Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

domingo, 31 de outubro de 2010

Cruzamento

Para produzir uma boa mula, é preciso ter sensibilidade a fim de escolher os melhores pais, uma artimanha para fazer com que um jumento tenha atração por uma égua e sorte para a hibridação dar certo.

 

O melhor é usar um jumento e uma égua e não o contrário, por alguns motivos. Os jumentos em geral são mais férteis que os cavalos. Porém, o cérvice (equivalente ao colo do útero) dilatam menos que os dos cavalos, quando no cio. Portanto, a chance de haver fecundação no cruzamento de um cavalo com uma jumenta é menor do que de um jumento com uma égua.

 

Para atrair jumentos e éguas, diferentes artifícios são usados. Conta-se que, antigamente, matava-se o potro e colocava-se o jumentinho para mamar na égua, uma crueldade totalmente desnecessária. Um método utilizado hoje em dia consiste em desmamar o jumento com cerca de seis meses de idade e coloca-lo junto a uma potra da mesma idade. Os dois carentes da mãe, acabam se aproximando.

 

Quando o jumento começa a manifestar libido, ele é colocado no meio das éguas adultas, não permitindo que cubra uma jumenta pelo menos até os seis anos de idade.

 

O resultado desse cruzamento é um animal estéril, embora raras vezes uma mula ou um burro possam procriar. No caso do burro (estéril ou não), costuma-se castra-lo cedo para que fique com boa índole.

sábado, 30 de outubro de 2010

Raças de Jumentos – Parte 21

Mais uma raça para vocês conhecerem…
  • Provence (Provença) / Migração / Aries / Crau / Savoie

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    É uma raça única de jumentos originária das regiões francesas de Basse-Provence, Haute-Provence e Dauphine. A raça foi desenvolvida por pastores de ovelhas para ajudá-los nos cuidados e manejo das ovelhas, desde o século 15 são usados para manejo de pastagem das ovelhas entre Basse-Provence  e as montanhas de Haute Provence. A raça também é conhecida como Jumento de Migração (porque ajuda os pastores a migrar os animais de um pasto a outro), Jumento Aries, Jumento Crau e Jumento Savoie (Ane d'Arles; Ane de berger; Ane de la Crau; Ane de Savoie; Ane de transhumance; Ane gris de Provence; Provence; Savoie; Savoy-Esel).

     

    Desde as invenções dos automóveis e dos trens, o número de animais desta raça caiu dramaticamente. No final do século 19, um censu na regial de Provença registrou 13,000 jumentos, mas em 1956 esse número caiu para 2000 donkeys. Em 1993 foi registrada a existência de apenas 330 jumentos Provence.

     

    Jumentos Provence são conhecidos pela formação sólida, ossatura forte e temperamento calmo e paciente. Os pés são bem grandes para um jumento, o que os ajuda a dar passos certos até mesmo em terrenos difíceis, isso os torna ideias para serem usados pelos pastores que os criam. Cabeça larga e retilinea bem implantada em um pescoço grosso e forte.

     

    A pelagem é acinzentada, variando do claro ao escuro, algumas vezes com matizes rosadas. Eles devem possuir uma cruz escura e bem definida nas costas e ombros, frequentemente também possuem listras de zebra nas pernas. Tipicamente também tem a pelagem branca na região ao redor dos olhos e do focinho, suas orelhas quase sempre tem uma coloração marrom ou avermelhada.

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    Os machos medem em média 120 cm a 135 cm e as fêmeas 117 cm a 130 cm na idade adulta.

     

    A associação dos jumentos de Provença foi fundada em 22 de dezembro de 1992, por criadores e entusiastas, com o propósito de divulgar conhecimento e preservar essa raça única. Em 18 de dezembro de 1995 a Coudelaria Nacional Francesa  incluiu o jumento de Provence a sua lista de raças reconhecidas. 

     
    A contagem do rebanho em 2004 teve os seguintes resultados:

    Total (2004): 190

    Reprodutores: 33

    Matrizes 157

    Animais registrados no livro genealógico: 97

  • sexta-feira, 29 de outubro de 2010

    Marcas e Peculiariades Especiais

     

    As marcas são particularidades independentes das pelagens (dos pêlos), mas tão visíveis que se sobrepôem a certos sinais gerais ou mesmo especiais, a ponto de impressionar imediatamente a vista do observador, razão pela qual são enquadradas no capítulo de pelagem como elementos de identificação , para uma boa resenha do animal.

     

    As marcas são naturais ou congênitas, isto é, que nascem com ela, e artificiais ou adquiridas, isto é, que surgem depois do nascimento.

     

    MARCAS NATURAIS OU CONGÊNITAS

    Golpe de machado - depressão existente na unção do garrote.

    Golpe de lança - depressão muscular, subcutânea, sem sinal de cicatriz, muito parecidacom o golpe de uma lança, encontrada nos músculos da tábuia do pescoço, braaços, coxas, nádegas, etc.

    Embandeirada - cauda levantada, pode apresentar-se voltada para a direita ou esquerda (cavalo de raça árabe).

    Cabana - orelhas caídas.

     

    MARCAS ADQUIRIDAS OU ARTIFICIAIS

    Cicatrizes acidentais ou operatórias, marcas a fogo (ferro quente) e marcas químicas (para identificar o proprietário) - quase sempre sobre estas cicatrizes nascem pêlos brancos nos animais cuja pelagem é escura, e pêlos escuros, nos animais, cuja pelagem é clara.

    Troncho ou mocho - quando as orelhas são cortadas na base, comidas enroladas ou deformadamente tortas.

    Embandeirado artificialmente - rabo levantado e voltado para a direita ou esquerda através de uma intervenção cirúrgica, denominanda "niquitagem", feita com o objetivo de imprimir mais elegência no animal ou por fraude, quando se quer dar a característica inata do árabe puro em cavalos mestiços ou comuns.

    Pitoco ou suro - rabo cortado, sendo a designação de suro mais empregado para aves.

     

    SINAIS E PARTICULARIDADES ESPECIAIS

    Os sinais brancos encontrado na face, focinho e pernas são meios de identificação e vêm registrados na documentação exigida pelas entidades responsáveis. Além desses sinais, marcas no próprio corpo do animal ou manchas brancas podem ocorrer na parte inferior do ventre e nos flancos.

     

    Na cabeça:

    Celhado - quando pêlos brancos aparecem nas sombrancelhas.

    Vestígio de estrela - quando aparecem pêlos brancos esparsos na fronte.

    Estrelinha - quando há uma pequena pinta branca na fronte.

    Estrela ou flor - formada por uma mancha branca na fronte, podendo ter várias formas: em coração, em losango, em meia lua, em U. Pode ser "escorrida".

    Luzeiro - formado por uma malha na fronte, podendo ser também "escorrido".

    Filete - determinado por um estreito fio de pêlos brancos que escorre pela fronte ou chanfro.

    Cordão - determinado por uma fina mancha branca (mais largo que o filete), que se estende da fronte ao chanfro, e até as narinas às vezes, podendo ser interrmpido ou desviado.

    Frente aberta - quando o cordão se alarga tomando todas a frente da cabeça e indo até a região das narinas.

    Façalvo - determinada por malha branca sobre as faces laterais da cabeça ou somente sobre um dos lados (esquerdo ou direito).

    Beta - pinta branca que corre entre as narinas.

    Bebe em branco - quando um dos lábios ou ambos são brancos, devendo isto ser esclarcido na resenha.

    Cabeça de mouro - se uma mancha escura (pêlos mais escuros ou pretos) toma toda a cabeça.

    Com embornal - se a mancha abrange apenas a parte inferior da cabeça. As particularidades acima citadas devem ser descritas na resenha, se possível com um esboço dos contornos e desvios.

     

    No Pescoço:

    crinado - quando o animal apresenta a crina branca ou desbotada. Esta particularidade é comumente encontrada na pelagem Alazão, variedade amarilho. Deve ser mencionada na resenha somente quando aparecer nas pelagens mais escuras. Neste caso a cauda poderá ou não acompanhar a cor da crineira.

     

     

     

    No tronco:

    Listra de burro - listra estreita, mais escura que apelagem, que se estende ao longo da linha dorsal, indo da cernelha à base da cauda.

     

    Faixa crucial - faixa escura que corta transversalmente a cernelha, alcançando as espáduas.

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    Pangaré -é o animal que apresenta a parte inferior do ventre, face interna das coxas e outras partes do corpo, esbranquiçadas.

    Rabicão -animal que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais escuros.

     

    Nos Membros:

    Zebruras - estrias que cortam transversalmente os joelhos e jarretes.

    Bragado - quando o animal apresenta malhas brancas no terço posterior do ventre e nas partes internas das coxas.

    Cana-preta - se o animal apresenta canelas pretras nas pelagens que não as incluem.

    Calçado - quando a cor branco aparece nos membros, bem delimitada, nas pelagens que não incluem o branco nestas partes. Conforme a extensão do branco o calçamento recebe as seguintes denominações:

    Cascalvo -quando somente os cascos são brancos

    Calçado sobre coroa -quando o branco está situado apenas na circunferência da coroa do casco.

    Baixo calçado - quando o branco vai até o boleto.

    Médio Calçado - quando o branco abrange a qualquer parte da canela.

    Alto Calçado -quando o branco alcança os joelhos e jarretes

    Arregaçado -quando o branco ultrapassa estas articulações (joelhos e jarretes), alcançando os antebraços e pernas.

    Argel - quando um só membro é calçado.

    Manalvo - somente os anteriores são calçados.

    Pedalvo - somente os posteriores são calçados.

    Calçado em diagonal - quando o calçamento é no bípede em diagonal, devendo ser esclarecido apenas qual o anterior que forma a diagonal.

    Trialvo - quando três membros são calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser citado na resenha da seguinte forma: "trialvo anterior esquerdo" - estando nisto explícito que o único membro não calçado é o anterior direito.

    Quatralvo - quando todos os membros são calçados.

     

    Coloração dos Cascos:

    Cascos de matéria córnea azul-ardósia (casco escuro) são considerados ideais. Acredita-se que a ceratina de que se compôem tenha textura densa e de grande rigidez. Em contrapartida, um casco branco é tido por "mole", incapaz de resistir bem à usura. Não há prova de que essas asserções sejam verdadeiras. Pés brancos acompanham pernas "calçadas". Os appallosa e outros cavalos mosqueados têm cascos "tigrados" (com litras verticais negras).

     

    SISTEMÁTICA DE RESENHA

    Os dados de pelagem, de que se lança mão para a resenha, devem obedecer à seguinte sistemática: modalidade ou categoria, tipo, subtipo (se for o caso), variedades, particularidades gerais, particularidades especiais e finalmente particularidades independentes da pelagem.

    Examina-se o animal de diante para trás, de cima para baixo e da esquerda para a direita, de ambos os lados e, também, deve ser visto por trás. Todos os sinais e marcas, bem como certas taras, devem ser detalhadamente citados.

    O exército enumerou os tipos de pelagem pela ordem alfabética, considerando apenas onze tipos, que são: alazão; baio; branco; castanho; lobuno; mouro; preto; rosilho; tobiano; tordilho e vermelho.

     

    Fonte: Saúde Animal

    quinta-feira, 28 de outubro de 2010

    Pelagem

     

    A maioria das pessoas que lida com equinos, desde o mais humilde peão até um especialista, como o médico veterinário, faz a maior confusão, misturando tipos de pelagem e confundindo os nomes das cores e suas variedades.

     

    A origem da variedade de cores da pelagem dos eqüinos está nos genes individuais, que são em número de 30 - o que resulta em milhares de combinações possíveis. Para algumas raças, a cor é uma consideração de essencial importância. Na maioria das espécies de animais a cor de cada raça apresenta várias misturas mais ou menos uniformes, não variando mesmo sob influência de idade, clima etc.

     

    Os equinos, pelo contrário, oferecem numerosas diferenças, mesmo aquelas próprias de certas raças conhecidas como o Palomino, o Boulonnais etc.

     

    Dizem os estudiosos que o pêlo de um equino  é tão individual quanto a impressão digital de um ser humano, e os registros de animais, como os que são feitos pela ABCJPêga, são uma boa prova disso: cada animal tem seus sinais particulares  anotados (se bem que não é tão rigorosamente enforçado como deveria), logo após o seu nascimento, e assentados em um documento que o acompanhará pelo resto da vida. A cor, as marcas e os redemoinhos do pêlo são dados desse documento que será examinado a cada venda, exposição, etc.

