Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Desgaste de Dentes em Muares


ALTERAÇÕES DO DESGASTE EM DENTES PRÉ-MOLARES E MOLARES DE MUARES ADULTOS 
  
Introdução: Os muares sempre foram utilizados para trabalho na rotina rural, sendo preferidos em atividades particulares pela resistência e rusticidade, fruto do hibridismo. Ultimamente tem crescido o uso de muares também para atividades eqüestres de laser e esporte. Prevalentemente os recursos clínicos para muares são extrapoladas de estudos em eqüinos. As alterações dentárias integram os principais fatores relacionados a  prejuízos na equídeocultura, juntamente com as afecções abdominais.

O objetivo deste trabalho é relatar as freqüências de alterações do desgaste dentário estudadas em uma população de muares. Metodologia: Utilizaram-se 60 muares (27M e 33F), idade entre 05 a 20 anos (média = 9 anos). Após contenção em brete e lavagem da boca, utilizaram-se abre-boca Haussman e fotóforo para exame visual e manual das arcadas maxilares e mandibulares. As alterações dentárias diagnosticadas foram documentadas em prontuários individuais e por fotografias digitais arquivadas em computador. 

Resultados:  A natureza e freqüência das alterações diagnosticadas foram pontas excessivas de esmalte dentário (PEED) em 60 animais (100%); ganchos em dentes segundo pré-molares e terceiros molares em 43 (71,7%); ondas em 14 (23,3%) e degraus em 8 (13,3%).  Discussão: As alterações do desgastes dentários em eqüinos são reconhecidas pelo potencial de interferência negativa na mastigação, pois em sua maioria constitui obstáculos às excursões mandibulares. Entretanto, durante o período em que este estudo foi conduzido não foi possível estabelecer relação dos achados de alterações de desgaste dentário com possíveis conseqüências na condição física, desempenho de atividades e incidência de cólicas. Aventou-se a hipótese que em muares, as alterações do desgaste dentário podem não resultar em conseqüências de mesma magnitude que em outros eqüídeos, mas devem sempre ser controladas a fim de garantir a fisiologia da mastigação.  

Conclusão:
Alterações do desgaste dentário são freqüentes em muares. Estudos odontológicos em muares são necessários a fim de verificar semelhanças  e possíveis diferenças de resultados obtidos em eqüinos.

Autores: Thiago Barbosa de Souza Araújo, Kaio Rodrigues Tristão, Arthur Carvalho Rodrigues, Geraldo Eleno Silveira Alves, Rafael Resende Faleiros, Odael Spadeto Junior

domingo, 30 de outubro de 2011

FERTILIDADE DO SÊMEN CONGELADO DE JUMENTO

FERTILIDADE DO SÊMEN CONGELADO DE JUMENTO DA RAÇA PÊGA EM ÉGUAS INSEMINADAS EM DOIS MOMENTOS

Introdução:  Poucos têm sido os trabalhos com sêmen congelado de jumentos, e poucos são os que se preocupam em realizar teste de fertilidade como forma de se avaliar congelamento.  Objetivos:  avaliar a fertilidade do sêmen congelado de jumentos da raça Pêga em éguas inseminadas antes e após a ovulação.


Metodologia: Foram realizados 12 congelamentos de um reprodutor da raça Pêga. Após a coleta e avaliações dos parâmetros físicos, o sêmen foi diluído no meio de mínima contaminação, centrifugado a 650 g/15 minutos, e ressuspendido no diluidor de lactose-EDTA-gema de ovo. A concentração espermática foi de 100 milhões de células/palheta de 0,5 mL. O sêmen foi resfriado, estabilizado e congelado. Quarenta e oito éguas foram divididas em dois tratamentos. T1 (n=25): controle folicular realizado a intervalos de 6 horas com inseminações realizadas após a ovulação. T2 (n=23): aplicação de 2000ui de hCG quando os folículos atingiam 35-40 mm de diâmetro. O controle folicular foi realizado a intervalos de 12 hs e inseminações 24 hs após a aplicação do hCG, repetidas caso a ovulação não ocorresse 48hs após a aplicação da gonadotropina. As inseminações foram feitas no ápice do corno uterino ipsilateral ao folículo ovulatório, na dose de 300 milhões de espermatozóides viáveis.


Resultados: A motilidade e vigor médio do sêmen  fresco foram respectivamente de 82,91% ± 3,79 e 3,62 ± 0,36; para o sêmen congelado, na mesma ordem foram de 42,91% ±7,48 e 2,79 ± 0,24. A fertilidade foi de 40% e 26% para os tratamentos 1 e 2, respectivamente (p> 0,05). Para T1, o tempo médio do último controle folicular até a detecção da ovulação e da inseminação foram respectivamente de 6:04 hs  e 6:36 hs. O diâmetro médio dos folículos ovulatórios foi de 41,56 mm. No T2 o tempo médio da aplicação do hCG à ovulação foi de 48:18 hs, e da última inseminação à ovulação foi de 19:02 hs. O diâmetro médio dos folículos ovulatórios foi de 40,34 mm.

Discussão e Conclusão: Possivelmente a não diferença significativa da
fertilidade entre os dois tratamentos pode ser devido ao pequeno número de repetições. Mas pode-se inferir que neste trabalho que o tempo médio de 19 horas entre a inseminação e a ovulação no T2 foi longo para o sêmen de jumento.

Autores: Pedro Gama Ker; Giovanni Ribeiro de Carvalho; Guilherme Pugliese; Charles André Souza Bispo; Renan Reis de Oliveira; Polyana Galvão Bernardes Coelho; Thiago Castro Sena.

sábado, 29 de outubro de 2011

A importância do compromisso do peão na Doma Racional

 

A educação profissional de cavalariços é um trabalho que me traz muita satisfação. O cavalo, para ter seus potenciais estéticos e funcionais desenvolvidos, requer um manejo competente. Este, por sua vez, deve ser executado por cavalariços capacitados. Portanto a educação profissional de cavalariços é uma necessidade inegável para qualquer atividade eqüestre.

Ao longo dos anos eu recebi inúmeras perguntas feitas por cavalariços em treinamento. Muitas delas relacionadas com a doma racional. Acredito que as respostas a essas perguntas tenham utilidade para muitos adeptos do cavalo. Pensando nisso resolvi disponibilizá-las ao público eqüestre através de artigos em forma de diálogo entre domador (professor) e cavalariço (aprendiz). Os cavalariços serão representados pelo personagem ‘João’.

João: professor, eu tô acostumado a segurar pulo de cavalo, nunca tive medo. Esse negócio de ficar preparando o animal pra entender o que a gente quer com ele dá muito trabalho...

Professor: o João, eu sei que coragem é o que não lhe falta. A questão não é essa. Veja bem, se nós fizermos alguns exercícios com o cavalo para que ele entenda as nossas intenções, não haverá disputas entre nós e o animal. Ele vai relaxar e aceitar os nossos procedimentos. Isso vai ser bom, pois na ausência de comportamentos rebeldes da parte dele nós poderemos tirar proveito da situação. Além disso, os riscos diminuem muito. Para quê ficarmos nos arriscando sem necessidade se podemos encaminhar o treinamento de uma forma tranqüila e segura?

João: é que eu tenho pressa, quero montar logo e fazer o serviço.

Professor: este é o principal motivo de adotarmos os critérios racionais na doma, João. A princípio parece que o processo é mais lento. Engano nosso! Se tivermos um pouco de paciência e respeitarmos os limites do cavalo, os resultados chegam mais depressa.

