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terça-feira, 17 de abril de 2012

Casqueamento e Ferrageamento : Ferraduras

 

Não deixe seu cavalo depender apenas de sorte quando se trata de ferraduras! Conheça os materiais envolvidos na sua produção e algumas características relacionadas à sua utilização para as diferentes atividades dos cavalos.

Por Dra. Andréia Caldeira, Apoio A. P. Toledoeluizbanzi

As ferraduras de ferro têm sido utilizadas desde o século II a.C. e, desde então, sofreram poucas modificações em sua forma e tecnologia de produção. A ferradura é uma peça em forma de U, que é fixada na parede do casco por cravos, feitos de uma liga de aço e zinco. Esse é o tipo de ferradura que vem sendo usada a milhares de anos, e, nos dias atuais ainda lidera o ferrageamento dos cavalos no mundo inteiro. Sua principal função é poupar a sola dos cascos dos impactos com solos desprovidos de vegetação e, por isso, mais traumáticos.

Cascos são a “base” de um cavalo. Além de suportarem o peso do animal, em seu contato direto com o solo, sofrem as conseqüências desses impactos. Apesar de serem tão importantes, muitas vezes são negligenciados nos cuidados de higiene e manutenção que devem receber, Os bons tratos que os cavalos merecem, devem começar pelos cascos.

Quando consideramos os trabalhos de um cavalo em terrenos ásperos, pedregosos. em pistas de areia pesada, devemos lembrar que não ferrá-lo seria desastroso. Isto porque, a integridade das estruturas de seus cascos estaria constante e intensamente ameaçada. Lesões graves e ate irreversíveis podem se estabelecer decorrentes dessas contusões.

Historicamente, o ferrageamento tem sido “um mal necessário”. Quando bem conduzido precisa superar, pelo menos, 29 situações de perigo, ou seja, 4 ferraduras que se adaptem perfeitamente aos cascos bem aparados, respeitando as condições anatômicas do animal; os 24 cravos, em média, posicionados corretamente e 1 ferrador consciente da importância do serviço a ser realizado.

Então, quando a necessidade desse procedimento se faz presente, e importante confiar seu cavalo aos serviços de um profissional habilidoso e competente. O ato de ferrar, conduzido de maneira inadequada poderá causar sérios danos. Os mais comuns aparecem na fragilidade da muralha do casco devido às sucessivas aparações com a grosa e nas graves rachaduras ocasionadas pelos cravos. Outro grande dano acontece quando o cravo mal posicionado atinge o tecido vivo do casco. Este acidente pode favorecer infecções locais, bem como predispor o animal ao Tétano e à Laminite (aguamento). Fique atento. Se logo após o ferrageamento, seu cavalo demonstrar algum sinal de desconforto ao caminhar, o problema pode estar nos cravos ou ferraduras.

Lembre-se também, de que nesse assunto você terá que contar com os conhecimentos e a prestação de serviços de ferradores e veterinários, que irão orientá-lo no procedimento de cada caso em especial. Conheça agora os diferentes materiais com os quais as ferraduras podem ser confeccionadas e algumas características quanto à sua utilização para as diversas atividades dos cavalos. Confira as 20 Dicas para que você possa conhecer melhor o que o seu cavalo usa nos “pés”.

QUANDO FERRAR

Na grande maioria dos casos, a necessidade do ferrageamento surge durante a doma. Dependendo da função que o cavalo vai desempenhar, todo esse trabalho será desenvolvido em pistas especiais, nos mais variados terrenos. Após os ensinamentos básicos, manobras e exercícios mais específicos começarão a ser exigidos, preparando o potro para sua vida atlética. E preciso então proteger seus cascos do stress das inúmeras contusões com o solo. Para os cavalos de corrida, o ferrageamento é indicado no começo da doma, pois os potros já são iniciados no trote e logo estão galopando nas raias. Os potros de sela e trabalho, com bons e fortes cascos, serão ferrados quando, após a doma racional básica, em terreno “leve”, chegar o momento de serem montados.

Em ocasiões especiais, ferraduras também serão usadas em animais jovens para corrigir defeitos de aprumos ou quando elas se fizerem necessárias, como parte do tratamento de algumas afecções dos cascos. Claro que esses procedimentos serão orientados pelo profissional responsável pelo caso. Éguas em reprodução, que estejam soltas nos pastos, 50 serão ferradas com indicação terapêutica.

