Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Livro de Registro da Pêga foi Fechado

 

Em 31 de Março de 2010 chegou ao fim a possibilidade de  registrar animais em livro aberto tudo isso em acordo com o Artigo 33, Alínea II, do Regulamento do SRG. Foi solicitada ao MAPA a prorrogação deste prazo até março de 2013, porém ainda não foi obtida a referida homologação.

Raças de Jumentos – Parte 8

  • Branco Egípcio

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Originário do Egito, esta raça de jumentos caracteriza-se pela sua pelagem branca. Acredita-se que seja a fonte de muitas raças, é conhecido desde os tempos biblicos. Também é conhecido como jumento branco de Damasco (a cidade de Damasco era inclusive chamada de cidade dos jumentos).

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Muito reverenciado nos tempos antigos e por muito tempo recebeu o mesmo tratamento privilegiado em termos de seleção que os cavalos árabes, era a montaria da nobresa. Infelizmente nunca foi criado um livro de registro para esses animais, nem nenhuma outra forma de controle. Seu valor histórico e genealógico não parece ter sido reconhecido, mas alguns entusiastas começaram a criar grupos desses jumentos.

 

Existem algumas sub-raças:

Baladi (encontrada no baixo egito), usado como montaria de nobres

Saidi (encontrada no alto egito), usado como montaria de nobres

Hassawi, usado como montaria comum

 

  • Gigante Egípcio

    É uma raça egípcia de jumentos que já se encontra extinta.

 

  • Branco Árabe

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É um jumento grande, refinado utilizado para sela.

 

  • Israelense

    Mede entre 102-142 cm. Pelagem Pêlo de Rato, preta ou castanha. Não é selecionado com cuidado.

 

  • Maasai

    É um jumento pequeno, pertence a tribo Maasai onde é utilizado para transporte de carga. Pelagem Parda.

 

  • Marroquino

    Mede 91-122cm. Pelagem Pêlo de Rato Claro com listras bem pronunciadas nas pernas.

 

  • Muscat

    Jumento da Arabia e do Leste da Africa. Mede 122-142cm. Pelagem Pêlo de Rato prateada, que tende a parecer branca contra a pele preta dos animais quando envelhecem. É usado como montaria por mulheres importantes.

 

  • Nigeriano

    Pequeno e ordinário de pelagem parda.

 

  • Norte Africano /Atlas / Algeriano (Equus Asinus Atlanticus)

    É um jumento selvagem que já estava extinto na época Romana. O último registro que temos desse jumento é um mural de 300DC em uma vila em Bona, Algeria. Foi extinto por causa da caçada esportiva romana.  Vivia na região das montanhas Atlas.

 

  • Nubiano (Equus Asinus africanus africanus)

Mede em média 120cm. Pelagem acinzentada, meio avermelhada no verão, alguns a descreve como cor de areia. A cruz é curta e fina, não possui listras nas pernas. O nubiano é conhecido por sua stamina, tem o corpo esguio e a cabeça relativamente grande com com duas orelhas longas e finas.

 

É o jumento selvagem, do qual descende a maioria das raças domesticadas. Está em perigo de extinção, alguns já o consideram extintos na selva desde 1950, mas a IUCN Red List (Lista oficial das espécies em extinção) ainda a considera como perigosamente em risco de extinção. Costumava viver no nordeste da África, das áreas montanhosas ás rochosa, do semi-deserto ás áreas verdes. Se alimentam á noite e cedo pela manhã, durante o calor do dia procura as sombras para se abrigar do sol.

 

Os machos vivem sós ou em grupos pequenos, as fêmeas e os filhotes vivem em um grupo sem hierarquia, quando um filhote nasce a mãe e o filhote se separam do grupo até que o filhote consiga reconhecer a mãe.


  • Somali (Equus Asinus Somalicus)

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Mede em média 142cm. Pelagem acinzentada, meio amarelada no verão. Não possui a cruz nas costas, mas possui listras de zebra nas pernas bem evidentes. É um jumento selvagem encontrado na região sul do Mar Vermelho na Eritrea, na gegião de Afar na Etiópia e na Somália.

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Ao redor do mundo existem cerca de 150 exemplares em zoológicos, um dos zoológicos que tem obtido mais sussesso no cruzamento desse animal rato é o de Basel na Suiça. Desde 1970 nasceram 35 jumentos selvagens Somali em Basel.

 

  • Sul Africano

    Jumento pequeno de pelagem parda, preta, castanha ou pêlo de rato claro.

sábado, 29 de maio de 2010

Raças de Jumentos – Parte 7

Mais algumas raças…

  • Inglês/Irlandês

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    O jumento Inglês/Irlandês é compacto e pequeno, mas é forte e robusto, com um temperamento excelente.  É um jumento ativo e prestativo. Todas essas qualidades fazem desse jumento um animal de estimação ideal ou uma montaria segura para crianças e até adultos.

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    Tradicionalmente  o jumento nunca foi utilizado no Reino Unido – com exceção da Irlanda, onde se tornou o principal animal para os pequenos produtores e moradores da área rural. Começou a ser importado para o país apartir de 1800. Os produtos rurais eram levados para o mercado semanalmente usando pequenas carroças, normalmente dirigida pelas mulheres dos fazendeiros.

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    Alguns criadores se referem a seus animais como irlandeses e outros como ingleses, mas é essencialmente a mesma raça. Animais puros medem menos de 1,03m de altura (dos pés a cabeça), e são frequentemente chamados de miniatura. Eles possuem uma grande variedade de cores. è provavelmente a raça mais procurada na Austrália e Nova Zelândia hoje.      

  • Irlandês Pintado

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    Originalmente da Irlanda, esse jumento é branco com manchas pretas e/ou amarronzadas espalhadas pelo corpo. Alguns exemplares podem ser encontrados com a pelagem quase toda branca.

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    Medem cerca de 1.10 m. Não existe um standard para a raça na Irlanda. Existem muitos exemplares dessa raça na Inglaterra e nos Estados Unidos.

     

  • Miranda /Mirandes /Transmontano

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    Dadas as semelhanças morfológicas e a continuidade geográfica e paisagística entre as áreas de distribuição, a Raça Asinina de Miranda terá derivado da raça espanhola Zamorano-Leonês. O núcleo da raça encontra-se no Nordeste de Portugal, nomeadamente no Planalto Mirandês, nos concelhos de Miranda do Douro, Bragança, Vimioso e Mogadouro. O solar da raça é o local onde ainda se encontram mais animais: a região norte do concelho de Miranda do Douro. Encontram-se alguns animais fora desta área, mas tanto quanto é do nosso conhecimento têm origem na região.