João: Mas como, se já estamos a três dias preparando o cavalo pra montar e no meu sistema eu monto no primeiro dia?

Professor: tudo bem João, então me diga uma coisa, depois de montar quantos dias você gasta para o cavalo ficar tranqüilo e aceitar o ato de montaria em estado relaxado, sem a necessidade de ser contido pelas rédeas?

João: Bom, isso varia, tem cavalo que leva de 15 a 20 dias, mas outros costumam levar até mais de 30 dias.

Professor: Pois é João, na doma racional o cavalo passa por essa preparação, mas é montado desde o primeiro dia num estado de aceitação dos procedimentos de montaria. Não importa o tempo de preparo, apesar dele ser breve, o importante é que o cavalo concorde com o domador aceitando os procedimentos sem restrições. Um cavalo de sela precisa aprender a confiar no cavaleiro e para isso devemos investir nessa relação, oferecendo-lhe uma chance de entender nossas intenções para com ele.

João: mas como é que nós vamos fazer ele entender isso?

Professor: justamente com os exercícios utilizados como condicionamentos. Um russo chamado Ivan Petrovich Pavlov descobriu que os cães eram capazes de aprender através de um sistema que ele resolveu chamar de ‘reflexos condicionados’. Através da repetição de alguns exercícios era criado um hábito e os cães fixavam as instruções por via de memória. Pois com os cavalos a coisa é parecida. Eles têm boa capacidade de memorização e se soubermos utilizar essa virtude a nosso favor por meio da repetição de alguns exercícios, seremos capazes de dar entendimento a eles.

Fonte:  Nordeste Rural

Autor: Paulo Guilhon

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ANEMIA: SINTOMA OU DOENÇA?

 

Uma das perguntas mais feitas pelos proprietários de animais aos seus veterinários se refere à anemia:

“O exame de sangue acusou um pouco de anemia, e quero saber qual é o melhor remédio?”

É preciso entender que a anemia não é causa, e sim conseqüência de uma grande variedade de patologias, desde doenças infecciosas até traumatismos ou mesmo distúrbios nutricionais. A resposta para a pergunta “qual o tratamento da anemia” é a mesma que para “qual o tratamento da febre”: depende da causa! Para fazer este diagnóstico, o veterinário recorre a diversos exames clínicos e laboratoriais, além de um levantamento minucioso do histórico clínico e do manejo ao qual o animal é submetido.

Chamamos de anemia a condição na qual o número de hemácias (células vermelhas do sangue, que transportam o oxigênio) no sangue circulante está abaixo do normal. Assim, a alimentação de tecidos e órgãos é prejudicada e o metabolismo fica abaixo do normal, prejudicando todas as funções vitais. Em casos extremos, este quadro pode levar à morte, mas o mais comum nos criatórios são anemias leves crônicas, até mesmo subclínicas. Isto significa que o único sintoma aparente é a queda de rendimento e/ou perda de estado físico do animal, sem que fique evidente que o animal sofra de anemia.

Num animal adulto saudável, são considerados valores normais 7 a 9 milhões de hemácias por milímetro cúbico de sangue, correspondendo a 12 a 14 g de hemoglobina por 100 ml de sangue, ou ainda hematócrito de 36 a 41%.
Confira abaixo mais informações sobre este tema, para ajudá-lo a manter seus cavalos sempre saudáveis.

O estado saudável de todo animal depende, entre outros fatores, da sua contagem de hemácias no sangue.

FICHA DOS FATOS


1. A anemia não é uma doença, mas um sintoma que pode ter uma variedade de causas. Para que seu tratamento seja eficaz e duradouro, é preciso fazer o diagnóstico correto desta causa.

2. Uma leve anemia é sintoma de muitas doenças crônicas, junto com magreza, pêlo arrepiado, pernas inchadas, etc. Alguns exemplos comuns deste quadro são verminose, babesiose, úlceras gástricas, carências nutricionais; seu diagnóstico diferencial precisa ser feito pelo veterinário.

 

3. O uso de produtos receitados “para fortalecer o sangue”, à base de ferro e vitaminas do complexo B, por exemplo, sem que a causa da anemia seja tratada, não é prejudicial, porém por si só tampouco cura a causa da anemia, apenas aliviando os sintomas.


4. A anemia infecciosa eqüina (AIE) é uma doença contagiosa muito grave; a legislação exige o sacrifício dos animais afetados. Por isso, a coleta de sangue para teste de Coggins e emissão do “Atestado Negativo para AIE” é procedimento obrigatório para trânsito de animais, admissão em eventos eqüestres, etc. Entretanto, este atestado não significa que o animal não possa ter outra forma de anemia.

5. Fazer um “hemograma completo”, coletando sangue que será examinado em laboratório de análises clínicas, é a maneira mais segura de se diagnosticar a presença de anemia. Porém, o hemograma geralmente não é conclusivo sobre as causas desta anemia; para determinar as mesmas, é necessário consultar um veterinário.

6. O tratamento das causas da anemia pode e deve ser acompanhado por um tratamento de reforço para auxiliar o organismo a produzir hemácias na velocidade necessária. Este tratamento complementar deve prosseguir por 30 a 60 dias, em média. Por exemplo: junto com a vermifugação, iniciar a administração de Hemolitan; ou ainda, durante ou logo após o tratamento específico para babesiose, fornecer Hemolitan associado a produtos complementares antitóxicos, tais como Hipervit (complexo B), Bionew (protetor hepático), etc.

Fonte: Vetnil

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ALGUNS ASPECTOS DO SÊMEN IN NATURA DE JUMENTOS PÊGA

 

Introdução: O maior interesse na criação de jumentos é como doador de sêmen para a produção de muares. A raça Pêga tem sido largamente usada em cruzamentos com éguas de raças puras e mestiças produzindo excelentes muares marchadores. As avaliações das características físicas e morfológicas do sêmen têm sido utilizadas no intuito de predizer a fertilidade do reprodutor e ou na aplicação de biotecnologias do sêmen. 

Objetivos:  Descrever alguns parâmetros seminais de jumentos Pêga, em coleta de sêmen. Metodologias: Foram realizadas 180 coletas de sêmen de seis jumentos Pêga (médias: 270 kg, e 10,5 anos), condicionados a cobertura de éguas, provenientes de um haras em Guaraciaba-MG. As coletas foram realizadas com vagina artificial (Botucatu), em intervalos fixos (48 a 72 h), sempre pelo mesmo veterinário. Como manequim empregou-se apenas éguas em estro, com boa aceitação a jumentos. Após a coleta procedeu-se a separação e mensuração das frações seminais e avaliação da motilidade total (MT) e progressiva (MP) e o vigor espermático (VE), com auxílio de microscópio comum, e determinação da concentração espermática (CE) e número de espermatozóides totais/ejaculado (NET) pelo método hemocitométrico. Para análises estatísticas empregou-se o programa SAEG 9.1(UFV, 2007).


