A história do muar e asinino no Brasil, não pode ser esquecida. No lombo de burros e mulas, o Brasil cresceu, evoluiu e se desenvolveu. Os muares foram utilizados desde o Brasil império e foi sobre o lombo dos resistentes burros e mulas que foram transportados alimentos, mercadorias diversas e, até mesmo, armas e munições. Seu papel foi mais extraordinário ajudando a transportar em dado momento, nossas ingentes riquezas: o ouro das minas, o açúcar dos engenhos e o café das fazendas. No tropeirismo, tiveram importante papel na formação do Brasil, em específico no Rio Grande do Sul – criando e mantendo núcleos urbanos que viviam isolados, desenvolvendo efetiva atividade econômica. Através do transporte (nos lombos dos burros e mulas) de produtos, como alimentos e utensílios, entre diferentes e distantes regiões. Os tropeiros ajudaram a consolidar as fronteiras nacionais. Desde o início do século XVII, Vacaria Del Mar era conhecida e percorrida pelos tropeiros, sendo estes contrabandistas de gado que visavam abastecer as Minas Gerais. O tropeiro de gado foi responsável pelo fornecimento de animais para o corte, passando a objetivar os rebanhos de mulas.
Apesar de sua utilização como animal de sela nunca ser efetivamente empregada, sempre foi usado em casos de absoluta necessidade, quando o equino não tinha condições de atuar. O muar é tido como animal nobre, amigo, fiel ao homem, e por sua vez, muito hábil. A inteligência é uma das características principais dos muares, que são imbatíveis e eficazes na condução de seus cavaleiros em trilhas sinuosas, pedregosas, íngremes e montanhosas. Sua percepção aguçada, faz com que dificilmente se coloque em situação de risco, além de apresentar muito menos reação a sustos ou barulhos, ele é um animal prudente, que não manifesta reações afoitas, características que aliadas a disciplina e obediência, fazem do muar o companheiro ideal de cavalgadas e trilha, onde se é exigida uma grande resistência com percursos de aproximadamente 40 kilomêtros diários.
Outro fator curioso sobre os muares e asininos, é que por ser um animal do deserto, o jumento teve que se adaptar a este ambiente, desenvolvendo a capacidade de se manter com uma alimentação grosseira e escassa, situação esta que um cavalo dificilmente suportaria, oque novamente o torna imbatível em relação ao equino, na sua manutenção barata.
As orelhas do jumento são desproporcionalmente grandes, isto se deve ao fato que no deserto, por falta de alimentação adequada, os jumentos tinham que viver longe um dos outros, as orelhas grandes servem para ouvir sons distantes e assim localizar seus companheiros.
O rincho do jumento pode ser ouvido ate 3 ou 4 km de distância, esta é outra maneira que a natureza adaptou o jumento, desta forma eles podem se localizar em uma área bem maior.
Um jumento vive em média 25 anos, há casos raros de 40 anos. Se você cria caprinos ou ovinos, os jumentos são excelentes guardas de rebanho contra ataques de cães, mas tenha cuidado, pois, o jumento só guardará o rebanho se estiver sozinho. Não ponha dois jumentos juntos guardando o rebanho, porque um jumento fará companhia ao outro e esquecerá do rebanho. Se quiser testar para saber se funciona, ponha um jumento num cercado pequeno com um cachorro dentro. Providencie uma saída de emergência para o cachorro... finalmente, isto é só um teste.
Atribuir aos jumentos o comportamento errôneo de desobediência e teimosia, é desprestigiar um dos animais mais fascinantes e resistentes da Terra. A idéia dessa falsa teimosia, deve-se ao fato de que os jumentos tem alto senso de perigo e e assim obrigar que eles tenham uma obediência “cega” ao comando, é perda de tempo, tudo que representar uma situação de perigo, eles não farão bem. O conceito de teimosia dos jumentos, decididamente acontece por falta de conhecimento do comportamento destes animais, da mesma forma como um mecânico que não sabe consertar um carro e põe a culpa nas ferramentas. É preciso ser mais inteligente que os jumentos para saber como lidar com eles. O fato é que os jumentos são animais muito inteligentes e dotados de um senso de sobrevivência bastante apurados.
A primeira coisa a, saber, é que os jumentos têm características físicas diferentes dos cavalos, como rapidez e potência inferiores àquelas dos cavalos. Por outro lado, os jumentos são mais resistentes e pacientes que os cavalos e se adaptam melhor aos serviços longos e rotineiros, o que o torna um amigo fiel e perfeito para os serviços de lida e de cavalgadas, ou seja, um verdadeiro companheiro de trilhas.
Fonte: Mulas e Burros
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