O repórter Nélson Araújo encontrou a novidade.
Globo Rural reapresenta melhores reportagens de 2011.
Berço do Rio São Francisco, a Serra da Canastra, em Minas Gerais, é conhecida por suas nascentes cristalinas, as cachoeiras cinematográficas, os vastos chapadões e o saboroso queijo tipo Canastra.
Não deve demorar muito, você vai ouvir falar também do café da Canastra, o clima local é bastante favorável ao café de qualidade. Nos últimos 10 anos, a cultura cresceu na região de dois milhões para 30 milhões de pés.
Alessandro de Oliveira é um agrônomo que virou cafeicultor e passou a ser também pesquisador por sua conta e risco nas próprias fazendas.
A tropa de passeio é consequência dos experimentos que ele desenvolve no município de São Roque de Minas. Do mesmo jeito que se une o útil ao agradável, se une o agradável ao útil. A mesma mula que leva o pessoal para passear é treinada para o serviço no café. Animal de lazer no fim de semana, em dia normal, a tropa é de trabalho.
Na movimentação da fazenda, o antigo e o moderno se misturam, tem muita máquina, mas a presença dos animais também é constante. O início de uma jornada cria um visual bem fora do padrão costumeiro das fazendas de café. O vai-e-vem das burradas puxando as carroças lembra um desfile de alegorias, um cortejo inusitado de engenhocas boladas e adaptadas para vários tipos de serviço.
Para a aplicação de defensivos, inicialmente os trabalhos eram feitos com uma bomba motor bem barulhenta, modelo que evoluiu para uma máquina silenciosa e simples.
Num ritmo e balanço típicos de charrete, o equipamento se embrenha leira afora na mesma toada de um trator. De baixo impacto, o produto é sistêmico e injetado debaixo da saia, no pé da planta.
A rua de café é bem estreita. No estande convencional, a distância entre as linhas de plantas é de três e meio a quatro metros para facilitar a passagem dos tratores. Aqui, a distribuição foi reduzida para dois metros e meio, para caber mais plantas por hectare. Oito mil no estreito contra no máximo cinco mil no largo. A ideia é produzir mais grãos, porém com um inconveniente: quando o café cresce, o trator não passa, daí entra a mula. Não havia no mercado animal com a velocidade e o passo requeridos e nem com a destreza para puxar equipamentos que não existiam.
Uma oficina foi instalada para desenvolver apetrechos, tralhas, ferramentas, adaptar máquinas. Um jumento foi adquirido de temperamento fogoso, mas andamento macio.
Assista ao vídeo com a reportagem completa e veja o haras que tomou corpo no meio das lavouras de café e como deve ser o perfil do animal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário