Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

sábado, 10 de setembro de 2011

PROTOCOLO VETNIL PARA CLAUDICAÇÕES

 

Caros amigos,

Aqui no blog, temos recebido com muita frequência solicitações referentes a diversos tipos de claudicações (ou seja, manqueiras). Já que este é um assunto de interesse geral, gostaria de convidá-los a lerem o texto abaixo, que tem orientações genéricas sobre prevenção e tratamento de alguns dos tipos mais comuns de problemas do aparelho locomotor que podem afetar os animais de trabalho, esporte e lazer.

Quando falamos das claudicações (manqueiras), é preciso considerar alguns aspectos anatômicos. O aparelho locomotor é composto de ossos, unidos pelas articulações (“juntas”), que são constituídas por ligamentos, cápsulas articulares e líquido sinovial. Os tendões conectam ossos e músculos, e é a contração destes últimos que gera o movimento. Quando um animal manca, uma ou várias destas estruturas podem estar comprometidas. Para responder à pergunta “por que o meu animal está mancando?” devemos tentar chegar à origem física, e portanto à causa da dor que ele está sentindo.

Podemos classificar as manqueira como agudas ou crônicas. As agudas são aquelas que surgem repentinamente e/ou existem há pouco tempo, às vezes relacionadas a um acidente recente. As crônicas são aquelas que existem há semanas, meses ou anos, em geral piorando aos poucos ou passando por fases de melhora relativa seguida de nova piora. Esta diferenciação é importar para escolher o tratamento mais indicado.

Existem condições do aparelho locomotor que não causam manqueira direta, mas são motivo de incômodo estético, além de poderem piorar a amplitude ou a força do movimento do animal. Um exemplo são as chamadas “ovas”, aumentos de volume da cápsula articular comuns em animais que trabalham intensamente.

Em geral, as claudicações se originam em causas diversas, as quais aliadas entre si resultam nos sintomas apresentados pelo animal. Alguns fatores a considerar:

  • Idade – animais jovens costumam mancar quando são forçados cedo demais. Os adultos podem sofrer pela utilização intensa em esporte e trabalho; enquanto os animais idosos já têm o aparelho locomotor desgastado por uma vida de esforços.
  • Tipo físico e aprumos – os animais pesados, gordos ou muito musculosos, sobrecarregam a parte estrutural do aparelho locomotor, enquanto os magros demais compensam a falta de musculatura através de movimentos forçados, de alto impacto. Problemas de aprumos, tais como cascos mal angulados, jarretes fechados, joelhos curvos ou transcurvos, etc, agravam estas condições.
  • Tipo de trabalho e tipo de piso – quanto mais pesado e/ou rápido o exercício, maior o impacto sobre o aparelho locomotor. Trabalho prolongado leva à fadiga, com perda de eficiência da contração muscular, o que aumenta o risco de claudicação. Quanto mais duro o piso, maior o impacto, o que agrava problemas ósseos e articulares. Já o trabalho em piso fundo e macio, ou encharcado, tende a sobrecarregar os tendões.
  • Ferrageamento – todos os problemas descritos se agravam quando o animal é ferrado ou casqueado por um profissional pouco competente; esta é uma causa muito comum das manqueiras crônicas, que pode levar à sua inutilização. O bom ferrageamento preserva o locomotor saudável, ou pode ser ortopédico, melhorando alterações existentes.
  • Manejo e utilização – confinamento e falta de rotina de treinamento são veneno para o aparelho locomotor, especialmente para os potros. O trabalho precisa ser constante, progressivo e regrado, de acordo com as possbilidades e características doanimal, independente das ambições do cavaleiro. Grande parte das manqueiras é causada por trabalho esporádico (cavaleiros de fim-de-semana), sem respeitar o nível de condicionamento físico do animal. Outro problema comum é o excesso de trabalho de explosão e velocidade, em animais que não recebem os benefícios de um programa de condicionamento físico com muito trabalho “longo e lento” (passo, trote, flexionamentos, etc) que deveriam ser a base de todo cavalo/jumento/muar funcional, os de trabalho e lazer tanto quanto os de esporte.
  • Fatores predisponentes diversos como manejo e genética são importantes causadores de claudicações, especialmente nos potros.
  • Manqueiras podem ser sintomas também de deficiências técnicas do cavaleiro (por exemplo, pessoa que ao montar “soca no rim do cavalo”, levando a alterações de movimentação que se refletem nos membros), ou ainda de equipamentos mal ajustados, tais como selas inadequadas causando dor, prejudicando a cadência dos andamentos.

A prevenção da claudicação passa por todos os itens mencionados acima; ou seja, é preciso identificar a causa e eliminá-la, ou diminui-la ao máximo. Já otratamento das claudicações pode ser dividido em dois aspectos:

  1. Sintomático – é o tratamento do primeiro momento, destinado a dar mais conforto ao animal, enquanto não se chega ao diagnóstico da causa da manqueira. Pode ser comparado a tomar analgésicos quando uma pessoa está com dor de dente – a causa da dor não é curada, mas a pessoa se sente melhor até a consulta com o dentista. No entanto, se o uso dos analgésicos continuar sem critério, o quadro vai piorar, podendo até resultar na perda do dente.
  2. Específico – é o tratamento da causa da manqueira, até a cura da mesma ou até a melhora máxima que pode ser obtida, dependendo da condição. Ele depende de umdiagnóstico, que deve ser feito por um médico veterinário especializado em equinos. Muitas vezes é necessário o uso de recursos diagnósticos complementares, tais como radiografias.

O tratamento sintomático, focado no controle da dor, é bastante genérico, enquanto o para o tratamento específico existem tantos protocolos quanto há causas para manqueira. Vejam alguns exemplos de patologias diagnosticáveis:

a) ossos – fraturas, fissuras, osteítes, sobreossos

b) articulações – ovas, entorses, luxações, osteófitos, calcificações, artroses, artrites

c) tendões e ligamentos – tendinites, tenossinovites, rupturas,hiperextensões

d) cascos – infecções por bactérias ou fungos, traumas, laminite, brocas, abscessos

e) músculos – miosites, rupturas, disfunções metabólicas

… entre muitos outros. Cada um exige um tratamento diferente, e por isto o acompanhamento veterinário é tão importante. Os protocolos costumam aliar diversas abordagens terapêuticas, para maximizar as probabilidades de sucesso e a rapidez da recuperação, tais como:

  • analgésicos
  • anti-inflamatórios
  • medicamentos complementares, tais como condroprotetores e estimulantes da circulação
  • ferrageamento ortopédico
  • manejo – repouso total (em cocheira ou piquete) ou parcial (apenas trabalho a passo, por exemplo)
  • tratamentos no local da lesão (por exemplo, infiltrações peri ou intra-articulares)
  • produtos e terapias tópicos (massagem, ligas de descanso, aplicação de frio ou de calor)
  • terapias complementares, tais como fisioterapia, ultrassom ou laser terapêuticos
  • cirurgias em casos mais graves

Cabe ao médico veterinário definir o melhor curso de tratamento, avaliando e readequando o mesmo conforme a evolução do caso. Dependendo do caso, pode levar meses ou anos até o animal voltar à ativa – por exemplo, seis meses a um ano em uma tendinite, e um a dois anos em uma laminite leve. A paciência e a colaboração do proprietário são essenciais para o sucesso.

O tratamento sintomático ou analgésico quase sempre alia produtos tópicos a analgésicos ou anti-inflamatórios de uso oral ou parenteral (injetável). O uso prolongado destes últimos pode causar efeitos colaterais graves, incluindo gastrites e cólicas, além de piorar o problema original, já que ao sentir menos dor o animal estará fazendo mais força no membro afetado.

Práticas como massagens, aplicação de ligas de descanso com produtos topicos, uso de duchas frias, caneleiras de gelo, ou compressas quentes são recursos complementares valiosos. Em geral, lesões agudas (recentes) respondem melhor à aplicação de frio, enquanto problemas crônicos (antigos) podem se beneficiar do calor, aí incluindo produtos termogênicos (que provocam sensação de calor na pele).

