Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

segunda-feira, 14 de março de 2011

ASPECTOS RELACIONADOS COM A CAMA UTILIZADA PELOS EQÜINOS ESTABULADOS...

 

CUIDADOS E DESTINO FINAL

     Os eqüinos não costumam deitar com freqüência, porém alguns experimentos científicos que observam o comportamento dos eqüinos relatam que principalmente cavalos submetidos a atividade física durante o dia podem durante a noite deitar entre trinta a cinqüenta minutos interruptamente, e ao deitar é necessário que eles disponham de uma cama adequada.

      Outro fato a considerar é que os animais que permanecem a maior parte do tempo estabulados, necessitam de conforto e de um piso sem depressões e neste caso, a utilização de uma boa cama evita problemas de aprumo ou de má postura, devido ao piso em que permanecem.

      A cama é um substrato de material absorvente que se coloca sobre o piso do estabulo para dar maior conforto e higiene aos animais alojados. Realmente o animal pode descansar sobre ela tanto em pé como deitado. Dentre as possíveis alternativas de cama existentes traremos um enfoque geral sobre problemas e cuidados a serem tomados com a cama.

      Uma boa cama deve ser macia e confortável, seca e plana e com boas propriedades absorventes, evitando o mau cheiro pela decomposição da urina e das fezes, assim como não deva desprender pó ou qualquer outras substâncias irritantes ou alérgicas. Também não deve ser úmida, pois o excesso de umidade pode levar aos problemas de cascos como apodrecimento da ranilha e amolecimento dos cascos. A cama permite também nivelar melhor o chão, de maneira que o animal não se canse nem adquira desvios de aprumos. Recomendasse uma altura mínima de cama em torno vinte a vinte cinco centímetros, desta forma a cama possibilitara um melhor conforto a animal, respeitando o bem estar do mesmo.

      Em quase toda parte, a consideração econômica, aliada à disponibilidade de material e fatores regionais como clima continuam sendo os fatores mais importantes na escolha do tipo de cama.

      A maravalha é o tipo de cama mais comumente encontrado nas hípicas, especialmente no Sul e Sudeste do país. São necessários de vinte a trinta sacos de maravalha para fazer uma cama do inicio e a velocidade de consumo, e a necessidade de reposição, varia de animal para animal. Alguns cavalos, especialmente aqueles mantidos estabulados boa parte do tempo e aos quais é necessário o fornecimento de uma quantidade menor de feno podem desenvolver o habito de ingerir quantidades de maravalha, mesmo que em quantidades pequenas é extremamente prejudicial ao animal, pois causam lesões ao longo do trato digestório. Outro problema que leva ao maior consumo (gasto) de cama é o fato que alguns cavalos urinam em grande quantidades, e outros por apresentar se inquietos ao longo do dia acabam por espalharem esterco por toda a cocheira.

      Tudo isso influi no gasto de maravalha assim como de outros tipos de cama, mas outro fator nada desprezível é o capricho do tratador ou do responsável pela limpeza diária da cama. É preferível que toda a cama seja revirada diariamente, retirando tanto as fezes quanto todos os focos de umidade, mas alguns tratadores se limitam à limpeza superficial, fazendo com que a umidade se espalhe cada vez mais, acabando por exigir a troca de toda a cama em poucos dias.

      Um cuidado deve ser tomado quanto a alternativa da maravalha por pó de serragem, em alguns lugares ou durante algumas épocas do ano, não é possível conseguir serragem em flocos, quando passa a ser uma alternativa. Embora ele seja até mais macio que a serragem, e igualmente absorvente, ele tem o inconveniente de irritar as vias respiratórias, especialmente em cavalos alérgicos. Ele também costuma ser mais úmido do que a maravalha devido ao processo de obtenção do mesmo. Mesmo assim, na falta de alternativas pode ser utilizado, tomando-se cuidados especiais com o seu manejo (limpeza e troca freqüentes). Cavalos com problemas respiratórios tais como enfisema ou alergias não devem ser colocados em cama de pó de serragem, pois os sintomas podem se agravar.

      Em algumas regiões, a palha do grão de arroz é disponível em grande quantidade, e praticamente gratuita. As "casquinhas" de arroz formam uma cama muito seca e absorvente e, no entanto recomendasse evitar o uso deste material para cama de eqüinos, especialmente por períodos prolongados. A razão é a elevada abrasividade destas cascas, devido ao seu conteúdo de sílica; ao serem ingeridas pelos animais, elas provocam irritações (lesões) das mucosas de estômago e intestino, que podem levar a gastrites e úlceras.

