Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

sábado, 30 de março de 2013

História - O porquê, o quando, o como e o onde

 

A partir da chegada dos espanhóis na Cordilheira dos Andes e a identificação do monumental volume de minerais preciosos, ocorre o início de um fenômeno sócio-econômico com repercussão em toda América Latina - o Tropeirismo. Era o século XVII e o envolvimento atinge também o Brasil.

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Simultaneamente os portugueses chegam ao Brasil com os mesmos objetivos dos espanhóis. Após um século no litoral resolvem ir atrás do ouro.

Lá, como aqui, na primeira fase, a chegada dos desconhecidos foi recebida com perplexidade e medo. Os locais dominados "colaboram" com os invasores e, através do porto de Cartagena das Índias, encaminharam para a Europa prata, ouro, pedras preciosas, estanho; enfim, enormes riquezas. Contudo, aqueles espanhóis enfrentaram, em pleno Oceano Atlântico, piratas e corsários, ingleses e franceses, ocorrendo combates e muitas vezes, naufrágios, ocasiões em que a valorizada carga era perdida.

Com o tropeirismo avançando em toda a América Latina, ocorre novo encontreo histórico entre espanhóis e portugueses, ampliando a soma dos usos e costumes entre os dois povos, incorporando hábitos indígenas e, mais tarde, os dos africanos.

Vive-se mais uma vez uma situação de conflitos. A força dos ibéricos contra os recursos dos habitantes da América Latina - que não conheceram armas de fogo. Para os indígenas, todos os elementos da natureza eram dádivas divinas que deveriam ser protegidas e respeitadas. Para os europeus isso não fazia sentido.

Os habitantes da América logo desistiram de colaborar com os visitantes, ainda que escravizados e, como o volume de minerais era enorme, os espanhóis traziam nos porões dos seus navios burros e mulas para execução dos trabalhos. Este é o início do Tropeirismo Latino. Interessante que a reserva do mercado de produção dos jumentos e éguas continuava sendo mantida na Europa.

O produto híbrido vinha para prestar os serviços de transporte para o grande e acidentado trecho da Cordilheira dos Andes.

Com o crescimento acelerado do volume de negócios, os espanhóis resolveram implantar um criatório de muares da América Latina.

Neste trecho, compreendido pelos pampas, uma vasta planície localizada entre o Uruguai e o Rio Grande do Sul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil), nasce a região missioneira, onde uma parceira entre jesuítas e índios guarani se frutifica. A docilidade dos animais, a topografia, a dedicação e a seriedade dos padres e índios permite o sucesso.

Da região missioneira, os animais eram encaminhados para a cidade de Salto na Argentina - ao pé da Cordilheira dos Andes, guiados pelos "troperos" que os negociavam em feiras - as primeiras da América.

Os muares são animais resultantes dos cruzamento de jumentos com éguas, e são estéreis. No entanto, são facilmente domados, únicos perfeitamente habilitados a realizar o transporte de cargas em regiões serranas, rodeadas de abismos e florestas, montanhas e de solos áridos. De pouca exigência na alimentação, conviviam - notável saga - com nevascas, ventanias e toda a hostilidade da natureza.

Perto do ano de 1693, as primeiras minas de ouro foram descobertas no estado de Minas Gerais. Houve uma corrida desordenada rumo à região - que prometia fortunas -, o que desencadeou a escassez de alimentos, a falta de meios de transporte e as precárias condições de subsistência.

O ciclo do ouro estava em fase inicial e com ele o fenômento do Tropeirismo, atividade que determinou o povoamento de desde o extremo sul até o norte do Brasil.

Uniu territórios; conduziu o gado; escoou a produção econômica. Criou a identidade brasileira - fruto da miscigenação de raças, culturas, crenças e tradições -, entre indígenas, africanos e europeus.

Era preciso fazer chegar esse gado às Minas Gerais a fim de diminuir a distância entre as cidades e minimizar as crises de abastecimento, tornando possível o envio das mais diversas espécies de sortimentos; trazer do litoral até as minas os produtos necessários para os mineradores e enviar para o litoral o ouro por eles extraído; por fim, dar continuidade ao inevitável progresso.

Em 1733, o coronel português, Cristóvão Pereira de Abreu, partiu por conta própria - depois de em vão pedir apoio aos governos de São Paulo e Curitiba -, traçou e percorreu com sua tropa aproximadamente 1.500 km, o caminho que veio a ser conhecido como Caminho do Viamão, que saía dos Campos de Viamão (RS) e ligava Curitiba a Sorocaba. "Estrada Real", Estrada das Tropas", "Estrada do Sul", "Estrada do Viamão-Sorocaba", "Estrada do Certão" e "Estrada da Mata", também foram denominações dadas à estrada do Viamão.

Neste trajeto a tropa construiu mais de 200 pontes, levou mais de 2000 animais e fez de Sorocaba mais do que uma parada obrigatória para descanso de homens e animais; transformou Sorocaba no principal centro mercador de tropas do estado de São Paulo.

