Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

terça-feira, 30 de abril de 2013

Cólica

 

A síndrome cólica é um tema muito amplo e complexo por isto o texto a seguir tentará tratá-la de forma sucinta e de fácil compreensão.


Segundo o professor Armen Thomassian o termo síndrome reflete uma grande variedade de sintomas que caracterizam a doença; e cólica , a presença de dor abdominal.


Com a alta competitividade da criação os problemas intensificaram-se bastante , pois o aparelho digestório do eqüino foi moldado para receber apenas alimentação de pasto , e com as exigências da eqüinocultura moderna mudamos os seus hábitos alimentares mas não conseguimos mudar nem o formato nem a função do seu trato digestivo.


A detecção do problema é relativamente fácil de ser feita por sua sintomatologia dolorosa, mas a causa da cólica requer uma avaliação veterinária minuciosa, sendo a precisão e rapidez do diagnóstico fatores preponderantes para salvar a vida do animal.


Temos vários tipos de cólica as quais divido em cirurgicas e não cirurgicas.
Os sinais da cólica tanto cirúrgica como não cirúrgica, apresentam-se basicamente como uma inquietação do animal escarvando o chão com constantes deitadas e levantadas podendo vir a rolar, olhar constante para o flanco(vazio), posição de micção , etc.


As não cirúrgicas são aquelas que após feita a avaliação diagnóstica com os meios disponíveis são tratadas clinicamente , resumidamente podem ser:
1- cólica por sobrecarga gástrica - excesso de ração
2- cólica gasosa – alimentação com material fermentativo
3- cólica por úlcera ou gastrite
4- cólica por excesso de peristaltismo(aumento do movimento intestinal por medicação , estresse , mudança de hábitos alimentares , etc.)
5- cólica verminótica
6- Cólica por enterite anterior


A indicação de uma cirurgia é feita após exigüirmos todos os procedimentos clínicos possíveis para a resolução do quadro e termos a indicação principalmente pela palpação transretal e pelo Ph do refluxo(retirado via sonda) de que há um processo obstrutivo além do estômago.

 
As cirúrgicas , resumidamente , podem ser indicadas por :
1- torção intestinal
2- intussuscepção (quando uma alça de intestino entra para dentro de outra)
3- encarceramento nefro-esplênico(quando uma alça de intestino coloca-se sobre o ligamento entre o rim ao baço)
4- impactação – (ocorre um acúmulo de material ressecado dentro do intestino que não consegue transitar, podendo ser fezes ou não)
5- retroflexão (deslocamento de partes do intestino comprimindo outras alças)
6- enterólitos (“pedras” formadas dentro do intestino) obs.: hoje a maior causa de cirurgia em crioulos dentro do Hospital Veterinário do Jockey Club de Porto Alegre .


Hoje com as novas medicações e técnicas cirurgicas a recuperação de um animal operado é excelente e a porcentagem dos animais salvos é muito alta , sendo isto muito gratificante para nós veterinários.


Como formas de prevenção da síndrome cólica não cirúrgica indica-se procedimentos alimentares e higiênicos básicos para quem quer ter um animal em cocheira, como alimentação de boa qualidade , revisar para ver se o animal não esta ingerindo cama , vermifugação regular , cuidar para ver se a ração não está mofada , limpar os cochos da água regularmente e os de alimentação sempre após as refeições , fornecer pasto verde de boa qualidade e em grande quantidade pois afinal de contas o eqüino é um ser que na natureza somente se alimenta de pasto então este item deve ser levado em alta conta na sua alimentação.

 
Para evitar as cirúrgicas recomendo que se tenha muito cuidado com cordões de material sintético dos sacos de ração, capas feitas de bolsa de ração, cordas de buçal as quais os animais possam por ventura estar ingerindo , pois estes materiais podem vir a ser agentes agregadores de minerais dentro do intestino e com isto potencializar a formação de enterólitos (“pedras”).

 
Para o tratamento desta patologia que tantos transtornos nos causa a minha recomendação é sempre chamar o seu Médico Veterinário assim que os primeiros sintomas se manifestarem, para que este possa diagnosticar a real causa da cólica e a partir daí instituir o tratamento mais adequado para o problema, pois se sabe que a brevidade do tratamento e a sua correção são fatores imprescindíveis para salvar a vida do seu animal.