    Os animais da raça são essencialmente empregues em tracção, sela e carga a dorso (por vezes emparelhados com muares). São igualmente utilizados para produção muladeira. Demonstram assim uma especial aptidão para a lavoura tradicional de minifúndio.

    Às características de excepcional rusticidade, sobriedade, longevidade e polivalência que caracterizam os asininos, a Raça Asinina de Miranda acrescenta ainda força e docilidade. Bem adaptada às condições edafo-climáticas de uma região desfavorecida, possui elevada capacidade para valorizar forragens pobres e grande resistência à escassez hídrica.
    Apesar da sua precocidade sexual (fêmeas aptas para a reprodução ao ano e meio de idade, machos aos dois), as fêmeas devem iniciar a sua vida reprodutiva apenas a partir dos três anos e os machos um ano mais tarde. O cio tem a duração aproximada de uma semana, variando entre os cinco e os oito dias, e uma ciclicidade de quinze a trinta dias. O período de cobrições estende-se de Abril a Junho e a gestação é de doze meses (± 15 dias).

    A situação da Raça Asinina de Miranda não é exceção, como a maioria encontra-se em extinção na maior parte do continente Europeu. A mecanização dos trabalhos agrícolas, o abandono do mundo rural e da agricultura de subsistência levou ao desaparecimento de importantes valores culturais e tradicionais. Na região de Trás-os-Montes há a acrescentar a forte emigração para diversos países, e.g. França, da população em idade activa, que se fez sentir nos anos 60. Este fato conduziu ao envelhecimento da população, hoje com uma média de idades bastante avançada, por isso demasiado idosa para fazer a lavoura e para cuidar de um jumento.

    Há ainda a salientar fatores como a idade avançada das jumentas, que provoca uma diminuição da sua taxa de fertilidade; a fraca disponibilidade de machos inteiros, atualmente em número muito reduzido, devido ao fato de serem pouco dóceis e menos próprios para o trabalho que os machos castrados; dificuldades no transporte para os locais/postos de cobrição; e por fim, a miscigenação de diferentes variedades de jumentos, perdendo-se as características que são específicas, no caso do jumento de Miranda, da Raça Asinina de Miranda. São todos estes fatores no seu conjunto, que contribuíram e contribuem para o declínio atual do número de indivíduos da Raça Asinina de Miranda.

    Esta é, a única raça de asininos oficialmente reconhecida em Portugal. Em Portugal, assim como por todo mundo, e até um passado recente, este animal foi sistematicamente subestimado e esquecido, não tendo sido desenvolvido qualquer programa de preservação ou melhoramento. No entanto, as características do nosso mundo rural, nomeadamente nas regiões de interior, permitiram que o efetivo de asininos se mantivesse até aos dias de hoje. Foi precisamente na zona mais remota de Trás-os-Montes que se conservou aquela que é sem dúvida uma das últimas variedades autóctones de asininos no território nacional Português: a Raça Asinina de Miranda.


    À volta da ideia de preservação e protecção desta Raça e dos asininos em geral foi criada a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA). Para cumprir estes objetivos, propõe-se: apoiar os associados na atividade de criadores de asininos; efetuar o apuramento da Raça, de modo a proporcionar aos seus associados animais com o máximo de carga genética característica, promover a aceitação e execução pelos associados das medidas de carácter zootécnico e sanitário preconizadas pelos serviços competentes; promover e colaborar na realização de exposições, concursos, leilões e iniciativas turísticas com vista à divulgação da Raça Asinina de Miranda.

    Após a definição do Padrão da Raça, o Regulamento do Registo Zootécnico foi aprovado pelo Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP), em 20 de Junho de 2002. Com supervisão do Serviço Nacional Coudélico (SNC.), seleção do Secretário Técnico e apoio da AEPGA procedeu-se à organização do processo de inventário, caracterização dos animais e início do Registo, com o Registo de Reprodutores sem ascendência conhecida (Registo Inicial).  Este exaustivo trabalho de campo permitiu registar até ao momento 255 animais, cumprindo todos os indivíduos as exigências do Padrão da Raça. Para todos os animais foram recolhidos dados biométricos, tendo sido identificados individualmente por fotografia e genótipo, este último feito pelo Serviço Nacional Coudélico a apartir de amostras de sangue. A descendência destes animais registados a título inicial será incluída no Registo de Nascimento. Posteriormente, e apenas se o controlo laboratorial confirmar a sua paternidade e se cumprirem as exigências do Padrão da Raça, estes animais entrarão no Registo de Reprodutores.


    A colheita sistemática de amostras de sangue para determinação do genótipo a todos os animais registados permitirá criar um banco de DNA da Raça Asinina de Miranda no Laboratório de Genética Molecular da Coudelaria de Alter do SNC.
    Uma percentagem substancial dos proprietários apoia o processo de classificação e aguarda com expectativa a possibilidade de apoio técnico e financeiro, que é considerado essencial para a preservação da raça.


    Elementos característicos - Descrição morfológica (Padrão)
    As características morfológicas da Raça Asinina de Miranda são:
    a. Animal bem conformado, com manifesta acromegalia, corpulento e rústico.
    b. Altura, medida com hipómetro ao garrote, nos animais adultos, maior que 1,20 m. A altura recomendável é 1,35 m, podendo ser maior.
    c. Pelagem castanha escura, com gradações mais claras nos costados e face inferior do tronco; branca no focinho e contorno dos olhos; hirsutismo acentuado com pêlo abundante, comprido e grosso, aumentando em extensão e abundância nos costados, face, entre-ganachas, bordos das orelhas e extremidades dos membros; crinas abundantes; ausência de sinais.
    d. Cabeça volumosa e ganachuda de perfil reto; fronte larga e levemente côncava na linha mediana coberta de abundante pêlo (chegando a formar-se sobre a fronte uma espécie de “franja”); arcadas orbitárias muito salientes; face curta de chanfro largo; canal entre-ganachas largo; lábios grossos e fortes; orelhas grandes e largas na base, revestidas no seu bordo interior de abundante pilosidade, arredondadas na ponta (formando uma espécie de borla) e dirigidas para a frente; olhos pequenos, dando ao animal uma fisionomia sombria.
    e. Pescoço curto e grosso; garrote baixo e pouco destacado; dorso tendendo para a horizontalidade, curto e bem musculado; peitoral amplo com quilha saliente; tórax profundo; costado encurvado; garupa em ogiva mais elevada que o garrote, pouco destacada; espáduas curtas e bem desenvolvidas, com ligeira inclinação; ventre volumoso.
    f. Membros grossos de articulações volumosas, providos de pêlo abundante cobrindo os cascos, machinhos bem desenvolvidos; membros posteriores com tendência a serem estendidos e um pouco canejos; cascos amplos.
    g. Andamentos de grande amplitude mas lentos e pouco ágeis.