Tamanho foi seu crescimento e importância, que o Estado criou um Registro Fiscal a fim de controlar o número de animais e poder aplicar impostos sobre os mesmos.

O caminho integrou o extremo sul ao centro de Brasil e, por conseguinte, ao domínio português, visto que o território sulino, até então, estava sob posse espanhola. Foi por mais de dois séculos a grande estrada do Brasil nos tempos coloniais, por onde seguiram mulas e cavalos, suprimentos e correspondências, mas também e principalmente, homes e coragem.

Durante anos o País dependeu economicamente do caminho do Viamão. Os animais trouxeram a prosperidade e a riqueza, principalmente para os gaúchos que se dedicavam à sua criação.

Enriqueceram também os grandes homens das tropas, que por vezes iniciavam com dois ou três animais e ao longo do tempo acabavam por montar sua própria tropa com mais de 250 mulas, tornando-se ilustres e abastados donos de terras.

Todos se beneficiavam com a passagem das tropas cargueiras. Os ranchos surgiam e ao seu redor o comércio se formava, dando origem a vilas e povoados. Era preciso receber e alimentar tanto os animais quanto os tropeiros.

"Rebentou a feira" foi o esperado grito partido de Sorocaba. Por séculos o comportamento ecoava por toda a região em desenvolvimento no Brasil. Milhares de brasileiros dirigiam-se anualmente para Sorocaba a fim de adquirirem animais, arreamentos, armas, roupas e quantas quinquilharias oferecessem. "Breganhas, patacas e o dinheiro rolava". Enquanto havia animais para leilão, a feira continuava. Durante o dia tratava-se das mulas dando-lhes milho e sal para comer, cuidava-se do comércio, das selas, das cangalhas e dos arreios, e à noite as festas aconteciam; tinha cantoria, dança, jogo de truco e um bom papo recheado de "causos".

Quando tudo diminuía, era preparar as pensões e ampliar as produções para a próxima feira, a cada ano maior e mais dinâmica; acontecia ao final de março até junho/julho. Ir até Sorocaba foi uma epopéia monumental para tropeiros mineiros, valeparaibanos, fluminenses, capixabas, baianos, cuiabanos, goianos. Muitos repetiam, anualmente, a ousadia, contribuindo assim para a viabilização dos ciclos do ouro, da cana e do café. Estava sendo feita a História do Brasil.

Diversos fatores fizeram de Sorocaba uma das principais cidades, senão a principal delas, nesse contexto econômico do Brasil colonial.

Sorocaba possuía um vasto território - uma planície denominada de Campo Largo de Sorocaba -, capaz de abrigar, para que pastassem, todo o gado que ali chegasse; era passagem obrigatória para se atingir os mercados consumidores que se expandiam em torno; fazia a ligação entre Minas e Rio e, por fim, tinha o rio Sorocaba, que era um obstáculo aos que vinham chegando, o que facilitava a ação fiscal.

Ao chegarem a Sorocaba, para ser comercializados, os muares eram levados para a invernada - pastagem para descanso e engorda -, pois haviam perdido muito peso na longa jornada entre o sul e o sudeste. Aos muares vendidos na feira denominava-se "xucros". Era necessário amansá-los para que se tornassem animais para transporte de carga ou sela, quando então passavam a valer o triplo do preço.

A estrada de Sorocaba até o Viamão mostrou economicamente o Brasil. Os muares representavam dinheiro. Todos eram beneficiados com a passagem das tropas. Homens enriqueceram e modestos pousos tornaram-se animadas vilas e povoados. Em torno das feiras, paralelamente ao comércio dos animais, outras atividades foram se desenvolvendo. Surgiram os artesãos, seleiros, funileiros e ferreiros - atividades especializadas na produção de materiais utilizados pelos tropeiros. Botequins e pequenas lojas também foram abertos. Era enorme a procura por artigos de ouro - jóias e adereços -, e prata - artigos para montaria - estribos, esporas e afins e, principalmente, por aquelas que se tornaram conhecidas como as famosas facas de Sorocaba, utilizadas pelos tropeiros.

Foi a partir desse município que as tropas foram traçando caminhos que hoje são as principais rodovias do parís, com especial atenção ao Vale do Paraíba, que separa a Serra da Mantiqueira da Serra do Mar.

"Para o atento observados, as cidades do Vale não se distanciam entre si mais que 24 km (medidos em léguas, onde cada légua equivalia a 6 km), o que resultava em um dia de viagem com a tropa."

Passagem obrigatória para as Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e portos litorâneos, o vale se destacou como região promissora para o trabalho tropeiro. E, da mesma Sorocaba, tropeiros atingiram os sertões de Goiás-Velho, as minas de Cuiabá, os "caminhos" de Porecatu, Araxá, Amanhece, Cascalho Rico, atingindo a Serra da Canastra e toda a bacia do rio São Francisco.

