Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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terça-feira, 22 de maio de 2012

Podotrocleose (Doença do Navicular)

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A doença do Navicular é uma das causas mais comuns de claudicação intermitente do membro anterior de cavalos entre quatro e quinze anos de idade. Apesar dos membros posteriores também serem acometidos, esta é, em geral, uma doença do membro anterior.

Acredita-se que fatores como problemas de conformação, casqueamento, ferrageamento inadequados e exercícios em superfícies duras agravam o problema. É uma doença degenerativa crônica progressiva que afeta o osso sesamóide distal, bolsa do navicular e tendões flexores.

Etiologia:

O caráter hereditário da patologia está intrinsecamente ligado há etiologia da doença sendo uma conformação muito vertical, um osso navicular pouco resistente, pequeno tamanho dos cascos em relação ao peso do animal alguns dos principais responsáveis pelo aparecimento do quadro.

Além disso, animais exercitados de forma sistemática em pisos duros ou em superfícies irregulares também estão predispostos. De modo geral, qualquer fator que aumente a concussão do osso sesamoide distal sobre o solo pode dar origem a patologia.

A degeneração senil em cavalos utilizados para trabalho por vários anos também pode levar ao quadro, ocorrendo desmineralização óssea e, consequente, perda de resistência.

Sinais clínicos:

Equinos afetados normalmente apresentam histórico de claudicação intermitente, que reduz com o repouso. No estágio agudo da doença, o repouso levará a um desaparecimento dos sintomas clínicos, entretanto, os sinais reaparecem após trabalho intenso. Normalmente ambas as patas estão acometidas, porém a claudicação só é observada em um dos membros sendo necessário um bloqueio anestésico do membro mais severamente acometido para observação da claudicação do membro oposto.

Se ambos os membros estão envolvidos, frequentemente o animal altera seu apoio como forma de aliviar a dor em um dos membros. Em movimento, o animal tende a apoiar primeiro a pinça da pata para evitar a concussão dos talões, causando encurtamento da fase cranial do passo.

Normalmente animais acometidos têm um aumento significativo da claudicação quando é posto para trotar em superfícies irregulares ou mesmo quando este faz uma curva sobre o membro acometido.

Tratamento Ortopédico:

WRIGHT (1993) observou que 75% dos cavalos acometidos pela doença do navicular tinham o eixo pata-quartela alterado e 45% apresentavam desequilíbrio médio-lateral.

Talões colapsados foram observados em 77% dos animais sofrendo de doença do navicular e 73% apresentaram os talões contraídos.

O colapso dos talões leva a redução da superfície de contato com o solo, sendo que os talões ficam deslocados anteriormente, não fornecendo suporte adequado da parte caudal.

Desta forma, com o tratamento ortopédico, em primeiro lugar é necessário o alinhamento do eixo pata-quartela visando regularizar a ação sobre a articulação interfalangiana distal, e sobre o tendão flexor profundo, com consequente diminuição da pressão sobre o osso sesamóide distal (osso navicular).

É também necessário o restabelecimento da simetria dos talões e nivelamento da muralha, mantendo sempre as barras que servem de sustentação para o casco. No ferrageamento deve ser implantada ferragem com travessa um terço mais larga que a ferradura, ligando uma barra a outra soldada na face de apoio no solo.

Esta ação impede a expansão lateral da região de inserção do navicular na pata, diminuindo assim as pressões exercidas sobre a mesma. A ferradura deve apresentar dois guarda cascos laterais que auxiliam na contenção da expansão lateral do casco.

Pode apresentar também uma espessura mais fina na pinça e aumentar gradativamente dos quartos até os talões, caso o animal ainda se encontre achinelado após o casqueamento, ou mesmo, uso de talonetes para alinhar o eixo quarto patela.

A ferradura deve ter sobrepasse de até um centímetro nos talões, maior que em ferrageamento normal onde se usa até meio centímetro e guarnições de até 0,3 centímetros. A curva dos talões deve ser muito bem forjada para que não haja arrancamento da ferradura; deve ser feito arrolagem da pinça para que facilite o movimento, diminuindo a pressão sobre a articulação interfalangeana distal.

Fonte: Leonardo Faria, médico veterinário da Ourofino Agronegócio

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