    A rarefacção de exemplares da raça é especialmente preocupante devido à quase inexistência de burros machos inteiros disponíveis, pois a estimativa do número desses animais inclui machos jovens que poderão vir a ser castrados e machos inteiros adultos que não são usados para reprodução por razões relacionadas com o manejo agrícola.

    Número de fêmeas reprodutoras 1000
    Número de fêmeas reprodutoras registadas 203
    Percentagem de fêmeas reprodutoras cruzadas com um macho da mesma raça 10%
    Percentagem de fêmeas reprodutoras registadas cruzadas com um macho da mesma raça 100%
    Número de machos inteiros (jovens e adultos) 40

    Aliado a este problema verifica-se que alguns dos jumentos são já idosos ou então encontram-se em localidades afastadas das freguesias onde existe um número elevado de fêmeas da raça. Daí que a estimativa mais realista aponte para um número inferior a 10 burros adultos inteiros que efectivamente possam ser usados na reprodução.


    Durante muito tempo, o Jumento de Miranda teve um enorme valor e utilidade como animal de sela, de apoio nos trabalhos agrícolas e no transporte. Atualmente a sua utilidade nestas áreas diminuiu e urge encontrar outras utilizações para sustentar a sua recuperação. São diversas as razões para evitar a extinção desta raça autóctone: adaptada ao seu meio natural, pode sobreviver com forragens grosseiras em épocas de grande penúria alimentar; suporta bem os rigores do clima do nordeste transmontano; pode viver em zonas agrestes devido à sua resistência física; as fêmeas, com um período reprodutivo muito grande, são boas mães.
    O desaparecimento de uma raça leva à perca de um património e a um desequilíbrio genético, cujo interesse pode parecer hoje em dia nulo, mas num futuro próximo, pode ser a chave para abrir novas fronteiras ao desenvolvimento e defesa desta e doutras raças de asininos e equinos.


    O desaparecimento destas raças leva a uma degradação da paisagem. A presença destes animais nas paisagens rurais, surge como um complemento da imagem da região de Trás-os-Montes, fazendo parte do atractivo turístico da mesma maneira que outras características etnográficas e culturais, representando ainda um recurso económico a ter em conta.

  • quinta-feira, 27 de maio de 2010

    Curiosidades – Queijo de Jumenta

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    O queijo mais caro do mundo custa 1,350 dólares por kilograma, e é feito com leite de jumenta, mais presisamente da raça Balkã. Feito na Reserva Especial Natural Zasavica, Servia. O preço é alto por um simples motivo, o leite dessa raça de jumentas é vendido a 40 euros o litro, nenhum outro ingrediente especial contribui para isso.

    Raças de Jumentos – Parte 6

    Mais algumas raças para vocês conhecerem…
  • Baudet du Poitou

     
    Também conhecido como Baudet de Poitou, Poitevin e Francês. A origem do Poitou, assim como de muitas outras raças antigas, é meio vaga. Dizem que os jumentos, assim como a prática de fazer mulas foi introduzida na região francesa de Poitou pelos romanos. As duas raças, o jumento Poitou e o cavalo Cheval Mulassier, parecem ter sido desenvolvidos lado a lado com o único propósito de fazer mulas de qualidade excepcional. Não se sabe quando as pessoas de Poitou começaram a selecionar os animais para chegar a raça que conhecemos hoje, mas existem indícios que essa seleção já existia em 1717 quando diários de um conselheiro do rei descreveram os jumentos de Poitou como: “ Lá na região norte de Poitou se encontram jumentos que são tão altos quanto mulas grandes. Eles são quase que completamente cobertos de pêlos que chegam a 15 centímetros, com pernas e juntas tão grossas como cavalos de carruagem”.

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    Até após a segunda guerra mundial, o Poitou tinha um papel muito importante para a criação de mulas de qualidade para a França e para o restante da Europa. Dizem que a mula que resulta do cruzamento do poitou com a Mulassiere é o melhor tipo de mula de trabalho do mundo. Se isso é verdade não podemos dizer, mas a mula Poitou frequentemente alcança um preço maior que as outras. is the finest working mule in the world. Foi estimado que no auge da industria, a região de Poitou produzia cerca de 30,000 mulas por ano.
     

     

    Após a guerra a produção de mulas começou a cair, tratores e automóveis estavam substituindo animais em todas as suas funções. Sem motivo para produzir mulas, havia pouco motivo para criar o Poitous. O declinio da raça foi rápido, em 1977, apenas 44 jumentos (de mamando a caducando) podiam ser encontrados, mantidos por alguns criadores dedicados. Gritos foram erguidos e começaram as tentativas de salvar a raça. Vários grupos se mobilizaram, incluindo   SABAUD (Associação para o Salvamento do Baudet du Poitou), o Parc Naturel Régional du Marais poltevin e o les Haras Nationaux. Um censo da população da raça Poitou realizado em 1994 revelou mais de 200 animais de raça pura.

     

    O Poitou é conhecido pelo seu tamanho. O Jumento Andaluz é o único outro jumento europeu com tamanho similar. Os primeiros criadores os selecionaram para orelhas longas e cabeça e juntas grandes. Eles acreditavam qua jumentos com esses atributos produziriam muares excepcionalmente grandes e fortes.  Como resultado, alguns animais possuem orelhas tão grandes que ficam na em sua maior parte na horizontal.