Resultados e Discussão: O volume de gel (VG) foi 71,75±54,8 mL (54/180 coletas) e o volume de sêmen (VS) foi 47,27 ± 28,66 mL. A MT foi 84,22±6,04 % e a MP de 74,47±7,06%, VE 3,87±0,51, a CE de 254,64 x 10 6 /mL e o NET foi de 10,3±0,456 x 10 9 (6,3 a 12,5x10 9 ). A presença e o VG são características individuais dos reprodutores e a média geral no presente estudo foi alta, devido um jumento ter apresentado os valores médios mais altos (90mL) e freqüentes (39/40 coletas), e dois jumentos não apresentaram gel. O VS foi levemente inferior aos relatados para a raça, porém os intervalos de coleta foram diferentes (COSTA,1990). A motilidade espermática total e progressiva, vigor e concentração espermática mostraram-se  dentro do intervalo considerado normal pela literatura para asininos (GEBERS, 1995).

Conclusão: O método de coleta se mostrou eficiente, bem como o uso de éguas como manequim de coleta. Os valores médios registrados para características seminais mostram-se como padrões fisiológicos na espécie em questão.

Autores: Igor F. Canisso, Fernando A. Souza, Giovanni R. Carvalho, José D. Guimarães, Erotides C. Silva, Anali L. Lima

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Aparelho locomotor: os alicerces do seu animal!

 

Todas as utilidades que atribuímos a nossos equinos e asininos, todos os prazeres que deles derivamos, estão relacionados ao movimento. Seja trabalho, esporte ou lazer, passeios de charrete ou competições a galope, até mesmo admirar a beleza dos animais que correm livres – tudo depende da habilidade e da vontade dos nossos animais em se movimentarem.

O bem-estar dele depende da saúde de seu aparelho locomotor

Esta capacidade é potencializada por programas de treinamento e condicionamento, por um regime de manejo adequado e por um bom esquema nutricional. Mas o efeito de tudo isso será anulado por problemas de locomotor – manqueiras das mais diversas origens, denominadas de claudicações pelos clínicos veterinários. O seu efeito mais imediato e perceptível é a dor que passam a sentir seja durante determinados movimentos. E para qualquer atleta é impossível ter desempenho adequado enquanto estiver sentindo dor! Os eqüinos e asininos são muito discretos, mesmo sutis, nas manifestações de dor. Não “gritam” ou uivam de dor, como fazem os cães por exemplo, mas foram selecionados ao longo de milênios para não chamar a atenção enquanto feridos ou enfraquecidos – do contrário, se tornariam refeição fácil para os predadores de plantão.

É nossa obrigação considerar a possibilidade de “dor física” pura e simples sempre que nosso animal apresentar um comportamento indesejado ou atípico, tal como empacar, empinar, corcovear, sacudir a cabeça, etc. Além dos membros, a área dorso-lombar e também os dentes são fontes freqüentes de dores. Em animais de salto, por exemplo, o início súbito do vício de refugar obstáculos pode estar relacionado a uma claudicação em estágio inicial, que logo mais se manifestará em alterações perceptíveis dos andamentos.

A cada passo, grande impacto é sofrido por articulações, ossos e tendões das pernas.

Ainda que muitas pessoas atribuam grande importância ao condicionamento físico e ao desenvolvimento muscular de seus animais atletas, são ossos, articulações, ligamentos e tendões que precisam ser merecedores dos maiores cuidados. O desgaste do aparelho locomotor de todo atleta começa pelo sistema osteo-articular. Recordemos das lesões que têm comprometido as carreiras de jovens atletas brasileiros – Guga, Daiane dos Santos, Ronaldo Fenômeno: todos em excelente forma física nos quesitos musculatura e fôlego, mas prejudicados por lesões ósseas e articulares.

Portanto, também os tecidos duros do aparelho locomotor dos nossos cavalos devem ser merecedores de todos os cuidados. Confira abaixo mais algumas dicas para garantir uma vida útil longa e bem-sucedida aos seus atletas.

A produção de um campeão depende da atenção a muitos detalhes, e de cuidados permanentes com cascos, articulações, tendões, ossos…

FICHA DOS FATOS

1. A construção de um esqueleto forte começa na vida intra-uterina. O bom manejo nutricional das matrizes reprodutoras deve continuar ao longo da lactação. Quanto melhor a alimentação dos potros durante o primeiro ano de vida, maior longevidade atlética eles terão pelos anos afora.

2. O desequilíbrio mineral é a maior causa de ossos estruturalmente fracos, sendo que o desbalanceamento entre os minerais cálcio e fósforo é um problema presente em praticamente todos os criatórios brasileiros. O manejo alimentar precisa equilibrar volumosos, concentrados e suplementos minerais de maneira correta. Igualmente importante é a utilização de forrageiras e grãos provenientes de solos de boa qualidade. Profissionais especializados – veterinários, zootecnistas e agrônomos – devem ser consultados em todos estes quesitos.

3. Muitos criadores atribuem importância exagerada à ingestão de proteína por parte de seus animais, o que pode desenvolver a musculatura, mas não dá o substrato necessário à formação de tecido ósseo denso e resistente. Antes de apresentarem definição muscular, os potros precisam ter oportunidade de se desenvolverem estruturalmente, através de alimentação correta, não exagerada, e de um regime de vida que os deixe muitas horas por dia vivendo soltos, correndo em companhia de outros potros. Confinamento intenso e doma muito precoce são grandes inimigos da longevidade atlética de nossos animais.

4. A consistência correta do piso é um fator que nem sempre merece a devida consideração. O piso muito fofo ou profundo prejudica os tendões, enquanto solos duros, especialmente estradas de terra ou pavimentadas, causam desgastes e micro-fraturas ao longo do tempo. Quanto maior a velocidade em que o animal é levado a trabalhar, maior o potencial para lesões. Ou seja, devemos evitar as altas velocidades em estradas de terra pisada, e mesmo nos gramados e pastos quando não chove há muito tempo. (É claro que no pavimento asfáltico ou de pedra só podemos andar a passo, até por questões de segurança!)

5. Ferrageamento adequado, tanto otimizando os aprumos do animal quanto, se for o caso, utilizando palmilhas e outros recursos ortopédicos, permite a máxima utilização do potencial atlético do animal, e também prolonga sua vida útil. A profissão de ferreiro é altamente técnica, e apenas indivíduos qualificados devem ferrar os animais.

6. As lesões de esforço crônicas e progressivas, tais como osteítes e osteoartrites, são as “doenças profissionais” de esporte, e elas surgem inevitavelmente na maioria dos animais ao longo de suas carreiras, mesmo num manejo excelente, por volta dos doze ou treze anos de idade. (No entanto, podem aparecer muito antes em animais sujeitos a um regime incorreto de manejo, alimentação e treinamento!) Estas patologias em sua fase inicial não significam a aposentadoria e nem mesmo a redução das atividades do animal, desde que sejam diagnosticadas precocemente, e tratadas o quanto antes de maneira agressiva e completa, com um protocolo abrangente que inclua o uso de antiinflamatórios e ferrageamento adequado, entre outros fatores. O que nunca devemos fazer é “tapar o sol com a peneira”, atribuindo pouca importância a uma manqueira em fase inicial, na esperança de que ela melhore por conta própria. Isto não acontece, e tal atitude passiva geralmente tem o agravamento do problema por conseqüência.

