que só se aprende com tempo e experiência. Se você permitir que o seu muar tire vantagem sobre você, tenha certeza que ele vai.

 

2. Você é uma pessoa paciente?
É preciso paciência para criar mulas e burros. Você tem que estar sempre um passo na frente deles, e não vencê-los pela força como muitos tentam fazer. Se você tentar forçar uma mula a fazer algo, ao invés de convencê-la de que ela quer fazer do seu jeito, você vai ter problemas. Lidar com mulas é como um jogo de estratégias.


3. Você gosta de jogos de estratégia?

Se você gosta de testar sua inteligência, você vai adorar lidar com muares. Eles são animais altamente inteligentes e estão sempre pensando em como tirar proveito da situação. Os muares não são programáveis como os cavalos, no seu treinamento você deve sempre desafia-los para mantê-los interessados, saber parar para não aborrecê-los e parabeniza-los quando se comportarem bem.  Se uma mula ficar zangada ou de mal-humor é melhor desistir do treinamento pelo resto do dia.  É preciso perceber que quando se tem uma mula bem treinada ela está simplesmente te dando o prazer de fazer o que você quer, irrite-a e ela vai te ignorar.

 

4. Que tipo de instalações você tem?

O mais recomendado é usar cerca elétrica, se usar arame farpado eventualmente ele vai se ferir, se usar arame liso eles se encostam no arame e acabam esticando, se for de madeira eles podem come-la. Para a proteção deles e para a proteção das suas cercas o melhor é usar cerca elétrica.

 

5. Você tem uma área arenosa para eles se coçarem?

Se não, seus muares farão uma, mesmo que seja no meio do seu pasto irrigado.


6. Você tem outros animais?

Muares são animais sociais e não gostam de ficar sozinhos. Se você tem equinos (especialmente éguas) sua mula vai se tornar parte do plantel, isso é bom se você quiser deixar a sua mula mais solta, pois nesse caso ela ficaria com o plantel e não fugiria, mas por outro lado se você quiser sair com a sua mula sem a companhia dos outros animais isso pode ser incoveniente. Ela ficaria incomodada por ser amarrada sozinha e sair pra andar sozinha, leva algum tempo pra ela perceber que eventualmente ela vai poder voltar pra junto dos amigos. Também é importante lembrar que muares podem pisotear pequenos animais, não os coloque com ovelhas, cabras, etc. Também tenha cuidado com seus gatos e cachorros, e não recomendaria deixar crianças pequenas sozinhas perto de um muar.


7.Que tipo de montaria você procura?

Escolha um muar que preencha as suas necessidades. Existem muares disponiveis gerados por diferentes raças de cavalos. Tente selecionar um muar que tenha as habilidades mentais e físicas que você precisa. Tenha em mente que o jumento contribui para o tamanho, disposição, força e saúde, mas a maioria das caracteristicas mentais vem da mãe, assim como a habilidade atlética. Decida o que você quer em uma mula antes de sair a procura de uma.

 

8. Você tem uma égua e precisa de um jumento?
Se você tem uma égua com os atributos que você quer em uma mula, o proximo passo é encontrar um jumento que complemente esses atributos. Uma boa maneira de escolher um reprodutor é observar seus filhos com éguas parecidas com a sua. 

 

Muares podem ser tanto um sonho quanto um pesadelo. Quando for decidir se os muares são ideais pra você lembre que eles não são como os cavalos, eles são muito mais…e não são pra todos…

sábado, 14 de agosto de 2010

Cuidados Dentários

Jumentos mantidos em baias precisam de mais atenção e cuidados dentários que jumentos criados a campo, porque sua dieta não é tão diversificada. Ao contrário dos dentes humanos, os dentes dos equinos estão sempre em crescimento e devem ser gastos no ato de pastar na mesma velocidade em que crescem.  Por causa disso caries e o detrioramento dos dentes em geral não são um problema, já que o acabam sendo gastos junto com os dentes e eventualmente desaparecem.