     

    A descrição das diversas pelagens dá idéia da coloração simultânea, às quaias acrescentamos os sinais e particularidades que os eqüinos nos oferecem ao exame, com detalhes suficientes para permitir a identificação exata de um determinado animal e sua diferenciação entre outros animais de um rebanho, principalmente para o registro genealógico.

     

    No entanto, diversos fatores podem influir na não-identificação imediata da pelagem, isto sem trasformar completamente os caracteres básicos da mesma, tais como:

    1. Idade - este fator ocasiona a não-identificação da pelagem do animal senão algumas semanas mais tarde. Ex: o tordilho nasce muitas vezes negro, castanho, baio ou alazão, mas todos com pêlos brancos espalhados pelo corpo.
    2. Sexo - observamos que nos machos as cores são mais vivas e brilhantes
    3. Luz - a luz solar aumenta a vivacidade dos tons e reflexos, mas quando muito intensa, queima as pontas dos pêlos dando à pelagem uma tonalidade desbotada.
    4. Clima - o color torna os pêlos lisos e brilhantes, enquanto o frio, aumidade e o vento torna-se longos e descorados.
    5. Alimentação - uma boa alimentação, administrada regularmente, é fator para se obter pêlos lisos e brilhantes, acentuando com isso, ainda mais, os reflexos da pelagem.
    6. Saúde - animais mantidos em condições adequadas, com cuidados higiênicos regulares, possuindo portanto uma saúde perfeita, mostram como reflexo de seu estado, pêlos finos, sedosos e brilhantes. Por outro lado, animais com estado patológico, ficam com os pêlos descorados, quebradiçs e grosseiros.

    As crinas são de coloração idêntica aos pêlos nas pelagens ditas simples e uniformes (preto, branco, alazão); são escuras ou pretas em outras (baio e castanho) ou mescladas (tordilho e rosilho). São usadas longas, tosadas ou com toalete seguindo diversas modalidades.


    Fonte: Saúde Animal

    quarta-feira, 27 de outubro de 2010

    Cavalgada Burro no Brete

    Anuncio_Cavalgada

    Brucelose

    O QUE É BRUCELOSE?
    É uma doença contâgiosa causada por bactéria (Brucella Abortus) que ataca bovinos, caprinos, ovinos, equinos, suínos e o homem. A brucelose não tem tratamento nem cura e o animal precisa ser sacrificado (abate sanitário).


    PREJUÍZOS CAUSADOS PELA BRUCELOSE
    - Elevado número de abortos (o que pode significar o primeiro sintoma da doença na fazenda);
    - Quando a fêmea não aborta, nascem animais fracos;
    - Não ocorre prenhez nas fêmeas;
    - Diminuição da produção de leite;
    - Esterilidade nos machos;
    - inflamação no útero das vacas em decorrência de retenção placentária (não limpa anexos fetais após o parto).


    O HOMEM PODE SER CONTAMINADO DA SEGUINTE MANEIRA:
    - Trato direto com animais doentes é uma doença funcional, profissionais como produtores rurais e familiares, peões, vaqueiros, veterinários, etc podem se contaminar;
    - Manipulação de fetos abortados;
    - Manipulação de carcaças durante o abate;
    - Ingestão de leite e queijos crus (não pasteurizados) e sem inspeção sanitária.


    SINTOMAS DABRUCELOSE
    -Aborto, geralmente nos últimos meses de gestação. Nas gestações seguintes, a fêmea pode não abortar mas os bezerros nascem fracos.
    - Retenção da placenta. As fêmeas parem e a placenta não descola.
    - Repetição do cio. As fêmeas entram no cio, são cobertas e não pegam cria.
    - O macho pode apresentar inflamação nos testículos (orquite), o que torna o animal estéril ou sub-fértil.
    - corrimento purulento no genital por infecção uterina (endometrite).

     
    COMO OS ANIMAIS SÃO CONTAMINADOS
    - Espalha-se facilmente, por ser doença de rápido contágio, normalmente pela via digestiva.
    - Uma vaca doente, ao abortar, pode contaminar a pastagem, a água, os alimentos e as instalações, colocando em risco a saúde de todo o rebanho.
    - Pode também ser transmitida pela inseminação artificial (sêmen contaminado) ou pela monta natural (casos raros)


    CUIDADOS 
    - Vacinar todas as BEZERRAS entre 3 e 8 meses de idade, não vacinar machos.
    - Não vacinar fêmeas com mais de 8 meses de idade.
    - Só permitir a entrada de animais na propriedade com o resultado do exame negativo para brucelosc e o “V” na cara, que indica animal vacinado.
    - Enterrar restos e/ou queimar fetos abortados e restos de placenta.
    - Não alimentar animais com leite cru pois as vacas podem estar contaminadas.
    - É proibido por lei vacinar suíno, caprino e ovino.
    - Não compre animais que não tenham exame negativo para brucelose ou que não sejam vacinados.


    NÃO ËSQUEÇA
    -A vacinação é a melhor forma de evitar a brucelose.
    -Uma única dose da vacina B-19 conta a brucelose bovina protege a fêmea por toda a vida útil. - A vacinação de bovinos contra a brucelose é OBRIGATÓRIA.
    - Fêmeas acima de 24 meses não vacinadas com vacina B 19, vazias (não prenhes) e negativas no teste sorológico podem ser vacinadas sob responsabilidade do Médico Veterinário com a CEPA RB 51, conforme Instrução Normativa 33 de 24/08/07 do MAPA,.
    - O atestado de vacinação emitido pelo médico veterinário é um documento importante e deve ser guardado como prova de que o animal já foi vacinado.
    -Todas as bezerras serão marcadas com um “V” no lado esquerdo da cara, seguido do último número do ano de vacinação.
    -Os animais positivos para a brucelose devem ser marcados com um “P” no lado direito da cara e enviados para abate somente em frigoríficos com inspeção sanitária.
    - Periodicamente, chame um médico veterinário para fazer exame de sangue e verificar se os animais estão com a doença. Em caso de qualquer suspeita, procure este profissional imediatamente.
    - A vacinação contra brucelose deverá ser realizada sob responsabilidade de médicos veterinários. A compra de vacina só poderá ser efetuada apresentando receita emitida por médico veterinário, em razão de tratar-se de uma vacina viva atenuada. Estes profissionais ficarão obrigatoriamente cadastrados no serviço veterinário oficial de seu estado de atuação.
    - Existe legislação específica que determina a exigência, para animais destinados à reprodução, de atestado negativo para brucelose e tuberculose. Estas normas foram adaptadas ao regulamento do programa nacional, em particular quanto aos métodos de diagnóstico utilizados. Está prevista, em prazo a ser determinado pelo MAPA, a exigência de origem em propriedade com certificado de livre ou de monitorada, para todos os machos e fêmeas reprodutores que transitem entre estados ou que participem em exposições.

    terça-feira, 26 de outubro de 2010

    EXPOPÊGA 2010

    Curiosidade

     

    O dia do trabalho em algumas cidades nordestinas é comemorado com a "Corrida do jegue", uma grande festa com muita comida típica e música noite a dentro, sem hora de acabar. Tudo isto só para homenagear os maiores trabalhadores do nordeste, os jegues. Ao longo do dia, diversos páreos de corrida de jegues são disputados, até a escolha do grande campeão da festa.

    segunda-feira, 25 de outubro de 2010

    Dicionário de Pelagem

     

    Recebi um e-mail e estou postando uma parte dele aqui, achei interessante pois muitos não sabem descrever a pelagem do animal quando tem que fazer um comunicado de nascimento à associação:

     

    “Percebemos que a Academia Brasileira de Letras apresenta muitas falhas e omissões quanto ao vocabulário específico rural e enviamos, então, um "Minidicionário" com mais de 3.000 palavras para serem incluídas em próximos dicionários. A maioria, obviamente, distingue anotações realizadas nos sertões nordestinos. A língua é "viva" e admite a incorporação de palavras utilizadas pelos moradores dos imensos sertões brasileiros.”

     

    Embora seja um texto longo, apresentamos a seguir, algumas anotações sobre as pelagens utilizadas no Brasil, tanto para bovinos, equinos, caprinos e ovinos.

     

    Anotações sobre Pelagens

    Agé - Marca que demonstra a qualidade do animal. Os agés são seis, de acordo com o ditado: "um agé é bom, dois é melhor, três é ruim, quatro é pior, cinco é brinco e seis é reis". Os quatro primeiros agés são as patas; o cinco é a estrela na testa e o seis é uma marca branca no pênis". Também Argel.

    Alazã - Pelagem dos equinos, formada por um grande número de matizes, que vão de uma coloração aloirada até uma avermelhada, lembrando a canela, ou de uma coloração vermelha escura queimada, lembrando a cutícula da castanha, tendo sempre as crinas e as extremidades da mesma cor do corpo ou mais claras, nunca escuras.

    Alazã - Pelos, crina e cauda de tonalidade vermelha, que pode variar de escura a amarela. A crina pode ser de tonalidade mais clara.

    Alazã Amarilha - pelos de tonalidade amarela, que pode variar da clara à escura, com crina e cauda branca ou creme. Também chamada erroneamente de Palomina (nome de uma raça americana onde todos os animais registrados são portadores desta pelagem) e baia amarilha (geneticamente a pelagem alazã amarilha se relaciona com alazã e não com a baia).

    Alazã Apalusa - pelagem alazã com malha despigmentada na garupa e pintas da pelagem na malha.

    Alazã Apalusa Mantado - pelagem alazã com malha despigmentada na garupa atingindo o dorso, lombo, cernelha e costados com pintas da pelagem básica.

    Alazã Cereja - pelos com tonalidade vermelha, lembrando a cor da cereja.

    Alazã Clara - cabeça, pescoço, tronco e membros cobertos por pelos de tonalidade vermelha clara, com algumas áreas como membros, cauda e crina mais claras.

    Alazã Pampa - malhas brancas sobre fundo alazão.

    Alazã Persa - fundo com áreas de depigmentação, pintas de tonalidade vermelha.

    Alazã Salpicada - cabeça, pescoço, tronco e membros de tonalidade vermelha, com interpolação de pelos brancos no tronco.

    Alazã sobre Baia (acima de baia) - cabeça, pescoço e troncos amarelos, com crina, cauda e extremidades avermelhadas.

    Alazã Tostada - pelos do corpo, crina e cauda de tonalidade vermelha escura, lembrando a cor do café torrado.

    Alazã Tostada Apalusa Mantada - pelagem alazã tostada com malha branca na garupa que invade as regiões do dorso, lombo e flanco com pintas da pelagem básica.

    Alazã Tostada Persa - fundo com áreas de depigmentação e manchas circunscritas da pelagem alazã tostada.

    Alazão - pode variar sua tonalidade entre uma extensa gama de tons castanho-avermelhados. O mais escuro possui um tom quase arroxeado, enquanto que o mais claro é brilhante, possuindo um profundo tom ouro-avermelhado. Os alazões normalmente possuem marcas de tonalidades diversas. Podem apresentar crina, cauda e pintas castanhas ou negras, ou ainda, ter crina e cauda cor de palha dourada.

    Alazão Amarilho -

    Alazão chamalotado ou apatacado: Quando tem manchas mais claras e arredondadas.

    Alazão Crinalvo Salpicado - pelagem composta

    Alazão dourado: O típico com reflexos do ouro.

    Alazão ruano: Quando tem a cauda e crina claras.

    Alazão típico: O que tem a cor da brasa ou da cereja.

    Alazão Tostado Crinalvo Apatacado -

    Albino – Diz-se do animal sem pigmentação alguma na pele, nos pêlos, etc e que resulta da atividade de um gene pleitrópico.

    Aleonada - Pelagem Simples alazã, quando é de um tom amarelo-claro, com as extremidades mais carregadas, lembrando o leão.

    Alto calçado - Cavalo que mostra a cor branca alcançando os joelhos e jarretes.

    Amarela - pelagem de gado.

    Amarela chitada - pelagem típica de Gir.

    Amarela gargantilha - pelagem típica de Gir.

    Amarelo cobre - pelagem típica de Gir. Condenada.

    Amarilha - Pelagem Simples baia, também chamada Pelagem Amarela, de tonalidade dourada, lembrando a gema de ovo. Obrigatoriamente a crina e cauda são mais claras, razão por que também é conhecido como Baio Ruano. Também chamado de Baio Marinho ou Palomino.

    Andorina - Ver Pelagem Tordilha.

