Banho

 

Só se dá banho a animais em perfeitas condições de saúde. O banho não deve ser encarado como uma forma de o tratador poupar trabalho na limpeza pois a constante lavagem dos animais danifica o pelo, retirando-lhe as gorduras e defesas naturais e deixando-o por conseguinte mais exposto a afecções cutâneas, amolece os cascos, o frio pode "desligar" o seu sistema próprio de regulação de temperatura, pode causar caibras e ser nocivo para os músculos.

Um animal correctamente limpo e tratado não precisa de mais do que 1 a 2 banhos anuais.

Como correntemente é utilizada água fria, deve escolher-se um dia quente e soalheiro e se possível colocar o animal ao sol para que não arrefeça durante o banho.

 

O tratador e todos os que estiverem presentes, tal como durante a limpeza e maneio geral dos animais, não devem gritar nem fazer gestos bruscos que podem ser interpretados como ameaçadores.

 

MATERIAIS PARA O BANHO

No local deve estar já todo o material que será necessário. Apesar de ser possível dar banho em um animal com balde, é muito trabalhoso, por isso se utiliza a mangueira, exceto para a lavagem da cabeça em que este é necessário.

ETAPAS DO BANHO (SIMPLIFICADAS)

LIMPEZA DOS CASCOS
O tratador deve começar por limpar os cascos e protegê-los com untura antes de começar a dar banho ao cavalo.

MANGUEIRA
Por si só a mangueira é um elemento facilmente visto pelo animal como ameaçador. O tratador por isso deverá estar atento à possibilidade de o animal ficar com membros envolvidos nela ou inadvertidamente a pisar.

Quaisquer situações que possam originar acidentes devem ser encaradas pelo tratador com calma, no sentido de as resolver tendo em conta a sua própria segurança e a segurança do animal. A mangueira deverá ter um jacto de água fraco de modo a que o banho não se torne num momento de stress desnecessário. O animal deverá ser molhado de baixo para cima, começando pelos pés e seguindo lentamente pelas pernas para que se adapte à temperatura fria da água. Depois de estar bem molhado nas pernas de ambos os lados e ambientado ao frio da água, passa-se para as coxas, espáduas e pescoço tendo o cuidado de não fazer gestos bruscos.

Deve ter-se em atenção que, tal como com as escovas, também alguns animais são sensíveis aos jatos de água na barriga e genitais e, para evitar defesas, deverá o tratador redobrar o cuidado. A cabeça e face não são lavadas à mangueira, mas sim a balde, no final.

SHAMPOO PARA CAVALO

Há no mercado muitos shampoos para cavalo, com diversos objetivos – melhorar o pelo, insecticidas etc.. O shampoo a ser usado deverá estar de acordo com o objetivo do banho. As indicações de utilização do fabricante devem ser respeitadas pois é ele quem sabe como o produto deve ser utilizado tendo em vista obter os resultados prometidos sem consequências adversas. Todos os detergentes domésticos e shampoos destinados a outros animais, inclusive para uso humano, não devem ser utilizados. O sabão azul-e-branco apesar das suas conhecidas propriedades branqueadoras, bactericidas e fungicidas, por ser cáustico, não é adequado para lavar cavalos. Em caso de necessidade poderá utilizar-se um sabonete de glicerina.

 

PANO

Pelas razões já expostas será melhor utilizar um pano ou toalha pequena do que uma esponja para ensaboar. Tendo ensaboado o animal(menos a cabeça) seguindo as instruções do fabricante do shampoo, deve o tratador aproveitar para, com o auxílio da espuma, desembaraçar crinas e cauda com uma escova que não arranque pelos, começando de baixo para cima, madeixa a madeixa, a desfazer os nós e emaranhados. Seguidamente passa-se abundantemente à mangueira de modo a retirar toda a espuma.

 

RASPADEIRA

A raspadeira serve para retirar a água do pelo, no final do banho. A parte que entra em contacto com o animal em borracha. A sua utilização não requer nenhuma técnica especial pelo que é adequada para banhos esporádicos.

Segurando no cabo, de cima para baixo desde a nuca, passa-se a parte de borracha da raspadeira pelo animal de modo a "atirar" a água para o chão. Não esquecer a barriga, onde a água irá acumular-se.

 

BALDE

A cabeça e face do só deverão ser lavados com água, utilizando um segundo pano/toalha limpa que se molha no balde. Em tudo se procederá como na LIMPEZA. No caso de animais confiantes poderá usar-se a mangueira, com um jacto de água fraco, para lavar a cabeça. Para isso, a mangueira deverá ser passada por entre as orelhas de modo a que a água escorra de cima para baixo ao longo da face.

 

É uma prática sem sentido e reprovável o hábito de alguns tratadores de apontarem um jacto forte directamente à face, olhos e nariz dos cavalos para assim os lavarem.

 

TOALHAS

No sentido de abreviar a secagem e estimular a circulação, pode se secar o animal com toalhas, com movimentos circulares vigorosos. Porém, dando banho num dia quente e soalheiro, tal é desnecessário. O animal deverá ser passeado à guia a passo até estar enxuto, e nunca recolhido ainda molhado. Muito menos deverá ser metido molhado numa baia, imóvel e preso a uma argola "para que não se suje", como dizem alguns (maus) tratadores.