 

No entanto, muitos outros problemas dentários e na bocaem geral podem ocorrer e devem ser tratados. Problemas dentários acontecem em qualquer idade portanto os dentes devem ser verificados pelo menos uma vez por ano. Mesmo não sendo especializados no assunto a maioria dos veterinários tem algum conhecimento sobre o tema, é interessante pedir para o seu dar uma olhada nos animais sempre que fizer uma visita a fazenda.

Os incisivos normalmente não causam nenhum problema, no entanto os molares, que são os dentes mais usados na mastigação, tendem a causar alguns problemas. Eles tendem a ser castos de forma desigual, dependendo de como o jumento mastiga, pontas muito afiadas tendem a cortar as bochehcas e a lingua. O veterinário deve raspar as pontas afiadas, isso não causa nenhuma dor ao jumento e a maioria deles não tende a dificultar o processo.  

 

Os dentes decíduos (dentes de leite) podem causar problemas por não cairem normalmente e ficarem por cima dos dentes permanentes. Isso resulta numa superfície desigual de mastigação, o que leva a comida à ficar presa nos dentes, causando inflamação na raiz. O dente nesses casos deve ser arrancado.

Quando não há espaço para o dente crescer ele pode crescer para dentro (é raro) e é extremamente dolorido para o animal.


O dente de lobo (não confundir com os caninos) já está começando a desaparecer em alguns equinos, é um dente rudimentar sem nenhuma função nos animais atuais. No entanto quando presente pode causar problemas na mordida, eles normalmente precisam ser removidos pelos veterinários, um equino pode ter até 4 desses dentes. Ocorrem mais frequentemente nas fêmeas. Esse dente sai quando o animal tem cerca de 6 meses.

Dentição Cavalos

Machucados nos tecidos moles causados pelas pontas agudas ou dentes deslocados, podem resultar na perda de pequenas quantidades de comida parcialmente mastigada, que caem da boca do cavalo durante a mastigação. O bolo alimentar perdido geralmente é visível no chão fora da baia do animal, ou sob o cocho.  Animais sofrendo de crescimento dental excessivo ou outra causa de dor nos dentes podem não conseguir esvaziar completamente a boca de alimento e então acabar, em casos mais graves, tendo inchaços semi permanentes nas bochechas, que ficam parecidas com as de um hamster, devido ao acúmulo de comida fibrosa presa entre as laterais dos pré-molares e molares  e das bochechas. Aparentemente, esse acúmulo é provocado pelo próprio animal na tentativa de proteger as bochechas, mas pode causar inflamação e portanto deve ser removido. A ocorrência de dor bucal faz o cavalo evitar movimentos normais, mais largos, de mastigação como os fortes movimentos de trituração, e devido a essa restrição dos movimentos da mandíbula podem-se desenvolver pontas dentárias de forma generalizada. 

Abscessos na boca acontecem muitas vezes devido às sementes (em especial as arestas da cevada), que ficam presas na boca e língua. As sementes terão que ser retiradas e o interior da boca esguinchado com água. Superfícies irregulares nos molares podem contribuir para este problema.

Problemas dentários são normalmente fáceis de perceber pois os animais apresentam alguns sintomas como: perda de peso por conta dos problemas alimentares, deixam cair muita comida, não conseguem mastigar, respiração ruim, problemas digestivos, colica, babam, soltam espuma demais pela boca e movimentação excessiva da cabeça.

 

Jumentos velhos precisam de atenção redobrada já que tendem a perder dentes mais facilmente por causa de infecções do que os jumentos mais novos. O desgaste desigual dos dentes também pode ocorrer por causa de cegueira ou surdez do animal. Em jumentos extremamente velhos os dentes podem se decair até acabarem, nesses casos é necessária uma alimentação mais macia e a ingestão de vitaminas.