    O Poitou deve medir entre 1.35 m e 1.50 m na cernelha. Sua pelagem “bai brun” (castanha), mas essa cor pode variar do preto absoluto ao marrom amarelado, definido como “fougère” (não pode ser ruã ou pêlo de rato), com barriga acinzentada, nariz branco e circulo branco ao redor dos olhos, que é separado do restante da pelagem por fios avermelhados. O Poitou nunca pode ter a cruz nos ombros e costas. A cabeça deve ser bem grande e longa, com um pescoço forte.  A garupa é curta e os quadris redondos. Os membros são fortes com grandes articulações e movimentos soltos. Os pés de Poitou são maiores do que os de outras raças de jumento e coberto com os longos pêlos nas pernas. As orelhas devem ser grandes e abertas, mais uma vez, coberta de pêlos longos. A pelagem do jumento Poitou é mais longa e mais suave do que o de outras raças.

     

    Quando o animal é deixado desarrumado, sem tosa,  muitas vezes mantem os cabelos longos da sua juventude, que se torna um emaranhado confuso, crescendo para baixo em um grande casaco. A tradição exigia que os animais com "cadenettes" maiores fossem mais valorizados. Mudanças de atitudes na produção animal e higiene fez com que fosse permitido a tosa desses animais, mas ainda é possivel encontrar alguns Poitous "bourailloux" (com pelagem comprida).

     

    Poitou DonkeyO Baudet du Poitou, é possivelmente uma das mais antigas raças puras de jumento em existência.  Os criadores os chamam de  "l’âne de grand espèce" ou a grande raça de jumento. A primeira coisa que os criadores olhasm nesse animal para determinar a sua qualidade é o casco. Um bom purosangue possue, possui um casco bem mais largo e aberto do que outras raças. Criadores dizem que é fácil identificar animais puros de animais meio sangue pelo tamanho do casco.   Num bom Baudet du Poitou, as pernas permanecerão cobertas de pelos longos em todas as estações. O Baudet é geralmente passivo, com aspecto sonolento.

     

    Por causa dos preços altos alcançados pelos puro-sangue, criadores inexcrupulosos estão vendendo meio-sangue como se fossem puros. Esses animais vem completos, incluindo falsa documentação. Devido ao grande número de impostores, o Poitou está enfrentando um novo inimigo, perda de caracteristicas. Muitos desses meio-sangue  são bem parecidos com os puro-sangue, mas passam várias caracteristicas que não são do poitou para seus filhos. Agora criadores estão redobrando seus esforços para preservar a genética  do Baudet du Poitou.

     

    O Livro de Registro Genealógico dos Reprodutores existe desde 1884 e foi fechado em 1923. É o livro genealógico mais antigo que existe entre todas as raças de jumentos, e um dos poucos que nunca foi total ou parcialmente abandonado em algum ponto da sua história. Foi aberto novamente por um periodo para ser reorganizado, mas já está fechado novamente. Animais cujos pais não sejam registrados só podem ser registrados agora caso sejam excepcionais e se sua linhagem puder ser comprovada. Novas regras para o livro genealógico foram adotadas em 1995 que incluem a colocação de chips eletrônicos que permitem a identificação de animais, a investigação sobre sua reprodução e gerenciamento rigoroso. Esses métodos devem garantir um futuro para esta raça que é um patrimônio genético e cultural notável, mas que, no entanto, continua ameaçado.

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    Medidas do Baudet du Poitou – O Standard dessa raça foi definido em em meados do século 19 e desde então não foi modificada.

     

    Altura na cernelha macho 136-156 cm
    média: 144
    Altura na cernelha fêmea 131-149 cm
    média de 139
    Tour du Canon (circunferência de canhão) macho 19 a 24 cm
    média: 21,5
    Tour du Canon (circunferência de canhão) fêmea 18 a 21 cm
    média de 19,5
    Largura do casco macho 9 ~ 12cm
    média: 10
    Largura do casco fêmea 8,5 e 10,5 cm
    média: 9,5
    Vide Sous-sternum (do esterno ao solo) macho 74 a 88 cm
    média de 81
    Vide Sous-sternum (do esterno ao solo) fêmea 71 a 85 cm
    média 77
    Perímetro torácico macho 145-168 cm
    média: 154
    Perímetro torácico fêmea 143-163 cm
    média de 153

     

    As fotos mais antigas desse jumento são de 1865.  Os animais que aparecem nessas fotos são bem similares aos que encontramos hoje em dia. Os jumentos Poitou não são animais de uso, para trabalhos e cargas. Seus criadores costumavam leva-los para as exposições em cima de carroças para que não se cansassem, esse fato é único em uma espécie que é considerada acima de tudo um animal de carga. Como procriadores de grande valor, o jumento Poitou sempre foi uma raça que deliberadamente tinha seu número limitado (800-1500 animais), para que seu preço fosse bastante elevado devido a procura. 

     

  • Teamster

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    Jumento Autraliano, importado de Ontario. Sua origem está nos jumentos americanos e espanhois, pois para serem utilizados para tropa o ideal é que fossem grandes.

     

    Jumentos têm sido parte do cenário de animais domésticos na Austrália desde 1794, quando o Shah trouxe de Calcutá, entre sua carga três jumentos (três outros morreram na viagem). Muitos outros se seguiriam ao longo dos anos, tornando-se, até a década de 1930, uma parte importante da história do transporte na Austrália.  No final do século 19 existem relatos  de raças especificas sendo trazidas para a Australia, essas incluiam Andalusa, Maltesa e o American Jackstock. Fotos antigas mostram a influencia do sangue Andaluso na cor da pelagem, na cabeça e outros aspectos, também na influencia da pelagem preta e da ocasional avermelhada do American Jackstock.

    Eles eram usados em equipes/tropas de até 30, às vezes mais, e eram conduzidos apenas pelo comando de voz, o carroceiro andando ao lado de sua tropa. Jumentos e camelos trabalharam nas áreas mais remotas do outback, o jumento é essencialmente um animal do deserto, e possuia as adaptações que convinham para este uso. Os burros utilizam melhor alimentos e água, o "sistema de refrigeração", inclui os depósitos de gordura que funcionam como isolante, eles produzem menos umidade no esterco, pode desidratar a um nível que mataria um cavalo, e em seguida tomar de volta apenas a água suficiente para repor exatamente os níveis de hidratação normal.  image9_thumb

    Sir Thomas Elder reproduzia esses animais em seus postos, fez importações de animais grandes da Espanha, como o Andaluso. As agências governamentais também trouxeram o Jackstock americano, que descende principalmente dos espanhois - o Rei de Espanha tinha suspendido um embargo sobre a exportação desses jumentos e fez uma doação de alguns a George Washington, que iniciou um programa de melhoramento genético da raça tanto para o Jackstock quanto para os muares que eram enviados as plantações e minas, bem como para levar colonos para o oeste.