Toda essa região entre serras propiciou o desenvolvimento do transporte de muares, das tropas e, por séculos, entre os ciclos da cana, do ouro e do café, deu origem ao surgimento de trilhas, rotas, pousos, ranchos e conseqüentemente, das cidades. O aparecimento dos pousos e dos ranchos confundem-se com o nascimento das igrejas. Tão logo eram erguidos casas e comércio, a capela também despontava. O sertão estava sendo ligado - definitiva, social e economicamente ao litoral. O declínio da feira em Sorocaba deu-se na década de 1820, devido à concorrência do gado muar agora também criado em Minas Gerais e em menor escala em Mato Grosso e Goiás e, principalmente, ao surto de febre amarela na cidade. O comércio de tropas foi então transferido para Itapetininga e muitos criatórios de muares já estavam sendo implantados na região sudeste.

Muitos ranchos de tropas transformaram-se nos mercados municipais, ainda hoje encontrados em quase todas as cidades brasileiras, onde se percebe forte influência da arquitetura ibérica.

A excessiva exploração das minas de ouro, obviamente fez com que as jazidas fossem se esgotando e o garimpo apresentou sinais de pouca rentabilidade.

Ao final de 1700 já não era possível encontrar ouro em abundância, mas o cultivo do café já começava a despontar, principalmente no vale do Paraíba. A criação de muares deu um grande salto e conheceu então o seu apogeu.

Pelas Serra da Mantiqueira o tropeiro levava o café para as Minas Gerais - de Lorena ao sul de Minas, de Monte Verde a Aparecida. Pela Serra do Mar e da Bocaina, seguia para o litoral fazendo com que a riqueza do novo ciclo abastecesse as cidades, chegasse aos portos no litoral e pudesse seguir para Portugal. De Cunha a Parati, de Taubaté a Ubatuba, de São José do Barreiro a Mambucaba, de São José dos Campos a São Sebastião.

As principais rotas usadas para ligar São Paulo e Minas ao Rio de Janeiro eram o caminho velho: Minas Gerais - Guaratinguetá - Parati, e o caminho novo: Lorena - Fazenda Santa Cruz. As cidades do Vale do Paraíba despontaram. Silveiras, Cunha, São José do Barreiro, Areias, Lagoinha, São Luís do Paraitinga, Bananal, Lorena, Roseira, Aparecida, Guaratinguetá, Taubaté, Jacareí, Queluz.

("Os Caminhos usados eram tão íngremes e tão difíceis os seus desfiladeiros, que a serra que divide o alto e o médio Vale do Paraíba recebeu a denominação de Serra do Quebra-Cangalha. O nome refletia o esforço para vencer a geografia local que, não raro, rompia as cangalhas, armações em madeira ou ferro que sustentava a carga distribuindo o peso para ambos os lados.")

Velhos e novos caminhos. Os mesmo corajosos e incansáveis homens. Os tropeiros, mais uma vez, faziam escoar a nova produção econômica do País - o café. Mas não só isso: levava-se também batata, trazia-se madeira, suínos, bovinos, feijão, milho, sal, arroz...

Levavam sua cultura por onde quer que passassem; aprendiam e ensinavam. Geravam riquezas, difundiam hábitos e costumes. Faziam florescer cidades a partir de ranchos de tropas.

Os caminhos estavam abertos pelo ciclo do ouro, as tropas experientes e os escravos, à disposição. A cafeicultura expandiu-se. No princípio como arbustos medicinais, e pouco tempo depois como a maior fonte de riqueza da região; "o maior fenômeno agrícola do século". Avançou pelo Vale do Paraíba, atingindo em meados do século XIX a província de São Paulo.

Surgiram os Barões do Café e com eles grandes transformações na sociedade. As casas residenciais saíram das fazendas para as cidades. Aprimorou-se a decoração - cópia da francesa; vieram os teatros, os saraus, as requintadas festas. Mudaram-se os costumes, refinou-se a educação.

Foram também os Barões que trouxeram com seus investimentos a estrada de ferro. Esta aproximou Vale e Corte, mas também trouxe a decadência dos portos no litoral com a inauguração do transporte ferroviário, que ligou os principais municípios paulistas ao porto de Santos entre 1867 e 1872, e a estagnação de outras tantas cidades do Vale, tendo em vista sua distância dos trilhos.

As mulas ainda se faziam necessárias tanto dentro das grandes fazendas, no trabalho árduo dos colonos, como para o transporte de cargas até as ferrovias, que por vezes eram muito distantes.

A queda do café iniciou-se e com ela alguns povoados extinguiram-se. Era o final do século XIX e início do século XX.

As décadas de 20 e 30 do novo século trouxeram consigo o crescente desenvolvimento de grandes centros como a capital de São Paulo, Ribeirão Preto, entre outras cidades interioranas, tendo como pano de fundo o avanço e a expansão das ferrovias e das estradas. Entretanto, ainda em 1940, estados como Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso ainda dependiam das mulas para fazer girar sua economia.