 

Os dentes dos jumentos normalmente duram mais que os dos cavalos e apresentam menos desgastes, o que deve contribuir para o fato de os jumentos viverem mais..

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Encontro de Muladeiros - Votorantim

Atenção amigos, acabei de receber a informação que vai acontecer o I Encontro de Muladeiros e I Prova de Marcha de Muares e Equinos de Votorantim, perto de Sorocaba – SP.

Prova de Marcha Votorantim

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Mudanças nos Métodos de Doma

“Jumentos e muares são animais muito cautelosos, um traço que é geralmente confundido com teimosia”

 

Os jumentos e muares ainda são considerados por muitos como animais difíceis de domar, o que essas pessoas não sabem é que esses animais são muito inteligentes, bem mais que os cavalos, e aprendem tudo muito fácil. O problema é quando ensinam errado…

Doma Tradicional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Infelizmente, a doma tradicional ainda é praticada por muitos. Essas pessoas, em sua maior parte, acham que essa é a melhor maneira de se domar um animal porque o pai e o avô domavam assim, e provavelmente nunca viram uma doma ser feita de outra forma. A regra principal é o uso da violência para subjugar o animal, vencê-lo pelo medo, cansaço e até pela dor. Ele é laçado, derrubado, suas orelhas e seus lábios são torcidos com força e brutalidade por seus supostos treinadores. Muitas vezes essa “doma” é transformada em espetáculo, onde os peões, para provar sua bravura,  montam para uma platéia que aplaude quanto mais o cavalo corcovear.

E assim o cavalo é forçado de um lado ao outro, até que seu espírito seja “quebrado”. O uso de chicotes e esporas são impressindíveis nesse tipo de doma, que leva à um cavalo indeciso, assustado, confuso, medroso, acuado, com problemas de temperamento, e propenso a adquirir vícios dos mais variados, sem falar nos danos físicos, sejam eles temporários e permanentes.

 

As pessoas tendem a rejeitar o que não conhecem, mas mesmo assim devem ser educadas a não ver os animais como inimigo a ser subjugado. Como diz Ray Hunt, um dos maiores adestradores de cavalos do mundo, "Você pode ser firme, jamais áspero".

 

Tratador nervoso e violento produz cavalo arisco e assustado. A doma tradicional, brutal e cruel, está fadada ao esquecimento. O chicote só produz escravos que na primeira oportunidade vão se rebelar com violência. É por isso que a doma tradicional raramente produz um cavalo perfeito. Sempre fica um seqüela do trauma: tem um garboso andar, mas não suporta cabresto; é bom de laço, mas tem medo de plásticos e lonas; corre como o vento, mas morde e escoiceia como um cavalo de guerra; é manso como um toco mas, como um toco, é morto, inútil.     

     

Doma Racional



A doma racional tem por base o preceito da não violência, o animal é tratado com muito respeito e suavidade, o que faz com que aos poucos adquira confiança no treinador, se tornando dócil e confiável, condicionado a montaria, sem futuros traumas. 

 

É preciso muita paciência, cautela e carinho com as lições progressivas e repetitivas, quanto mais cedo a iniciação melhor, alguns criatórios começam o processo de doma logo que o animal nasce, dessa forma quando este atinge a idade da doma de sela, aceita a aproximação do treinador com muito mais facilidade.

 

Originalmente, o método da doma racional foi introduzido no Brasil através dos treinadores do cavalo Quarto de Milha. Alguns treinadores preferem se referir a doma racional pelo termo adestramento, por ser este mais indicativo da lida com animais racionais, enquanto domar normalmente é relacionado com a lida de animais selvagens. O termo adestramento sugere mais refinamento no trato com o animal.

Curiosidade

 

Quando em liberdade os jumentos vivem mais longe uns dos outros do que os cavalos, esse é o principal motivo de sua voz ser tão alta e percorrer até duas milhas. As orelhas nesse caso são também maiores do que as do cavalo para poder ouvir melhor um vizinho distante.