Texto adaptado. Fonte: VETNIL

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O desmame de animais exige cuidados

 

Muito se fala sobre desmame em todos os criatórios que envolve mamíferos, desde criação de cães até a criação de cavalos. Já se fez e se faz desmame precoce em busca de melhor produtividade, porém ninguém avalia as consequências desse procedimento em termos de comportamento animal, principalmente de cavalos. Aos poucos, nesses longos anos, fui notando que aqueles animais desmamados precocemente ou aqueles que eram separados da mãe na idade ideal porém, de forma abrupta, apresentavam alterações comportamentais no quesito agressividade, não interagindo com doma de cabresto. Procedemos, então, com estes animais, um processo de socialização em que sempre ao se desmamar um potro (a) colocamos outro já amansado para fazer o madrinhamento, técnica que não causa nenhum tipo de estresse e os resultados são extraordinários quando da doma montada. Temos um animal confiante, corajoso e, acima de tudo, dócil. A doma racional sem o uso da violência, a cada dia vem melhorando seu emprego pela filosofia e o perfil dos profissionais que trabalham nesta área.

Fonte: Nordeste Rural

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Beba Leite de Jumenta Para Perder Peso

 

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Todos nós já ouvimos que o leite faz bem ao corpo - mas leite de jumenta?


Pesquisadores descobriram que o leite de jumenta contém menos gordura, é mais nutritivo que o leite de vaca, e ajuda a proteger o coração, pois contém ácidos graxos ômega-3, que ajudam a reduzir o colesterol.

Para o estudo, pesquisadores da Universidade de Nápoles, Itália, testaram o leite de vaca e de jumenta em roedores.

Eles descobriram que os animais que receberam leite de jumenta tinham níveis mais baixos de triglicerídeos - um tipo de gordura encontrado no sangue - e menos stress no sistema metabólico.


Se você tem você tem altos níveis de triglicérides, pode levar ao endurecimento ou estreitamento das artérias, o que em última análise, o coloca em risco de sofrer um ataque cardíaco ou derrame.

Os pesquisadores também concluíram que o leite de jumenta, que é rico em cálcio, é muito semelhante ao leite humano, e pode ser usado em crianças que são alérgicas aos produtos lácteos.


Os pesquisadores, que apresentaram suas conclusões no Congresso Europeusobre Obesidade na Turquia, disse que seu "consumo deve ser incentivado."


E enquanto o leite de jumenta tem consumido há séculos em lugares como a Itália, ainda não está disponível para compra nos EUA nem no Brasil.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Estrume de jumento

O esterco de um jumento: suas características e seu uso.

As características do esterco de jumento 
O esterco dos asininos é considerado um "hot". O esterco de cavalo, é usado para fazer camas quentes para o plantio. Tem a vantagem de conter pouca ou nenhum alimento residual. A eficácia da digestão monogástrica do jumento é tal que digere quase todos os alimentos que elas absorvem. O estrume é livre de grãos ou alimentos não digeridos, pois eles originalmente viviam em áreas desérticas e tinham pouco estoque para os dias de escassez por isso retiravam o máximo de nutrientes.

Estrume de jumento melhora a qualidade do solo conhecido como "pesado" e "frio", ele também tem a vantagem no solo seco ou onde a retenção de líquidos é necessária. Ele pode ser usado puro (não misturado com palha ou feno) depois de 5-6 semanas. No entanto, se for misturado com feno ou palha, ele deve ser transformado em adubo juntamente com outros adubos.

Esterco de jumento tem a vantagem de não desenvolver cogumelos, eliminando o risco de perder os novos rebentos. O estrume de jumento deve ser aplicado em uma proporção de 10% em um solo já nutridos ou 15-20% em solos pobres e de baixa qualidade. Com 12 quilos de adubo jumento, se aduba uma área de 30 metros quadrados.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Orgânico ou Jumenta – O Grande Debate do Leite

 

Os argumentos sobre que leite é o melhor - semi-desnatado ou integral - são velhos: agora, aparentemente, as apostas estão no leite de jumenta orgânico

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Leite é uma coisa boa e nós devemos beber mais dele. Esta tem sido uma mensagem proeminente no Reino Unido desde que a Lei da Educação de 1946 garantiu que crianças em idade escolar recebecem leite de graça. Mas nos últimos anos, o debate mudou que tipo de leite é o melhor. Esta semana, o debate tomou um rumo inesperado quando os pesquisadores afirmaram que deveria se observar o que estava acontecento com o clima quando o leite foi produzido. Um estudo, publicado no Journal deste mês da Dairy Science e liderada por pesquisadores da Newcastle University, mostrou que "verões mais úmidos e frios podem ter um efeito negativo sobre o leite que bebemos". Um verão pobre significava que o leite tinha  "um teor significativamente maior de gordura saturada e muito menos ácidos graxos  benéficos" em comparação ao que é produzido em um ano regular.

Ele também alegou que o leite orgânico tem níveis mais altos de ácidos graxos benéficos em comparação com o leite "normal", "independentemente da época do ano ou as condições meteorológicas". Leite orgânico também tinha "30-50%"menos gorduras saturadas do que os não-orgânicos.

Em resposta, o Departamento de Saúde disse que "os tipos de ácidos graxos ômega-3 no leite orgânico são diferentes dos encontrados em peixes oleosos. São os ácidos graxos ômega-3 em peixes oleosos, que são benéficos em termos de doenças cardíacas." Acrescentou que, em nossa dieta em geral, "opções inferiores de gordura" devem ser selecionadas sempre que possível - "por exemplo a do leite, 1%", a variedade da tampa vermelha desnatado.

This is very hard to source as it can legally only be sold by the farmer direct to consumers with a label stating that it "may contain organisms harmful to health". But its advocates say that pasteurisation strips milk of much of its nutritional benefits.

Leite evoca respostas apaixonadas, e há aqueles que colocam a mão no fogo por leite integral sem ser pasteurizado, ou leite "cru". Isto é muito difícil de conseguir, pois ele só pode ser vendido legalmente pelo agricultor diretamente aos consumidores com uma etiqueta indicando que "pode ​​conter organismos prejudiciais à saúde". Mas seus defensores dizem que a pasteurização tira grande parte dos benefícios nutricionais do leite.

Alguns pensam que nós agimos colpetamente errado ao escolher beber leite de vaca. Muito melhor, dizem, é leite de jumenta - que foi amplamente vendidos no Reino Unido até o final do século 19 – pois ele contém mais proteína e menos gordura.

Então, aqui está o que deveria estar em sua lista de compras, talvez: "1 litro de leite orgânico de jumenta, não pasteurizado coletado durante um verão 'normal'." Boa sorte tentando encontrar, no entanto.


Author: Leo Hickman

Fonte: guardian.co.uk, 17 de Janeiro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O REDONDEL

 

     Muitas pessoas nos perguntam para que serve o redondel. Mais ainda, qual o tamanho ideal de um redondel. Seguem aqui algumas idéias para que você possa utilizar esta importante instalação para seus cavalos:

     • Um redondel pode servir para você soltar um cavalo, trabalhar um cavalo

     montado, trabalhar um cavalo à guia, trabalhar um cavalo solto, ter aulas de equitação, iniciar um potro ao chão ou montado, entre outras coisas;

     • Uma medida ideal não existe, sabendo-se que cada profissional tem sua preferência, e também que um redondel muito pequeno não servirá para muita coisa. Sempre sugerimos algo entre 15 e 20 metros de diâmetro, com cercas fechadas até 1.15 e abertas até 2.20;

     • No nosso modo de entender, o piso deste redondel pode ser de areia ou

     grama, nunca deixando o mato alto crescer.