     

    Pelo que se sabe a maioria dos animais veio de lugares como a Índia, Rawapindi, Chile, América, África, etc - a Inglaterra não teve jumentos até bastante tarde, e os jumentos não eram um animal de trabalho considerado bom lá, por serem pequenos. Os jumentos trouxeram a este país o que ele precisava para ser de bom tamanho, e é lógico que eles teriam eram provenientes de países com climas quentes. Infelizmente para o jumento, na Austrália, nunca houve a chance de ser feito um livro genealógico organizado.Pode ter sido só a Mãe Natureza cuidando do livro genealógico, mas ela teve os melhores jumentos de trabalho no mundo trazidos para cá.

     

    O jumento selvagem cresceu tanto em números que diversos programas governamentais têm sido destinados a eliminá-los totalmente. Dezenas de milhares são abatidos a cada ano, e muitas áreas estão agora sendo declaradas livres de jumentos. A Sociedade Australiana de Jumentos nunca agiu para reconhecer esses animais, que descendem dos jumentos teamster, apesar de muitos esforços isso nunca aconteceu, mesmo quando houve uma revival do jumentos na década de setenta e milhares de jumentos foram enviados aos estados do leste, nenhuma ação foi tomada para mantê-los separados das novas importações de jumentos Irlandêses e Inglês - um jumento menor, mais arredondado. Na verdade, enquanto os peritos Inglêses elogiavam a beleza dos jumentos australianos, especialmente sua altura, os criadores da raça Australian estavam começando a criar às pressas  o jumento inglês, que era considerado por eles mais fofo/bonito.  Inclusive para agilisar o crescimento da criação cruzaram os menores jumentos australianos com os ingleses.  Embora se reconheça que o verdadeiro jumento australiano era bastante diferente, a associação, parecia  não quer reconhecê-lo - nos registros só eram gravados os pais, data de nascimento e cor, o que significa que criadores não tenho conhecimento se o pedigree de um jumento contém sangue irlandês / Mediterrâneo, americanos ou qualquer outro. Por causa da história da Associação de nunca permitir que raça / tipo / etc sejam registrados, a oportunidade nunca foi dada a criadores de estabelecer um processo de verificação - mas muitos descendentes do teamster australiano original ainda podem ser encontrados com proprietários dedicados, alguns recolhidos de seu estado selvagens.

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    Pareece que a situação do Teamster está mudando. Em 2005 o nome "Australian Teamster” foi cunhado pelo que era então o EIDSA All Breeds Inc, como um termo adequado e preciso para o tipo de jumento Teamster, estilo e origem histórica. O primeiro registro para eles foi formalizada, reconhecê-los formalmente como uma raça.

    A criação do registro do "Australian Teamster” foi rapidamente aceita, e juntou-se à herança das raças de eqüinos da Austrália.
    Hoje, existem duas secções para o australiano Teamster Donkey.

     

    Teamster A - Nenhum cruzamento conhecido com Inglês, Irlandês, ou miniatura. Tem algo que o liga ao animal original.

    Teamster B - Nenhum cruzamento conhecido com Inglês, Irlandês, ou miniatura. Se não tem nada que o ligue ao original é necessária a inspeção do animal.

     

    É permitido até 25% de sangue de outras raças na sua genealogia como a Andalusa e American Mammoth Jackstock Poitou.

     

    A associação de mulas e jumentos da Nova Zelândia também criou um registro para os jumentos Teamster Autralianos que estão na Nova Zelândia.

    Essa raça foi escolhida como animais de carga/tropa não só pela facilidade em aceitar arreios mas também pelo costume que esses animais tem de permanecer perto da carga, sem se afastar muito. Outro atributo que os jumentos e os muares  indispensáveis foi a imunidade que tinham da "Kimberly Walk-About Disease" uma condição fatal, causada pela ingestão de uma erva venenosa. Os jumentos e muares evitavam, ou eram imunes aos seus efeitos.

     

  • Balcãs

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    O jumento dos Balcãs é originário da península Balcânica, mas é encontrado no mundo inteiro. É uma espécie primitiva que descende do Equus asinus, são bastante comuns nas regiões montanhosas da Sérvia e Montenegro (são encontrados em locais como Sremska Mitrovica, Kovilj, Subotica, Dimitrovgrad). Um jumento adulto pesa em média  250kg, enquanto as fêmeas pesam 200kg. A cernelha dos machos medem cerca de 100cm, a das fêmeas 95cm.  A pelagem pode ser pêlo de rato, ruã ou marrom. Um plantel de cerca de 100 Jumentos Balcãs existem na rezerva de Zasavica, Sremska Mitrovica, Servia, onde são usados para fabricar o queijo mais caro do mundo.

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    Estima-se que existam cerca de 1000 jumentos dessa raça, mas não se sabe ao certo.

  • segunda-feira, 24 de maio de 2010

    Raças de Jumentos – Parte 5

    Mais algumas raças de jumentos para vocês conhecerem…

    • Ponui

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    O Ponui é uma raça de jumentos selvagem que se estabeleceu na ilha de Ponui, no golfo de Hauraki, Nova Zelândia. São descendentes de três individuos soltos na ilha por volta de 1880, que haviam sido importados da Austrália pela familia Chamberlin, que comprou a ilha em 1854. Os jumentos conhecidos como Jumentos da Nova Zelândia, são descendentes dessa raça. São animais pequenos, fortes e dóceis. È a única raça selvagem da Nova Zelândia. São na sua maioria acinzentados (claro) e medem cerca de um metro. Recentemente, alguns desses animais foram levados a outros lugares da Nova Zelândia, onde entusiastas que gostam de raças raras estão tentando conseguir uma população viável e geneticamente pura.

