Eles são uma das excentricidades da Natureza, um híbrido verdadeiro, um cruzamento entre um eqüino e um asinino. E devido ao fato destes híbridos herdarem de seus pais cargas genéticas com diferentes números de cromossomos, elas são estéreis.
No cruzamento mais comum em nosso meio, a mula/burro se apresenta com as seguintes características: cabeça e pernas do jumento; diagrama corpóreo da égua; narinas afiladas, canelas secas e cascos relativamente
pequenos; crinas curtas e para cima, podendo eventualmente apresentá-las longas e caídas como os eqüinos; peso variando entre 250 kg a 400 kg e altura entre 1,30m e 1,50m.
A outra forma de obtenção do híbrido, entre um garanhão e uma jumenta, é menos freqüente e de maior dificuldade de concepção.
O cruzamento mais popular, atualmente empregado no Brasil, é o que se faz entre jumentos da Raça Pêga e éguas Raça Campolina. Os primeiros têm origem em jumentos espenhóis trazidos para Minas Gerais por missões católicas, sendo os núcleos mais famosos de criação os que se localizam na região de Lagoa Dourada(MG). São excelentes marchadores, com altura acima de 1,23m e de grande resistência para o trabalho e transporte.
As segundas são descendentes do potro MONARCA, filho de MEDÉIA, animal de sangue andaluz que o fazendeiro Cassiano Campolina utilizou em éguas nativas de Minas Gerais no final do Século XIX , para formar a raça nacional que leva o seu nome. Apresentam-se com altura acima de 1,45m na cernelha, forte ligação dorso-lombar, grande distância entre as pontas das ancas, predominância da pelagem baia e excelente andamento marchador.
A recente onde de interesse pelo cruzamento híbrido entre Jumentos Pêga e éguas marchadoras obedece à elevação dos custos de manutenção e operação de máquinas agrícolas (tratores, picapes, implementos motorizados). Hoje já não se admite uma distribuição farta e onerosa de Jeeps entre funcionários de empresas agropecuárias. Uma boa parcela está sendo suprida com mulas e burros produzidos na própria fazenda. Breve veremos a expansão de novas áreas de criação destes animais, que certamente incorporarão éguas Puro Sangue Inglês, após campanhas nas pistas de corridas, e que são arrematadas por valores ainda não absurdos em diversos leilões de Tattersall.
Já se tem como certa a noção que estes híbridos consomem para viver ao redor de 25% das necessidades calóricas de um cavalo, e menos água. Sob trabalho pesado, controlam seu suor mantendo estável sua temperatura interna, tendo sua capacidade de arrasto de até 50% do peso de seu próprio corpo, enquanto os eqüinos não ultrapassam 30% neste mesma relação.
Do ponto de vista veterinário, mulas/burros fazem a monotonia da vida prática destas profissionais, pois não requerem qualquer atenção significativa, além dos cuidados normais na propriedade (controle de vermes, carrapatos, higiene de estábulos, etc.).
A dureza de seus cascos é comparável ao marfim e para trabalhos em terrenos planos não necessitam serem ferrados. Ao enfrentarem trilhas montanhosas, comportam-se como cabras, subindo passo a passo sem esgotarem seus dotes físicos e progredindo por horas a fio sem descanso. Sua longevidade permite-lhes trabalhar por mais de 35 anos, não sendo surpresa alguns casos de muares estenderem suas vidas por até 47 anos. São praticamente imunes a aguamentos, e apresentam reações de inteligência superiores aos seus primos, os cavalos. Um exemplo flagrante disto é o espírito aguçado de sobrevivência que se nota nestes animais. Quando estão nos limites de resistência, simplesmente param ou deitam ao solo para descansarem, ao contrário dos eqüinos que andam até morrerem.
Fonte: Crônicas da Raça Mangalarga Marchador, Ricardo L. Casiuch
legal
ResponderExcluirobrigado esse saite me ajudou na escola
ResponderExcluirme ajudou na escola
ResponderExcluiruma mais valia para quem não sabe da importamcia que este animal teve e ainda tem na vida das pessoas ainda em alguns lugares.
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