    Apalusa - Qualquer pelagem que apresentar malha branca despigmentada na garupa será designada de Apalusa. Essa malha poderá se estender atingindo outras regiões do tronco (dorso, lombo, costados, cernelha, espáduas) e poderá apresentar ou não pintas da pelagem básica. O potro pode não ter a pelagem apalusa claramente evidenciada ao nascimento, mas há quatro sinais que quando observados no eqüino jovem caracterizam esta pelagem: 1 – esclerótica facilmente visível, 2 – cascos rajados ou mesclados, 3 – áreas de despigmentação em determinadas regiões da cabeça. O animal apresentará um padrão borrado de pele pigmentada e não pigmentada principalmente em volta dos olhos e focinho, 4 – despigmentação na região anal, órgãos genitais e às vezes na vulva. Essas regiões apresentarão áreas de despigmentação, lembrando um mapa irregular de pele clara e escura. Animais que não apresentarem a pelagem apalusa característica, mas apresentarem essas quatro características, poderão ter filhos de pelagem apalusa. Essa é característica de uma raça de eqüinos dos EUA, denominada Appaloosa, onde a dominância sobre a garupa, podendo estender-se a todo o exterior do animal (Leopardo).

    Apalusa Mantada - Com manta. Refere-se a pelagem que apresenta uma área, sem limite, branca sólida, normalmente na garupa e outra(s) região(ões) do tronco. Esta malha poderá ou não apresentar pintas da pelagem básica. Na resenha deverá ser especificada a presença ou não de pintas e quais as regiões do corpo do animal são atingidas por essa malha. Pelagem preta com malha branca na garupa, dorso, lombo, cernelha, espádua e costados com pintas da pelagem básica.

    Apalusa Nevada - Com “neve”. Pelos claros e escuros na região da garupa podendo atingir todo o corpo. As áreas de pelos brancos são semelhantes a flocos de neve.

    Apatacada - com forma de patacas.

    Araçá - Particularidade de pelagem em bovinos, que consiste na presença de pêlos castanhos ou escuros formando pequenas listas ou raias transversais ao comprimento do corpo do animal. Depende um gene recessivo. Nome da pelagem de bovino caracterizada por estrias verticais, com gradação em várias cores, como na raça Normanda.

    Argel - Cavalo que exibe apenas um membro calçado.

    Arminhado - Calçamento com malha escura (preta ou castanha), arredondada.

    Arregaçada - marca clara que sai do membro e penetra na região do tronco. Mais comum em animais multicoloridos.

    Arregaçado - Cavalo que mostra a cor branca ultrapassando os joelhos e jarretes, alcançando os antebraços e pernas.

    Azeviche - Pelagem Simples baia, tipo preto, quando a coloração preta dá um reflexo brilhante. Alguns hipólogos consideram o preto azeviche não como "tipo", mas sim como particularidade do Preto Murzelo, ou Preto Franco.

    Azulega - Pelagem que resulta da presença de pêlos escuros na Pelagem clara dos bovinos, dando-lhe uma tonalidade escura esfumaçada.

    Azulega - Ver Pelagem Tordilha.

    Baia - Caracterizada pela presença de pelos de tonalidade amarela (varia do claro ao bronzeado) na cabeça, pescoço e tronco, com crina, cauda e extremidades pretas.

    Baia - Caracterizada pela presença de pelos de tonalidade amarela (varia do claro ao bronzeado) na cabeça, pescoço e tronco, com crina, cauda e extremidades pretas.

    Baia - Pelagem Simples de equino, com crina, cauda e extremidades claras. Todas as variedades de Baio Simples podem apresentar, ou não, listras de mulo, banda crucial e zebruras, embora sejam, algumas vezes, um tanto apagadas.

    Baia Cabo-Negro - Pelagem Composta Castanha, formada pela gama de pêlos claros amarelados da cor da palha de trigo até a gama bem escura do bronzeado. Divide-se em Claro ou Palha (cor da palha de trigo), Ordinária (parecida com brim cáqui), Escura (tom amarelo bem carregado), Encerado (amarelo sombrio, lembrando cera bruta), Camurça (Isabel) (amarelo claro lembrando branco encardido) e Gateado (com todas as nuances).

    Baia Clara - pelos de tonalidade amarela clara, com crina, cauda e membros pretos.

    Baia Clara Apatacada - formada de pelos amarelos claros, com manchas arredondadas delimitadas na superfície lembrando patacas (moedas antigas). Apatacado não é uma variedade exclusiva da pelagem baia, pois pode ocorrer nas outras pelagens.

    Baia Encerada - formada de pelos amarelos escuros, lembrando a cor de cera natural.

    Baia Escura - a tonalidade do amarelo é escura, quase marrom. Diferencia-se da pelagem castanha clara porque o marrom, da baia escura, é amarelado e na castanha é avermelhado.

    Baia Palha - pelos amarelos bem claros, lembrando a coloração da palha do milho.

    Baio - o cavalo baio não é muito comum. Um bom baio deve apresentar cauda e crina prateadas. Embora sejam atraentes, os baios, como acontece com animais de tonalidade pouco vibrante, não são muito indicados para a equitação em geral.

    Baio achamalotado ou apatacado: Quando apresenta manchas redondas e mais claras do que o resto do corpo.

    Baio amarelo: É como uma gema de ovo, quando estendida numa porcelana branca.

    Baio branco ou claro: É uma tonalidade de creme desmaiado.

    Baio cabos negros: Quando tem as extremidades dos membros, da cauda e a crina escuras.

    Baio cebruno: Também escura, levando no corpo manchas mais escuras do que o baio encerado.

    Baio dourado: quando tem reflexos do ouro.

    Baio encerado: Quando tem a cor mais escura, parecendo-se com a cera virgem.

    Baio ovo de pato: Quando tem uma cor amarelado creme. Sua crina, cauda e cascos também são cremes.

    Baio ruano: é um baio com a cauda e crina claras.

    Baixo calçado - Cavalo que mostra a cor branca descendo até o boleto.

    Barroca - (Pronúncia: Barrôca) Pelagem rosácea ou barrosa.

    Barrosa - pelagem conenada na raça Gir.

    Barrosã - Raça bovina portuguesa que também entrou no Brasil.

    Barroso - Nome que se dá ao bovino cuja pelagem é melada, quase alaranjada, avermelhada, imitando barro.

    Bebe-em-branco - Nome que se dá ao cavalo que apresenta um dos lábios ou ambos na coloração branca, devendo isto ser esclarecido na resenha.

    Bebe-em-branco - Nome que se dá ao cavalo que apresenta um dos lábios ou ambos na coloração branca, devendo isto ser esclarecido na resenha.

    Bebe-em-branco - quando os lábios e região limítrofe forem claros.

    Beta - Marca clara entre as narinas. Também “Ladre”.

    Beta - Pinta branca que corre entre as narinas do cavalo.

    Boca-de-Leite - quando as narinas e região limítrofe for clara.

    Bocalvo - quando a região da boca for clara.

    Bracelete - mancha clara ou escura ao redor da parte baixa da canela.

    Braga - faixa ou malha despigmentada na parte baixa do animal (região abdominal).

    Bragado - Cavalo que apresenta malhas brancas no terço posterior do ventre e nas partes internas das coxas.

    Bragado - Cavalo que apresenta malhas brancas no terço posterior do ventre e nas partes internas das coxas.

    Braiada - Expressão sertaneja para indicar um caprino com influências raciais diversas. "Braiada" deve ser corruptela de "embaralhada". Ver Disbraiada.

    Branco - os cavalos brancos podem ser tordilhos muito velhos, cuja pelagem tende a embranquecer com a idade, ou albinos, caso em que possuem olhos rosados e pele sem pigmentação. Os cavalos conhecidos como brancos são, de fato, tordilhos na maioria dos casos.

    Branco albino, melado ou rosado: Quando há uma despigmentação congênita, inteira ou arcial, das pestanas e da íris. Sua pelagem tem reflexos rosados. É sensível ao sol.

    Branco mosqueado: O que leva pelo corpo, em forma irregular, pontos pretos do tamanho de uma mosca.

    Branco porcelana: O que tem manchas pretas, as quais, por transparência, por meio dos pêlos brancos, produzem reflexos azuis da porcelana.

    Cabeça de mouro - Cavalo que apresenta uma mancha escura - pêlos mais escuros ou pretos - em toda a cabeça.

    Calçado - Cavalo que exibe a cor branca nos membros, bem delimitada, nas pelagens que não incluem o branco nestas partes.

    Calçado alto - marca que inicia na coroa e atinge ou ultrapassa o joelho ou jarrete.

    Calçado baixo - ou Baixo Calçado. marca situada entre a coroa do casco e o boleto.

    Calçado em diagonal - Cavalo que exibe o calçamento em diagonal, devendo ser esclarecido apenas qual o anterior que forma a diagonal.

    Calçado médio - marca que inicia na coroa e termina abaixo do joelho/jarrete.

    Calçado sobre coroa - Cavalo que mostra a cor branca apenas na circunferência da coroa do casco.

    Calçado sobre coroa - parte clara sobre a região da coroa do casco.

    Calçamento - As marcas brancas, bem delineadas e com pele despigmentada, nos membros.

    Calçamento completo - quando atinge todo o membro do animal.

    Calçamento diagonal - quando a parte clara está situada em membros diagonalmente opostos.

    Calçamento incompleto - quando não atinge todo o membro do animal.

    Calçamento lateral - quando a parte clara está em um dos lados do membro.

    Camurça - Pelagem Simples baia, pouco encardida. Também chamada Pelagem Encardia, ou Pelagem Isabel, lembrando a princesa austríaca Isabel Carla Eugênia que governou os Países Baixos de 1601 a 1604, prometendo que somente trocaria de roupa depois que terminasse o cerco de Ostende - o que aconteceu oito meses depois.

    Cana-preta - Cavalo com as canelas pretas nas pelagens que não as incluem.

    Cascalvo - Cavalo que apresenta somente os cascos brancos.

    Cascalvo - Cavalo que apresenta somente os cascos brancos.

    Casco branco - coloração anormal para cascos de animais em regime de muita insolação, mas natural em região fria (neve).

    Casco marfinizado - Diz-se do casco amarelado, admissível e até comum em muitas espécies animais. Também Marfinizado.

    Casco mesclado -

    Casco mole - Diz-se do casco branco, considerado frágil, sendo evitado na maioria das espécies animais.

    Casco negro - coloração normal de animais em ambientes rústicos.

    Casco rajado - manchas claras no casco.

    Casco tigrado - Diz-se do casco que apresenta listras verticais negras. Geralmente em equinos.

    Castanha - Pelagem Composta, formada pelo pêlos avermelhados no corpo, com intensidades diversas, com crina, cauda e membros negros. Divide-se em Clara (vermelho meio amarelado), Ordinária (cor de castanha madura), Escura Cereja ou Zaina (aproxima-se do preto pezenho, mas com tons mais claros em certas regiões como focinho, axilas, ventre, flanco e períneo. Zaino significa "ausência de pêlos brancos", mas - nesse caso - significa castanho-escuro. Também as variedades Pinhão e Vermelho Sanguíneo.

    Castanha - Presença de pelos vermelhos na cabeça, pescoço e tronco, lembrando a cor da castanha madura, com crina, cauda e extremidades pretas.

    Castanha Clara - o vermelho da pelagem é de tonalidade clara com crina, cauda e membros pretos, sendo que a tonalidade preta dos membros pode não atingir toda a canela.

    Castanha Escura - o vermelho da pelagem é de tonalidade escura com crina, cauda e membros pretos.

    Castanha Pampa - fundo castanho com manchas avermelhadas.

    Castanha Pinhão - pelagem de tonalidade vermelha bem escura, quase preta. Pode ser diferenciada da preta maltinta avaliando-se a cabeça, que na castanha pinhão tem predominância de pelos vermelhos e na preta maltinta é coberta de pelos pretos.

    Castanha Zaina - pelagem castanha escura ou pinhão que não apresenta particularidades na cabeça e nos membros.

    Cebruno ou barroso: Com a tonalidade mais escura do que a do baio cebruno, parecendo-se com a cor do elefante.

    Celhado - animal com cílios brancos.

    Celhado - Pêlos brancos que aparecem nas sombrancelhas de um cavalo.

    Cereja - Pelagem Simples alazã, quando a coloração lembra a cereja madura.

    Chita – Pequena mancha de margem pouco definida ou indefinida na pelagem do animal.

    Chitada – Animal com pelagem com "chitas", ou chuviscos, salpicos, de coloração variada. O mesmo que “chuviscada. Pelagem própria da raça Gir e pequenos ruminantes, que consiste na presença de pequenas manchas numerosas de pêlos vermelhos, em fundo branco ou rosilho. O mesmo para chita vermelho. Diz-se vermelho chitado quando o fundo é vermelho e as manchas são de pêlos brancos. Reproduz-se parcialmente no Girolando e outras raças.