     

    • Asinara Albino

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    O jumento albino de Asinara, ou jumento branco (em Italiano Asinello Bianco ou Asino Albino) é uma raça própria da ilha de Asinara, na região de Sardinia, Itália. Em 1997 a ilha foi declarada um Parque Nacional, esses animais só existem por lá (onde existem cerca de 90 animais) e na reserva de Porto Conte em Alghero (cerca de 30 animais). Hoje alguns exemplares podem ser encontrados também na Sardinia devido a programas de preservação da espécie. O Instituto de Criadores de Cavalos da Sardinia cuida da manutenção da sua genética e possui núcleos da espécie, onde não são cruzados com os jumentos acinzentados, como tem acontecido em outras áreas, inclusive na própria reserva de Asinara que também tem jumentos acinzentados. Os jumentos Albinos de Asinara são uns dos poucos exemplares do famoso jumento albino. Esses jumentos andam livres na ilha.

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    Eles são caracterizados por seu pequeno tamanho (cerca de 1 m max) e seu pêlo branco. Eles são uma variação albina do jumento da Sardenha (mais comum) que costumava viver em Padria, Pozzomaggiore, Alà dei Sardi, Mara, Romana, Villanova Monteleone e em outras áreas do Campidano e do Iglesiente.

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    Possuem uma cabeça pesada, pescoço curto, pernas finas mas fortes e uma pelagem grossa. O que distingue essa raça é sua pelagem branca, macia e a cor roseada da sua pele, além de uma pigmentação parcial da sua iris (rosa azulada). Essa caracteristica da sua iris faz com que seja fotossensível. 

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    A origem desses animais ainda não foi definida com certeza. Talvez descendam dos jumentos brancos egípcios importados no último século pelo Marquês Mores Duca dell’Asinara. Outra teoria é que foram abandonados lá pelos habitantes que se mudaram para Stintino em 1885 quando a ilha se tornou propriedade do governo. Uma lenda mais chamativa é a de que apareceram na ilha devido ao naufragio de um navio a caminho da França. 

     

    • Pantelleria/Pantescan

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    Uma raça da Ilha Pantelleria (muito conhecida no primeiro século a.C.) onde era bastante comum até algumas décadas atrás. Também conhecido por Pantescan ou ‘U Sceccu’ no dialeto local.  Muito forte, esse jumento pode suportar cargas bem pesadas pelos caminhos da ilha. No passado essa raça era um importante recurso para a ilha e para a provincia de Trapani. Algum tempo atrás corridas eram organizadas nas trilhas e a maioria do concorrentes preferia jumentos desta raça ao cavalo pois eram melhores para diferentes tipos de terreno. Por vários motivos estiveram a beira da extinção.

     

    São animais bem robustos, com passadas rápidas e seguras mesmo descendo  trilhas de pedregosas, graças a sua maneira de caminhar (eles movimentam á frente os membros do mesmo lado). Seu lombo comfortável, sua inteligência, o crescimento precoce, a grande estamina, e as dificuldades que pode superar (como viver em ambientes com pouca água) são outros itens que os tornam atraentes para os criadores. São vivos e vibrantes, medem de 1,25 a 1,40 cm; no passado chegavam a alcançar até 1,50 cm.

     

    Esses jumentos eram tão importantes para a população local que eram mantidos em seus próprios estábulos  chamados ‘sarduni’.

     

    • Romagnolo


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    Raça Italiana de Emilia-Romagna, na província de Forlì. De acordo com alguns pesquisadores, essa raça descende da raça Pugliese e da Martina Franca, assim como aqueles de Marche, Basilicata, Calabria e Sicilia.

     

    De acordo com os dados mantidos na listagem geral de equinos e asininos da  Royal Stallion Trust of Reggio Emilia em 1941 existiam 46 reprodutores dessa raça trabalhando na região de Emilia Romagna e Marche. A mecanização das fazendas, a queda na população que vive nas áreas montanhosas após a segunda guerra mundial, junto com a queda na demanda por muares determinou um declinio progressivo, particularmente desde os anos 70.


    Desde 1996 a associação de criadores da provincia de  Forlì-Cesena-Rimini tem tentado resgatar essa raça e começou um projeto para a formulação de um registro de nascimentos. No momento, menos de cem exemplares estão registrados nas regiões de Forlì-Cesena, Rimini, Ravenna, Bologna e Reggio Emilia. É uma raça que continua portanto em risco de extinção. os machos medem 135-145 cm e as fêmeas 130-140 cm.

    sexta-feira, 21 de maio de 2010

    Raças de Jumentos – Parte 4

    Mais algumas raças de jumentos para vocês conhecerem…
  • Abissínio

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    Ainda comuns como animais de trabalho e encontrado por toda a Etiopia, eles são normalmente de pelagem pêlo de rato, mas podem ser encontrados animais de pelagem ruã. São parecidos com os jumentos Sudaneses.

    A Etiopia fossui cerca de quatro milhões de jumentos, cerca de 32% de todos os jumentos na Africa, e 10% da população mundial de jumentos.  Os jumentos são encontrados em todo o território, das zonas áridas às alpinas, mas são encontrados em maior parte nas terras altas, em locais secos e áridos. Em sua maior parte os jumentos são utilizados para carga. O baixo nível  de desenvolvimento do transporte rodoviário, e o terreno difícil fazem do jumento um animal valioso para o transporte de carga, principalmente para pequenas propriedades.

     

    O grande valor dos jumentos para o meio rural e até para o meio urbano tem sido em maior parte ignorado pelas autoridades. Na Etiopia, especialmente entre as pessoas do meio rural, jumentos tem uma péssima imagem e são até ridicularizados em palavras e frases.

     

    A Etiopia é um país pouco desenvolvido com infraestrutura ruim e topografia rustica, o que significa que o jumento continuará a ter um significado importante para a comunidade rural.

    O jumento doméstico Abissinio ou Etiopio como também é chamado (o que é meio equivocado já que na Etiopia existem várias raças de jumentos), tem sua historia traçada até os jumentos selvagens do Egito, Sudão, Somália e Etiopia, o  Equus Asinus Africanus e o Equus Asinus Somalicus. O Jumento abissinio mede 86-102cm e sua cor predominante é o pêlo de rato. É a raça  de maior presença no país.

     

    • Jimma

      Mais uma raça da Etiopia, mede entre 95-100cm. A cabeça é larga, orelhas curtas e de pelagem pêlo de rato.


    • Ogaden

      Mais uma raça da Etiopia, mede 103cm, considerado alto com ossos pesados.