Fonte: Dr. Fabio Prates, Cavalo Completo

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Maneio de asininos

Obs: Em Portugal é chamam o jumento de burro, como esse artigo é de lá resolvi deixar o texto original, sem alterações.

image

As necessidades imediatas de um burro são comida, água e abrigo. Os Asininos vivem cerca de 15 anos no meio selvagem e uma média de 30/35 anos como animal de companhia. Estes animais são considerados adultos cerca dos 4 anos. São considerados velhos para o trabalho sensivelmente aos 20 anos. O peso de um burro adulto varia entre os 100 kg e os 400 kg e a altura varia entre os 80 cm e 1, 5 metros ao garrote.


1. Alimentação
Tal como o cavalo, o aparelho digestivo do Burro evoluiu com adaptações para pastar. No entanto à semelhança de outros equídeos, e.g. cavalo e zebra, não são herbívoros ruminantes, pois possuem um só estômago.


Os Burros devem ser alimentados a horas regulares, pelo menos duas vezes por dia, para evitar problemas digestivos, muito comuns nestes animais. Todas as mudanças na sua dieta devem ser graduais.


As necessidades alimentares de um Burro, variam com a idade do animal, a actividade e o tipo, qualidade e quantidade de alimento que ingerem. O regime de semi-estabulação é o mais aconselhado, pois durante a Primavera, Verão e Outono os animais andam livremente e têm acesso às pastagens, espaço para se movimentarem, que lhes permite exercitar os músculos, etc.
Na manjedoura os burros escolhem, tal como o fazem nos campos de pastagem, as melhores ervas, afastando com um movimento da cabeça as menos suculentas. Quer isto dizer, que se o alimento não for de boa qualidade haverá um desperdício muito maior.


Não é de todo aconselhável dar alimentos poeirentos e bolorentos aos Burros, pois estes podem levar a doenças respiratórias sérias e/ou distúrbios intestinais.


Em termos gerais, a área mínima de pastagem deve ser de 0,5 hectares por animal. Quando as pastagens não têm pasto suficiente, ou este não é suficientemente nutritivo, por os solos serem muito pobres, torna-se necessário fornecer alimento suplementar aos animais. A aveia é um cereal muito utilizado para alimentar os equídeos. Tem muita fibra e pouca energia digerida (menos do que os outros cereais) e encoraja a mastigação, assim o excesso de comida é evitado.


As pastagens altas e suculentas podem levar a problemas como a cólica.
Cólica: A seguir à ingestão de alimentos que fermentam rapidamente, e.g. ervas ou alimentos concentrados, pode seguir-se a produção excessiva de gás no estômago, pois os burros não têm a capacidade de arrotar. Assim sendo, ao não conseguirem remover o gás do estômago, ocorre uma distensão gasosa deste órgão que pode ser potencialmente fatal e muito dolorosa (cólica). As cólicas ocorrem com alguma frequência nos burros.


1.1 - Água
É imprescindível o fornecimento diário e em quantidade suficiente de água limpa e fresca aos animais para repor a água perdida pelo corpo através da urina, fezes, transpiração, na amamentação, etc.
Durante a amamentação as necessidades de água são maiores, assim como são maiores no Verão do que no Inverno.


1.2 - Sal
Os burros têm necessidades de sal (enriquecido com minerais), que deve estar livremente disponível para lamberem.


2. Cercado
Os asininos necessitam de espaço para se movimentarem e exercitarem os músculos, pastar, espojar, jogar, fazerem as suas necessidades fisiológicas, etc.


O cercado deve ser constituído por um abrigo, bem como deve possuir vegetação que crie sombras para os animais se protegerem dos raios solares nas horas de maior calor.


A loja ou abrigo onde os burros descansam, é essencial para o conforto do animal tanto no Verão durante o dia, pois é mais fresca, como no Inverno, quando é mais abrigada. Para além disso, as moscas, só num ambiente escuro deixam de atormentar os animais, pelo que é importante que a loja seja um local escuro e arejado, mas sem correntes de ar.


Dentro da loja, as camas dos animais devem ser quentes, limpas e confortáveis permitindo ao animal deitar-se e descansar ficando isolado do frio e da humidade. Utiliza-se muitas vezes palha de centeio, pois esta não é tão boa para a alimentação e para além disso absorve bem a urina e a humidade. A palha de trigo também dá uma boa cama, quente e confortável, é fácil de manusear (guarda-se em fardos) e tem uma boa drenagem.


