Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Personalidade Histórica


Padre Antônio Vieira - RRPP para salvar o Jumento da morte *
Sebastião Breguêz / Turgay Amac

Plus potest negare asinus quam provare philosophus
Um jumento vivo é melhor que um filósofo morto

O jumento, um animal bíblico que desde a Antigüidade, tem servido ao homem no transporte de cargas e passageiros, estava prestes a desaparecer do Brasil. Ele foi exterminado maciçamente no Nordeste brasileiro, que é uma região desértica e de muita pobreza, pelos grandes frigoríficos que utilizam sua carne para fazer salsicha e enlatados. Mas um trabalho inteligente de Comunicação, feito pelo padre Antônio Vieira, de Fortaleza (CE), evitou que o animal foi extinto no país.

A população de jumentos, no Nordeste brasileiro, era de 17 milhões em 1964, passou para oito milhões em 1977, diminuiu para dois milhões em 1981 e agora está perto de um milhão.

A idade de vida de um jumento no Brasil é de 15 anos, pois é utilizado em trabalhos penosos, com alimentação inadequada, que esgotam suas energias vitais, enquanto que, em outros paises como a Espanha, a Itália e o Egito, o jerigo chega a viver de 30 a 40 anos. O padre organizou um movimento de defesa do animal e lançou o livro "O JUMENTO, NOSSO IRMÃO" para chamar a atenção das autoridades. O livro, em quatro volumes, foi saudado pela BBC de Londres como "o mais completo estudo até agora publicado sobre o jumento" e foi traduzido para o inglês por William Teasdale, presidente da ong internacional SPANA que luta contra crueldades contra os animais, e publicado em Nova Iorque.

Com isto, o padre podia conscientizar as pessoas da importância do jegue e consegiu criar um movimento cultural ao nível do Brasil, conhecido como "o ciclo do jumento". Surgiram as músicas, literatura de cordel ( um tipo de literatura popular muito usada pelas camadas pobres do Nordeste, mas de grande expressão literária), farto material na imprensa, poesias, estudos sociólogos e econômicos e até mesmo de zootecnia. Além de motivações variadas de artesanato, seriados de TV e até de festas folclóricas. No Ceará, o jumento é homenageado cada ano com um dia especial! O ponto culminante foi a criação do CLUBE MUNDIAL DO JUMENTO, reunindo jornalistas, professores universitários, intelectuais e cantores de renome, como o Luiz Gonzaga que dedicou uma canção inteira ao padre e jumento.

Com todo este movimento, as autoridades brasileiras acionaram os Serviços de Defesa Sanitária para impedir a matança indiscriminada do amimal pelos grandes frigoríficos. Só estão permitindo a utilização de jumentos inválidos. Mas a brutalidade continua, a população de jumentos está diminuindo a cada dia. Chega-se até quebrar as pernas do animal para mostrar ao fiscal do governo que o jumento é inválido...

Graças ao Padre Vieira, o jumento hoje é mais respeitado e ganhou até legislação trabalhista. Ele é talvez o único animal do mundo a ter horário definido por lei ! No Nordeste, em geral, o jegue não pode carregar cargas depois de 18 horas, ou seja, é proibido utilizar o animal para trabalhos noturnos. Também não pode trabalhar aos sábados depois de meio-dia. Se o proprietário infringe a lei, toma multa e pode ser até preso.

O padre oferece cursos sobre o jumento que terminam em exames para obter um certificado. A entrega solene do diploma é acompanhado com as palavras: " Até ontem Vôce foi um BURRO, mas a partir de hoje será um JUMENTO " Afinal, o jumento é um dos símbolos fundamentais da cultura nordestina, o mesmo que o camelo é para o beduíno de deserto. A trabalho do Padre Vieira culminou com a criação do MUSEU DO JUMENTO, em Messejana, nos arredores de Fortaleza, onde ele mora. Já terminou o predio e está planejando organizar todo o acervo que tem sobre o jumento, como fotografias e artesanato , além de uma biblioteca especial com livros de todo o mundo. Claro é que o livro *Platero y Yo* não falta.

O Padre Antônio Vieira foi indicado por dezenas de intelectuais para o Prêmio Nobel de Paz em 1997, e festejou recentemente os seus 80 anos anos. PARABÉNS !!!

POR GENTILEZA, se Você também quiser *parabenizar* o padre ou enviar artigo, imagem, miniatura do jumento ou obra de artesanato para *enriquecer* o MUSEU do JUMENTO, ou mesmo tornar-se membro do Clube Mundial do Jumento, receber o Diploma do Jumento, ou simplesmente fazer uma doação, favor escrever diretamente ao Padre Antônio Vieira Rua Maximinio Barreto, 326 Caixa Postal 4515 60864-720 Messejana-CE BRASIL
Fone: (0055) 85 274 1873

Sobre os livros de padre: VIEIRA, Antônio, Pe.: "O JUMENTO, NOSSO IRMÃO", 3a. ed. revista e melhorada. Fortaleza - Editora Gráfica BNB, 1992 Vol 1: História Vol 2: Sociologia Vol 3: Economia Vol 4: Folclore

Fonte:  Jornal Brasileiro das Relações Públicas, Setembro /1999

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