O cavalo, nômade e herbívoro, por natureza, foi concebido com os dentes preparados para o pastoreio, isto é, para simplesmente mastigar o que o animal encontrava na natureza, os diversos tipos de forragens, o que causava um desgaste lento e homogêneo, em sua dentição.
Entretanto, com o seu confinamento e domesticação, pelo homem, o cavalo teve alterada sua dieta original e mudanças em seus padrões alimentares. A partir daí, consequentemente, teve também alterados seus dentes e a mordedura.
Há exames periódicos, que devem ser contínuos, e se iniciam logo após o nascimento, onde são identificadas alterações congênitas. Aí, se verificam problemas no palato (céu da boca), deformidades como as maxilares e da mandíbula.
Recomenda-se que até os cinco anos de idade, os exames sejam semestrais, para os casos de dentes decíduos persistentes (dentes de leite que permanecem na arcada dentária), verificar se há fragmentos a ser extraídos, o que poderia causar contato inadequado entre os dentes superiores e inferiores, pela sua erupção desordenada.
São comuns pontas e deformações nas arcadas, em animais acima de cinco anos, proporcionando má oclusão dos dentes molares (posteriores) e incisivos (dentes anteriores), o que deve ser corrigido, como prevenção.
Na fase de doma, o exame dos dentes torna-se essencial. Disso, vai depender o bom desempenho do cavalo, porque o tratamento vai trazer-lhe mais conforto, o que torna o trabalho do treinador e o aprendizado do cavalo mais fácil e menos estressante, proporcionando um melhor resultado final.
Mesmo que não apresentem sintomas, o ideal é que todos os cavalos tenham seus dentes examinados, pelo menos, uma vez por ano.
A perda de peso, dificuldade para engordar, incômodo com a embocadura, puxão nas rédeas, o balanço da cabeça de um lado para outro, agressividade, lentidão ao mastigar, cólicas recorrentes e fibras longas de capim encontradas nas fezes são indicativos de problemas relacionados com os dentes, a serem investigados.
O risco de cólicas é bastante reduzido quando os cavalos têm acompanhamento dos seus dentes, periodicamente, porque possuem melhor mastigação e digestão, e apresentam uma considerável melhora no aproveitamento dos alimentos. As manobras e o andamento também são beneficiadas pelo conforto no manuseio das rédeas, além do benefício que os animais adquirem com maior longevidade e vida útil.
Por: Dr. Ciro Pinheiro Mathias Franco
Médico Veterinário – atuante em odontologia equina.
Cel. (11) 9814-6666
Fonte: Saúde Animal
Adaptação: Escola do Cavalo
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