3. Reprodução
A reprodução de burros deve ter objectivos claros e bem definidos. É muito importante recordar que um burro como animal doméstico pode viver até aos trinta e cinco anos, ou por outras palavras, é um animal doméstico para quase toda a vida. Uma vez que já existem por todo o país demasiados burros abandonados à sua sorte, sem haver quem os acolha e quem lhes preste os cuidados mínimos que todos necessitam, há que ponderar seriamente sobre a decisão de os adquirir ou reproduzir.


As fêmeas estão prontas para a reprodução quando atingem cerca de 1,5 anos de idade, altura do primeiro estro (cio). No entanto, não é aconselhável a cobrição das fêmeas antes dos 3/4 anos, pois só nesta altura estão realmente preparadas para conceber uma cria. A duração do estro na maior parte das fêmeas é de 5 a 7 dias.


Os machos atingem a maturidade sexual aos 2 anos, mas tal como as fêmeas apenas deverão reproduzir-se a partir dos 3/4 anos.


Os jovens machos podem ser castrados a partir dos 3 meses, no entanto aconselha-se a castração apenas aos 6 meses, idade mínima para o desmame das crias.


Em relação à cria, antes de esta nascer será conveniente consultar o Médico Veterinário, pois são necessárias vacinas à nascença e o animal necessita de ser desparasitado, entre outras questões que convém estar a par. É muito importante que o recém-nascido, durante as duas primeiras horas após o nascimento, ingira o colostro, primeiro leite produzido pelas fêmeas de todos os mamíferos que contém os anticorpos essenciais (espécie humana incluída), logo após o parto. Não se deve ajudar a partir o cordão umbilical, pois o fluxo de sangue entre a mãe e a cria só é completado após o nascimento. O cordão umbilical partir-se-á naturalmente.


Após o nascimento de uma cria, a progenitora voltará a entrar em estro 7 a 14 dias após o parto. A opção de cobrir a burra neste período deverá ser ponderada caso a caso. Há que ter em conta factores tais como: a idade da fêmea, o seu estado físico, a sua produção leiteira, o estado físico da cria e a idade de desmame, se previamente a burra foi coberta durante este período sem que daí tenham surgido problemas, etc. Alguns criadores defendem que a burra não deverá ser coberta no primeiro estro após o parto, pois a produção de leite diminuirá e assim a cria recém-nascida deixará de poder mamar convenientemente; para além disso é importante que se permita a recuperação física da progenitora após uma gestação de cerca de 12 meses. Outros criadores defendem que o primeiro estro após o parto é o mais fértil e em que a probabilidade da fêmea voltar a ficar prenha é maior.


A cria não deve ser separada da mãe e é muito importante que possa mamar até ao desmame natural, o que poderá acontecer entre os 7 e os 12 meses de idade. Se não se interferir, será a própria progenitora, na altura que achar apropriada, a repelir a cria. As crias de burro são animais frágeis e que adoecem facilmente, por isso necessitam de acompanhamento e protecção principalmente por parte da progenitora, mas também da parte dos humanos.
Adicionalmente, há outros cuidados essenciais a prestar para o bem-estar destes animais:


• As vacinas devem estar em dia e o animal deve ser desparasitado interna e externamente com regularidade, durante todo o seu ciclo de vida.


• Os asininos apresentam frequentemente doenças nos cascos, se estes não forem alvo da devida atenção. Estes necessitam de ser limpos e verificados com regularidade. Há que ter cuidado durante a limpeza dos cascos, para não magoar o animal, pois o casco possui zonas que são sensíveis. Igualmente há que ter atenção para não levantar ou dobrar demasiado a pata do animal, fazendo com que este se desequilibre, podendo magoar-se. A área onde os animais permanecem a maior parte do tempo, bem como a loja, devem ser limpas e o estrume deve ser retirado periodicamente. O piso onde o animal se move deve possuir uma boa drenagem de forma a permanecer quase seco. Os cascos gastam-se em função do uso e do piso onde o animal se movimenta. O aparo e/ou corte dos cascos devem ser efectuados sempre que necessário, por um Ferrador ou pessoa experiente no tratamento e manuseamento dos mesmos.