     • Particularmente não gostamos dos redondeis fechados, utilizados para

     “concentrar” o cavalo. Achamos que a concentração do cavalo vem dele mesmo, sem a dependência ou a “obrigatoriedade” que uma parede alta impõe no trabalho. Acreditamos que a concentração vem com o relaxamento e descontração do cavalo trabalhando, mas nunca de forma tensa ou “obrigatória”;

     • As cercas do redondel podem ter uma inclinação para fora ou não. Tanto faz, e isto não atrapalha no trabalho do cavalo.

     • No redondel, você pode trabalhar as lateralidades, os exercícios de reunião e engajamento, os flexionamentos e encurvaturas, e também as retas. Por ser redondo, não significa que o cavalo não faça retas dentro dele;

     • O redondel não pode ser sinônimo de tensão ou medo, mas sim de

     aprendizado. Todas as vezes que um cavalo entra no redondel tenso e com medo, não aprende. Isto depende muito das experiências que os cavalos passam dentro do redondel enquanto trabalham. Se estas forem boas e positivas, as próximas serão boas e positivas

Autor: Aluisio Marins

Fonte: Cavalo Criolo Website

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Onde Comprar Leite de Jumenta e Derivados?

 

Postamos alguns artigos sobre leite de jumenta e recebemos alguns e-mails perguntando onde comprar leite de jumenta e seus derivados. Creio que deva ser um tópico de interesse então resolvi postar uma resposta.

Até onde sei aqui no Brasil não existe nenhum tipo de comercialização do leite ou dos derivados. Na Europa e na Asia já existe criatório produzindo, e vão começar a produzir nos EUA.  Também soube que um grupo Suiço vai começar a produzir na Argentina, mas aqui por enquanto não sei de ninguém. Caso more perto de algum criatório pode ser que consiga, mas de outro jeito aqui é difícil. Pode-se tentar comprar na Europa (não sei se a importação é possivel, quem quiser pode verificar) alguns deles vendem até leite em pó. Estou adicionando os links que conheço:

http://shop.eurolactis.com/ (de todos acho este o melhor site de vendas)

http://www.asineriedupaysdescollines.be/

http://www.asinus.fr/

http://www.embazac.com/english_version.html

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Perigo da Desitratação

 

É notório o aumento da temperatura nessa época do ano. Em todo o país a sensação térmica aumentou em média dois graus e, assim como nós, os animais sofrem com o trabalho perdendo líquidos de forma excessiva.

Geralmente as pistas de equoterapia e equitação estão expostas ao ar livre fazendo com que a temperatura do piso (areia,terra,etc) alcance altos graus de calor refletindo às ferraduras e os cascos. Diante de temperatura elevada o resfriamento natural pela sudorese e urina entra em disfunção dando causa a preocupante desidratação. Diz-se que um animal está desidratado quando o nível de água no organismo é inferior ao mínimo necessário para o normal funcionamento de todas as funções metabólicas. Neste artigo vamos explicar o mecanismo que conduz à desidratação, as respectivas consequências, e principalmente como prevenir e/ou tratar a desidratação. Os Equinos, tal como todos os mamíferos, tem necessidade de manter a temperatura corporal constante dentro de limites rígidos (entre 37 e 39ºC). Isto é obtido através de mecanismos termoreguladores. Durante o exercício físico, os processos químicos envolvidos em fornecer energia para a actividade muscular produzem uma quantidade de calor significante, como produto secundário. Como resultado, a carga térmica a que o organismo estaria sujeito, se não tivesse capacidade para se libertar deste excesso de calor, seria tremenda, conduzindo facilmente a um estado de choque por sobreaquecimento (choque de calor ou choque hipertérmico). São três os principais mecanismos para se libertar do excesso de calor produzido durante o exercício físico (mecanismos termoreguladores):

1. a respiração rápida

2. a redistribuição da circulação sanguínea para a pele

3. a transpiração.

Em certos animais, como por exemplo os cães, a respiração rápida é o principal mecanismo de libertação de calor; no entanto nos cavalos a respiração contribui para a libertação de apenas cerca de 20% do calor total, sendo a transpiração e a redistribuição sanguínea os principais mecanismos de dissipação de calor. Durante exercício físico intenso um cavalo pode perder 10 a 15 litros de fluidos por hora. Para compensar estas percas, o cavalo tem necessidade de aumentar o consumo de água e/ou reduzir o volume de urina. Contudo, por razoes não esclarecidas, há vezes em que o cavalo não se rehidrata durante ou após um período de exercício, apesar de uma extensa perca de fluido. A sede é o mecanismo através do qual o corpo reconhece que tem necessidade de ingerir água. Os estímulos fisiológicos da sede são o aumento da concentração de sódio no plasma; e/ou um estado de hipovolémia, isto é, diminuição no volume de fluidos no sistema circulatório. O sódio é o principal electrólito no mecanismo da desidratação.

O sódio existe no organismo dissolvido em água. Quando o organismo perde agua, a concentração de sódio aumenta, despertando um sinal que é transmitido ao cérebro com a indicação de que precisa de mais agua. Este é o mecanismo estimulador da sede. O suor do cavalo pode ter uma composição em sódio igual ou superior à do plasma sanguíneo, dependendo do tipo e duração da actividade física executada. Isto acontece porque quando um cavalo transpira, as grandes percas de fluido são acompanhadas de uma certa perca de sódio.

Posto isto, podem ocorrer duas situações: Se o suor transpirado tiver uma concentração de sódio semelhante à do plasma, a concentração de sódio no plasma mantém-se constante. Nestes casos a sede é estimulada devido a diminuição de fluido no organismo. O organismo reconhece que precisa de mais água. Contudo, se o suor transpirado tiver uma concentração de sódio superior à do plasma, o que implica a perca de elevadas quantidades de sódio a partir do plasma, a concentração de sódio no plasma diminui. Quando isto acontece, o organismo pode não reconhecer o déficit de fluidos, pois proporcionalmente, em relação à água, o sódio esta diluído. Nestas circunstâncias, o mecanismo da sede não é estimulado até que se verifique uma diminuição severa no volume de fluidos no sistema circulatório, com consequências graves nas restantes funções metabólicas do organismo, nomeadamente no sistema circulatório e urinário. Outros fatores que podem afectar o equilíbrio de fluidos no organismo de cavalos durante o exercício físico são o modo como o cavalo bebe água e o maneio do cavalo durante o treino e/ou competição. O transporte, por exemplo, pode causar uma redução no consumo voluntário de água.Além disso, há treinadores que por vezes restringem o consumo de água antes de uma prova, com a intuição de evitar que o cavalo carregue peso extra. Contudo, está cientificamente provado, tanto em cavalos como em atletas humanos, que a restrição de água antes de um período de exercício prolongado pode ser prejudicial por causar um estado de desidratação severo, que por sua vez reduz o volume plasmático suficientemente para afectar a dissipação de calor.

 

Um animal desidratado não pode transpirar adequadamente. Uma das funções da transpiração é libertar o excesso de calor produzido durante o exercício físico. Se o cavalo não consegue transpirar adequadamente ao ritmo que o organismo produz energia calorífica, o animal corre elevados riscos de sofrer de choque hipertérmico, com consequências devastadoras, incluindo danos no sistema nervoso. Em relação ao modo de administração de água, estudos científicos demonstraram recentemente que os cavalos bebem consideravelmente mais água quando esta lhes é fornecida em baldes de água fresca a uma temperatura de 10 a 12ºC, mudada duas vezes ao dia, do que quando têm acesso livre e directo a bebedouros automáticos. Está também provado que, para compensar as percas na transpiração, uma solução salina isotónica contribui para a manutenção do volume plasmático e restituição da perca de peso de um modo mais distinto e duradouro do que simplesmente água. A escolha de uma solução de electrólitos para rehidratação é especialmente importante em cavalos submetidos a exercício físico várias vezes ao dia e/ou durante exercício de endurance (ie: raides), particularmente em condições de temperatura e humidade elevadas.

