Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Tratamento do Jumento

 

Apesar deste animal ser originário de regiões semi-desérticas e de se adaptar a viver sob as mais diversas condições, climas, tipos de relevo e habitats, ele não dispensa de alguns cuidados básicos que devem ser levados em conta. Também não se deve esquecer que o jumento é um animal gregário, e não deve ser mantido sozinho, sendo sempre preferível manter pelo menos dois jumentos juntos. Caso não seja possível, poderá ser mantido com um animal de outra espécie (cavalo, cabra, ovelha, entre outros).

Alojamento

A fim de proporcionar as condições de alojamento essenciais à garantia da qualidade de vida destes animais, deve-se utilizar um sistema de estabulação parcial, que compreende uma zona coberta (estábulo ou abrigo) com acesso a um espaço aberto devidamente vedado.

A zona coberta deve ser bem arejada, mas também proteger o animal de correntes de ar e da chuva. O estábulo ou abrigo deve ser regularmente limpo de estrume acumulado, um fator importante para a manutenção de um ambiente higiénico e preventivo de doenças. Não esquecer o pavimento, que não deve ser escorregadio, e deve ter uma área coberta de palha para os animais se deitarem.

Em contrapartida, o estábulo ou abrigo deve ainda obedecer a outros requisitos, nomeadamente a instalação de manjedouras colocadas à altura indicada (cerca de 1 metro do solo), limpas com regularidade de pó, sujeira e restos de comida, e o fornecimento de água fresca e limpa durante todo o dia, recomendando-se para isso os bebedouros automáticos e uma pedra de sal, fonte natural de sais minerais essenciais.

Em condições ideais, o estábulo deve ter acesso direto e estar aberto para uma área aberta ou cercado, protegida por cercas fortes e seguras, excluindo-se o arame farpado pelos perigos que apresenta (recomenda-se cerca elétrica). A área deve ser suficientemente ampla para os animais se exercitarem livremente e espojarem.   

Alimentação

Uma boa alimentação deve ser rica em nutrientes, vitaminas, sais minerais e fibra. Contudo, o regime de alimentação a ser adotado deverá ser adaptado a cada animal, em função da idade, do peso e da condição (caso das fêmeas gestantes e dos animais muito jovens), ao que se recomenda procurar a orientação do veterinário.

Como regra geral, a alimentação de um jumento deve ser abundante e variada, composta por feno ou palha de boa qualidade (fonte natural de fibra), disponível todo o dia, ração própria para equinos (levando em conta as considerações acima enunciadas), pasto caso possível ou frescos (fonte natural de vitaminas e importante para o correto funcionamento intestinal), caso das cenouras, nabos ou maçãs (em moderação). Em especial no Inverno, recomenda-se a adição de óleo vegetal em pequenas quantidades à ração.

As refeições devem ser administradas em horarios regulares, de preferência 2 a 3 vezes por dia.

Note que, contrária à crença generalizada, o pasto por si só não é uma fonte de alimentação suficiente, devendo ser complementado por feno e ração.

Em casos especiais (fêmeas gestantes ou lactantes, potros, convalescentes ou jumentos muito idosos), a alimentação terá ainda de ser suplementada por compostos vitamínicos apropriados aos casos referidos.

Higiene

Os cuidados de higiene dados aos jumentos com regularidade são importantes e apresentam diversas funções. Escovar o jumento simula um ato social típico dos grupos de equídeos, em que os laços afetivos entre o animal e o seu tratador são aprofundados. Em contra-partida, as tarefas de limpeza do animal facilitam a detecção de eventuais problemas em fase inicial, permitindo que se tome uma ação imediata. Finalmente, a rotina higiénica do animal é a base de uma vida saudável.

Os principais cuidados de higiene do jumento são a escovação do pêlo, a limpeza dos olhos e dos cascos.

O pêlo dos animais deve, por rotina, ser escovado a uma frequência semanal; no caso dos jumentos criados ao ar livre não se recomenda que esta operação seja executada mais vezes, sob o risco de retirar do pêlo do animal os óleos naturais de protecção aos agentes climatéricos. Ao se escovar o jumento, deve-se seguir a direção do pêlo, começando no pescoço e descendo para a traseira.