• Os dentes saudáveis são um factor importantíssimo para a qualidade de vida dos Asininos. A boca do animal, incluindo os dentes, deve ser examinada regularmente por um Médico Veterinário. Alguns problemas podem passar por um mau alinhamento dos dentes, provocando dores na boca, dificuldades de mastigação e fraco aproveitamento dos alimentos ingeridos. Os dentes dos asininos têm tendência a ficar pontiagudos com a idade.


• Não é aconselhável colocar pesos ou montar um animal jovem, antes dos 3/4 anos, pois este corre o risco de ficar com a coluna vertebral deformada.

• É necessário preocupar-se com a limpeza dos cantos dos olhos. A limpeza faz-se com um pedaço de algodão húmido retirando as ramelas que se acumulam nessa zona, atraindo moscas que podem fazer com que se formem feridas nos cantos dos olhos. No nariz também pode haver necessidade de se limpar o muco que por vezes escorre para fora atraindo igualmente moscas, e provocando potenciais feridas.


• Qualquer ferida que o animal tenha deve ser bem limpa e deve-se aplicar um spray próprio e/ou um creme cicatrizante, desinfectante e insecticida ao mesmo tempo, para afastar as moscas. Estas depositam ovos no interior das feridas, onde se desenvolvem as larvas, chamadas vulgarmente de “morcões”. As larvas causam problemas sérios ao animal, se não forem retiradas. Podem ser retiradas colocando água oxigenada na ferida para que as larvas se movam e deste modo seja possível retirá-las com a ajuda de uma pinça. Se necessário a ferida deve ser tapada depois de limpa e desinfectada. Qualquer falha de pêlo deve ser vigiada e se necessário deverá consultar o Médico Veterinário.


• Por fim, nunca é demais recomendar que se deve ter sempre à mão o contacto de um Médico Veterinário habituado a diagnosticar e a tratar asininos, bem como o de um Ferrador ou pessoa familiarizada com o manuseamento dos cascos dos animais.

Fonte: Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino

sábado, 27 de abril de 2013

História da Sela

 

Conheça as partes da sela

Assento – onde o cavaleiro se apoia no cavalo. Não deve ser macio, mas sim anatômico.

Cabeça – parte posterior do assento, onde se fixa o pito

Pito – barra de ferro presa à armação que serve de base para as cordas e ponto de apoio dos cavaleiros

Suadouro – localizada na parte inferior da sela, é a parte que tem contato direto com o animal.

Para-lama – cobre o loro desde a armação até o estribo

Loro – tira de couro ou nylon, regulável, que prende o estribo à sela.

Estribo – apoio dos pés do cavaleiro que pode ser de madeira ou metal.

Látego – parte do suadouro que sustenta a barrigueira

Barrigueira – presa ã sela pelo látego, é uma alça que envolve o dorso do cavalo, fixando a sela sobre o animal. As barrigueiras traseiras também são chamadas de batedeiras ou barrigueiras de encosto.

Argolas – feitas de metal, servem para fixar barrigueiras e peiteiras.

História

O que antigamente não passava de um pedaço de pano, hoje são verdadeiras obras de arte, construídas com muita técnica. Ao contrário do que a maioria pensa, as selas são responsáveis pelo estreitamento da relação milenar entre o homem e o cavalo. No início, o homem montava a pêlo, depois passou a usar panos e fibras vegetais. As primeiras selas em couro datam do século 3 aC até o século 1 da era cristã. Surgidas nas sociedades das estepes asiáticas, elas visavam oferecer um conforto e segurança maior durante as guerras. E foi exatamente por causa das guerras que a sela se desenvolveu na Europa medieval, tornando-se o parente distante das selas de hoje. Diferentemente das selas inglesas que são usadas em esportes hípicos e lazer, as selas americanas (western) são usadas para trabalho e para esporte, devido a habilidade nata do americano para a combinação dos dois. Fabricadas no Brasil a cerca de apenas 20 anos, elas seguem rigorosamente a escola norte americana. Demoram pelo menos 40 horas para serem concluídas, por ser um trabalho minucioso e manual. Sua armação, que pode variar desde a madeira ao plástico injetado, é o verdadeiro chassi de uma sela. Os mais procurados são os de plástico injetado, por não deformarem devido a umidade. Infelizmente cada dia menos acessíveis devido a desvalorização do real perante o dólar. O couro deve ser de boi, já que o mesmo é 30% mais leve que o de búfalo, por exemplo, e mais resistente já que suas fibras são mais justas.

Achar couros de boi com no mínimo 0,5 cm de espessura é outro desafio, pois poucos são os curtumes que curtem o couro em extrato vegetal. Além do mais, geralmente o couro vem com defeitos devido a bicheiras e outro parasitas que infectaram o boi em vida.

Os tipos de selas

Apartação- Pesando cerca de 18 kg, possuem o assento mais reto, e raso, com a cabeça e o pito mais alto, para maior mobilidade do cavaleiro e segurança nas manobras. São também, mais estreitas, para um maior contato entre o cavaleiro e o animal.

Rédeas – Pesando em média 16 kg, elas têm detalhes bem mais específicos e são consideradas as mais técnicas entre as selas de trabalho. Sua armação é exclusivamente de madeira, seu assento é reto e raso, e sua cabeça e pito mais baixos para permitir que as mão do cavaleiro fiquem o mais baixo possível. Também devem Ter para-lamas mais estreitos, que quase não cobrem a lateral do dorso do animal, permitindo uma maior sensibilidade.

Elas devem ser feitas sob medida, de acordo com cada cavaleiro.

Laço – Ao contrário das selas de rédeas, esta sela está entre as mais pesadas, podendo chegar a 20 kg. Isso se deve ao fato da modalidade exigir maior resistência do equipamento, pois ele sustenta as cordas que seguram o bezerro.

Com um suadouro ligeiramente maior, para uma maior apoio do cavaleiro na laçada, elas diferem um pouco, de acordo com a modalidade praticada. As selas de Calf Roping (Laço Bezerro) têm que ter o assento raso e a cabeça mais baixa, para facilitar a descida do cavalo na hora da prova. Os estribos geralmente são mais pesados, para não enroscarem no pé e atrapalharem o atleta.

Já a selas de Team Roping (Laço em Dupla) têm o pito mais alto, para facilitar a amarração da corda e o assento mais fundo, para dar maior firmeza ao cavaleiro, que não precisa descer do cavalo após laçar o bezerro.

Em ambas as modalidades, deve-se usar as duas barrigueiras apertadas, pois o tranco no pito pode fazer a sela rodar e ferir a cernelha do cavalo.

Tambor – a mais leve de todas as selas, pesando entre 10 e 12 kg, ela apresenta tamanho reduzido, cabeça arredondada, pito baixo e inclinado para frente, e assento adiantado, com a parte de trás mais alta. Esses detalhes proporcionam maior encaixe do cavaleiro, maior segurança nas curvas e a mobilidade das pernas. Os estribos e lóros têm de ser resistentes para suportarem o peso dos cavaleiros.<

Bulldogging – o detalhe dos estribos e lóros também valem para as selas desta modalidade. Assim como nas selas de Calf Roping, os estribos também devem ser pesados, para facilitar as saída dos pés do cavaleiro na descida do bezerro. Outro fator que ajuda nas descidas é o fato de que devem ser baixos a cabeça e a parte traseira do assento, que é raso e reto. O mesmo deve ser liso, não pode possuir arremates, costuras ou decorações, pois podem atrapalhar que o cavaleiro deslize por cima dele, assim como a espora.

O pito baixo e pouco inclinado oferece maior encaixe para a mão do cavaleiro na hora da descida.

Fonte: Ong Casa do Estudante

sábado, 20 de abril de 2013

Caracteristicas

 

Jumentos, zebras e muares, todos diferem um pouco da conformação dos cavalos. A diferença mais notável é, naturalmente, as orelhas. Orelhas de jumentos são muito maiores em proporção ao seu tamanho do que a de um cavalo. O pescoço é caracteristicamente mais reto nos jumentos, e a maioria dos jumentos e todas as zebras não têm uma cernelha verdadeira. A garupa tem uma forma diferente no jumento e nos seus híbridos, sem a curva dupla musculosa da coxa. O dorso é mais éreto, devido à falta de cernelha. Costas com ondulações ou tortos são uma falha de conformação, com exceção de animais velhos ou jumentas que produziram muitos filhotes, e não devido a fatores genéticos.

A crina e a cauda no jumento são grosseiras. A juba é ereta, raramente, pende para o lado e a cauda é mais como a de uma vaca, coberta com pêlos curtos na maior parte do seu comprimento, e terminando em um tufo de cabêlos mais compridos. Os jumentos não tem um franjas de verdade, embora, por vezes, a crina cresce o suficiente para baixo entre as orelhas em direção aos olhos. Como a juba é dura e às vezes esvoaçante, muitos jumentos, especialmente os de exposição, tem suas crinas cortadas curtas ou raspada perto do pescoço.