Os intervalos entre os ferrageamentos dependem basicamente da qualidade e do tipo da ferradura, da atividade que o cavalo exerce e do terreno onde ele trabalha. Nos cavalos de corrida é muito alta a freqüência das substituições das ferraduras, de acordo com as provas das quais participam. Já nos cavalos de passeio, montados quase que exclusivamente nos finais de semana, esses intervalos são maiores e o momento da troca é definido pelo desgaste das ferraduras ou sua perda. Logicamente, não convém passar de 40 ou 45 dias para providenciar um novo ferrageaamento, pois, mesmo com as ferraduras ainda em condições de uso, os cascos encontram-se crescidos, sendo necessário retirar esses excessos. Pela presença das ferraduras, os cascos não são gastos naturalmente, e por isso, um casqueamento mais regular mantém a integridade dos aprumos de seu cavalo.

FERRADURAS CONVENCIONAIS

As ferraduras convencionais, de ferro, podem ser encontradas prontas nas casas de produtos agropecuários. A maioria dos fabricantes as classificam na ordem crescente de seus tamanhos por números de 0 a 5. E, obviamente, por se tratar de produção em escala, não terão o formato e o tamanho perfeitos para os cascos do seu cavalo.

A orientação quanto ao número aproximado para as ferraduras de seu cavalo poderá ser fornecida pelo ferrador. É importante que elas sejam bem ajustadas antes de serem pregadas.

Há dois trabalhos de ajuste das ferraduras. Conhecendo as características de cada um, você poderá escolher qual deles é mais apropriado para seu cavalo. O trabalho a frio consiste em remodelar uma ferradura já pronta, servindo-se do martelo e da bigorna. Esse procedimento é o mais usado pelos ferradores, pela rapidez e praticidade, e pode ser realizado em qualquer local. Já o trabalho a quente, é realizado por profissionais que também são ferreiros, isto é, dominam a arte de manipular o ferro. E preciso ter um local apropriado, com uma forja funcionando, onde a ferradura será confeccionada ou remodelada nos exatos forma e tamanho do casco a ser ferrado. Esse é um trabalho artesanal e demorado, pois é necessário que a ferradura esfrie para que se possa “conferir” sua adaptação ao casco. Infelizmente, profissionais “ferreiros-ferradores” são raros hoje em dia e geralmente se recorre a eles para casos delicados, onde é imprescindível um ferrageamento perfeito.

As ferraduras de ferro vêm sendo usadas há muito tempo e são comprovadamente as de maior resistência e durabilidade. Claro que é preciso considerar o terreno onde o animal trabalha. Mesmo assim, comparadas com as de outros materiais, as de ferro são as que possuem vida útil maior quando estão bem pregadas.

Durabilidade é uma qualidade importante, mas como as ferraduras de ferro são pesadas, em alguns casos poderá ser necessário usar ferraduras de outros materiais menos duráveis e resistentes, mas que se aplicam melhor a cascos delicados e de muralhas frágeis.

FERRADURAS DE ALUMINIO

As ferraduras de alumínio são muito parecidas com as de ferro, embora sejam feitas mecanicamente, isto é, são industrializadas e não feitas manualmente. A principal vantagem da utilização desse material está no peso; elas são, em média, 50% mais leves que as de ferro.

As ligas de alumínio e a tecnologia trouxeram avanços consideráveis para as ferraduras, tornando-as mais leves, aumentando sua vida útil e diminuindo custos. A durabilidade das ferraduras de alumínio ainda é questionável, embora elas tenham sido amplamente elogiadas por técnicos da área. Sua comercialização é mais restrita que a das ferraduras de ferro, elas são encontradas em casas de produtos para eqüinos, especificamente. Também é possível adquiri-la diretamente com os ferradores, nos hipódromos.

FERRADURAS DE PLASTICO

Estas têm funções terapêuticas e corretivas Devido à sua flexibilidade e maleabilidade, podem ser moldadas especificamente para cada casco e são mais usadas em potros e animais jovens. Elas não devem ser aplicadas em cavalos que desempenham funções atléticas, porque não demonstram funcionalidade para esses casos.