      De forma geral devem ser evitadas todo e qualquer tipo de cama com possibilidade de ingestão pelos animais, devido aos motivos já comentados e com a possibilidade de contaminação com endoparasitos.

      O bagaço de cana apresenta os problemas semelhantes àqueles da palha de arroz, e também os motivos de sua utilização residem na sua fácil disponibilidade e em seu baixo custo. Entretanto, este material também é sujeito a causar cólicas, seja pela sua fermentação ou contaminação, seja pela capacidade física de causar impactação cecal. Cavalos que ficam estabulados em bagaço de cana, especialmente se não estiverem habituados ao mesmo, devem receber volumoso à vontade em grandes quantidades, evitando que adquiram apetite pelo bagaço.

      Em diversas partes do país, o uso de areia é muito comum. Ainda que ela possa a primeira vista parecer um material ideal, é necessário atentar para a existência e possibilidade de cólicas de areia no cavalo, que acontecem em terras de solo arenoso, quando o cavalo acaba ingerindo areia ao se alimentar. A areia se deposita, por gravidade, nas partes inferiores do intestino, de onde não é deslocada pelo movimento intestinal comum, podendo causar dores crônicas e absorção intestinal torna se insuficiente. Deve-se ter um cuidado especial com cavalos estabulados em areia, evitando que eles não recebam feno e capim direto do chão (uso de rede ou fenil), e também que não comam ração do chão. Porém é muito difícil que após o termino do alimento o animal não irá procurar alimentos que tenham caído e desta forma, estará ingerindo alguma quantidade de areia, assim recomendasse ao não uso deste tipo de cama.

      Dentre os cuidados com cama é recomendável examinar a cama do seu animal duas vezes ao dia no mínimo, preferencialmente de manhã e a tarde. Use o garfo para retirar o esterco e todas as partes da cama molhada pela urina. Coloque tudo em carriola, que posteriormente deve ser levada para uma esterqueira onde devem ser jogados estes restos. A esterqueira é uma boa alternativa de reciclagem de nutrientes e deve ser localizada longe das baias para não atrair moscas e evitar a transmissão de doenças. Isto também evita que o odor se propague e deixe as cocheiras com um aspecto ruim tanto para você quanto para o animal, considerando que o cheiro da urina misturada com a serragem é ácido e desagradável.

      Outro cuidado importante deve ser quanto ao pós uso da cama, nas atividades ligadas ao cavalo, seja em centros de treinamentos, lazer ou reprodutivos, temos como principal subproduto, os resíduos oriundos da estabulação (cama, fezes e urina). Estes representam um importante composto orgânico que deve ser adequadamente manejado antes de ser introduzido ao meio ambiente. Fazendo-se uma rápida reflexão, verificamos que este subproduto, na maioria das vezes, não recebe a atenção que deveria, sendo normalmente depositado a campo ou em instalações que servem simplesmente de depósito diário ou até a sua retirada.

      Em contrapartida, perda de rendimento dos animais pelo estresse a que são submetidos, além de outras questões relacionadas à saúde pública, oriundas da proliferação demasiada das moscas e insetos, que geram um grande desconforto pela presença nas baias, corredores, casas e demais instalações internas. Essa situação se agrava nas regiões ou épocas de clima quente e úmido, condições ideais para o desenvolvimento das moscas, que utilizam o resíduo animal como substrato básico de postura e desenvolvimento da fase larval do ciclo evolutivo. Estes problemas como outros relacionados a formação de parasitas gastrintestinais além do mal cheiro podem ser evitados com a pratica de compostagem de resíduos.

      A interação do esterco com a cama é importante para que haja no composto uma estrutura física e química adequada, permitindo um bom processo de decomposição que pode ser aeróbico ou anaeróbico, dependendo da presença ou não de oxigênio. Em ambos os cascos ocorrem a decomposição dos hidratos de carbono e das proteínas.

      Do processo anaeróbico resultam alterações de temperatura e pH que são fundamentais para o controle sanitário do resíduo. Com isto, consegue-se expor o resíduo recolhido a uma alta variação de temperatura juntamente com a alteração do pH, irá inviabilizar os ovos e larvas dos parasitos em questão.

Texto por: Leonir Bueno Ribeiro e Paula Konieczniak

Fonte: http://www.cavaloscrioulos.com.br/

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