O formato do casco varia também, cascos de jumentos são menores e mais arredondados, com quartelas mais retas. As pernas devem ter boa ossatura, mas muitos jumentos de raças comuns podem parecer ter pernas longas e finas, com os pés minúsculos. Jumentos maiores, como o Poitou ou o Andaluz, podem parecer o oposto, com pernas enormes, pesadas e peludas e patas grandes e redondas. Boas pernas e patas são essenciais para a reprodução de muares, pois um bom pé é muito preferível a um grande corpo sobre as pernas finas e pés minúsculos.

Fonte: International Museum of the Horse

terça-feira, 16 de abril de 2013

O Milagre da Mula - Cantigas de Santa Maria

 

As "Cantigas de Santa Maria" são uma colectânea de poesia trovadoresca galaico-portuguesa, dedicada à Virgem Maria. Esta colectânea é constituída por 427 "cantigas", com as respectivas pautas de modo a que os poemas possam ser cantados e acompanhados por música. Trata-se do maior conjunto lírico musicado da Idade Média, sendo atribuído a Afonso X de Leão e Castela (avô de D. Dinis) e  composto em meados do séc. XIII.

image

Esta cantiga conta o milagre de uma mula que sofria de gota e tinha as patas retorcidas. Seu proprietário, condoído pelas dores, ordenou ao seu criado que a matasse, para que assim deixasse o pobre animal de padecer.


"Como un ome bõo avia un muu tolleito de todo-los pees, e o ome bõo mandava-o esfolar a un seu mancebo, e mentre que o mancebo se guisava, levantou-[s]' o muu são e foi pera a eigreja.


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade, que ssequer nas be[s]chas mudas demostra sa piadade.


E desto fez en Terena a Virgen Santa Maria gran miragre por un ome que un seu muu avia tolleito d'ambo los pees que atras tortos tragia, que sãou por sa vertude; e poren ben m' ascoitade:


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade...


Este mal a aquel muu per gran door lle vera de gota que aas pernas e aos pees ouvera; e porende no estabro un mui gran tenpo jouvera que sol andar non podia, esto vos dig' en verdade.


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade...


Quand' aquesto viu seu dono, atan muito lle pesava que por delivrar-sse dele log' esfolar-o mandava a un seu om'. E enquanto o manceb' ant'emorçava, foi-ss' o muu levantando con sua enfermidade


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade...


E sayu passo da casa e foi contra a eigreja, indo fraqu' e mui canssado; mas a que beita seja, tanto que foi preto dela, fez maravilla sobeja, ca o fezo logo são, sen door e sen maldade.


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade...


O manceb', a que seu dono ja esfolar-o mandara, poi-lo non viu, foi pos ele per aly per u passara, e viu-o par da eigreja, mas non tal qual o leixara; e foi en maravillado e diss' à gent': «Uviade


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade...


E veredes maravilla estranna con gran proveito deste muu que ant' era d' ambo-los pees tolleito, como o vej' ora são andar e muit' escorreito; e vejamos sse é esse, e comigo o catade.»


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade...


E logo foron vee-lo todos quantos y estavan, e adur o connoscian, pero o muito catavan, senon pola coor dele en que sse ben acordavan; mas sacó-os desta dulta a Virgen por caridade.


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade...


Que aly u o catavan andou ele muit' aga tres vegadas a eigreja da Virgen Santa Rea a derredor; e a gente, que lle ben mentes tia, virono como entrou dentro, mostrando grand' omildade.


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade...


E ben ant' o altar logo ouv' os gollos ficados, e pois foi-ss' a cas seu dono, onde mui maravillados eran quantos y estavan; e muitos loores dados foron a Santa Maria, comprida de santidade.


Tant' é grand' a sa mercee da Virgen e sa bondade..."

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Superburro: novidade no mundo dos equídeos

 

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, vêm obtendo, dentro de um projeto inédito no âmbito de universidades públicas do país, o chamado superburro, resultado do cruzamento entre o jumento Pêga e éguas da raça Bretã. Os superburros são muares mais pesados, dotados de mais força para tração de carroças com cargas mais pesadas.

