Valorizados no mercado, mulas e jumentos sempre tiveram papel relevante na história econômica do país
Burro sempre foge de buracos, tocos de árvores e outras “armadilhas” que aparecem em seu caminho. Memoriza trajetos já percorridos e por isso dribla, com maior facilidade, os obstáculos. Apresenta bom desempenho nas cavalgadas noturnas, possuindo senso de direção e de perigo. É perceptivo e torna-se arredio a quem o agride.
Com o perdão do termo, o burro é o filho de uma mãe que tem boas características genéticas. Pelo menos é o que acontece atualmente, na maioria dos criatórios de asininos e muares, que escolhe para o cruzamento éguas de elevada qualidade zootécnica, como as das raças mangalarga marchador e campolina, segundo José Maurílio de Oliveira, superintendente do serviço de registro genealógico da Associação Brasileira dos Criadores de Jumentos Pêga (ABCJPêga), com sede em Belo Horizonte, MG.
“Antigamente os criadores usavam éguas mais fracas”, conta.
Burro dos dias de hoje têm pai com inúmeros atributos zootécnicos. Os jumentos registrados, utilizados nos cruzamentos em criatórios, são 99% da raça Pêga, de acordo com José Maurílio.
Eles transferem aos seus filhos - burros e as fêmeas, mulas, conhecidos como muares - andamento com marcha de tríplice apoio, que é cômoda, macia e confortável; rusticidade, que favorece a adaptação em qualquer região e clima; inteligência, o que explica a memória aguçada e resistência, responsável pela performance em caminhadas de longas distâncias e nos trabalhos diários.
Como se sabe, os muares são estéreis e não têm, portanto, a capacidade de se reproduzirem, sendo gerados pelo cruzamento entre jumentos e éguas. O nascimento em “berços de ouro”, devido às características de alto padrão genético de seus pais, é um dos principais motivos para o crescimento expressivo do interesse pela criação e uso de burros e mulas.
Requisitados - Estes animais são cada vez mais requisitados para o trabalho no campo – com o gado e tração -, cavalgadas, passeios e concursos de marchas, conforme informações de José Maurílio, que é formado em Zootecnia.
O resgate dos asininos (jumentos) e muares - que já tiveram papel relevante na história do desenvolvimento econômico do país – como protagonistas em diversas atividades tem acontecido nos últimos dez anos.
Fonte: Revista Panorama Rural, por Renato Anselmi
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