Diversos produtos VETNIL são auxiliares importantes no tratamento das manqueiras de nossos cavalos. Confira abaixo:

  • Condroton Injetável e Condroton Plus – condroprotetor que fortalece as articulações e auxilia na recuperação de lesões do aparelho locomotor:
    • Condroton Injetável – 2 mL para cada 100Kg, até a dose máxima de 10mL, a cada 5 ou 7 dias, mínimo de 5 aplicações;

DEPOIS:

    • Condroton Plus – Dosagem inicial – 10g duas vezes ao dia; Dosagem de Manutenção – 10g uma vez ao dia.
  • DM-Gel: gel para massagem auxilia no tratamento de tendinites, lesões em ligamentos, sobreossos, ovas. Pode ser utilizado com ligas de descanso.
  • Gelo Pan: gel hidroalcoólico para massagem, indicado para alívio de distensões musculares e dores lombares
  • Ice-Flex: pasta antiflogística do tipo “barro medicinal”, de uso indicado após treinamento forte, e também para tendinites e outras lesões no estágio agudo.
  • E-Se Vetnil: composto vitaminico-mineral que ajuda a prevenir as dores musculares decorrentes do treinamento
  • Cal-D-Mix: suplemento oral de cálcio, importante para otimizar a recuperação de fraturas e fissuras. Em potros, promove formação de ossos mais densos, importante para reduzir a incidência de futuras lesões de treinamento.

Estes são apenas alguns dos produtos da linhas Vetnil e JCR que podem ajudá-lo a cuidar bem de seu cavalo, auxiliando na prevenção e recuperação das lesões e traumas de esforço. Converse com o seu médico veterinário para juntos definirem a melhor conduta para com um animal muito especial – o seu!

Também os animais de esporte merecem “vida de cavalo”, soltura no pasto na companhia de outros animais. O stress do desempenho, tanto físico quanto mental, diminui, e micro-lesões de treinamento se curam mais rapidamente.

EXEMPLO DE TRATAMENTO PARA UMA CLAUDICAÇÃO AGUDA:

  • Histórico: No dia anterior, o animal estava galopando pelo campo em trabalho de laço e pisou num buraco. Sentiu dor na hora, e amanheceu pior no dia de hoje. Apóia os quatro membros, porém manca ao passo.
  • Possível diagnóstico: torção do boleto com hiperextensão do ligamento suspensor do boleto.
  • Sugestão de protocolo de tratamento, duração máxima de cinco dias:
    • Comunicar-se com o veterinário responsável
    • Iniciar terapia com gelo no membro afetado, 15 minutos por vez, 3 a 4 vezes por dia, durante cinco dias (por exemplo: cortar uma câmera de pneu de caminhão fazendo um “tubo” que possa ser vestido na perna do animal. Amarrar embaixo, encher com cubos de gelo, e amarrar em cima. Deixar agir durante 15 minutos, com o cavalo imóvel.)
    • À noite, aplicar camada grossa de Ice-Flex na região afetada. Remover com jato de água na manhã seguinte, durante cinco dias.
    • Manter o animal em repouso, em cocheira ou sozinho em piquete pequeno
    • Utilizar analgésico por um período máximo de cinco dias, por exemplo, Algivet Vetnil ou outro conforme indicação do médico veterinário.
    • Se não houver melhora significativa ao fim deste período, ou se o animal piorar durante estes cinco dias, é sinal de que se trata de um problema mais grave, e que o veterinário precisa fazer um diagnóstico exato, para estabelecer o tratamento adequado.

EXEMPLO DE TRATAMENTO PARA UMA CLAUDICAÇÃO CRÔNICA:

· Histórico: Animal de salto de 12 anos que às vezes apresenta manqueira ligeira, que tende a melhorar ou desaparecer depois do animal estar aquecido. Os sintomas tem se agravado de algumas semanas para cá.

· Possível diagnóstico: síndrome do navicular (artrose e osteíte do osso navicular e/ou da terceira falange)

· Confirmação de diagnóstico: atendimento veterinário, com testes de flexão, bloqueio anestésico, e/ou radiografias do membro afetado.

· Possível tratamento:

    • Condroprotetores (Condroton Injetável + Condroton Plus)
    • Ferrageamento ortopédico
    • Anti-inflamatórios e analgésicos a critério do médico veterinário
    • Infiltrações articulares, a critério do médico veterinário
    • Indicação cirúrgica, dependendo da evolução.

· Prognóstico

    • utilização atlética: favorável a reservado a curto e médio prazo, dependendo do grau de evolução do problema quando do início do tratamento. Reservado a desfavorável a médio e longo prazo, especialmente para trabalho intenso.
    • passeios e reprodução: favorável.

Quanto maior o esforço ao qual os animais são submetidos maior a importância de cuidados constantes com o aparelho locomotor.

Texto Adaptado. Fonte: VETNIL

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