    Chitada de amarelo - pelagem típica de Gir.

    Chitada de vermelho - pelagem da raça Gir.

    Clara - É a pelagem Simples alazã, quando a cor é loira, clara e pálida.

    Colorada - Pelagem Simples alazã, quando a coloração é de um vermelho vivo, lembrando o sangue de boi. Também Pelagem Vermelha ou Pelagem Sanguínea.

    Colorado pinhão: Tem a cor do pinhão.

    Colorado típico: É avermellhado com o tom claro.

    Com embornal - Designação que se dá ao cavalo que apresenta uma mancha clara abrangendo apenas a parte inferior da cabeça.

    Composta - Pelagem de equinos formada por pêlos bicolores misturados, com crina e cauda diferentes.

    Conjugada - Também chamada de Pelagem Justaposta, apresenta malhas e pintas de contorno irregular, mescladas com branco, nos equinos. Divide-se em Tobiano ou Pampa e Pintada.

    Cordão - É o filete, quando encorpado, saliente. Também “Listra”.

    Cordão - Fina mancha branca - mais larga que o filete - que se estende da fronte ao chanfro do cavalo, e até as narinas às vezes, podendo ser interrompido ou desviado.

    Cordão - Fina mancha branca - mais larga que o filete - que se estende da fronte ao chanfro do cavalo, e até as narinas às vezes, podendo ser interrompido ou desviado.

    Crinado - Cavalo que apresenta a crina branca ou desbotada. Particularidade comumente encontrada na pelagem alazã, variedade amarilho.

    Crinalvo - crinas brancas em animal alazão.

    Debrum - Filete mais claro que volteia os lábios de algumas raças de bovinos, como o Guzerá e o Pardo-Suíço. Ou mais escuro que volteia a orelha de animais claros, como o Nelore.

    Douradilho -

    Douradilho pangaré: É o que tem o focinho, axilas e ventre mais claros.

    Douradilho: É um colorado desmaiado com reflexus dourados.

    Embandeirado - Rabo levantado e voltado para a direita ou esquerda através de uma intervenção cirúrgica, denominanda "niquitagem", feita com o objetivo de imprimir mais elegância no animal ou por fraude, quando se quer dar a característica inata do árabe puro em cavalos mestiços ou comuns.

    Encerada - Pelagem Simples baia, quando o amarelo é mais sombrio, lembrando a cera bruta.

    Entrepelado: O que tem uma mescla de pelagens diferentes, formando assim um total indefinido.

    Escorrida - Mancha branca na fronte do cavalo, alongada. Variação de Estrela.

    Escura - Pelagem Simples baia, quando a tonalidade do amarelo é mais carregado.

    Espada Romana - nome de espiga quando situada no pescoço do animal.

    Espigada - direção irregular dos pelos, em forma alongada como uma espiga.

    Estrela - Mancha branca na fronte do cavalo, podendo ter várias formas: em coração, em losango, em meia lua, em U. Pode ser "escorrida".

    Estrela - marca de estrela na testa. Também há “Meia-Estrela” e “Estrela em triângulo”. Também “Flor”.

    Estrelinha - Pequena pinta branca na fronte do cavalo.

    Estrelo - Animal que tem "estrela" na testa (marca clara).

    Façalvo - Malha branca sobre as faces laterais da cabeça do cavalo ou somente sobre um dos lados, esquerdo ou direito.

    Faixa crucial - Cavalo que apresenta uma faixa escura cortando transversalmente a cernelha, geralmente de pelagem vermelha, alcançando as espáduas.

    Faixa crucial - quando há uma malha na parte baixa do animal (região abdominal).

    Filete - Estreito fio de pêlos brancos que escorre pela fronte ou chanfro do cavalo.

    Filete - Mancha alongada, estreita, na fronte e chanfro do animal.

    Frente aberta - Nome dado ao cordão que se alarga tomando todas a frente da cabeça do cavalo e indo até a região das narinas.

    Frente-aberta - Quando o cordão alarga-se tomando boa parte da fronte e chanfro.

    Gateada - Pelagem baia Simples dos equinos, com membros, crina e cauda da mesma cor, desde o matiz palha de milho até as nuances mais carregadas, apresentando quase sempre listra de mulo, banda crucial e gateaduras. Divide-se em Clara, Ordinária, Escura e Ruiva. Os gaúchos consideram a Pelagem Gateada como tipo e não como variedade baia.

    Gateada - Pelagem Simples alazã, quando a tonalidade amarelo-clara desce uniformemente para os membros, geralmente acompanhada de "gateaduras" pelas canelas, antebraços e jarretes, bem como de listra de mulo e banda crucial - quase sempre apagadas. Também Pelagem Lavada ou Pelagem Sopa-de-Leite.

    Gateado osco ou pardo: É mais escuro que o típico, assemelhando-se ao gato pardo.

    Gateado pangaré: O que tem o focinho, as axilas e o ventre com a pelagem mais clara.

    Gateado ruivo: O que tem a cauda e a crina aproximada a cor do fogo.

    Gateado típico: É um baio escuro acebrunado nas quatro patas e com uma linha escura, que vai da cernelha à garupa, com aproximadamente dois dedos de largura.

    Jaguanês - Gado bovino leiteiro, negro, com linha dorsal, cauda, pernas e ventre brancos.

    Jaguanesa - Designação da pelagem preta com dorso e ventre branco, nos bovinos. Também raça em formação, 5/8 Pinzgauer x 3/8 Zebu. Também denominada “Jaguané”. Animal Jaguanês ou Jaguané.

    Lavra - Mancha de forma irregular, com linhas retas. Bordas bem definidas.

    Lavrado - Bovino, caprino ou ovino de pelagem multicolorida, com manchas longitudinais.

    Listra de burro - Cavalo que apresenta uma listra estreita, mais escura que a pelagem, que se estende ao longo da linha dorsal, indo da cernelha à base da cauda.

    Listra-de-burro - quando a faixa escura percorrer a espinha. Da cernelha até a base da cauda.

    Lobuna -  Caracterizada pela interpolação de pelos amarelos e pretos. Essas duas tonalidades podem também estar presentes no mesmo pelo. Na cabeça há predomínio de pelos pretos.

    Lobuna - esta é a tonalidade dos cavalos e asnos pré-históricos. Várias raças mantêm essa pelagem hoje em dia e ela pode ser muito atraente, especialmente se houver pontos negros. O lobuno-dourado possui um tom levemente puxado para o tom de areia, enquanto a pelagem do lobuno-azulado é uma espécie de preto lavado, empalidecido, lhe dando reflexos azulados. A maioria dos cavalos lobunos possui uma listra sobre o dorso.

    Lobuna - Pelagem Composta, amarelo na base e preto na extremidade, dando uma coloração pardo-acinzentada. Sendo tosquiado, ficará baio (amarelo). Divide-se em Clara, Ordinária e Escura, de acordo com o tom pardo final. Também é chamada de Libuna ou Lobeira.

    Lobuna Clara - predomínio de pelos amarelos.

    Lobuna Escura - predomínio de pelos pretos.

    Lobuno claro: Quando se parece com a plumagem de uma pomba.

    Lobuno escuro: Quando mais escuro do que o lobuno claro.

    Lunarejo - Diz-se do cavalo que tem qualquer mancha ou sinal no pêlo, de modo a ser facilmente distinguido dos outros animais do mesmo pêlo ou semelhança.

    Luzeiro - Malha clara na fronte do cavalo, podendo ser também "escorrido".

    Luzeiro - Malha clara na fronte do cavalo, podendo ser também "escorrido".

    Luzeiro - Mancha evidente na fronte.

    Malacara - Quando a mancha clara tomou conta da maior parte da fronte, chanfro e frente.

    Malha - Mancha bem definida nas bordas. Geralmente arredondada.

    Malhada - Diz-se da pelagem conjungada, de certas raças bovinas, como a Holandesa malhada de preto e malhada de vermelho. A expressão “preta e branca” é tecnicamente errada (Domingues, 1961, p.387).

    Maltinha - Pelagem Simples baia, tipo preto, dando impressão de desbotado, com laivos ruços, lembrando o pez negro. Também conhecida como Pelagem Macaco ou Pelagem Pezenha.

    Manalvo - Cavalo que exibe somente os membros anteriores calçados.

    Manalvo - mesmo tipo de calçamento nos dois membros anteriores.

    Médio calçado - Cavalo que mostra a cor branca abrangendo qualquer parte da canela.

    Meísta - Animal ou raça caprina cuja pelagem é dividida ao meio, explicando o nome.

    Mil-Flores - Ver Pelagem Rosilha Alazã.

    Moura - Pelagem Composta, formada pela mistura de pêlos brancos sobre um fundo escuro, fazendo lembrar a cor mais ou menos acentuada "ardósia", caracterizado pela cabeça e extremidades negras. Divide-se em Claro (cor cinzenta clara), Ordinário (a cor acinzentada é intermediária entre o claro e escuro) e Escuro (menor presença de pêlos brancos na mistura).

    Moura - Pelagem na qual o corpo é branco, ou quase, e a cabeça é escura (mouro claro). Ou com outras partes também escuras no corpo (mouro escuro).

    Moura clara - pelagem típica de Gir. Predominância de branco com orelhas e cabeça total ou parcialmente pretas.

    Moura de vermelho - pelagem típica de Gir. Também rosilha clara.

    Moura escura - pelagem típica de Gir. Predominânica da cor escura com cabeça e orelhas pretas.

    Mouro claro: É um gris azulado.

    Mouro negro: Se parece com o tordilho negro, com tonalidade azulada.

    Murzelo - Pelagem Simples baia, tipo preto, com laivos arroxeados, como a amora madura. Também chamada de Pelagem Franca.

    Negro - Apesar de ser atraente, muitas pessoas sentem-se predispostas contra ele por causa de sua fama de ser indigno de confiança. Outro motivo para a prevenção, possivelmente, reside no fato de os cavalos negros terem sido sempre usados nos funerais, antes do aparecimento do carro funerário motorizado.

    Ordinária - Pelagem Simples alazã, quando a cor é de canela.

    Ordinária - Pelagem Simples baia, quando o amarelo é o intermediário entre o Palha e o Escuro.

    Oveira - Malhas de despigmentação em fundo de qualquer pelagem. Essas malhas apresentam contorno irregular e não são bem delimitadas como na pelagem pampa, mas se infiltram com a pelagem de fundo. As áreas brancas incluem grande parte (ou a totalidade) da cabeça, podem atingir as faces laterais do pescoço, costados, ventre e flancos, porém nunca cruzam a linha dorsal. Na maioria dos cavalos, a área pigmentada é mais extensa que a branca, e a cauda normalmente é de uma só cor.

    Oveiro - os cavalos oveiros podem ser do tipo piebald quando possuem pelo branco coberto por manchas negras grandes e irregulares; skewbald, se as manchas forem castanhas, escuras ou avermelhadas, sobre um fundo também branco; e add-coloured, caso as manchas de duas ou mais tonalidades estão presentes sobre o fundo branco. Os animais oveiros são muito procurados pelos circos.

    Oveiro azulego: É um mouro claro com manchas brancas.

    Oveiro bragado: Quando em qualquer pelagem portam manchas isoladas no baixo ventre.

    Oveiro chita: É overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.

    Oveiro chita: É overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.

    Oveiro de índio: Qualquer pelagem com manchas de tamanho médio.

    Palha - Pelagem Simples baia, quando se parece com a cor da palha do trigo. Também Pelagem Clara.

    Palomino - Denominação do cavalo com Pelagem Baia Amarilla.

    Palomino - Denominação do cavalo com Pelagem Baia Amarilla.

    Palomino ou baio branco - os palominos têm uma coloração dourado-clara, não apresentam marcas em seu pelo e suas crinas e caudas são abundantes e soltas, quase brancas. A tonalidade varia de acordo com as estações do ano. A pelagem se torna mais clara, quase branca, durante o inverno, voltando a aparecer o tom dourado com o renascimento da pelagem de verão.

    Palpação, apalpação – Ato de verificar lesões no animal com a mão.

    Pampa - Conjugação de malhas brancas despigmentadas, bem delimitadas, em qualquer outra pelagem. A designação pampa precede o nome da pelagem de fundo, se a proporção de malhas brancas for maior, ou deve vir depois do nome da pelagem de fundo, se as malhas brancas estiverem em menor proporção.

    Pampa - Ver Pelagem Tobiana.

    Pampa de Alazã - pelagem alazã sobre fundo branco.

    Pampa de Castanha - pelagem castanha sobre fundo branco.

    Pampa de Preto - pelagem preta sobre fundo branco.

    Pampa de Tordilha - pelagem tordilha sobre fundo branco despigmentado (róseo).

    Pampiana - Pelagem ou raça bovina formada pelo cruzamento entre fêmeas Tabapuã (3/8) com touros Hereford e Polled Hereford (5/8), no Rio Grande do Sul. Também denominada Santa Clara, Braford. Pelagem avermelhada, manchada de branco.

    Pangaré - Cavalo que apresenta a parte inferior do ventre, face interna das coxas e outras partes do corpo, esbranquiçadas.

    Pangaré: Quando descolorido em algumas regiões do corpo, sobretudo nas partes inferiores, destacando-se nas axilias, focinho e ventre, seu descolorido se assemelha a cana da Índia.

    Patacado - Nome de animal com pelagem "patacada", ou com patacas: pequenas manchas coloridas. Também Tartarugado.

    Pedalvo - Cavalo que exibe somente os membros posteriores calçados.

    Pedalvo - mesmo tipo de calçamento nos dois membros posteriores.

    Pedrês - Ver Pelagem Tordilha.

    Pelo de Rato - Caracterizada pela presença de pelos cinza na cabeça, pescoço e tronco, lembrando a cor do rato de esgoto, com crina, cauda e extremidades pretas. Esta pelagem não é encontrada nos eqüinos (cavalos e éguas), só ocorre nos asininos (jumentos) e muares (burros e mulas), bovinos e pequenos ruminantes.

    Persa - Pelagem de pelos brancos, com deficiência de pigmentação na pele e pequenas malhas circunscritas de outra pelagem distribuídas por todo o corpo do animal. Apesar de ser classificada como tipo diferente da pelagem apalusa, publicações recentes revelam que geneticamente essa pelagem é uma variedade da apalusa. Nas raças de pôneis, quando a malha com pintas atinge todo o corpo do animal, a pelagem é denominada Persa.

    Pinhão - Pelagem Composta Castanha, quando se parece com o matiz particular do pinhão (freqüente nos muares).

    Pintada - Pelagem Conjugada, formada por pequenas malhas ou pintas escuras (pretas, avermelhadas, alazãs ou castanhas), justapostas no fundo predominante branco, dando a impressão de que foram artificialmente pintadas. O cavalo persa, muito apreciado como animal de circo, caracteriza-se por este tipo de pelagem, formando pintas escuras, pequenas, porém bem destacadas, justapostas no fundo branco, baio, tordilho, alazão e castanho-claro. Divide-se em Pintado de Castanho, Pintado de Vermelho, Pintado de Alazão, Pintado de Preto (como o Persa e o Appalloosa).

    Pintado - os cavalos pintados spotted podem possuir manchas de qualquer tonalidade e dispostas da maneira mais variada possível. Como são raros, seu preço é muito alto. Leopardo-pintado é o termo dado ao animal que apresenta manchas negras e bem definidas, uniformemente espalhadas sobre um fundo branco.

    Pitoco - Rabo cortado, sendo a designação de suro mais empregado para aves.

    Pombo - Também chamada Pelagem Leite. É a pelagem Simples branca, quando a coloração é fosca, sem brilho.

    Pombo - Ver Pelagem Tordilha.

    Porcelana - É a pelagem Simples branca, quando a pele é escura, dando um reflexo azulado, que faz lembrar a porcelana - em equinos.

    Preta Apalusa Nevada - pelagem preta com pelos brancos na região do tronco. Esses pelos são esparsos e imitam flocos de neve.

    Preta Azeviche - pelos pretos de tonalidade forte, com reflexos azulados.

    Preta Maltinta - é a pelagem preta com reflexos avermelhados nas regiões do flanco e axilas, mas com a cabeça de tonalidade preta.

    Preta Pampa - malhas brancas sobre fundo preto.

    Preta Persa - fundo branco com manchas circunscritas de tonalidade preta espalhadas pelo corpo.

    Preta - Pelagem Simples baia, em equinos, formada por pêlos pretos, que vão de um preto desbotado até um preto de intenso brilho. Divide-se em Maltinho (Pezenho ou Macaco), Ordinário, Murzelo (Franco) e Azeviche.

    Preto azeviche: Preto vivo com reflexos brilhantres.

    Preto Maltinto Crinalvo - preto maltinto com crina alva.

    Preto típico: Tem a tonalidade semelhante ao carvão.

    Quatralvo - Cavalo que exibe todos os membros são calçados.

    Quatralvo - quatro membros com o mesmo calçamento.

    Queimada - Pelagem Simples alazã, quando lembra o café torrado, bastante carregado.

    Rabicano: Quando nas caudas escuras tem pelos brancos na sua base.

    Rabicão - Cavalo que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais escuros.

    Rabicão - Cavalo que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais escuros.

    Rabicão armilho -

    Rafê - É o nome para a linha que "solda" as duas metades de algo. No caso dos bovinos, o rafê está presente na soldadura da bolsa escrotal e também no "cordão" claro que une as duas nádegas.

    Rafê - É o nome para a linha que "solda" as duas metades de algo. No caso dos bovinos, o rafê está presente na soldadura da bolsa escrotal e também no "cordão" claro que une as duas nádegas.

    Rafé - Linha central do períneo; região entre os testículos ou úbere e o reto. O mesmo que rego.

    Rafé - Linha central do períneo; região entre os testículos ou úbere e o reto. O mesmo que rego.

    Raiano - Gado bovino cuja pelagem mostras raias coloridas.

    Raiano - Gado bovino cuja pelagem mostras raias coloridas.

    Rato - Pelagem Composta Castanha, formada por pêlos de uma cor cinza-pardacenta, semelhante ao rato, no corpo, e extremidades escuras. Divide-se em Clara (cinza-pardacenta-clara), Ordinária (cinza-pardacenta mais acentuada) e Escura (cinza-pardacenta bem carregada).

    Rodopio - Direção dos pelos, imitando um rodopio.

    Rosilha - Caracterizada pela interpolação de pelos brancos nas diversas pelagens. Esses pelos brancos são menos evidenciados na cabeça. Os potros já nascem rosilho, mas raramente podem apresentar ao nascimento pelagens uniformes e a interpolação de pelos brancos acontecerá mais tarde. As variedades mais comumente encontradas se caracterizam pela ação do gene do rosilho em outra pelagem qualquer. Pode ainda ser classificada como clara (predominância de pelos brancos no pescoço e tronco) ou escuras (predominância de pelos da pelagem de origem).

    Rosilha - Pelagem Composta, formada pela mistura de pêlos brancos, num fundo de pêlos amarelados ou alazões, vermelhos ou castanho-escuros, que dão ao conjunto matizes róseos. Rosilho branco, ou rosado, propriamente dito, é uma pelagem rosilha, muito clara, que não se enquadra nos dois subtipos de rosilho citados, por apresentar fundo branco (claro) com interpolação de pêlos avermelhados ou amarelados, mostrando, via de regra, despigmentação das aberturas naturais (melado) e oferecendo variedades, consoante a maior ou menor intensidade da mescla de pêlos vermelhos e amarelos. Divide-se em Alazão e Castanho ou Ruão.

    Rosilha Alazã - pelagem alazã com interpolação de pelos brancos no pescoço e tronco.

    Rosilha Alazã - Pelagem Composta que se divide em Clara (predominância de pêlos brancos sobre o fundo alazão desbotado, dando impressão rosada), Ordinária (francamente rósea), Escura (predominância de pêlos alazões ou avermelhados), Mil-Flores (os pêlos brancos formam tufos sobre o fundo alazão, dando a impressão de flores brancas) e Flores-de-Pessegueiro (os pêlos alazões são mais claros, interpolados com pêlos brancos, lembrando a flor de pessegueiro. É contrária à Pelagem Mil Flores).

    Rosilha Baia - pelagem baia com interpolação de pelos brancos no pescoço e tronco.

    Rosilha Castanha - pelagem castanha com interpolação de pelos brancos no pescoço e tronco.

    Rosilha Castanha - Também chamada de Pelagem Rosilha Ruã. Pelagem Composta que se divide em Clara (com os pêlos brancos predominando sobre o fundo castanho claro, prateado); Ordinária (quando o branco e os matizes avermelhados do fundo castanho equilibram-se), Escura (quando os pêlos brancos são em menor quantidade que os matizes castanhos do fundo) e Vinhosa (os pêlos brancos estão sobre um fundo castanho-vermelho, lembrando um vinho tinto).

    Rosilha clara - pelagem típica de Gir.

    Rosilha Preta - pelagem preta com interpolação de pelos brancos no pescoço e tronco.

    Rosilho - é o termo usado para denominar os animais com duas ou mais pelagens misturadas, que podem possuir diversas tonalidades dependendo da proporção dos vários pelos que as compõem. O rosilho avermelhado é constituído por pelo vermelho, amarelo e branco; o rosilho-azulado, por pêlo negro, amarelo e branco; o rosilho-alazão, por pelo castanho, amarelo e branco.

    Rosilho abaiado: Quando tem pelos amarelados entre o vermelho e o branco.

    Rosilho claro ou prateado: Quando predominam os pelos brancos sobre os vermelhos.

    Rosilho colorado: Quando predominam os pelos vermelhos sobre os brancos.

    Rosilho gateado: É um gateado com pelos brancos.

    Rosilho mouro: É uma mescla entre pelos vermelhos, brancos e pretos.

    Rosilho overo: Quando dentro da pelagem rosilha tem manchas brancas.

    Rosilho tostado: Quando tem pelos tostados em lugar dos vermelhos.

    Ruã - Ver Pelagem Rosilha.

    Ruão - Interpolação de pelos vermelhos, pretos e brancos. Pelagem encontrada nos asininos e muares. Os pelos pretos podem estar presentes apenas nas regiões de crina e cauda.

    Sabina - Ver Pelagem Tordilha.

    Salpicada -

    Seta - nome da espiga quando situada nas espáduas ou costelas.

    Simples - É a pelagem formada por pêlos e crinas da mesma coloração.

    Suja - É a pelagem Simples, branca encardida, levemente amarelada, em equinos.

    Suro - Nome que se dá ao equino de rabo cortado, embora seja mais comum seu uso para aves.

    Tartaruga - manchas pequenas ou médias no corpo do animal, de forma arredondada, com bordas relativamente bem definidas. (ver também Chita)

    Tartarugado - diz-se do animal com tartarugas na pelagem.

    Tobiana - Também chamada de Pampa. Pelagem Conjugada, constituída pela mistura de branco com outros tipos de pelagens, formando malhas extensas, irregulares ou não, mas bem destacadas. Se a cor branca predomina, a palavra "pampa" deve anteceder às cores; e vice-versa, se for o contrário. Assim, por exemplo: pampa-preto, se a predominância for o branco sobre o preto, preto-pampa, no caso contrário. Divide-se em Pampa-Preto, Pampa-Vermelho, Pampa Castanho-Escuro, Pampa Baio, Pampa Rosilho-Castanho, Preto-Pampa, Vermelho-Pampa, Tordilho Negro-Pampa, Castanho-Escuro Pampa.

    Tobiano baio: É um baio nas mesmas condições dos demais tobianos.

    Tobiano cebruno -

    Tobiano colorado: É um colorado nas mesmas condições do tobiano negro.

    Tobiano gateado: É um gateado nas mesmas condições dos demais.

    Tobiano negro: É um preto com manchas brancas grandes divididas com o preto.

    Tordilha - Interpolação de pelos brancos em todo o corpo do animal. O gene responsável pela pelagem tordilha é epistático, ou seja, sempre que estiver presente no genótipo, vai se manifestar no fenótipo. Portanto, todo produto tordilho é fruto de um acasalamento em que pelo menos um dos pais é tordilho. O animal tordilho tem clareamento progressivo. O potro pode nascer com a interpolação de pelos brancos característica do tordilho e clarear lentamente, com o avançar da idade. Porém, a maioria nasce com uma pelagem firme e os pelos brancos vão aparecendo à medida que envelhecem. Esse clareamento é observado a partir das extremidades, principalmente na região da cabeça (contorno dos olhos, narinas e orelhas), podendo iniciar também a partir da crina, cauda e membros. Durante sua vida, o animal tordilho pode apresentar diversas alterações na tonalidade da pelagem.

    Tordilha - Pelagem Composta (formada por pêlos de duas ou mais cores, misturados pelo corpo, crineira, cola, membros, ou tendo as extremidades escuras) sendo mistura de pêlos brancos no fundo, com mescla de pêlos pretos, cinzentos, etc. com menor ou maior intensidade pelo corpo. Divide-se em Claro ou Pombo (grande predominância de pêlos brancos com mínimo de outras cores); Negro (forte predominância e pêlos negros, com exceção para a cabeça), Escuro (predominância de pêlos escuros sobre os brancos); Safranado (Sujo ou Açafranado) (quando há mistura de pêlos amarelos ou avermelhados, dando um aspecto cinza-amarelado de sujeira ou de açafrão); Azulego ou Cordão (com reflexos azulados como a flor do cardo. Pode ser claro, escuro ou "Andorino", lembrando o dorso de uma andorinha); Salpicado ou Pedrês (quando há salpicos de pêlos pretos sobre o fundo de pêlos brancos); Sabino ou Vinagre (com mescla de pêlos avermelhados sobre os brancos, dando aspecto de ferrugem) e Rodado (quando os pêlos pretos aglomeram-se, formando manchas pequenas, arredondadas e mais escuras que o todo).

    Tordilha Apalusa Mantada - pelagem tordilha com malha despigmentada na garupa que invade a região do dorso e lombo com pintas escuras na malha.

    Tordilha Cardã - pelagem tordilha que apresenta reflexos avermelhados ou amarelados. Comum naqueles animais que nasceram castanho, alazões ou baios.

    Tordilha Clara - predomínio de pelos brancos na pelagem tordilha.

    Tordilha Escura -tordilha com predomínio de pelos pretos.

    Tordilha Negra - tordilho que apresenta pelagem preta com poucos pelos brancos.

    Tordilha Pedrês - quando os pelos vermelhos ou pretos formam pequenos tufos no fundo branco.

    Tordilha Ruça - quando não mais se observar no tordilho os pelos da pelagem de origem. O animal terá o corpo recoberto por pelos brancos e sua pele será excessivamente pigmentada nas extremidades, em virtude da migração do pigmento melânico que se acumulou dentro das células.

    Tordilho - pode possuir círculos de pelo negro pelo corpo, especialmente na parte traseira, dando-lhe o aspecto de um antigo cavalinho de balanço. Os tordilhos negros têm grande quantidade de pelo negro espalhado pelo corpo, geralmente escurecendo sua pelagem. Há tordilhos claros, nos quais o pelo branco predomina sobre o negro, produzindo um efeito quase totalmente branco.

    Tordilho chamalotado ou apacatado: Quando com manchas arredondadas mais claras.

    Tordilho claro: Quando tem predominância de pelos brancos.

    Tordilho negro: Predomina os pelos pretos. Com a idade vai se tornando claro.

    Tordilho Pedrês -

    Tostada - Pelagem Simples alazã, quando é da cor do café torrado ou da madeira mogno.

    Toveira - Variedade da oveira. Sua caracterização pode ser feita observando as malhas que são irregulares e grande parte da cabeça apresenta malha despigmentada, como na oveira, porém, as marcas do tronco ultrapassam a linha dorsal e na maioria dos animais, a área despigmentada é maior que a pigmentada.

    Trialvo - Cavalo que exibe três membros calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser citado na resenha da seguinte forma: "trialvo anterior esquerdo" - estando nisto explícito que o único membro não calçado é o anterior direito.

    Trialvo - Cavalo que exibe três membros calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser citado na resenha da seguinte forma: "trialvo anterior esquerdo" - estando nisto explícito que o único membro não calçado é o anterior direito.

    Trialvo - três membros com o mesmo calçamento.

    Trunfa - Tufo de pêlos longos no topo da cabeça (marrafa) de caprinos e ovinos.

    Vermelha chitada - pelagem da raça Gir.

    Vermelha gargantilha - pelagem da raça Gir.

    Vinhosa - Ver Pelagem Rosilha Castanha.

    Zaina - Pelagem indicando ausência de pêlos brancos.

    Zaino - é uma tonalidade rica e brilhante de castanho, aproximando-se da cor do mogno polido. Os cavalos zainos podem ter uma única tonalidade em todo o corpo ou podem ter crina, cauda e patas negras, quando são, então, propriamente descritos como zainos com pontos negros. Os cavalos dessa pelagem são tidos como muito espertos e são geralmente fortes e bem dispostos.

    Zaino claro - Da cor da castanha.

    Zaino claro - Da cor da castanha.

    Zaino negro - Como a castanha mais escura.

    Zaino negro - Como a castanha mais escura.

    Zaino negro - varia de tonalidade desde o zaino até quase o negro e, se houver alguma dúvida quanto à sua pelagem, a melhor maneira de desfazê-la é através do exame de pelos curtos e finos encontrados no focinho. O zaino negro é tido como o cavalo ideal para shows, passeios e caçadas.

    Zebruras - estrias escuras e transversais nos membros. Mais comuns nos joelhos e jarretes.

    Zebruras - Estrias que cortam transversalmente os joelhos e jarretes dos cavalos.

    sábado, 23 de outubro de 2010

    Asininos: animais com características sociais e reprodutivas próprias 5

    Considerações finais


    A espécie asinina de fato apresenta algumas particularidades de comportamento que caracterizam a espécie e que devem ser consideradas quando se deseja organizar o manejo reprodutivo, quer seja na forma controlada ou mesmo na monta a campo. O que fica inicialmente evidente é que o reprodutor necessita de um tempo, que pode se estender além de poucos minutos, para exercer o cortejo, entrar em ereção e executar a cópula. Portanto, de um lado, a demora de certos reprodutores em executar a cópula não pode ser considerada uma anormalidade se não for adequadamente analisada considerando-se o contexto e a forma em que o macho e a fêmea estão sendo introduzidos um para o outro. Por outro lado, aqueles reprodutores que intempestivamente entram em ereção e executam a cópula rapidamente, sem mesmo executar o cortejo sexual, estão manifestando desvio comportamental às vezes induzido pelo próprio manejo imposto pelo homem.


    A monta sem ereção, comportamento realizado muitas vezes durante o cortejo sexual e manifestado durante o cortejo em monta controlada, não deve ser punida pelos tratadores, a desmonta da fêmea ocorre naturalmente e em pouco tempo. Durante o cortejo em monta controlada, o desejo temporário de afastamento do macho em relação à fêmea não deve ser imediatamente interpretado como desinteresse do macho, pode apenas ser a expressão de um comportamento normal do cortejo sexual.


    É ponderado, na ausência de algum interesse sexual imediato de algum reprodutor asinino, o classificar imediatamente como ineficiente ou “lerdo”, mas sim avaliar se ele está sendo adequadamente estimulado por fêmeas em cio. Em programas de coleta de sêmen, a estimulação sexual intensa antes da tentativa de coleta pode ser uma alternativa para reverter a ausência de cooperação de certos jumentos.


    O sistema de produção de muares e bardotos a campo deve ser considerado com especial atenção, haja vista as particularidades comportamentais e reprodutivas de cada espécie, particularmente aquelas que influenciam diretamente a eficiência reprodutiva.

     

    Fonte: M. Henry1, L.A. Lago, L.F. Mendonça

    Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.33, n.4, p.223-230, Oct./Dez. 2009.

    sexta-feira, 22 de outubro de 2010

    Asininos: animais com características sociais e reprodutivas próprias 4

    Comportamento sexual de jumentos cobrindo éguas a campo

    Neste item em particular, muito se conhece pela experiência dos próprios criadores e incentivadores da produção de muares, sendo escassas as informações oriundas de estudos direcionados para este fim. Está claro que, para um jumento cobrir éguas, há a necessidade de ele ser submetido a um período de condicionamento. A época do condicionamento mais defendida pelos adeptos deste sistema de produção seria na juventude quando, após o desmame, o jovem jumento seria criado até atingir a idade adulta na presença exclusiva de potras. A maioria dos práticos ressalta a necessidade de iniciar o condicionamento ainda na fase de crescimento do jumento. Na verdade, o condicionamento de jumentos para cobrir éguas é um campo aberto para estudos dos adeptos da etologia, e é provável que outras alternativas possam ser aplicadas ou já estejam sendo aplicadas e não sejam do conhecimento dos autores.


    Outro dito frequente neste meio de criação é que, uma vez treinado para cobrir éguas, o jumento não poderia ser apresentado para fertilizar jumentas, com o grande risco de ele não voltar a cobrir éguas. Na experiência dos autores, isto não é uma verdade plena. Em algumas ocasiões, jumentos treinados para cobrir éguas foram utilizados na monta natural de jumentas sem perder o interesse posterior pelas éguas. Não se deseja aqui desacreditar a fala de certos criadores, mas sim ponderar que podem existir jumentos condicionados que se comportam de uma determinada maneira ou de outra. Interessante seria realizar uma avaliação mais criteriosa para determinar sob que condições alguns perdem o desejo de continuar cobrindo éguas, enquanto outros mantêm esta particularidade. Interessante também seria saber qual é a proporção de machos que perdem ou mantêm esta capacidade após voltar a interagir com uma fêmea da mesma espécie.


    Na tentativa de analisar o que de fato acontece em monta natural a campo, um estudo foi direcionado para este fim (Lodi et al., 1995). Convém, antes de descrever os achados, relembrar a organização social dos asininos e dos equinos. Os primeiros, como citado anteriormente, têm uma organização do tipo territorial (Moehlman, 1998a, b; Moehlman et al., 1998),, ou seja, o macho reprodutor domina um certo território e cobriria as fêmeas em cio quando de sua passagem por esse território. Os equinos, por outro lado, se organizam em forma de harém, caracterizado pela permanência de um grupo relativamente estável de fêmeas adultas junto a um garanhão. Este grupo é predominantemente liderado por um garanhão, que alterna com a fêmea dominante algumas tarefas de defesa e manutenção do grupo estável. As crias, ao atingirem a puberdade, espontaneamente acabam se afastando do grupo (Klingel, 1975).


    Feita esta consideração, é conveniente analisar o que de fato pretende-se ao desejar-se a produção de muares de forma extensiva. A intenção é colocar um jumento (territorial) para cobrir a campo éguas (organização em forma de harém), estas que nem para o macho de sua própria espécie demonstram um comportamento sexual tão participativo como aquele expresso pelas jumentas. Além disso, a égua deveria, atendendo ao comportamento normal dos asininos, responder a certos chamados do jumento, como aquele da vocalização. Deve ser esperado, antes de tudo, neste sistema de produção, um conflito de organização social. Portanto, além da necessidade de condicionamento do macho, as fêmeas (éguas) podem requerer um período de adaptação.


    O resultado do estudo (Lodi et al., 1995; Henry et al., 1998) do comportamento de três jumentos cobrindo éguas a campo é relatado a seguir. Estes foram avaliados individualmente com um grupo de 20 éguas submetidas à indução de cio. Os três machos testados eram devidamente condicionados a cobrir éguas, com experiência prévia considerável, e as fêmeas tinham tido contato esporádico com jumentos.


    Como era de se esperar, a participação das fêmeas no cortejo sexual foi muito incipiente, mesmo no terceiro período de observação quando as mesmas fêmeas foram utilizadas na avaliação do último jumento. Portanto, a responsabilidade da eficiência do sistema de cobrição ficou quase que exclusivamente restrita às ações do macho. Foi observado que o jumento, ao longo do dia, iniciava vários períodos de procura para a identificação de fêmeas em cio, expressando sequencialmente os mesmos comportamentos de cortejo descritos para a interação intraespécie. A duração dos períodos de cortejo foi, no entanto, menor do que o observado para a espécie asinina em cruzamento intraespécie. Em inúmeras ocasiões foi observado, mesmo para as éguas em cio e próximas da ovulação (controle feito pelo toque retal [ovulação] e rufiação [cio] com garanhão no início de cada noite), que elas rejeitavam até com certa intensidade o assédio do jumento. Devido ao fato de as tentativas serem em campo aberto permitindo o fácil deslocamento, várias foram as vezes em que a tentativa de cobrição resultou em insucesso. Considerando as condições experimentais, não se pode descartar que a falta de experiências prévias das éguas seja a principal razão do insucesso parcial. No entanto, a falta de evolução da receptividade delas ao macho quando em cio no período de teste do terceiro jumento é indicativo de que outra estratégia que não a experiência prévia por tempo limitado tem que ser utilizada para melhorar o grau de receptividade das éguas.


    Para os três períodos de observação, a eficiência reprodutiva esteve muito aquém daquela usualmente obtida em cruzamentos intraespécie quer seja para asininos ou equinos. A fertilidade nas três avaliações esteve próxima aos 50% considerando-se aquelas fêmeas que de fato ovularam. Várias fêmeas em cio não foram cobertas, e algumas em pleno estado de receptividade nem foram detectadas neste estado pelos machos asininos. Por outro lado, em várias ocasiões, quando as fêmeas eram recolhidas no curral para separação do macho, estes, em curto espaço de tempo, acabavam cobrindo uma ou duas éguas, sugerindo que em área restrita a eficiência poderia ser outra. A baixa fertilidade não pode ser atribuída aos machos, pois os três tinham um quadro de qualidade e produção espermática considerado adequado.