Os modelos mais modernos usam poliuretano recobrindo o alumínio ou o aço e são conhecidas como ferraduras mistas de plástico-metal. Apresentam como vantagens um menor peso, maior capacidade de absorção de impactos e uma grande facilidade na colocação

A fixação da ferradura de plástico elimina o perigo e a agressão impostos pelos cravos. Essas ferraduras possuem em toda a sua volta, lingüetas que são coladas à muralha do casco. As colas recomendadas são as do tipo etano-acrilato (super bonder) e a sua utilização garante uma colagem rápida (10 minutos), durável e de fácil descolagem quando sua remoção for indicada. Para a fixação da ferradura, é necessário que a muralha do casco tenha seu verniz raspado e que seja desengordurada com álcool ou acetona antes da aplicação da cola, O efeito da cola sobre a parede do casco, embora se trate de um elemento químico, não tem demonstrado contra-indicação. E preciso analisar seus efeitos sobre as muralhas nos casos em que o uso é extremamente prolongado.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

As ferraduras que apresentam maiores variações no formato são, sem dúvida, as de ferro. Além de amplamente difundidas, podem ser facilmente moldadas mesmo a frio. Alguns modelos especiais já são comercializados e muito conhecidos pelo seu uso. Assim, para os cavalos de Rédeas, as ferraduras de “esbarro” são imprescindíveis. Elas são prolongadas nas regiões dos talões (tipo esqui), favorecendo a realização dessa manobra.

Cavalos acometidos por problemas nos cascos, muitas vezes fazem uso das ferraduras de ferro “fechadas”. Elas possuem uma trava que une os dois talões, impedindo os movimentos naturais de expansão do casco. Assim, suas estruturas internas ficam imobilizadas e podem, com tratamento e repouso, ser restauradas.

Cavalos que participam de alguma modalidade esportiva como enduro e salto, e mesmo aqueles de sela e lazer, usam com freqüência ferraduras de ferro com “rampões”. Eles são como “saltos”, elevando as regiões dos talões. As ferraduras podem ser feitas já com esses saltos ou ter os rampões rosqueados no momento do uso.

Outra característica das ferraduras de ferro é a presença dos “guarda-cascos”. Eles nada mais são do que lingüetas posicionadas na região da pinça, logo na frente da ferradura. O guarda-cascos impede que ela perca sua posição original, que “deslize” no casco. São encontrados nas ferraduras dos cascos posteriores, pois são eles que “escorregam” com maior freqüência. Para cavalos de hipismo rural, cross e enduro, que precisam vencer descidas muito íngremes, os guarda-cascos se fazem presentes também nas ferraduras dos cascos anteriores. Em casos especiais, principalmente de fragilidade de muralha, o ferreiro pode forjar uma ferradura com várias lingüetas, assim, menos cravos serão necessários para a sua fixação, reduzindo a agressão desse procedimento.

As ferraduras de alumínio também têm algumas características especiais. Assim com nas de ferro, os guarda-cascos estão presentes e obedecem aos mesmos critérios de utilização. Como essas ferraduras são produzidas industrial-mente, em cada jogo (quatro ferraduras),essas lingüetas são encontradas somente no par dos posteriores. Dessa forma, para que elas sejam usadas também nos anteriores é preciso ter em mãos dois jogos e, com muito capricho, mudar o formato das ferraduras posteriores para uma adequada adaptação aos cascos anteriores.

Outro tipo de ferradura bastante conhecido é o que possui “agarradeiras”. São ferraduras mais altas e estreitas na região da pinça, e por isso permitem uma melhor aderência ao solo durante a corrida. Podem ser feitas em ferro ou alumínio. E preciso que se saiba que elas têm seu uso proibido em hipódromos oficiais.

O As ferraduras de plástico são as que possuem maior variedade de funções, formatos e tamanhos. Por serem terapêuticas, cada caso requer um modelo especial e, cada vez mais, as pesquisas avançam nesse campo. Sua grande qualidade está no fato dela ser facilmente adaptada ao casco. Atualmente, já são encontradas desde ferraduras para recém-nascidos até aquelas de formato totalmente específico para uma determinada afecção de casco. Como exemplo temos: a Heart-Bar-Shoe ou ferradura em forma de coração, que é usada para casos de Laminite (aguamento).

Fonte: Arquivo Revista Horse Business – Premium Edition CD 1 e CD2

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