 

A alimentação do cavalo de competição deve conter um teor elevado de electrólitos (particularmente sódio e potássio) para compensar as percas causadas pela transpiração. Uma dieta de manutenção deve ser suplementada com um "bloco de sal" e/ou administração de electrólitos na água ou ração conforme o paladar do cavalo. Note-se no entanto que existe uma grande variação individual no consumo voluntário de água entre cavalos. Posto isto, não se deve concluir que só porque um cavalo bebe menos que os seus companheiros está desidratado ou vai ser afectado por desidratação durante ou após exercício. O grau de desidratação e teor de electrólitos podem ser avaliados através de análises ao sangue. O ideal é colher análises regularmente para cada cavalo para determinar os valores normais para cada indivíduo. Deste modo uma ligeira alteração poderá ser detectada com maior sensibilidade. Por outro lado, tradicionalmente, o grau de desidratação é estimado clinicamente ao puxar uma prega de pele na tábua do pescoço ou, talvez um pouco mais exacto, na pálpebra superior. Se a marca deixada na pele não desaparecer ao fim de poucos segundos significa que a pele perdeu elasticidade por desidratação. Note-se contudo que este é um método bastante grosseiro e inexacto e como tal requer bastante experiência; deve ser avaliado, não isoladamente, mas em conjunto com uma avaliação clinica completa. Outros parâmetros clínicos importantes são a frequência cardíaca e frequência respiratória, bem como a temperatura rectal, que permite avaliar o risco de choque hipertérmico.

Existem certas semelhanças entre cavalos e humanos, especialmente no que diz respeito aos efeitos da desidratação sobre a ´performance´.Proporções idênticas da perca de líquidos têm o mesmo efeito sobre homem e cavalo: 2% afecta a 'performance', 10% provoca insolação e 15 a 20% é fatal.A água é um dos componentes mais importantes do sangue. Para uma perca de 1% de peso por desidratação perdemos 2,5% de volume do plasma sanguíneo.Uma vez que o sangue transporta oxigénio e outros nutrientes para os músculos, despojando-os dos já utilizados, menos sangue significa que nos cansaremos mais rapidamente.Em competição é fácil mantermo-nos algum tempo sem beber, particularmente quando temos vários cavalos para montar mas este facto pode afectar o raciocínio. Com a desidratação o corpo mantém-se à frente da situação: a perca de 200ml de fluídos dispara a função de conservação de água, estimulando eventualmente a sensação de sede, mas, estaremos desidratados antes de sentir sede - é importante ingerir líquidos ao longo do dia. Beber litros de água não é suficiente. Necessitamos de glicose e electrólitos. A nossa meta é consumir de 100 a 200ml de líquidos do tipo 'isotónico' de 20 em 20 minutos.Depois da água é necessário comer hidratos de carbono. O excesso de gorduras acabam como gorduras armazenadas, por isso é de evitar comer muita carne.

Fonte: Equitação Especial

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PATOLOGIAS TESTICULARES

 

Degeneração testicular: é a destruição dos tecidos do testículo, causada principalmente por estresse, (mudança de ambiente, como o estresse causado por exposições, barulho excessivos, stress nutricional), mas também por medicamentos como: hormônios e corticóides, alimentação em excesso ou escasses. O animal apresenta libido, cobrem normalmente as fêmeas, porém estas começam a repetir cio, devido a não fertilização das mesmas, pela diminuição, mal formação ou ausência de espermatozóides.
No exame físico do testículo, ele deixa de ter consistência fibro-elástica, ficando flácido, e dependendo do grau da enfermidade, apresenta aspecto de esponja. A variação do grau de comprometimento, é proporcional ao tempo de cura (podendo ser meses ou até ano).


Levemente flácido: normalmente é devido a processos estressantes ou início de enfermidade, sendo a cura de fácil resolução.


Flácido: a cura é bem mais demorada.


Muito Flácido: processos crônicos e normalmente se perde o animal para reprodução. No espermograma, se observa um volume normal do ejaculado, no entanto, a porcentagem de espermatozoídes vivos é reduzido (quanto mais grave a degeneração, menor será a porcentagem de espermatozóides vivos); vigor diminuído e concentração normal (até um pouco diminuído).

Tratamento: primeiro, suprime-se a fonte causadora. Depois, fornecer Pró-Vitamina A, utilizando fontes como: feno de alfafa, abóbora, cenoura. Pode fornecer também de 30-50 mil UI (unidades internacionais) de vitamina A em pó. Ajustar a quantidade de ração fornecida, aumentar o fotoperiodo (baia com luz acesa, quando o animal for de baia). Aplicar 2 ml de GnRh, 1x/semana ,6-8 semanas.


Quanto mais grave o problema, maior o tempo de tratamento, realizando exames periódicos, até recuperação no espermograma.
· Não esquecer que o espermatozóide demora 60 dias para ser liberado, e o espermograma deverá cumprir este prazo.
· O ejaculado vai melhorando lentamente, reduzindo as alterações morfológicas.
· O indivíduo com degeneração do tipo flácido ou levemente flácido, tem cura total ou quase total.
· Se o animal for muito estressado, pode retornar o processo.
· O animal pode apresentar nos casos crônicos, um fibrosamento dos testículos e isso irá acarretar uma diminuição da circunferência escrotal. Se isso acontecer, deve-se eliminar o animal para a reprodução.
· Na fibrose o animal ira apresentar uma diminuição na concentração espermática.

Hipoplasia Testicular: Pode ser congênita ou adquirida , uni ou bilateral e, parcial ou total. Em animais normais, os dois testículos são praticamente do mesmo tamanho.
Os fatores externos que poderiam provocar a hipoplasia são: distúrbios hormonais, deficiências vitamínicas, toxinas, metais pesados (como cádmio) contidos em sal mineral, doenças ocorridas durante a vida intra-uterina e a subnutrição, principalmente no período púbere.

· Hipoplasia unilateral parcial: 1/3 do testículo está hipoplásico, isso corresponde uma diminuição de 1,5 à 2 cm menor que o outro.

· Hipoplasia bilateral parcial: os dois testículos estão diminuídos, acarretando em menor circunferência escrotal , ou seja, está com a média inferior ao da raça.

· Hipoplasia total unilateral: um testículo é extremamente menor que o normal.

· Hipoplasia total bilateral: os dois testículos são diminutos e o animal é estéril.

A mais grave é a unilateral parcial, pois não muito perceptível e o animal passa o problema aos filhos (quando a causa é hereditária).

Apesar das melhorias nas condições de manejo e nutrição, o uso de animais hipoplásicos para reprodução, pode estar contribuindo para disseminação do problema no Brasil, com uma incidência de cerca de 5%. Como há sempre a suspeita de origem hereditária, os animais devem ser afastados da reprodução.

Orquite - A inflamação do testículo é chamada de "orquite". É causada principalmente por traumatismo e agentes infecciosos.
Geralmente a infecção se inicia por via hematógena (pela corrente sangüínea) e, em alguns casos, através de feridas nos testículos. Os sinais clínicos são aumento de temperatura, sensibilidade à palpação e edema (inchaço) na fase aguda. Podem também ser notadas aderências com estruturas anexas e alteração da forma e consistência. O aumento de temperatura e a congestão, interferem na circulação, levando à isquemia (falta de sangue e consequentemente, oxigenação dos testículos), levando a degeneração testicular. A degeneração ocorre rapidamente porém, a recuperação, quando ocorre, é bastante lenta. O sêmen pode apresentar diminuição do número e motilidade dos espermatozóides.


O animal pode relutar em andar, recusa a cobertura e assume um andar tenso, principalmente nos casos de peritonite associada. O tratamento deve ser feito até o desaparecimento das células inflamatórias do sêmen. Em casos de orquite unilateral, pode-se optar por uma orquiectomia unilateral. A tetraciclina é um dos antibióticos de eleição.

Diagnóstico - A orquite, que também altera a consistência, pode provocar aderências, com evolução diferente das outras patologias testiculares. O espermograma é mais eficiente que a palpação para se obter o diagnóstico mais preciso; nas orquites iremos encontrar células de processo inflamatório.

Autor: Luiz Gustavo Alessi Aristides

terça-feira, 11 de outubro de 2011

SARCÓIDE EM EQUINOS

 

RESUMO
O sarcóide é uma neoplasia cutânea, fibroblástica, não metastática e localmente invasiva dos equídeos. As lesões neoplásicas podem ocorrer isoladas ou em grupos, sendo a região cervical, cabeça (periocular, pinas e comissura labial) e membros os locais de maior incidência. Os sarcóides eqüino podem se apresentar de diferentes formas macroscópicas e suas lesões tem sido classificadas em três tipos principais: verrucosa, fibroblástica e mista. Na forma verrucosa as lesões apresentam superfície seca, plana e córnea, podendo ser sésseis ou pedunculadas. O tipo fibroblástico apresenta lesões com aspectos variados, algumas como nódulos fibrosos bem circunscritos e recobertos com epiderme intacta e outras se apresentam em grandes massas ulceradas, muitas vezes recobertas por tecido  necrótico. O tipo misto é menos freqüente e é classificado como uma forma tumoral de transição. Um sarcóide verrucoso pode se transformar em fibroblástico em resposta a traumatismos ou a uma biópsia cirúrgica. O sarcóide eqüino é uma lesão que não tem predileção por idade, raça, sexo ou coloração da pelagem, ou seja, podendo afetar todos os eqüinos, de distribuição mundial, sendo relatado em vários países. 

1- INTRODUÇÃO
Sarcóides eqüino são tumores localmente agressivos, sendo este o tumor de pele mais comum dos eqüinos, podendo ocorrer em todos os eqüídeos, mulas e jumentos ( BRADFORD, 1994).

O sarcóide eqüino é uma lesão que não tem predileção por idade, raça, sexo ou coloração da pelagem, ou seja, podendo afetar todos os eqüinos, além disso sua distribuição é mundial, sendo relatado em vários países (AMORIN, 2007).


Comumente estes tumores acometem principalmente região de cabeça,
membros e abdômen ventral, sendo relatado que estes tumores ocorrem geralmente em locais onde ocorreram traumas previamente (BRADFORD, 1994).


Evidências apóiam a idéia que o sarcóide é causado por vírus, possivelmente um retrovírus ou um vírus  aparentado, ou idêntico ao papovavírus (papiloma bovino) (KNOTTENBELT e PASCOE, 1998).

Alguns sugerem sobre a possível herdabilidade genética para o sarcóide eqüino, sendo assim é possível que uma combinação de fatores como, exposição ao agente viral, traumatismo cutâneo e predisposição genética possam levar ao desenvolvimento do mesmo (AMORIN, 2007). 

Os sarcóides eqüino podem se apresentar de diferentes formas macroscópicas e suas lesões tem sido classificadas em três tipos principais: verrucosa, fibroblástica e mista. Na forma verrucosa as lesões  apresentam superfície seca, plana e córnea, podendo ser sésseis ou pedunculadas. O tipo  fibroblástico apresenta lesões com aspectos variados, algumas como nódulos fibrosos bem circunscritos e recobertos com epiderme intacta e outras se apresentam em grandes massas ulceradas, muitas vezes recobertas por tecido necrótico. O tipo misto é menos freqüente e é classificado como uma forma tumoral de transição. Um sarcóide verrucoso pode se transformar em fibroblástico em resposta a traumatismos ou a uma biópsia cirúrgica (NICHELE, 2007).

Os cortes histológicos apresentam áreas densamente celularizadas compostas por células fusiformes, irregularmente  dispostas e áreas menos densas onde predominam células neoplásicas com aspecto  estrelado, característico de sarcóide (NICHELE, 2007).

2-CONTEÚDO
A causa do surgimento do sarcóide eqüino ainda não é bem definida, sendo que alguns autores sugerem que pode ser devido uma causa viral, outros relatam sobre a possível relação com a papilomatose bovina e por fim alguns sugerem sobre a possível herdabilidade genética para o sarcóide eqüino, sendo assim é possível que uma combinação de fatores como, exposição ao agente viral, traumatismo cutâneo e predisposição genética possam levar ao desenvolvimento do mesmo (THOMASSIAN, 2005). 

Podem ocorrer em qualquer lugar do corpo, mas como já foi citado anteriormente têm predileção pela cabeça, membros e parte ventral do abdômen. São classificados como lesões verrucosas, esponjosas ( fibroblásticas ), ou combinações mistas. A lesão esponjosa se apresenta de forma nodular até grandes tumores com superfície alterada. Já o tipo verrucoso tem menos de 6 cm de diâmetro, podendo ser séssil, placóide ou pedunculado, podendo os sarcóides verrucosos se transformarem em esponjosos ( fibroblásticos) (KNOTTENBELT; PASCOE, 1998).


Os sarcóides eqüino podem ser confundidos com algumas outras lesões, dentre elas a botriomicose, infecções fúngicas subcutâneas ou profundas, habronemose cutânea, tecido de granulação exuberante e neoplasias como carcinomas epidermóides, papilomas, fibromas e neurofibromas. Isto tudo nos mostra a grande necessidade de um diagnóstico preciso e correto, sendo este realizado pelo Médico Veterinário. Além disso, muitas das vezes os sarcóides podem ser acometidos por infecções secundárias, complicando ainda mais o caso (AMORIN, 2007). 


Foram descritas várias formas de terapia, sendo que nenhuma delas se mostrou rotineiramente bem sucedida. Dentre as terapias podemos citar a Excisão cirúrgica, a Crioterapia que seria a destruição do tumor pela aplicação de frio extremo, a Radioterapia, e além de outras técnicas ainda sendo desenvolvidas em pesquisas (NICHELLE, 2007). 


3-CONCLUSÃO
Sarcóides em equino é proliferado por células neoplásicas com grande expansão formando um tecido de granulação exuberante, dependendo da microscopia esta patologia pode ser ocasionada em exposição ao agente viral, traumatismo cutâneo e predisposição genética.

Podendo apresentar varias foras macroscópicas: verrucosa, fibroblástica e mista, estas formas também podem ser confundidas com outros tipos de tumores.

O local de maior ocorrência é na cabeça, membros e parte ventral do abdômem, podendo também ocorrer no corpo todo.