Ao se escovar o jumento, recomenda-se, pela ordem descrita, o emprego de uma rasqueadeira em movimentos circulares para soltar a sujeira, seguida da escova em movimentos descendentes para limpar os pêlos soltos. A cabeça deve ser escovada apenas com uma pequena escova macia. Estas escovas são fáceis de obter em qualquer loja de artigos equestres.

No caso dos jumentos idosos, por vezes o saco lacrimal fica obstruído, causado descargas de substâncias líquidas ("ramelas"). A sua limpeza é simples, bastando limpar à volta dos olhos com um algodão embebido em soro fisiológico ou água de rosas, um gesto que deverá fazer parte do programa de higiene do animal.

Por fim, a limpeza de cascos é muito importante para a remoção de sujeiras e estrume acumulados ou ainda de alguma pedra. Esta operação é vital à manutenção do casco saudável, funcionando como um complemento à aparação, pois permite detectar irregularidades como infecções ou até abcessos.

Aparação de cascos

Tal como em outros equídeos, o bem-estar do jumento estende-se à manutenção dos seus cascos. Antigamente, os jumentos, quando eram animais de tração, ao trabalharem exaustivamente desgastavam os cascos, o que levava a que muitos fossem até ferrados. Todavia, hoje, com o abandono da agricultura tradicional, o uso do jumento foi sendo alterado, tornando-se primordialmente um animal de companhia, de lazer ou usado em trabalhos mais leves.

Por estas razões, os cascos do jumento já não justificam a colocação de ferraduras, se bem que continuam a requerer cuidados apropriados, a fim de salvaguardar o bem-estar do animal e a sua mobilidade.

Assim, os cascos devem ser observados e aparados regularmente por um profissional especializado no trato destes animais, de preferência de 2 em 2 meses, se bem que em certos casos a periodicidade desta operação poderá ser diferente.

Deve-se advertir, que existem graves consequências para o animal quando a aparação é executada por pessoas não especializadas. O mesmo se aplica ao desleixo com estes cuidados básicos. Por exemplo, 90% dos jumentos que chegam ao Abrigo do Jumento, apresentam problemas nos cascos, alguns irreversíveis e crônicos, fruto de aparações deficientes ao longo dos anos ou de negligência dos antigos proprietários.

Cuidados veterinários

A saúde e bem-estar do jumento depende das boas condições em que são mantidos, da alimentação adequada e dos cuidados veterinários.

Os cuidados veterinários são de dois tipos: os regulares, essenciais a um animal saudável e de carácter preventivo ou correctivo, e os pontuais, quando o animal manifesta sintomas de doença.

No quadro dos cuidados regulares encontram-se as vacinas anuais contra à gripe equina e ao tétano, que deverão ser administradas pelo veterinário. Ao mesmo tempo, o animal deve ser vermifugado por via oral, com medicamento apropriado de 3 em 3 meses, devendo haver o cuidado de alternar vermifugos de largo espectro com outros mais específicos.

Um outro cuidado regular, e que se aplica sobretudo aos animais mais velhos, é a inspeção anual dos dentes, que deverá ser conduzida pelo médico-veterinário, e da qual podem resultar tratamentos dentários, tais como limar as pontas, as extrações ou corte de extremidades entre outros. Em alguns casos (jumentos idosos ou animais com problemas odontológicos) chegam a ser necessárias mais intervenções por ano.

No âmbito dos cuidados pontuais, aos primeiros sinais de doença, o médico-veterinário deve ser chamado sem demora. A título de exemplo, destacam-se as dermatites, normalmente sazonais, e que ocorrem com maior frequência nas mudanças de estação (Inverno/Primavera ou Verão/Outono), as pneumonias, mais frequentes no Inverno, e as cólicas que podem acontecer durante todo o ano (podem ter causas várias, mas as mais comuns derivam de mudanças bruscas na alimentação).

Texto modificado. Fonte: Burricadas

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