       

    • Eritrean

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      Mais uma raça da Etiopia, mede 113-115 cm

    • Sennar

      Mais uma raça da Etiopia, mede 100-114cm, é largo e com uma melhor comformação corporal que os outros.

  • quarta-feira, 19 de maio de 2010

    Raças de Jumentos – Parte 3

    Mais algumas raças de jumentos para vocês conhecerem… 

    • Encartaciones

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    O jumento Encartaciones é o menor dos jumentos ibéricos, com machos pesando entre 170  kg e 210 kg e as fêmeas  140–190 kg, não são muito mais altos do que 120 cm. É uma raça recente e de origem no país Basco, e encontrado somente nesta área, na parte ocidental de Biscaia e zonas limítrofes, até o noroeste de Álava.

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    A pelagem é castanha, com o tradicional degradé de cores ao redor do focinho, dos olhos, nas axilas e na barriga.  As orelhas são pequenas em comparação a outras raças.

    Pelo censo atual existem cerca de 100 reprodutores da raça.

    È controlada pela  Asociación para la Defensa del Asno de las Encartaciones (ADEBUEN), criada em 1996 e domiciliada em Garai (Biscaia). Exite um projeto para criação de uma reserva para esta raça em Gordexola (Biscaia).

     

    • Majorero

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    É uma raça recente, presente nas Ilhas Canarias .

    Nos ultimos anos houve incentivos para a criação destes animais. Por se alimentarem de plantas indesejavéis ajudam a manter os bosques limpos, o que reduz o risco de incêndios florestais.

    Originalmente vem do Noroeste Africano e se adaptaram as Ilhas Canárias por sua adaptabilidade a solos vulcânicos. São jumentos pequenos, medindo em média  1,10m e com peso médio de 100-150kg. Sua pelagem é acinzentada (clara ou escura). São animais rústicos e sóbrios, de vida longa. Em 1999 sua população contava com 350 animais. A maioria está na ilha de Fuerteventura.

     

    • Mallorquina

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    É uma raça recente, presente nas Ilhas Baleares .

    Descende do Jumento Catalão, que se modificou ao longo dos anos por causa do efeito de insularidade, e das caracteristicas geográficas e ambientais das ilhas. Em 1995 só foram registrados quatro fêmeas e dois machos. Existem outros jumentos nas ilhas Baleares que descendem das raças africanas ou da andaluza, mas o autêntico jumento Balear chegou ao ponto de quase desaparecer, estivemos perto de contemplar esses animais somente em enciclopédias de história. Felizmente em 2002, foi criado o Livro Genealógico do Jumento da Raça Mallorquina, um passo importantíssimo para a recuperação e consolidação da criação desses animais. Atualmente estão inscritos cerca de  150 animais no livro, um feito que traz esperança para a raça, que deve seguir aumentando.

    Mede entre 1,40 e 1,50 metros, um pouco menor que o Catalão.

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    • Fariñeiro

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    Os jumentos farinheiros galegos são, em geral, pequenos, com suas medidas variando de 60 cm á 1,10 m.  O seu peso oscila bastante: entre 150 kg. e 200 kg. As fêmeas são um pouco menores.

     

    Tem a cabeça grande (maior do que a dos cavalos), mas não tão grande quanto a do Jumento Catalão. As orelhas são grandes e escuras, os olhos estão mais para quadrados  que para rasgados. Os membros são delgados, com cascos pequenos, altos e compridos lateralmente. O peito é estreito, a espalda afinada e o ventre grande. O rabo é largo e delgado, normalmente com uma mecha de cabelo no estremo do rabo.

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    A pelagem é geralmente negra e branca. O focinho, o contorno dos olhos, a parte de baixo do pescoço e a parte de baixo do ventre e as axilas são brancas. A pelagem é curta e suave, tem mais pelo na cabeça, mas sem dar a impressão de ser peludo como o Zamorano-Leonés.

     

    Também existem aqueles de pelagem acinzentada. Que se deve mais a mistura com outras raças.

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    Na foto abaixo podem ver um Jumento Fariñeiro esperando a farinha e os farelos do seu dono num moinho.

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    É um animal obstinado, as vezes até demais, um trabalhador incansável, dócil sofrido e inteligente. Indispensável para transportar o que lhe colocam no lombo por terrenos de difícil acesso. è um especialista em locais perigosos como a beira de rios, montanhas e outros. Quando se visita os muinhos de Vilameá (Lobios-Ourense), que sem dúvida são maravilhosos, é fácil perceber  a importância que o Jumento Fariñeiro teve na Galícia.

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    Tem uma boa vista e um ouvido a toda prova, não é tão bom com o tato e o olfato.

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    Na Galicia o envelhecimento da população rural, junto com a progressiva mecanização da sociedade, fez com que a população de jumentos sofesse uma queda incrível nos últimos anos, passando de 26.000 nos anos oitenta a 7.000 atualmente, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Córdoba. Fontes galegas afirmam que nos finais dos anos 90 havia mais de 12.000 jumentos na Galícia. Os jumentos Fariñeiros concentram-se principalmente na Galícia, em cidades como Ferrolterra, Corón (entre Vilagarcia e Cambados) e em Tui (Baixo Miño). Dizem que essa é a comunidade com mais jumentos da Espanha.

     

    Na Espanha hoje como um todo existem cerca de  60.000 jumentos, à 10 anos haviam 1.500.000. Muitos jumentos passaram por matadouros, foram vendidos para fora, enviados a zoológicos, ou foram abandonados, o que é uma pena…

     

    Mas há esperança, desde 2006 existe um grande movimento em favor do jumento. Já existem muitos grupos que apoiam os jumentos, e estão trabalhando para que as raças atuais não desapareçam.

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    segunda-feira, 17 de maio de 2010

    Raças de Jumentos – Parte 2

    Mais algumas raças de jumentos para vocês conhecerem…
    • Catalão

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    Suas raizes foram traçadas até a Somália, mas o Jumento Catalão (ruc català) foi adotado como simbolo do povo catalão (talvez em desafio ao touro espanhol). Seus números cairam muito no fim do século 20, de uma forma assustadora, mas programas de melhoramento de raça salvaram eles da extinção.   
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    O jumento catalão é uma subespécie dos jumentos que deram origem aos jumentos do oriente médio e da Europa. Ele é parente dos jumentos de Mallorca e dos jumentos Zamorà-Lleonès. A raça é muito antiga, Caio Plínio Segundo (Gaius Plinius Secundus), conhecido também como Plínio, o Velho, um naturalista romano mencionou que haviam jumentos na planície de Vic (capital da comarca de Osona, provincia de Barcelona, Catalonia, Espanha).