    Portanto, neste estudo em particular, pôde-se observar que o insucesso parcial foi mais resultante de uma incompatibilidade de comportamentos e de aceitação mútua do que outra provável causa. A intenção aqui não é de querer transmitir que resultados mais favoráveis não possam ser alcançados em sistema extensivo de produção de muares; o que se pretende é deixar a mensagem de que não é a simples mescla de um jumento com experiência em cobrir éguas com um grupo de éguas que resultará em boa eficiência reprodutiva, mesmo que tanto macho (jumento) como fêmeas (éguas) tenham boa capacidade reprodutiva. É evidente que cada componente deste sistema mantém o comportamento inerente à organização social de sua espécie e que o desejo de produzir muares a campo sem um planejamento e preparação prévios e um acompanhamento mais próximo pode lograr insucesso ou apenas sucesso parcial.
    Em condições de normalidade, a fertilidade de jumentos é usualmente alta, quer seja em cruzamento intraespécie (jumentas) ou em interespécie (éguas). Nos cruzamentos intraespécie, a fertilidade geralmente é boa tanto em monta controlada como em monta a campo, e nos cruzamentos interespecie (jumento X égua) na monta controlada.


    No cruzamento interespécie (garanhão X jumenta) para a produção de bardotos, o mesmo fato não é verdadeiro. Foi cientificamente comprovado que, quando a jumenta coberta por garanhões é fértil, ela manterá este potencial se não ocorrer qualquer anormalidade. Por outro lado, quando a jumenta não concebe após várias cobrições realizadas por garanhões, ela tem a grande tendência de continuadamente não ser fertilizada por garanhões, podendo ser plenamente fértil se coberta por jumentos. Esta incompatibilidade ao ser coberta por garanhão foi demonstrada ocorrer devido à incapacidade específica dos óvulos (zona pelúcida) dessas jumentas de proverem as condições necessárias para a entrada dos espermatozoides de garanhões (Allen et al., 1987). Portanto, a eficiência de produção de bardoto a campo encontraria mais uma barreira além daquelas de comportamento já ponderadas.


    A disponibilidade atual de metodologia científica de avaliação de comportamento animal não invalida as ponderações feitas por criadores experientes que dedicaram sua vida ou suas horas de lazer à criação de muares e bardotos. A estas experiências de vida, bom seria associá-las a resultados de mais estudos com metodologia científica.

     

    Fonte: M. Henry1, L.A. Lago, L.F. Mendonça

    Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.33, n.4, p.223-230, Oct./Dez. 2009.

    quinta-feira, 21 de outubro de 2010

    Asininos: animais com características sociais e reprodutivas próprias 3

    Comportamento sexual das fêmeas


    O cortejo sexual é resultante da interação do macho com a fêmea e vice-versa. Existe uma tendência de se aceitar que é o macho quem lidera e exerce a maioria das ações durante o cortejo sexual. De fato, esta compreensão tem fundamento, mas a participação da fêmea não pode ser negligenciada. Estudos de comportamento sexual mostram que, em certas espécies, a fêmea é mais discreta e passiva, apenas aproximando-se e colocando-se nas imediações do macho quando está em estado de receptividade. Em outras espécies, as fêmeas receptivas se juntam em grupos e expressam certos comportamentos que permitem ao macho visualizar que estão no período de cio, e existem aquelas espécies em que as fêmeas participam ativamente e procuram o macho de forma incisiva quando estão receptivas. As jumentas poderiam ser classificadas neste último grupo. Além de permitirem a corte, elas, quando receptivas, procuram o macho, apresentam-se a ele e chegam pelo contato direto a incitá-lo ao cortejo (Henry et al., 1987b, 1998).


    Os sinais de cio expressos pelas jumentas receptivas são: aproximação junto ao macho (comum a muitas espécies), justaposição do pavilhão auditivo junto ao pescoço e movimentos de abrir e fechar a boca ou simplesmente manter a boca aberta, sinais bem característicos dessa espécie. Além desses, a aceitação da monta e a abertura do quadrilátero posterior bem como a estagnação no aguardo da monta fazem parte dos sinais. Sinais adicionais expressos de forma mais discreta, se comparados com a expressão destes pelas éguas em cio, são o ato de elevar a extremidade da cauda (conhecido, nas éguas, como cauda em bandeira) e a realização esporádica da eversão dos lábios vulvares. O sinal assim chamado de cauda em bandeira é visto de forma mais frequente nas jumentas após a cópula. As jumentas podem também urinar após período de estimulação sexual. Como já foi citado anteriormente, a vocalização realizada pelo macho é um referencial para o início de um período de cortejo sexual. Atendendo a este sinal, as fêmeas em cio ou próximas ao período de receptividade sexual que estiverem mais afastadas e até fora do campo de visualização do macho vão se encaminhar para a proximidade dele. Formar-se-á, então, um grupo de fêmeas receptivas que serão sequencialmente abordadas pelo macho. É geralmente durante o cortejo que elas virão a expressar todos ou a maioria dos sinais de receptividade descritos acima. As fêmeas que estiverem ainda em fase inicial de receptividade sexual deixar-se-ão cortejar e poderão expressar até vários sinais de receptividade, mas, nessa fase, quando montadas pelo macho ainda sem ereção, elas geralmente acabam se afastando ou coiceando-o (Henry et al., 1987a, 1991; McDonnell, 1998 ).


    Em regime de monta a campo, é possível observar a formação de dois grupos de jumentas nas redondezas do macho: um constituído de jumentas que se aproximam do macho, mas que permanecem a uma certa distância, e outro constituído de jumentas mais ativas e que permanecem muito próximas, interagindo com ele. Foi confirmado pelo controle do crescimento folicular e pela ocorrência da ovulação que aquelas que permaneciam mais à distância eram as jumentas que estavam na fase inicial do período de receptividade sexual, levando, na maioria das vezes, mais de cinco dias para ovular. O outro grupo sexualmente mais ativo era constituído de fêmeas em fase mais adiantada do estro ou mais próxima do dia da ocorrência da ovulação. Durante o período de receptividade sexual, pôde ser observado que o número de aproximações ao macho realizadas pelas fêmeas aumenta gradativamente a partir do começo do cio e atinge uma maior frequência nos três dias que antecedem a ocorrência da ovulação. Por estes achados, pode-se concluir que a própria fêmea, dependendo do seu grau de receptividade, acabe propiciando maior ou menor probabilidade de ser copulada. É a natureza trabalhando a favor do aumento da eficiência reprodutiva, devendo ser respeitada em manejo controlado de reprodução (Henry et al., 1998).


    As fêmeas pertencentes ao grupo sexualmente ativo tanto se deixam cortejar, geralmente permanecendo paradas quando montadas pelo macho sem ereção, como, na ausência da aproximação dele, ativamente incitam um período de cortejo na expectativa de serem cobertas. Pôde-se também observar diferença de atividade entre fêmeas, algumas são muito mais ativas do que outras, e as mais ativas às vezes chegam a provocar uma reação de rejeição pelo macho de tanto o incomodar. Adicionalmente, estas mais ativas, deflagrada a intenção de cópula pelo macho, chegam a afastar a fêmea escolhida ou até mesmo a provocar a interrupção de uma cópula em andamento para se apresentarem. Por outro lado, também fazem parte do grupo fêmeas que poderiam ser classificadas como mais passivas, aquelas que se apresentam, mas aguardam a iniciativa do macho. Após a cópula, as fêmeas usualmente permanecem paradas por alguns minutos mantendo a cauda em bandeira, reintegrando-se posteriormente ao grupo daquelas classificadas como sexualmente ativas (Henry et al., 1991).


    Quando várias fêmeas estão em cio simultaneamente, podem ser observados comportamentos classificados como heterotípicos (Henry et al., 1991, 1998). A monta de uma jumenta em cio sobre outra não é infrequente. Este comportamento é comumente visto em vacas em cio e é raramente observado em éguas. É raro, mas pode-se observar uma fêmea asinina em cio montar sobre a garupa do macho. Em períodos de atividade intensa, também pode ser visto que determinadas jumentas dominam certas atitudes, entre outras, o ato de arrebanhar as parceiras em cio e mantê-las em um grupo mais coeso. Por vezes, estes atos chegam até a interferir na sequência de conduta do macho. A manifestação de dominância de algumas jumentas parece se expressar particularmente mais durante o período de receptividade sexual.
    Portanto, o que pode ser observado é que as fêmeas asininas têm um importante papel durante o cortejo sexual. Elas participam nitidamente e ativamente na estimulação sexual do macho nos períodos reservados para este fim. Também fica evidente que devam existir meios de comunicação entre o macho e as fêmeas que não são perceptíveis ao homem. Um destes realizado pelo macho, entre outros que possam existir, é o que comanda a parada temporária do assédio das fêmeas em cio (descrito acima) entre os diversos períodos de cortejo que precedem cada cópula. A liberação para um reaproximação foi a vocalização do macho.


     

    Fonte: M. Henry1, L.A. Lago, L.F. Mendonça

    Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.33, n.4, p.223-230, Oct./Dez. 2009.

    quarta-feira, 20 de outubro de 2010

    Asininos: animais com características sociais e reprodutivas próprias 2

    Comportamento sexual dos machos

    (sistema extensivo e semi-intensivo)


    Em sistema extensivo de criação, o macho demonstra intercalar períodos de cortejo sexual a períodos de desinteresse pelas fêmeas, quando ele está descansando, comendo, bebendo ou se espojando. Durante o período diurno, ocorrem vários períodos de cortejo sexual, e estes frequentemente se iniciam com a vocalização do macho. Observações realizadas em sistema de monta a campo nitidamente sugerem que, com a vocalização, as fêmeas estariam liberadas para se aproximar do macho dominante. A reação de aproximação após a vocalização somente é realizada por fêmeas que estão em um período próximo ao início do cio ou em cio propriamente dito. Poucas vezes foi observado o macho se deslocando por uma distância considerável à procura de fêmeas; esse deslocamento de fato ocorre e geralmente resulta em perseguição, quando da aproximação de um macho intruso (Henry et al., 1991).


    Com a aproximação das fêmeas, o macho dominante inicia o cortejo e a interação com elas, podendo este se estender, dependendo do número de fêmeas em cio, por até mais de meia hora. O cortejo sexual se inicia com a aproximação do macho abordando as fêmeas pela frente; a visão e a olfação são os sentidos em uso (Gastal et al., 1996). A olfação inicialmente é nasonasal, passando o macho na sequência a cheirar o pescoço, o flanco, terminando pela área perineal da fêmea. Também é observado que o macho mordisca as fêmeas nas diversas partes do corpo. A área que geralmente merece maior atenção do macho é o períneo, quando a fêmea em cio, que estimulada pelo macho, pode vir a urinar. Frequentemente, nesta abordagem, o macho executa um movimento de elevar a cabeça com rotação parcial do pescoço e realiza a eversão do lábio superior (Henry et al., 1991, 1998; Gastal et al., 1996). Esse movimento é conhecido como “reflexo de Flehmen” e serve para direcionar moléculas em suspensão (ferhormonios) para dentro de um órgão denominado vomeronasal, localizado na parte superior dos seios nasais, próximo ao cérebro. O vomeronasal transforma mensagens químicas em estímulos nervosos que são interpretados pelo cérebro. Algumas dessas moléculas são liberadas especificamente próximas à ovulação e representam mensagens indicativas de receptividade sexual (Keller et al., 2009).


    Quando da presença simultânea de várias fêmeas em cio, o macho, geralmente, realiza esta sequência de comportamentos em todas elas antes de se preparar para a cópula. É muito frequente observar que, posteriormente a esta primeira abordagem, o macho demonstra a intenção de montar ou até chega a montar determinadas fêmeas receptivas apoiando o seu peito na garupa, sem, no entanto, apresentar qualquer ereção do pênis. A interpretação dada para este comportamento é que o macho estaria, desta forma, avaliando o grau de receptividade da fêmea. Ao macho montar nas fêmeas, as que estiverem receptivas permanecem paradas e, na sequência, passam a demonstrar outras atitudes de receptividade. Uma vez montado e quando não sofre rejeição ele assim permanece por vários segundos até espontaneamente desmontar. Este comportamento se repete inúmeras vezes durante o cortejo sexual e é tentado ou realizado com a grande maioria se não todas as fêmeas que são abordadas. Em um estudo realizado colocando machos na presença de várias fêmeas em cio (até nove, simultaneamente), chegou-se a observar uma média de 16 montas sem ereção por períodos de até 12 horas de observação consecutiva (Henry et al., 1991, 1998).