O tropeirismo mostrava sinais de declínio e ia sendo absorvido, pouco a pouco, por outras formas de transporte, primeiramente com o advento dos trens e a melhoria das condições de navegação e, depois nos anos 50, com a chegada dos caminhões e tratores.

Chegam as ferrovias. Chegam os automóveis. Vão-se os muares e os tropeiros. O legado há de se perpetuar através dos séculos. As lembranças sempre estarão presentes, principalmente quando a "prosa" estiver boa e o café saboroso.

Fonte: Ocilio Ferraz.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Comportamento Social

 

Obs: Em Portugal é chamam o jumento de burro, como esse artigo é de lá resolvi deixar o texto original, sem alterações.

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Os burros são animais sociais. A um grupo de burros chama-se “burrada”. São animais que possuem uma estrutura social flexível, isto é, nenhum dos membros do grupo é dominante a título permanente. Os machos lutam pelas fêmeas em estro (corresponde ao cio nos machos).

São animais de temperamento dócil, forte e muito inteligentes, que não perdem a sua integridade e personalidade no contacto com os humanos. Segundo alguns especialistas, comparando com a espécie humana, comportam-se como uma criança inteligente de 5/6 anos.


Embora os burros sejam animais independentes, a companhia das pessoas é fundamental e rapidamente criam laços afectivos fortes com os humanos, se lhes for dispensada a atenção de que necessitam.


1. Comunicação visual

Os burros são comunicadores visuais sofisticados, transmitindo muita informação através de pequenas alterações na postura.
Como qualquer aproximação de outro animal pode ser uma potencial ameaça, eles adoptaram alguns comportamentos destinados a apaziguar e a tranquilizar os seus congéneres.


A posição das orelhas é uma parte importante da linguagem corporal do burro. Por exemplo numa ameaça branda, para morder os burros colocam as orelhas para trás e esticam o pescoço em direcção ao oponente, enquanto que durante o cortejo as orelhas estão em pé e viradas para a frente.
Na postura de cumprimento, as orelhas estão em pé e voltadas para frente e geralmente segue-se um toque com o nariz (nariz com nariz), no pescoço, no ombro ou no flanco do animal cumprimentado.


Quando os Burros estão infelizes ou cansados pode-se observar que as suas orelhas ficam deitadas de lado, (na posição horizontal em relação ao corpo).

2. Vocalizações
O tipo de vocalização, que emitem com maior frequência, é um característico Hi-Hõ – o zurro. Mas para além do zurro possuem um reportório variado de vocalizações, nomeadamente, uma espécie de grunhido, considerado uma vocalização agonística (os comportamentos agonísticos têm a função de alterar a distância entre os membros do grupo). Possuem também um tipo de vocalização particular para mostrar desgosto, excitação ou aflição, entre outras.


O zurro ouve-se a uma distância considerável. A título de curiosidade, no México, os Burros são apelidados de “os canários da montanha”, pelos seus zurros que ecoam por toda a montanha.


As funções do zurro são diversas, por exemplo, juntar o grupo, procurar um animal perdido ou advertir sobre o estatuto. As fêmeas em estro zurram com frequência. Os burros também zurram quando em regime de estabulação ou semi-estabulação (o mais aconselhado), acontece um atraso na hora de lhes fornecer alimento.


3. A Resposta de Flehmen
Os burros têm uma via olfactiva secundária que é usada para testar odores, mostrando um comportamento específico, a chamada “resposta de Flehmen”.
Durante a resposta de Flehmen os burros ficam com o pescoço levantado, frequentemente virado para um dos lados, enquanto o lábio superior é puxado e esticado para cima e o lábio inferior é puxado para baixo. Os maxilares inferior e superior ficam juntos com os dentes da frente a descoberto.
Os burros cheiram tanto a urina como as fezes uns dos outros, apresentando de seguida, com frequência a resposta de Flehmen, presumindo-se assim que estas excreções tenham uma função social relevante. É provável que a urina destes animais contenha informações como a receptividade da fêmea, identidade, estatuto, etc.


4. Cuidados prestados à pele e ao pêlo

Os Burros dedicam uma pequena parte do dia a cuidar da pele e do pêlo.
Conseguem chegar a grande parte do corpo por eles próprios. Para cuidar das partes inacessíveis têm estratégias tão interessantes como o grooming ou o acto de se espojar ou ainda o acto de se coçarem e.g. nos troncos/ramos das árvores, nos cantos das paredes de pedra, etc.


4.1 Grooming
Um dos enormes prazeres de ver dois burros juntos é vê-los fazer grooming mútuo.


Uma sessão de grooming mútuo é iniciada por uma aproximação de apaziguamento, em que o animal apresenta as orelhas apontadas para a frente e ocasionalmente a boca ligeiramente aberta tocando no pescoço do companheiro/a. Os dois animais colocam-se lado a lado, em direcções opostas mordiscando as costas um do outro ao longo da coluna vertebral, no pescoço, na crina e noutras partes inacessíveis sem um parceiro. Este ritual pode durar desde alguns minutos até mais de meia hora.