    No passado os jumentos eram muito importantes nas fazendas, mas devido a grande queda no seu uso e no seu número, o jumento catalão está em extinção.  Onde antes havia cerca de   50.000, hoje existem apenas cerca de 500, destes, mais de 100 estão fora da Catalonia.

    Após ganhar vários concursos e shows o jumento catalão é chamado de “o melhor jumento do mundo”, especialmente para puxar carroças e como animal para tropa. Suas caracteristicas contribuiram muito para melhorar outras raças de jumentos no mundo inteiro.

    Caracteristicas:
    Altura:  1,65 m dos pés a cabeça. from feet to head.
    Peso: uma jumento adulto pode pesar até 500 kg.
    Pelagem: no verão curto, pelôs pretos cobrindo todo o corpo até chegar a boca, branco ao redor dos olhos e na barriga. No inverno a pelagem é mais comprida e acastanhada, cobrindo todo o corpo.
    Orelhas: retas e pontudas

    • Zamorano-Leonesa

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    Outro jumento espanhol, o Zamorano-Leonesa, que pertence ao  tronco europeu (Equus africanus asinus), foi criado para ser robusto para viagens e negócios, e mais tarde usado para criar grandes mulas de serviço. Como tem acontecido com muitas raças de jumentos seu número diminuiu bastante por causa da falta de necessidade, e agora eles só podem ser encontrados nas provincias de Zamora e Leon. Ele se parece muito com jumentos de outras raças como o Poitú Francés, e é parente do jumento Catalão e do Encartaciones.


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    Se caracteriza por seu tamanho e corpulencia (mede 1,60 metros), em tamanho só pode ser comparado a raça  andaluza-cordobesa, chega  a pesar 350kg; o perfil é reto e seus olhos são bem marcados. Sua pelagem é de um castanho escuro, mas a barriga e a área ao redor dos olhos são claras, no entanto como a pelagem é volumosa, e cresce como uma lã, muitas vezes esses traços ficam escondidos. Igualmente a outras raças espanholas do tronco europeu suas orelhas são cobertas de pêlos compridos, e criadores costumam tosquia-las.


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    Eles são dóceis e muito resistentes a mudanças climáticas, comocorresponde a uma raça originária na região Leonesa. Hoje, só existem cerca de mil animais da raça, mas já foram vitais para a economia de boa parte da penísula ibérica, utilizados para trabalhos agrícolas ou transporte. Eles estavam espalhados originalmente entre a Cordillera Cantábrica e os rios Cea e Orbigo, para logo se espalharem pelas duas Castillas. Atualmente se encontram localizados principalmente nas provincias espanholas de Zamora (Aliste e Sayago) e León. Não existem planos oficiais de conservação, mas essa é a única raça nativa espanhola que dispões de sua própria enciclopédia.

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    O jumento Zamorano Leonés teve seu momento de glória no século XIX e começo do século XX, quando o cruzamento com éguas resultou em muares magníficos dos quais dependia  o trabalho e o transporte no territorio de Castilla e León. Se considera que a área onde se formou a raça com as caracteristicas atuais é a região a oeste da provincia de Zamora: desde Sanabria até Sayago. Esta região se caracteriza por un clima típicamente continental, com verões calorosos e secos e invernos frios.
     
    A partir do século XVIII e a medida que na Espanha aumenta a superficie cultivada e se ampliam os intercambios comerciais entre diferentes regiões, os muares adiquiriram grande importância como animal de tração e transporte, o que aumentou bastante o seu valor.  Foram nessas zonas próximas com mais condições agrícolas e econômicas onde se generalizou, nesta época o uso desta raça para cruzar com equinos para suprir o mercado de muares, mas caiu rapidamente com o surgimento da rede ferroviária e dos veículos à motor.
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    A partir do desuso dos muares, os jumentos desapareceram destas áreas ficando restringida as áreas de criação tradicionais (Aliste e Alba, a parte oeste da terra de Pan e  o norte de Sayago), que hoje possuem os melhores animais.
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    O uso atual da raça nas áreas mencionadas, é geralmente na lida dos vinhedos, para sementear e colher batatas, para transportes de curta distância e na lida de gado ovino. Ainda são utilizados pela população agrária mais velha, pessoas que possuem uma cultura ainda forte nesse sentido, mas serão eventualmente substituidos por outros que queiram conservar e fomentar a raça. Além do seu uso, hoje se valoriza cada vez mais sua importância cultural e recreativa, existindo projetos que utilizam esta raça para a realização de projetos turísticos e educativos. Seu carater nobre e tranquilo o está convertendo em um animal doméstico por escolha, participando inclusive de projetos de terapia assistida com animais.

    Em de 1940 foi criado o livro genealógico nas províncias de Zamora e León com o propósito de apoiar a raça, mas na década de 60 este decaíu até desaparecer. Nesse momento a raça entrou em grave crise, conservando-se exclusivamente na área de origem e também em alguns núcleos do exército e do ministério da agricultura. Em 1980 foi catalogada pelo Ministerio da Agricultura como de “Proteção Oficial” e em 1987 passou a ser considerado “em perigo de extinção”, categoria na qual se mantém até hoje.

    Em 1995 nasceu a Asociación de Ganado Selecto de Raza Zamorano Leonesa (ASZAL), com o apoio da Junta de Castilla y León e a Diputación de Zamora, com o objetivo de velar por sua pureza, seleção e fomento. Também nesse ano os proprietários de exemplares desta raça começaram a receber ajuda comunitária  para a conservação da raça em perigo de extinção.

    Desde então a administração regional e a associação  tem levado a cabo um programa de valorização morfológica e identificação individual dos exemplares. Em 1998 a Junta de Castilla y León criou um novo livro genealógico da raça Zamorano Leonesa para facilitar a conservação e a melhoria da raça.

    O maior problema que a raça enfrenta é o mesmo que afeta o meio rural espanhol, a elevada idade média de seus proprietários. Hà um reduzido número de nascimentos por causa da idade elevada das jumentas, assim como problemas reprodutivos e sanitários. 
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