Os puperburros, segundo os pesquisadores, são capazes de  tracionar uma carga igual a 15% de seu peso vivo, durante uma jornada diária de cinco horas de trabalho. Comparado com outros equinos, os muares têm tendência a uma maior recuperação de peso e menor consumo de água após uma jornada de trabalho de quatro horas.

Os muares são animais de tração, rústicos e resistentes a terrenos acidentados e temperaturas altas. Resultam do cruzamento de jumentos e jumentas com cavalos e éguas de diversas raças, gerando burros e mulas. Entre essas raças está a Bretã, originária da França, que apresenta machos de grande porte, com aptidão para trabalhos pesados.

image

Fonte: Revista Animal Businnes Brasil n 7, 2013

sábado, 13 de abril de 2013

Jumento COMENDO ESPINHEIRAS - fábulas

 

Dizem que o Jumento, e também as Cabras, só bebem águas bem limpas, mas comem até cascas de árvores. Nesta fábula uma Raposa observa um Asno comendo a ramagem da espinheira Paliúro e pergunta: "Como é que consegues comer coisa tão espinhenta e dura, quando tua língua é tão macia?" Dizem os apressados narradores que isto se aplica aos que proferem palavras ásperas e perigosas. REVISÃO - Quem proferiu palavras perigosas? Teria sido a Raposa, pois Esopo não nos apresenta a resposta do Jumento. Talvez a Raposa só quisesse comparar a fala macia dos ditadores mandando terríveis obrigações aos seus súditos. Se entrarmos nessa linha de pensamento, nossos Podres Políticos são mais habilidosos, transformando pela propaganda em comida palatável as espinhentas leis expropriatórias com uma fala (língua) aparentemente muito macia. Achamos outra versão onde o Jumento responde que não é a língua que faz o trabalho principal, pois são os dentes que moem os espinhos com as folhas e é assim que tudo isso vai alimentar sua forças. Aí já está mais de acordo com as fábulas dos Reis deuses da Antiga Suméria onde mandam que os homens não temam as mais espinhentas Sombras e aprendam a "mastigar" seus ataques (espinhos) sem se ferir com palavras ásperas. Se assim fizessem, as Trevas então envenenariam os "espinhos". Isto está bem de acordo com o aviso de Jesus Cristo: "Não vos oponhais frontalmente ao Maligno!"

Fonte: Shvoong

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Curiosidade

 

Antigamente a tosse-braba (coqueluche), aliviava-se com leite de jumenta preta.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Saiba como a Linhaça pode combater à cólica e laminite nos cavalos

 

A linhaça, já é conhecida por trazer inúmeros benefícios para a saúde humana, e já vem ganhando espaço naalimentação de animais. Vários criatórios de cavalos do Brasil têm se rendido ao produto, capaz de reduzir em demasia os índices de cólica elaminite na tropa, além de proporcionar uma melhoria considerável nos aspectos depêlo e crinas. Já que a linhaça tem como característica predominante o fato de possuir uma semente muito rica em gordura vegetal. A quantidade é superior a todos os vegetais e comparável apenas a alguns peixes de água gelada como o salmão. Vale ressaltar que a linhaça tem 38% de gordura vegetal, enquanto a aveia 4,7% e o milho 3,9%.

A linhaça vem sendo administrada para os animais na forma de farinha integral ouóleo prensado a frio, o que significa com raras exceções que o processo industrial possa ser denominado justa e seguramente como beneficiamento, já que mantém intactas suas qualidades nutricionais. O ideal é que ambos, tanto na forma líquida como sólida, sejam fornecidos em pequenas doses misturados à ração, cada um na sua devida proporção.

Apesar de não existirem estatísticas a respeito, a cólica pode ser considerada como umas das principais causas de óbitos dos cavalos e a laminite a maior abreviadora de carreiras atléticas entre os eqüinos. O principal gatilho dessas doenças tão perigosas está na pressão alimentar a que são submetidos os cavalos atletas ou de exposição. O excessivo aporte alimentar para manter os animais superalimentados, com o objetivo de darem o máximo de si nas suas categorias esportivas ou nos julgamentos das exposições, pode comprometer a capacidade digestiva deles. E é aí que entra a farinha de linhaça integral e o óleo de linhaça.


