Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Carrapatos

Previna-se na sua cavalgada

Aproveitar a natureza, passear pelos campos e montanhas, visitando fazendas ou parques florestais no lombo de um animal é sempre muito agradável. Mas devemos ter cuidados especiais antes de iniciar um passeio.

Devemos verificar se o animal está devidamente selado e com arreamentos adequados e confiáveis. Conhecer bem o trajeto ou ter um guia que conheça bem o roteiro para evitar surpresas desagradáveis.

Os cavaleiros devem estar trajados com calças compridas e botas que sejam confortáveis caso tenham que caminhar em algum trajeto.

Nesta época do ano ocorre alta infestação de carrapatos em algumas áreas rurais, ou parques próximos às áreas urbanas. E os carrapatos são importantes transmissores de doenças para os animais e para o homem.
A espécie de carrapato que parasita os animais que é de importância para o homem é o Amblyomma cajennense, conhecido como: carrapato de cavalo, rodoleiro, carrapato estrela ou micuim em sua fase jovem.

Ele é responsável pela transmissão da Febre Maculosa. Que é uma doença de difícil diagnóstico, mas que pode ser facilmente combatida se tratada rapidamente com antibióticos. Felizmente sua ocorrência é muito baixa. Os Estados Brasileiros com casos descritos são: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

O agente da doença é uma Ricketsia, pequena bactéria que parasita células e é transmitida por artrópodes. Para que ocorra a transmissão da doença é necessário que o carrapato fique aderido à pele do homem por um tempo mínimo de quatro horas. Portanto, uma medida preventiva é vistoriar o corpo a cada duas à três horas, quando estivermos em áreas que tenham carrapatos. Retirar os carrapatos sem esmagá-los para evitar risco de transmissão por lesões da pele.

Os primeiros sintomas após a picada do carrapato aparecem de sete a dez dias, e são geralmente: febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, diarréia e máculas (manchas avermelhadas pelo corpo). O tratamento deve ser iniciado rapidamente. Para facilitar o diagnóstico pelo médico, este deve ser informado se a pessoa teve contato com carrapato, animais ou se esteve em áreas rurais.

Os cães podem ser importantes carreadores de carrapatos. Cuidado ao retornar com cães de áreas rurais ou parques. Eles devem ser inspecionados e receber os devidos cuidados.

As capivaras, aves e os bovinos, também são parasitadas por esse carrapato.

Deve-se evitar caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos no meio rural ou parques de áreas urbanas.

Para sua melhor proteção utilize sempre roupas de cores claras, calça comprida, botas, meias ou fitas adesivas na bainha da calça com a bota.
Podem ser usados repelentes a base de DEET(N-N-dietil-meta-toluamida), com o devido cuidado.

Manter áreas gramadas sempre aparadas próximas às residências.
Ter cuidados com roupas utilizadas e tomar banho após contato com carrapatos.

Aspectos ligados aos eqüídeos

Considerando sua importância devemos controlar de forma eficiente e equilibrada os carrapatos dos eqüídeos.

Os Centros hípicos e Clubes de corridas podem exterminar os carrapatos porque enviam cavalos para outros países em que há um controle rigoroso de Babesiose dos eqüídeos. As fazendas de criação devem manter os carrapatos em uma infestação mínima para que os animais tenham imunidade contra Babesiose, que é uma doença transmitida pelos carrapatos e que exige o contato periódico para que o animal tenha imunidade. Caso os carrapatos sejam totalmente eliminados e estes animais venham a ter contato futuro com a Babesia, este pode adoecer.

Para facilitar o controle do carrapato precisamos conhecer seu ciclo de vida.

O Ambliomma cajennense, conhecido como carrapato de cavalo tem seu ciclo de vida completo em torno de um ano.

As fêmeas depois de fecundadas e ingurgitadas (teleóginas), desprendem-se do hospedeiro e realizam a postura no solo cerca de 12 dias após. Após o período de postura de 5.000 ovos em média, a fêmea morre. O período de incubação dos ovos em temperatura adequada, cerca de 25 o C, dura em média de 30 dias, ocorrendo o nascimento das larvas, que são hexápodes (seis patas). Estas sobem nos hospedeiros e alimentam-se de linfa, tecidos digeridos e sangue por três a seis dias. Desprendem-se do hospedeiro e abrigam-se no solo por um período de duas a três semanas e transformam-se no estágio de ninfa, que são octópodes (oito patas). Estas ninfas parasitam um novo hospedeiro durante uma semana e se ingurgitam de sangue e desprendem novamente do hospedeiro. Transformam-se em adultos no solo após um período de três semanas em média, conforme condições do ambiente. Os adultos acasalam-se durante o parasitismo no hospedeiro final, as fêmeas fertilizadas iniciam o ingurgitamento que termina em um período de 8 a 10 dias, quando se desprendem do hospedeiro iniciando novo ciclo.

Conhecer o ciclo do Carrapato permite utilizar medidas estratégicas de controle. Cada fase do ciclo do carrapato ocorre em uma época do ano. As larvas ocorrem nos meses de março a julho, as ninfas ocorrem nos meses de julho a novembro e nestes períodos é possível fazer o controle químico, com pulverizações ou uso de produtos de uso interno. Essas fases jovens são mais sensíveis aos produtos químicos, assim as pulverizações devem ser feitas com intervalos de sete dias.


A fase adulta ocorre nos meses mais quentes, de novembro a março. Os adultos são muito mais resistentes aos produtos químicos e as condições adversas do ambiente, podendo sobreviver em jejum por até dois anos, sendo de extrema importância o uso correto dos carrapaticidas, para evitar resistência a estes. Deve-se realizar Carrapatogramas para escolher os produtos de maior eficácia para cada fazenda.

Os carrapatos adultos podem ser controlados por práticas de catação manual das fêmeas ingurgitadas evitando que estas realizem a oviposição, interrompendo o ciclo.

Animais introduzidos no haras, a qualquer momento devem ter exame negativo de Anemia Infecciosa Eqüina, passar por um período de observação de 10 dias e tratados com um carrapaticida.

Vamos cuidar da saúde de nossos animais e conseqüentemente estaremos cuidando da nossa.

Texto Adaptado. Autor: Rivaldo Costa, Fonte:Empório do Criador

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