Para além de cuidar da pele, este comportamento afiliativo, dá conforto e tem a função de aproximar os membros do grupo. Os comportamentos afiliativos englobam o acto de cumprimentar, o jogo e o grooming.


Às vezes um dos parceiros faz grooming sem receber. Dois exemplos disso são, quando as progenitoras prestam cuidados ao pêlo da cria ou quando um macho durante o cortejo faz grooming à fêmea.


Estes cuidados prestados apenas num sentido têm tendência a ter uma duração mais curta.


4.2 Comportamento de espojar
O comportamento de espojar consiste em colocar o dorso em contacto com o solo virando-se sucessivamente para um e para outro lado, cobrindo-se de terra/poeira. Tem a função de remover o pêlo que está na muda e eliminar os ectoparasitas (parasitas externos) e com certeza, pelo prazer de coçar as costas. Gostam de fazê-lo em grupo e é frequente ver mais do que um burro a espojar-se ao mesmo tempo. Normalmente têm sítios seleccionados para o fazer.


Se observar um burro a escavar com uma das patas da frente um pedaço de solo nu, pode ter a certeza que instantes depois estará a espojar-se nesse local.


5. Comportamento sexual
As fêmeas dos asininos têm um comportamento sexual muito explícito. A fêmea em estro mostra-se irrequieta, urina mais do que o normal, frequentemente agita mais a cauda, faz um movimento de abrir e fechar a vulva e masca quando em presença ou ao ouvir o zurro de um macho.
O comportamento de mascar, semelhante a um movimento exagerado de mastigação, no qual os lábios superior e inferior nunca se tocam, é um comportamento de submissão (comportamento de aceitação, que serve para manter a ordem no grupo e evitar lutas). A fêmea move as maxilas para cima e para baixo com os dentes maioritariamente cobertos e os cantos da boca puxados para trás. As suas orelhas posicionam-se deitadas de lado e o pescoço fica esticado horizontalmente. A fêmea solicita ser montada colocando-se de costas em direcção a outros burros, fazendo pequenos movimentos de saltos com os quadris.


Um macho testa a receptividade de uma fêmea cheirando os seus genitais e descansando a cabeça nos seus quadris ou empurrando o seu peito contra a garupa (zona compreendida entre a inserção da cauda e o dorso do animal) da fêmea. Os machos também tentam montar fêmeas não receptivas.
Durante a cópula os machos frequentemente mordem o pescoço da fêmea, podendo feri-las com alguma gravidade. Por vezes é necessário ajudar o macho a encaminhar o pénis na direcção certa.


6. Vínculação
Logo após o nascimento forma-se entre a progenitora e a cria um vínculo muito forte, que é essencial para a sua sobrevivência. É com a criação deste vínculo que a progenitora vai prestar cuidados parentais à sua cria e não a outras crias quaisquer. Nos primeiros meses, a progenitora mantém um contacto físico muito próximo com a sua cria. No entanto, o vínculo da cria em direcção à progenitora leva uns dias a estabelecer-se, sendo que durante este período a progenitora posiciona-se sempre entre a cria e os restantes animais, não a deixando entrar em contacto com os outros.


Os cuidados parentais começam logo após o nascimento e prolongam-se até a cria completar aproximadamente um ano ou mais se mãe e cria permanecerem juntas. Estes cuidados incluem deixar a cria mamar, prestação de cuidados à pele e ao pêlo, e.g. grooming, protecção, etc.
Quando as crias são pequenas, enquanto descansam, as progenitoras permanecem junto delas. Quando crescem passam a ser as crias a tomar a iniciativa de permanecer junto da progenitora.

 

Fonte: Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino

terça-feira, 19 de março de 2013

Depoimento - Dino

 

Procurei Arcedino Bernardes (Arcedino com “r” mesmo, conforme enfatizou), o Dino Comissário, a partir de uma sugestão de Zé da Neta. Dino tem 87 anos (nasceu em 10/05/1920) e não parece. Quando cheguei em sua casa, D. Maria José, sua esposa, reclamava que ele havia subido no telhado para verificar algumas telhas: e lá estava ele, lépido como um jovem, subindo em telhados ... Dino Comissário tem uma saúde de ferro. Conversamos em sua casa, em um bairro de Goiânia, numa tarde chuvosa e quente de 2ª feira:

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- ... nasci em São Sebastião do Paraíso, sul de Minas, em 1920, mas me mudei para Itumbiara (GO) com um ano de idade. Aí, quando eu tinha 8 anos fui morar com o Lalau do Couto, boiadeiro e comissário, pois meu pai tinha morrido. Quando fiz uns 10, 12 anos, comecei a ir na comitiva dele, pra Barretos (SP), trabalhando de copeiro, ajudando o cozinheiro. Na segunda viagem, já fui de ponteiro da boiada ... em 1934, eu fiz uma viagem, tinha 14 anos de idade, de Itumbiara pro Vão dos Angicos e depois pra São Sebastião do Paraíso, em Minas, foi 6 meses de viagem ...
- É muito tempo ! Onde é o Vão dos Angicos ?
- É um lugar no Vão do Paranã, lá no nordeste de Goiás (perto de Cavalcante)... nós levamos 16 dias montados só pra chegar lá.
- Deve dar uns 700 km ou mais ...
- Pois é, chegamos lá, o Lalau comprou 1.400 bois curraleiros (na época, não havia Nelore), aqueles chifrudos, boi de curral mesmo, era uma boiada de 8, 10 anos de idade, de 12 a 14 anos.
- Nossa, isso tudo ?
- Era tudo boi muito erado (com muita idade, muitas eras) mesmo. Ficamos quase um mês lá, comprando e juntando gado. Saímos de Vão dos Angicos, passamos por Pirenópolis, Santa Luzia da Marmelada (Luziânia), Bela Vista, Pouso Alto (Piracanjuba), Morrinhos, Buriti Alegre, Itumbiara, Monte Alegre, já em Minas, Uberabinha (Uberlândia), Araguari, Lagoa dos Esteios, Serra das Sete Voltas, Rio São João, Rio Grande, na ponte Surubim, que liga com São Paulo, fomos pra Santa Rita de Castro, fomos pra Pratapolis e São Sebastião do Paraíso ... entregamos a boiada, foram uns 150 dias viajando com a boiada, fora o mês lá no Vão dos Angicos, levamos 6 meses. Ainda voltamos a cavalo pra Itumbiara ...
- Isso é que é viagem ... Naquela época, década de 30, sem estrada, sem recursos, 6 meses no maior sertão ... boiada curraleira e o sr. ainda menino ...
- Eu viajei de 34 a 41 como capataz, passei a comprar boi. Aprendi a contar gado com o Lalau. Pegava gado no interior de Goiás, até em Rio Bonito (Caiapônia) e levava pra Barretos, em São Paulo.
- Como eram as viagens naqueles tempos ?
- Ah, viagem era só no mato, cerrado, não tinha ponte, cruzava rio a nado, era uma solidão só. Tinha uma coisa boa: toda vez que passava numa fazenda a gente ficava uma semana lá parado, o fazendeiro não deixava a gente seguir viagem, o fazendeiro achava tão bom ... mas hoje é diferente, não quer nem ver a gente.
- Fazendeiro queria conversar, né ?
- É, conversava demais com a gente, era o prazer deles, a gente levava notícias daqui, dali, né ...
- Ainda tinha tropeiro na época que o sr. viajava ?
- Tinha, todo mundo viajava no cargueiro (burro cargueiro), até o dentista tinha um cargueiro, era tudo no burro ... Bom, aí em 42 eu casei e virei comissário.

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- E como foi isso ?
- Eu viajava de capataz e aí comecei a viajar pra uma pessoa, o Celso Vieira, que viu meu trabalho. Foi lá em Rio Bonito, eu comecei todo ano a ir lá comprar boiada e levar pra Itumbiara. Lá tinha boi mesmo, prá lá do Rio Bonito, tinha uns Vilela por lá, era muito boi, boiada boa toda vida ... E todo ano eu ia lá pegar boiada prá trazer pra Itumbiara. Aí esse Celso foi uma vez, viu meu trabalho, depois de uns 10 dias trabalhando, juntando gado, era 1.100 bois, ele já ia embora, cedinho, lá na comitiva, me perguntou “você ganha quanto ?”. Eu respondi, uns 300 mil réis por mês, era mil réis, os peões ganhavam 2 mil réis por dia, eram uns 12 peões comigo. E ele falou “pra tomar conta desses mil e tantos bois ? e a responsabilidade toda sua ?”. Nós tinhamos juntado aquele gado brabo, eu tinha prática ... Ai ele falou, eu nunca esqueci disso: “o Dino, você tem muita capacidade, não precisa trabalhar de capataz não. Você precisa comprar uma tropa e trabalhar de comissário”. Lá eu tava com 40 burros. Ai eu falei, comprar com que ? “Quando você chegar lá em Itumbiara, eu vou te vender uma tropa”. Quando ele saiu, mandei um peão levar ele lá em Caiapônia, ele ia pegar um ônibus ou caminhão, não lembro, eu falei com os peões, olha, aqui no mato todo homem é muito bom, ta falando que vai comprar tropa pra mim, chega lá nem me conhece ... Mas quando cheguei em Itumbiara, ele me mandou um bilhete, fui procurar ele, ele me mandou ir em Água Limpa, na fazenda, ir pegar 40 burros, eu fui até lá com meu cunhado. Cheguei na fazenda, o Celso falou “a tropa ta aí, a tropa é pra você”. Eu falei, eu não dou conta de pagar essa tropa, não. Um tropão que precisava de ver ... Não, daqui pra Barretos eu viajo só com 16 burros, não precisa esses 40 não, eu disse. Com 16 burros eu levo 1000 bois pra Barretos. Aí ele mandou eu apartar os 16 burros, eu escolhi os mais ajeitados, tudo brabo, né ? Uma tropa ajeitada. Aí ele me disse, “assina aqui pra mim”, eu olhei, não era letra não, era um bilhete. Aí eu falei, eu não sei se dou conta de pagar, não. Aí ele falou “se não der conta de pagar, você pode sumir com burro e tudo”. Ele falou pra mim desse jeito. Aí eu e o irmão dela e mais dois fomos amansar os burros.
(d.Maria José intervém)
- Você ta me deixando de fora, né ? Foi nós dois. Ele repassava e eu botava freio ...
- A sra. montava também ?!
- Que que é isso ?! Fui criada em burro ... Uma mula saltou comigo na ponte Afonso Pena, a boiada tava todinha dentro da ponte e as tábuas estavam quebradas, um peão gritava “vai cair na água!”, caí nada.