De acordo com Gustavo Braune, médico veterinário especializado em cavalos, acupunturista, professor e estudioso brasileiro de alimentação eqüina, a utilização da linhaça na alimentação de eqüinos implicaria na redução da quantidade de concentrado ao cavalo, o que, segundo ele, é altamente favorável para quem tem estômago pequeno e para quem é atleta 24 horas por dia. “Isto evita a ocorrência da pior e mais freqüente doença dos cavalos – as cólicas gastrointestinais”.

A linhaça pode se configurar num “santo remédio” para quem precisa trabalhar, a curto prazo, animais que estão em regime de pasto para participarem, por exemplo, de leilões. Por mais que eles estejam gozando de plena saúde, nunca estão prontos para a festa. Falta um pouco de carne ou uma musculatura mais definida. Crinas, cauda e cascos normalmente não apresentam o viço necessário.

Se um animal precisa em média de três meses na baia com trato especial para chegar lá, Braune garante que com a linhaça em farinha mais o óleo é possível abreviar este tempo de recuperação do animal para 45 dias. Afirmou ainda, que é possível reduzir esse custo à metade. “E o mais importante, ele chega com seguro saúde, pois quem tem pouco tempo, mas adotou a linhaça não tem cólica ou aguamento”, garantiu.

Na alimentação do gado, Conceição Trucom relata em seu livro que “por suas propriedades diuréticas, o farelo (de linhaça) costuma ser direcionado também para a alimentação do gado leiteiro, objetivando o aumento da produção de leite. Outro aspecto interessante é que o gado tratado com o farelo produz uma manteiga de melhor qualidade, de textura mais macia e cremosa, além de mais saborosa.”

A linhaça é originária do Oriente Médio, mas cultivada em diversos países de clima temperado da Europa e da América. No Brasil é encontrada no Rio Grande do Sul.

Fonte: Mundo dos Cavalos

Adaptação: Escola do Cavalo

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Saiba mais sobre odontologia equina

 

O cavalo, nômade e herbívoro, por natureza, foi concebido com os dentes preparados para o pastoreio, isto é, para simplesmente mastigar o que o animal encontrava na natureza, os diversos tipos de forragens, o que causava um desgaste lento e homogêneo, em sua dentição.

Entretanto, com o seu confinamento e domesticação, pelo homem, o cavalo teve alterada sua dieta original e mudanças em seus padrões alimentares. A partir daí, consequentemente, teve também alterados seus dentes e a mordedura.

Há exames periódicos, que devem ser contínuos, e se iniciam logo após o nascimento, onde são identificadas alterações congênitas. Aí, se verificam problemas no palato (céu da boca), deformidades como as maxilares e da mandíbula.

Recomenda-se que até os cinco anos de idade, os exames sejam semestrais, para os casos de dentes decíduos persistentes (dentes de leite que permanecem na arcada dentária), verificar se há fragmentos a ser extraídos, o que poderia causar contato inadequado entre os dentes superiores e inferiores, pela sua erupção desordenada.

São comuns pontas e deformações nas arcadas, em animais acima de cinco anos, proporcionando má oclusão dos dentes molares (posteriores) e incisivos (dentes anteriores), o que deve ser corrigido, como prevenção.

Na fase de doma, o exame dos dentes torna-se essencial.  Disso, vai depender o bom desempenho do cavalo, porque o tratamento vai trazer-lhe mais conforto, o que torna o trabalho do treinador e o aprendizado do cavalo mais fácil e menos estressante, proporcionando um melhor  resultado final.

Mesmo que não apresentem sintomas, o ideal é que todos os cavalos tenham seus dentes examinados, pelo menos, uma vez por ano.

A perda de peso, dificuldade para engordar, incômodo com a embocadura, puxão nas rédeas, o balanço da cabeça de um lado para outro, agressividade, lentidão ao mastigar, cólicas recorrentes e fibras longas de capim encontradas nas fezes são indicativos de problemas relacionados com os dentes, a serem investigados.

O risco de cólicas é bastante reduzido quando os cavalos têm acompanhamento dos seus dentes, periodicamente, porque  possuem melhor mastigação e digestão, e apresentam uma considerável melhora no aproveitamento dos alimentos. As manobras e o andamento também são beneficiadas pelo conforto no manuseio das rédeas, além do benefício que os animais adquirem com maior longevidade e vida útil.

Por: Dr. Ciro Pinheiro Mathias Franco
Médico Veterinário – atuante em odontologia equina.
Cel. (11) 9814-6666

Fonte: Saúde Animal

Adaptação: Escola do Cavalo