Criadores de cavalos, ao longo da história da humanidade, cercaram-se de poder, dominação e atos de guerra. Apreciaram a beleza plástica, a fogosidade e a velocidade, que são características inerentes aos eqüinos.
Se estas características são tão atraentes à nossa vaidade, por que se criam asininos e muares?
“ - Porque representam a paz e a humildade”, diria um religioso, “pois Cristo ao entrar em Jerusalém, no Domingo de Ramos, estava montado num burrico, desafiando as estruturas do poder romano com seus magníficos garanhões”.
Este é o espírito deste picaresco animal, dócil para crianças e nervoso quando submetido às condições ingratas e injuriosas. Não seria este o retrato fiel de uma entidade viva, completamente adaptada ao meio ambiente?
“ - Você deve possuir um certo grau de maturidade para melhor apreciar os muares. Quando era ainda um garoto em nossa fazenda do interior de Minas, acreditava que eram animais de baixa classe, ignorantes. Hoje, reconheço neles qualidades que os cavalos nem sonhariam em possuir, e tem sido maravilhoso verificar sua crescente popularidade nestes tempos de crise”, proseou-me há algum tempo um velho fazendeiro de São João D’El Rey, que hoje deveria estar ocupado nos palácios de Brasília.
Fonte: Crônicas da Raça Mangalarga Marchador, Ricardo L. Casiuch
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