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(volta a falar o Dino)
- Aí, com essa tropa amansada, eu peguei uma viagem pra Guaíra, em São Paulo. Eram 800 bois, eu fiz a viagem toda sem pagar pouso, porque era a 1ª viagem como comissário, todo mundo dos pousos me conhecia, sabia que era a primeira viagem como comissário, aí ninguém cobrava ... Fiquei com 20 mil réis, paguei 16 mil pelos 16 burros e fiquei quite com o Celso. Isso foi em um mês. E aí nunca mais parei. Nunca faltou serviço.
- E viajou até quando ?
- A última viagem que fiz foi em 1995, pro Xingu, no Mato Grosso, 1.100 bois, foram 64 marchas. E parei porque não achei mais peão bom ...
- E quando o sr. veio pra Goiânia ?
- Eu mudei em 55, porque Goiânia tinha mais serviço. Trabalhei uns 4 anos só pra um frigorífico, puxava vaca pro frigorífico e depois voltei a viajar prá todo lado. Eu tive, antes de vir pra Goiânia, uma fazenda em Itumbiara, isso foi em 52, eram uns 14 alqueires, muito boa, vendi ...
- E qual foi a melhor viagem que o sr. fez ?
- Ah, eu fiz uma viagem que deu muito trabalho mas foi muito boa, eu saí com 400 vacas, a maioria tava mojando (prenhe), de Novo Brasil (GO). Tinha vaca com bezerrinha nova, eu botei a bezerra na carroça e fomos tocando até Cavalo Queimado (Araguapaz, GO). Lá, peguei mais 700 cabeças e seguimos viagem. E foi nascendo bezerro no caminho, eu tive que arrumar uma carroça prá carregar bezerro. Fomos até Arapoema (atual Tocantins) nessa toada. Foram 3 meses e cinco dias, nasceram 134 bezerros, morreram uns 10 no caminho ... Foi uma viagem diferente, muito boa. Botei o nome de Perereca na 1ª bezerra que nasceu ...
- E a pior ?
- Foi numa que peguei a tropa emprestada, acho que em 80, por aí. Peguei a tropa em Paraúna (GO), e a boiada pra lá de Mara Rosa (também em GO). Era pra ir até Inhumas, perto de Goiânia. Eram 900 bois gordos, dava umas 18 marchas, coisa pequena. Em Pilar de Goiás, perdi 2 bois, caíram num buraco. Não conseguia tirar de jeito nenhum e aí consegui vender um para um açougueiro, o boi tava no buraco, vendi como se tivesse 18 arrobas (1 arroba = 15 quilos). Ele matou lá mesmo. Quando o açougueiro pesou, deu 21 arrobas e 3 quilos ... Era uma boiada enorme. O outro boi eu dei para os garimpeiros ... Aí, numa ponte em Itapaci, a boiada estourou e correu pra cima do peão que ficava na ponte, controlando. Pisoteou o peão, que conseguiu abraçar o pescoço de um boi mas caiu da ponte, junto com vários bois. Morreu esmagado. Cheguei em Carmo do Rio Verde, fui benzer a boiada. Resolvi passar pela cidade no meio da noite, pra boiada não estourar. Quando eu to lá procurando benzedeira, um peão chega pra mim e fala que caíram 2 bois num buraco de fossa, na cidade ... Foi um desespero, um sufoco. Só consegui tirar os bois com ajuda de um monte de gente, foi no braço mesmo e até com a ajuda de um caminhoneiro, com corda. E o sr. sabe que depois que eu arrumei a benzedeira, nunca mais aconteceu nada ? A viagem foi até o fim sem nenhum problema ..


Dino Comissário está casado com D. Maria José Bernardes desde 1942.Ela, além de amansadora de burros, viajava, sempre que podia, na comitiva. Tiveram 4 filhos, todos casados. Eles têm 8 netos e 8 bisnetos. E é com orgulho que falam de todos. Dino é aposentado pela previdência pública, e, além da saúde de ferro, mantém a memória ativa e a alegria de quem cumpriu sua missão.
Goiânia, novembro de 2007.

