William Buchan escreveu, Domestic Medicine (Medicina Doméstica), um livro de referência que se tornou bem popular no século 19.
Isso é o que ele dizia sobre o uso de leite de jumenta, em especial em relação a pacientes com tuberculose:
Depois de um ar apropriado e exercício, nós recomendamos dar atenção a dieta. O paciente não deve comer nada que aqueça ou que seja de difícil digestão, e sua bebida deve ser de natureza suave e refrescante. Toda a dieta deve ser cauculada para diminuir acrimônia dos humores e para nutrir e sustentar o paciente. Para este propósito, ele deve manter principalmente à utilização de produtos vegetais e leite. O leite é mais importante para esta doença do que toda a medicina.
Leite de jumenta é comumente reconhecido como sendo melhor do que qualquer outro, mas nem sempre pode ser obtido, além disso, é geralmente tomado em uma quantidade muito pequena, e que, para produzir quaisquer efeitos, deveria ser uma parte considerável da dieta do paciente. Dificilmente é de se esperar, que um gole ou dois de leite de jumenta, bebido no espaço de vinte e quatro horas, deve ser capaz de produzir qualquer mudança considerável em um adulto, e quando as pessoas não percebem seus efeitos logo, eles perdem a esperança, e assim deixam-no de fora. Por isso, este medicamento, que é muito valioso, muito raramente realiza uma cura. A razão é óbvia, pois é comumente usado demasiado tarde, e é tomado em quantidades muito pequenas, e por pouco tempo.
Eu já vi efeitos extraordinários do leite de jumenta em tosses renitentes e que ameaçavam os pulmões (começo da tuberculose), e acredito piamente que se usado neste período raramente falham, mas se for adiada até que uma úlcera seja formada, o que é geralmente o caso, como pode ser esperado que tenha sucesso?
Leite de jumenta deveria ser bebida, se possível, na temperatura natural, e, para uma pessoa adulta, na quantidade de uma “English pint” (cerca de 570ml) de cada vez. Ao invés de tomar esta quantidade apenas pela noite e pela manhã, o paciente deve tomar quatro vezes, ou pelo menos três vezes ao dia, e também deve comer um pão leve junto com ele, de modo a torná-lo um tipo de refeição.
Se a pessoa vomitar o leite, este pode ser misturado com a conserva de rosas. Quando não puder ser obtida, o pó das garras dos caranguejos pode ser utilizado em seu lugar. É geralmente recomendado que o Leite de jumenta seja bebido quente na cama, mas como geralmente causa suor no paciente quando tomado dessa forma, talvez fosse melhor dar-lhe depois que ele levantasse.
Também era considerado útil quando o paciente apresentava uma tosse persistente, associada a outras queixas, como a varíola:
Quando uma tosse, a dificuldade de respiração ou outro sintoma de consumo (tuberculose), acontece depois da varíola, o paciente deve ser enviado para um lugar onde o ar é bom, e deve ser colocado em uma dieta de leite jumenta, com o exercício como ele poder suportar.
Ou sarampo:
No caso de uma tosse, com dificuldade de respiração, e outros sintomas de um consumo (tuberculose), permanecem após o sarampo, pequenas quantidades de sangue podem ser drenadas em intervalos apropriados, como seja permitido pela força e estado do paciente. Ele deve também beber leite jumenta, ir para o campo se morar em uma grande cidade, e andar diariamente a cavalo. Ele deve manter-se em uma dieta composta de leite e vegetais e, finalmente, se estes não tiverem êxito, leva-lo para um local de clima mais quente.
Mrs Rundell, in her section of recipes for invalids in her book A New System of Domestic Cookery, ( my 1819 edition) advises the use of asses milk too.
A Sra. Rundell, em sua seção de receitas para inválidos em seu livro “A New System of Domestic Cookery” (Um Novo Sistema de Culinária Doméstica), (minha edição é de 1819) aconselha a utilização de leite jumenta também.
Leite de Asno
Ultrapassa de longe qualquer imitação dele que possa ser feito. Deve ser ordenhado em um vidro mantido quente em uma bacia de água quente.
O ar fixo que contém dá em algumas pessoas uma dor no estômago. Num primeiro momento uma colher de chá de rum pode ser tomada com ele, mas só deve ser colocado no momento em que for ser ingerido.
Na verdade já foi provado cientificamente que todas essas velhas "curas" podem ter alguma verdade por trás. Foi descoberto que Leite de jumenta tem menos sólidos do que qualquer outro tipo de leite. É mais rico em açúcar do que outros tipos (exceto o leite humano). Possui menos gordura do que outros leites e, consequentemente, é fácil de digerir. Portanto, uma coisa bastante boa para pessoas doentes consumirem.
As jumentas eram geralmente ordenhadas duas vezes por dia e, normalmente davam metade de um litro à um litro em cada ordenha.
Mas se você não podia obter leite fresco de jumenta, então você poderia fazer um substituto.
Meu exemplar de The Family Receipt Book (O Livro de Receitas da Família).
Uma enciclopédia fanaticamente detalhada e abrangente de conhecimento domestico de 1810, ele dá a receita para o leite artificial jumenta:
O famoso substituto do leite de jumenta do Dr. Gibson.
Esse substituto des leite de asno é bastante eficaz em casos de tuberculose, e é feito da seguinte forma, de acordo com uma receita genuína – Coloque para cada litro e meio de água, quarenta lesmas, 55g de raiz de eringo e 55g de pura cevada francesa. Cozinhe até obter um litro, use o coador para coar, tome duas colheres de sopa, duas vezes ao dia misturado com um copo de 250ml de leite.
Até mesmo a Sra Rundell deu três alternativas ao leite fresco de jumenta:
Leite de Jumenta Artificial
Ferva um litro de água junto com um litro de leite fresco, 30g de açucar branco, 15g de raiz de eringo e 15g de conserva de rosas, até que fique apenas a metade.
Isso é adstringente; portanto use proporção para obter o efeito desejado nas doses, e a quantidade que vai ser utilizada quando for adoçar.
Outra – Misture duas colheres cheias de água fervente, duas de leite e um ovo bem batido; adoce com açucar branco. isso pode ser tomado duas ou três vezes ao dia.
Outra – Cozinhe 55g de raspas de chifre de veado-vermelho, 55g de cevada pérola, 55g de raiz de eringo cristalizada e uma dúzia de lesmas que foram machucadas, em dois litros de água, até que fique apenas um litro. Misture com uma quantidade igual de leite fresco e tome duas vezes ao dia.
Alguns dos ingredientes dessas receitas parecem bem estranhos para nós – lesmas? – mas outros são completamente desconhecidos.
Raiz de Eringo é talvez o ingrediente mais enigmático. É na verdade a raiz do cardo-marítimo, Eryngium maritimum.
Fonte: Austenonly
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