Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Controle integrado de moscas e ratos em centros equestres

 

     Na Eqüideocultura moderna, busca-se a excelência em qualidade de animais, desempenho, nutrição e sanidade; porém muitas das vezes ocorrem falhas ou baixas de desempenho dos animais por manejos errôneos ou detalhes básicos, desta forma, o objetivo do presente artigo é trazer algumas considerações básicas sobre o controle e prevenção de infestação de moscas e ratos em instalações eqüestres.

     A presença de moscas nas proximidades e no interior das instalações de eqüinos causa desconforto aos animais, podendo diminuir o desempenho dos mesmos pelo estresse acumulado e movimentação excessiva (gasto de energia), assim como pelas possíveis doenças as quais podem ser transmitidas pelas moscas. As moscas são vetores de algumas doenças que podem ser transmitas aos cavalos e humanos, o que as tornam um problema sanitário. Os ratos da mesma forma oferecem riscos à saúde por transmissão de doenças, tanto as pessoas envolvidas na produção dos cavalos, como aos próprios cavalos que estejam em contato com ambientes com presença de ratos, além dos estragos que causam, na estocagem dos alimentos, nas contaminações de embalagens, produtos e ambientes.

     Em geral, as moscas possuem um curto período de vida (de 25 a 45 dias, dependente da espécie), no qual, reproduzem-se rapidamente fazendo seis a oito posturas, de 100 a 150 ovos. A eclosão dos ovos ocorre em menos de 24 horas, as larvas permanecem agrupada no material orgânico onde foram depositadas, alimentando-se ativamente até o desenvolvimento adulto, que pode ocorre em 5 a 12 dias, sendo que, quanto melhor as condições (temperatura, umidade e alimento), mais rápido ocorrerão o ciclo de vida das moscas (Ovo - Larva - Pupa - Adulto).

     A presença e proliferação de ratos em centros eqüestres, assim como em outras áreas da produção animal, estão ligadas a diversos fatores, como; condições inadequadas de higiene ambiental; condições favoráveis de abrigo e alimentos em abundância.

     Assim, sugere-se para o controle de ambos (moscas e ratos) um Manejo Integrado (prevenção, eliminação e medidas corretivas), no qual compreende um conjunto de ações e fases distintas: inspeção, identificação, medidas corretivas e preventivas, avaliação e monitoramento.

     Inicialmente a área problema deve ser examinada em busca de informações sobre a situação, tais como: o tipo de ambiente (dentro ou fora das instalações), o que está facilitando a instalação e proliferação de pragas (moscas e ratos); a utilização do ambiente (forma, freqüência, fins, horários de uso) e a busca de focos (concentração, dispersão), posteriormente; a identificação das espécies infestantes, pois se obtêm uma série de informações sobre sua biologia, hábitos e habilidades, facilitando o planejamento das ações de combate.

     Medidas preventivas e corretivas é o conjunto de medidas adotadas no meio ambiente que visam impedir e/ou dificultar a implantação e expansão de novas infestações. Algumas dessas medidas são corretivas do meio ambiente e visam à retirada de certas condições que estão facilitando a proliferação de moscas e roedores. Entre elas, um manejo adequado do lixo produzido e/ou material considerado entulho, sendo o lixo acondicionado em latões tampados e/ ou sacos plásticos até o destino final, que por sua vez deve ocorrer em menor tempo possível, e evitando-se acumulo de lixo por longos períodos.

     A troca total ou parcial da cama deve ser realizada no intuito de evitar acumulo, principalmente de fezes e urina. Manter as camas secas e limpas, com trocas e reposição periódicas do material pode auxiliar na diminuição do número e grau de infestação de moscas. Como principal subproduto, os resíduos oriundos da estabulação (cama, fezes e urina), representa-se um importante composto orgânico que deve ser adequadamente manejado antes de ser introduzido ao meio ambiente. Fazendo-se uma rápida reflexão, verificamos em muitos lugares, que este subproduto, na maioria das vezes, não recebe a atenção que deveria, sendo normalmente depositado a campo (céu aberto) e/ou em instalações que servem simplesmente de depósito temporário, desta forma realizando acumulo de material orgânico e facilitando o surgimento de insetos, principalmente as moscas.

     Problemas como surgimento de insetos, moscas e formação de parasitas gastrintestinais além do mau cheiro, podem ser evitados com a prática de compostagem de resíduos (controle mecânico), além de produzir um material que poderá ser usado como posterior adubo de boa qualidade. A interação do resíduo (cama, fezes e urina) é importante para que haja no composto uma estrutura física e química adequada, permitindo um bom processo de decomposição que pode ser aeróbico ou anaeróbico.

     Reparo de danos estruturais nas instalações, a remoção de entulhos e materiais inservíveis que possam estar servindo de abrigo e/ou via de acesso aos roedores; assim como manter baixa a vegetação nas proximidades das instalações; canalização de córregos e/ou calhas, são medidas que dificulta a instalação de ratos.

     Um outro conjunto de medidas, de caráter preventivo, pode ser usado como a construção de obstáculos impedindo a penetração ativa dos roedores; com aplicação de defesas nas estruturas de sustentação (pilotis, vigamento do telhado). Criação de barreiras físicas nas galerias subterrâneas de água, esgotos e águas pluviais (ralos metálicos chumbados e/ou grade permanente), telas metálicas (6 mm) vedando os respiradouros (especialmente dos porões). Como os ratos são onívoros (alimentam-se de todo tipo de alimento), porém demonstram preferência pelo consumo de grãos e cereais, deve-se haver um cuidado com as embalagens contendo rações, as mesmas devem ser dispostas de tal forma a manter uma distância razoável do solo e de paredes.

     No entanto, a derradeira fase de um manejo integrado voltado para moscas e roedores é a avaliação dos resultados com um acompanhamento posterior. Inspeções periódicas da área devem ser realizadas a fim de identificar os sinais clássicos da presença de focos de origem de moscas e presença de roedores (materiais roídos, trilhas, manchas de gordura, fezes).

     Como considerações finais, é importante ter em mente o ciclo e as condições necessárias para o surgimento de moscas; e o controle dos focos de surgimento das mesmas, além disso o manejo integrado é o método mais eficaz para atingir-se níveis de controle e até a erradicação de uma infestação, porque combate em três frentes ao mesmo tempo (prevenção, eliminação e medidas corretivas). Contudo, como todo método, não é infalível e é fortemente dependente da ação de seus executores.

Autor: Leonir Bueno Ribeiro

Fonte: http://www.cavaloscrioulos.com.br/

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