Fonte: Foto Memória

quarta-feira, 13 de março de 2013

Artrite Viral Equina

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Doença infecciosa, provocada por um vírus que se manifesta no aparelho respiratório e ocorrência de aborto, nas éguas, em função das lesões causadas nas artérias. Esse vírus, apesar de identificado, inicialmente, na Europa, em 1953, tem sido notificado com maior incidência, nos EUA. A partir do sêmen de um garanhão, ele foi isolado, pela primeira vez, na América do Sul. O portador era um cavalo argentino.

As raças puras são mais vulneráveis a essa doença; raramente ela aparece em cavalos mestiços. Pode ser confundida com a influenza e com a rinopneumonite, pois os sintomas respiratórios são muito parecidos.

Apesar de a manifestação do vírus ser mais comum em animais adultos, com maior gravidade, eles podem ser infectados em qualquer idade, até mesmo os potros, desde o desmame, até os dois ou três anos. A doença ocorre em áreas de alta concentração de animais, pois o vírus dissemina-se, rapidamente, num grupo de equinos suscetíveis e, apesar de a evolução ser curta, o surto pode persistir por longo período.

A doença fica incubada por um período de 2 a 10 dias, seguido por um quadro febril, entre 39 e 41 graus. É quando pode ocorrer a transmissão, pois o vírus está presente no sangue. Ela pode permanecer no animal por até 8 dias.

A transmissão acontece por vias aéreas, orais, água, fômites e alimentos contaminados por secreções e excreções de animais doentes. Também, é possível que se faça pelas vias venéreas, no contato com fetos abortados e placenta, no pasto. Líquidos e tecidos de fetos abortados são considerados perigosas fontes de infecção.

A eliminação do vírus acontece, também, pela urina e sêmen. Por isso, sabe-se que o garanhão infectado exerce papel importante na disseminação dessa doença, por serem portadores por longo tempo, apesar de se apresentarem sadios após superar a infecção.

Potros, filhos de éguas portadoras de anticorpos, são mais resistentes à infecção, pois ingerem os anticorpos maternos, pelo colostro que os protege por, aproximadamente, de dois a seis meses de idade.

Os sintomas respiratórios caracterizam-se principalmente por corrimento nasal – que pode tornar-se purulento –, lacrimejamento, conjuntivite e, em quadros mais graves, edema pulmonar. O animal ainda apresenta fraqueza muscular, tosse, apatia, falta de apetite, diarreia e cólica. Alguns animais estabulados podem sofrer edemas dos membros, que nos garanhões pode se estender até o prepúcio e escroto, e nas éguas, até as mamas. A doença é de caráter agudo e grave podendo, em alguns casos, ocorrer mortes sem que haja infecção bacteriana secundária. A morte acontece devido à desidratação ou insuficiência respiratória causada pelo edema pulmonar.

A consequência principal, dessa doença, e os inevitáveis prejuízos são os abortos, causados por miometrite necrotizante grave. Isso acontece por volta de quatorze dias após o aparecimento dos sintomas. Na rinopneumonite, isso ocorre mais tardiamente. O índice de perda de fetos é alto, girando em torno de 50 a 80%.

Sinais clínicos, como abortos precoces, sintomas respiratórios, exames laboratoriais, levantamento sorológico e isolamento viral vão determinar o diagnóstico. O vírus pode ser isolado a partir dos pulmões e baço de fetos abortados e do baço de animais mortos, porém não há corpúsculos de inclusão nem lesões específicas no feto.

O tratamento é sintomático, impedindo-se que apareçam infecções bacterianas secundárias, utilizando-se antibióticos e fluidoterapia de suporte.Repouso e vigilância para os animais infectados, enquanto que para os mais gravemente afetados, devem-se providenciar baias arejadas, porém livres das correntes de ar, com cama alta e macia.

A vacinação de todos os animais da tropa é o melhor meio de prevenção, apesar de ainda não haver, no Brasil, a vacina específica para esse mal, mesmo já se tendo notícia de que a doença acomete animais brasileiros. Essa providência ainda depende das autoridades dos programas sanitários governamentais, o contrário do que acontece no Canadá, onde a vacina é usada pela grande maioria dos criadores e médicos veterinários.

Vários fatores contribuem para que não ocorra a disseminação de qualquer doença, como a boa higiene do manejo e das instalações, a quarentena, a divisão dos animais por categoria etc.

Autor: Rogério Dantas Gama – Médico Veterinário

Fonte: Bicho Online

Adaptação: Escola do Cavalo

quarta-feira, 6 de março de 2013

Como casquear um cavalo?

 

 

Como casquear um cavalo é assunto na Jovem Pan Online. Profissionais falam sobre a importância de cuidar bem do casco do cavalo.
Acesse: http://jovempan.uol.com.br/media/online/