A cura do Sarcóide pode ser através de cirúrgias, radioterapia, crioterapia e outras técnicas ainda estão sendo desenvolvidas.

Fonte: Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Ano VI – Número 10 – Janeiro de 2008 – Periódicos Semestral

Autores: CARNEIRO, Luiz Felipe; SCARMELOTO, Ricardo Luís; ALHER Jr, Carlos Alberto.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Transição das Embocaduras

 

A sequencia correta das transições de embocaduras depende do grau de severidade da ação.

O primeiro estagio é a embocadura de ação  branda, seguindo-se a de ação moderada e a de ação severa. Assim, em um mesmo modelo de bridão ou freio, podem ser usados três variáveis diferentes. Pelo Método LSA de adestramento, desenvolvido por esse autor, as transições de embocaduras são facilitadas, porque o animal é previamente adestrado sem embocadura, completando a fase inicial do adestramento básico.

Em adição, para cada nova introdução de embocadura é obedecido um periodo de adaptação da boca, antes que o treinador acione as rédeas – durante meio período de dois dias, o cavalo mastiga seus alimentos com a nova embocadura na boca. Se o primeiro bridão foi de ação moderada, a transição para o freio poderá ser para um de ação também moderada. Esta é a sequência mais agil do uso de embocaduras e a que geralmente trará resultados positivos. Outra alternativa muito utilizada é iniciar com o bridão de ação branda, sendo que a transição deverá ser para um bridão moderado, deste para um freio brando e, finalmente, para um freio moderado.

As embocaduras de ação severa são indicadas somente para cavalos que se destinam a competições radicais, que exigem muito do cavalo em termos de maneabilidade, velocidade, precisão no esbarro.

A escolha da embocadura e a decisão das transições são determinadas por alguns fatores:

- O primeiro é o estágio do adestramento. O bridão é embocadura de principiantes, indicada para a fase de adestramento básico. Para a fase de adestramento avançado, ou somente dentro dessa fase, acontecem uma ou mais transições de embocaduras;

- O segundo fator decisivo é a morfologia e integridade das partes da boca que funcionam como pontos de controle da ação da embocadura. A sub-avaliação desse fator é a principal causa de rejeição a embocadura;

- O terceiro fator refere-se ao ao tipo de treinamento - para passeio e cavalgadas, provas de maneabilidade, corridas, salto, etc.;

- O quarto fator influenciando a escolha da embocadura é o grau de equitação. Para cavaleiros/amazonas principiantes recomenda-se o bridão, por ser embocadura de ação direta de rédeas – utiliza-se a chamada “rédea de abertura”, porque abre-se uma mão para virar e alivia a rédea oposta;

- Outro fator de importância refere-se ao grau de experiências anteriores em adestramento e treinamento. Pessoas de apurada sensibilidade e controle pleno dos comandos principais da equitação podem fazer de um freio severo um freio brando.

- A idade do cavalo também deve ser levada em conta. Cavalos maduros geralmente exigem embocaduras de ação moderada ou severa, devido à maior rigidez da musculatura de pescoço e nuca.

A sutileza é que o cavalo geralmente pede a transição de embocadura, através da resistência. Muitos indagam porque um cavalo não pode permanecer na embocadura inicial, o bridão. A resposta é que essa embocadura exerce pouca atuação sobre a flexão da nuca. Também exerce pressão desconfortável sobre a lingua, barras e comissuras labiais, causando a elevação da cabeça, uma postura adiante da ação do bridão, como forma de amenizar o incômodo da pressão. Dentro de pouco tempo, à medida em que a velocidade dos andamentos é aumentada, o cavalo passa a trabalhar apoiado nas rédeas, o que deve ser entendido como um sinal de resistência, uma solicitação de troca para embocadura mais confortável.

Outra indagação usual: Por que não se pode iniciar o cavalo na embocadura definitiva, o freio? Porque o freio atua simultaneamente sobre pontos multiplos de controle – todos aqueles que o bridão atua mais o palato e o queixo. Especialmente devido ao efeito alavanca, que exerce forte pressão do bocal sobre o palato e da barbela sobre o queixo, o cavalo precisa ser previamente preparado, tanto na aceitação da boca pelo bocal menos severo – o articulado, típico dos bridões, como também na flexão lateral do pescoço pela ação das rédeas diretas ( mais fácil para o cavalo e mais eficiente para o cavaleiro ). Além do mais, a flexão vertical, da nuca, a mais difícil, ja terá sido iniciada no adestramento sem embocadura. Assim, o bridão deve ser entendido apenas como uma embocadura de transição para o freio.

E o cavalo pronto no freio, pode retornar ao bridão? Sim, sem nenhum problema, especialmente nos casos de atividades amenas, como os passeios e cavalgadas, ou quando são montados por pessoas de pouca experiência em equitação. A dificuldade em comandar rédeas pela ação indireta, como no caso do uso do freio, é bem maior.

Uma embocadura chamada de transição é o freio/bridão. O bocal é articulado, atuando como um bridão, pressionando as comissuras labiais. O bocal não se prende aos olhais, mas sim às hastes, típicas de freio, exercendo o efeito alavanca. Mas o efeito alavanca não atua sobre o palato, porque o bocal não é curvo. As alavancas atuam sobre a pressão da barbela no queixo. Assim, um freio/bridão atua sobre pontos de controle da boca - comissuras labiais, baras e lingua, e sobre o queixo. Somente em alguns casos recomenda-se o uso dessa embocadura, na transição do bridão para o freio. Sua ação de efeitos duplos tende a melhorar a flexão da nuca. Mas em mãos brutas, ou inexperientes, essa embocadura faz estragos graves. O excesso de pressão da barbela no queixo tanto poderá encapotar o animal, como também manter a cabeça muito elevada, não corrigindo em nada a ação elevatória do bridão. O freio sim, esse exerce ação principal de baixar a cabeça do animal, de estimular a flexão da nuca.

Para finalizar, duas ressalvas: sempre que necessária, a transição será naturalmente solicitada pelo cavalo, na forma de resistência. Errado é persistir com a mesma embocadura. Contudo, um cavalo que resiste à ação da embocadura não necessariamente pede embocadura mais severa. Pode ser o contrario.

Lúcio Sérgio de Andrade

Fonte: Blog Equitação Especial

sábado, 1 de outubro de 2011

É Hoje! Leilão em Lagoa Dourada!

Prezados Criadores, Companheiros e Amigos,

Com a maior satisfação venho novamente convidar para este nosso 2º leilão especial, a se realizar no próximo dia 1º de outubro de 2011 (sábado), a partir das14:00h, no Haras “Rancho Dourado”, em Lagoa Dourada/MG - “Berço da Raça Pêga”.


Serão ofertados um seleto grupo de 50 animais marchadores, entre Jumentos, Muares e Cavalos Pampa, destacando-se reprodutores, matrizes e produtos jovens, de rara beleza, excelente qualidade e alto padrão genético, descendentes diretos de grandes campeões e consagrados raçadores, oriundos dos mais renomados e tradicionais criatórios do país.
Destaco que este evento vem sendo mais uma vez aguardado com grande expectativa como marco de um dos grandes acontecimentos anuais do gênero, reunindo num ambiente de muita confraternização e alegria, criadores, companheiros e amigos, amantes destes animais, de todo país e exterior.


Com certeza, uma oportunidade imperdível para a realização de grandes negócios!


Transmissção em tempo real pela internet através do site: www.businessleiloes.com.br