    Considerando que o comportamento de monta sem ereção é frequentemente realizado e que também é expresso pelos garanhões durante o cortejo sexual, é interessante chamar a atenção o quanto muitas vezes os que lidam com os reprodutores em sistema de monta controlada erram. É muito comum observar que os reprodutores são impedidos de executar a monta sem ereção. Além disto, não é raro observar que a forma como o comando inibitório é dado chega a ser violenta, abrindo a possibilidade de se estar criando desvios comportamentais indesejáveis.


    Uma particularidade do período de cortejo sexual em asininos é ver o macho se afastar das fêmeas abruptamente, a passo ou correndo, após um período de interação com elas. A distância percorrida é variável, mas chega a ser de 20 a 30 metros. Afastado, o macho pasta ou fica parado em um estado de aparente desinteresse pelas fêmeas. No entanto, durante este período, é observado que ele realiza repetidas exteriorizações parciais do pênis e assim ele permanece, até que as fêmeas voltem a se aproximar dele. Ao se aproximarem, as fêmeas deflagram um novo período de interação entre eles. Após vários períodos de cortejo, o macho, afastado das fêmeas, entra em ereção e, na sequência, se dirige para uma fêmea em cio para cobri-la, não necessariamente a mais próxima. A cópula propriamente dita é muito similar àquela realizada por garanhões (Henry et al., 1998).
    Após a cópula, o jumento se afasta do grupo de fêmeas e, por um período que pode se estender por mais de uma hora, ele fica isolado, sem demonstrar qualquer interesse. Durante esta fase, é nítido que a fêmea recém-coberta e as demais em cio não se aproximam dele, ficando nas imediações pastando ou em um visível compasso de espera. Todo o conjunto de ações de um novo período de cortejo sexual é deflagrado somente após uma vocalização realizada pelo macho (Henry et al., 1991).


    Convém chamar a atenção para a importância de se respeitar o tempo de cortejo sexual prévio à copula, já que é parte integrante das condutas inerentes à espécie. Em avaliações comportamentais realizadas em sistema de monta a campo, a estratégia traçada era manter o jumento preso à noite para avaliar o seu potencial durante o dia. Poder-se ia esperar que, ao reintroduzi-lo no grupo de fêmeas estando algumas em cio, a cópula seria uma de suas primeiras atitudes. De fato, mesmo com a plena liberdade de decisão, poucas foram as vezes em que o jumento iniciou sua jornada pela cópula, sendo o tempo médio para realização da primeira cópula do dia de 40 minutos para um jumento e de 26 minutos para um segundo (Henry et al., 1991). Em experimento com monta semicontrolada, a duração média do cortejo sexual antes da cópula variou entre 11 a 23 minutos para cinco jumentos avaliados (Henry et al., 1998). Considerando estes achados, fica o questionamento: o fato de determinados jumentos levarem um pouco mais de tempo para entrar em ereção e executar a cópula em sistema de monta controlada, comparativamente a outros que executam a monta imediatamente após serem apresentados a uma fêmea, deve ser considerado como uma deficiência de libido? Ou será que aquele que realiza a monta apressadamente apresenta de fato um desvio de comportamento? De toda forma, qualquer interpretação sobre a conduta animal deve ser feita com muito cuidado e, obrigatoriamente, deve ser embasada no conhecimento do comportamento e da fisiologia reprodutiva.


    Os jumentos têm a capacidade de executar várias cobrições por dia. Dois jumentos avaliados individualmente a campo e na presença de 20 fêmeas cíclicas submetidas à indução de cio com prostaglandinas chegaram e executar até 11 cobrições em um período de 12 horas de observação diurna, com média diária de oito cobrições/dia por um período de 14 dias consecutivos. Convém lembrar que esta boa performance ocorreu em um período de alta disponibilidade de fêmeas em cio (em média nove fêmeas em cio/dia), ou seja, alta estimulação sexual (Henry et al., 1991). Estes resultados permitem concluir que, pelo menos alguns jumentos, se não um bom número deles, têm um bom potencial para cobrir fêmeas se devidamente estimulados e manejados em ambientes com reduzida interferência humana. Corroborando com alguns críticos da espécie e guardadas as devidas proporções, pode-se aceitar que os jumentos apresentam o período de cortejo sexual que se estende por um certo tempo, mas, em condições de normalidade, eles estão longe de serem improdutivos (Henry et al., 1998).

     

    O jumento em regime de monta a campo pode cobrir uma mesma fêmea mais de uma vez por dia e até várias vezes por cio. A frequência de cobrições por jumenta por dia e por cio é muito variável e depende do número de fêmeas em cio disponíveis por dia. O número de cópulas durante um cio ovulatório variou de uma até dezoito vezes. A causa desta grande variação entre jumentas é resultante de uma série de fatores. A explicação mais facilmente utilizada pelo homem é que deva existir uma preferência do macho por determinadas fêmeas. Essa explicação é pertinente e, de fato, foi observado o que poderia ser chamado de preferência do macho em algumas ocasiões (Henry et al., 1998). No entanto, tal explicação não pode ser aplicada para todas as vezes em que um macho cobre mais uma fêmea do que outra. Foi também observado que o período de tempo que o macho dispensava para o cortejo sexual de cada fêmea foi muito variável, podendo esta observação estar associada a algum tipo de preferência. Por outro lado, pôde-se observar que o tipo de participação de certas fêmeas durante o cortejo e, particularmente, quando o macho estava próximo a executar uma cópula, podia resultar em uma mudança de atores em cena. Foi visto que certas fêmeas demonstravam um comportamento de nítido assédio ao macho durante o cortejo, e estas, em várias ocasiões, chegaram a afastar a fêmea-alvo para se apresentarem e serem cobertas pelo macho. A intensidade de manifestação do cio e, particularmente, o período de proximidade da ovulação são variáveis que podem resultar em uma preferência momentânea do macho em escolher uma determinada fêmea (Henry et al., 1991).


    Foi interessante observar que tanto o número de cobrições por jumenta em cio quanto o número de cobrições realizadas por dia bem como a percentagem de jumentas cobertas por dia aumentaram gradativamente do primeiro dia de cio para os dias próximos à pré-ovulação (Henry et al., 1991). Este achado mostra o quanto a interação entre macho e fêmeas durante o cortejo a campo é resultante de diversas mensagens visuais, olfativas, entre outras. Estas mensagens acabam direcionando o macho a executar mais frequentemente a cópula próximo ao dia da ocorrência da ovulação. Neste contexto, a escolha da fêmea a ser coberta atende a uma demanda da fisiologia, e não, como poderia ser interpretado, da preferência do macho.


    Foi também alvo de estudo a análise do comportamento de machos manejados para coleta semanal e continuada de sêmen. Observou-se no primeiro ano de tentativas que, quando a fêmea e o macho eram mantidos contidos para o procedimento, o insucesso nas tentativas de coletas se expressou, para a maioria dos machos (total de cinco), após o segundo ou o terceiro mês de trabalho. Mudanças pontuais na forma de apresentação da fêmea ao macho e no manejo do macho resultaram em sucesso descontinuado de coleta de sêmen, observando-se uma resposta muito variável de um macho para outro (Gastal et al., 1996; Henry et al., 1998).


    Em ano subsequente, foi refeita a tentativa de coletas de sêmen semanais com o intuito de realizá-las por doze meses consecutivos. Para este fim, incorporou-se uma mudança no manejo. O macho era colocado com duas fêmeas em cio natural ou induzido, deixando tanto ele quanto elas soltas em um piquete, permitindo, desta forma, que o cortejo sexual pudesse ocorrer de forma mais próxima àquela vista a campo. Adicionalmente, durante este novo período de tentativas, procurou-se não mostrar a vagina artificial aos machos antes da ocorrência da ereção e da monta na fêmea. As tentativas de coletas bem-sucedidas se estenderam por um período maior, mas períodos de insucesso ocorreram ao longo do ano. O intuito de citar estes achados é de tentar extrair alguns conhecimentos desta experiência. Pôde-se observar, no segundo período de tentativas, quando os machos e as fêmeas ficavam soltos, que os comportamentos expressos durante o cortejo sexual desses machos foram bastante similares aos expressos por aqueles avaliados a campo. Dentre todos os comportamentos expressos nessa segunda tentativa, é interessante ressaltar que, em nenhuma ocasião, os machos montaram e cobriram a fêmea imediatamente após serem introduzidos no piquete. Eles primeiro realizaram o cortejo sexual por um período de tempo para depois realizarem a monta com ereção. Também foi observado que todos os jumentos, na maioria das tentativas, mostraram aquela atitude de afastamento abrupto e retirada temporária da proximidade das fêmeas em cio (Gastal et al., 1996; Henry et al., 1998). Eles demonstraram que a expressão sequencial de comportamentos e atitudes inerentes à espécie era mantida durante o cortejo e poderia ser importante mesmo quando submetidos a um tipo de manejo semicontrolado.


    Poder-se-ia perguntar qual seria, então, a causa do insucesso parcial nas coletas de sêmen. Uma das respostas, entre outras que possam existir, estava relacionada ao tipo de procedimento imposto, a coleta de sêmen por vagina artificial. Foi evidente em certas ocasiões que o procedimento era indesejado pelos jumentos. Comprovação disto aconteceu quando, após períodos prolongados de espera sem ereção e ejaculação, foi observada uma reversão do quadro, ocorrendo uma cobrição rápida da fêmea em cio usada como manequim. Todos estes episódios de mudança abrupta de comportamento aconteceram em momentos de breve desatenção do operador. A falta de interesse aparente, na verdade, não estava ligada a uma desestimulação sexual, mas sim ao desinteresse, aparentemente premeditado do jumento, em ejacular em uma vagina artificial. Esta experiência permite levantar a hipótese de que, dependendo do ambiente ou manejo proporcionado aos jumentos durante o cortejo sexual, eles podem mudar ou não o tempo para alcançar a ereção e executar a cobrição. Com certeza, a eficiência reprodutiva dos jumentos deve sofrer influência do tipo de manejo propiciado. Insucesso ou dificuldade de coletas de sêmen pontuais bem como relatos de dificuldades no manejo reprodutivo de jumentos também têm sido reportados por alguns técnicos.


    Por outro lado, deve-se estar muito atento à interpretação dada a certas condutas expressas pelos reprodutores. Em experimento realizado por 13 meses consecutivos em que o objetivo era o controle diário do ciclo estral e do cio de jumentas, vários machos foram utilizados para a rufiação das fêmeas. Um deles, o primeiro adquirido para este fim, que era de raça Nordestina e de idade mais avançada foi protagonista de uma conduta inicialmente mal-interpretada. Em múltiplas ocasiões, ao ser aproximado da fêmea a ser controlada, este macho, ainda a aproximadamente 30 metros de distância, simplesmente parava e se recusava a se aproximar da fêmea e a executar a rufiação. Tal atitude foi inicialmente considerada como uma ineficiência desse reprodutor e estimulou a compra de outros machos para executar a tarefa. Em outras ocasiões, com este mesmo macho, foi observado que ele, mesmo sendo inicialmente rejeitado pela fêmea, insistia em montá-la sem ereção, e várias foram as vezes que, após montá-la, ela passava a exteriorizar sinais de receptividade sexual. Ao final do período de 13 meses de estudo, pôde-se confirmar, pelos resultados de palpação retal das fêmeas, que o jumento, denominado de “velho e ineficiente”, não tinha deixado de identificar todos os cios de fêmeas próximas ao período da ovulação. Na realidade, entre as múltiplas formas de reconhecimento do cio, naqueles episódios que foram considerados serem de ineficiência do macho, este já devia ter captado alguma mensagem ou sinal que o levasse a nem iniciar o cortejo sexual (Henry et al., 1987a, b).


    Tendo-se em vista o excelente desempenho que os jumentos podem atingir em sistemas de manejo a campo, é necessário considerar que a interferência humana pode ocasionar alteração de comportamento sexual nesses reprodutores. É apenas especulativo, mas vale o questionamento se seriam os asininos mais sensíveis à interferência humana que os equinos. Convém deixar claro, como aqui foi bem demonstrado, que os jumentos de boa libido bem manejados têm todo potencial para cobrir um número substancial de jumentas por estação de monta (Henry et al., 1991).


    Fonte: M. Henry1, L.A. Lago, L.F. Mendonça

    Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.33, n.4, p.223-230, Oct./Dez. 2009.