O nascimento do primeiro jumento gerado a partir do sêmen congelado foi obtido em 2011 pela APTA Regional Alta Mogiana, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da UNESP-Botucatu. “O uso do sêmen congelado de jumentos, apesar dos bons resultados laboratoriais verificados, somente resultou em índices aceitáveis de prenhez quando empregado em éguas, pois as taxas de gestações em jumentas são nulas ou muito baixas”, dizem em artigo recente os pesquisadores José Victor de Oliveira e Anita Schmidek (Polo Regional Alta Mogiana) e o professor Frederico Ozanam Papa (FMVZ/UNESP-Botucatu).
O Brasil tem o quarto rebanho maior rebanho equídeo do mundo, segundo os autores, e existe forte demanda no mercado para a produção de bons asininos e de muares. Expande-se no Brasil, e mesmo em outros países, a criação e a manutenção de asininos como reprodutores e doadores de sêmen para uso tanto em jumentas quanto em éguas.
“A produção do híbrido é extremamente desejável, pois reúne características desejáveis de asininos e de eqüinos”, observam os pesquisadores. “No entanto, a diferença documentada do comportamento reprodutivo a pasto dos asininos em relação às éguas pode resultar em baixa taxa de fertilidade, quando o jumento é usado para cobrir éguas a campo.”
Para eles, a inseminação artificial com sêmen de jumento permite justamente contornar esta dificuldade, além de ampliar o emprego de um bom reprodutor. “É reconhecida como uma das principais ferramentas da biotecnologia para o melhoramento animal e seu emprego traz também como benefícios evitar o deslocamento da fêmea e seu potro (caso o tenha) ao haras onde está o garanhão.”
Isto diminui os riscos de lesões e acidentes em transportes e na cobrição; reduz o custo (não precisa transportar a fêmea, e sim o sêmen); disponibiza o sêmen a um número maior de fêmeas; reduz ou elimina a transmissão de doenças venéreas; e torna o sêmen do animal disponível (quando congelado), permitindo que possa ser usado mesmo quando o doador estiver em competições, exposições, viagens ou mesmo morto.
Fonte: Apta regional - sp
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