Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Raças de Jumentos – Parte 6

Mais algumas raças para vocês conhecerem…
  • Baudet du Poitou

     
    Também conhecido como Baudet de Poitou, Poitevin e Francês. A origem do Poitou, assim como de muitas outras raças antigas, é meio vaga. Dizem que os jumentos, assim como a prática de fazer mulas foi introduzida na região francesa de Poitou pelos romanos. As duas raças, o jumento Poitou e o cavalo Cheval Mulassier, parecem ter sido desenvolvidos lado a lado com o único propósito de fazer mulas de qualidade excepcional. Não se sabe quando as pessoas de Poitou começaram a selecionar os animais para chegar a raça que conhecemos hoje, mas existem indícios que essa seleção já existia em 1717 quando diários de um conselheiro do rei descreveram os jumentos de Poitou como: “ Lá na região norte de Poitou se encontram jumentos que são tão altos quanto mulas grandes. Eles são quase que completamente cobertos de pêlos que chegam a 15 centímetros, com pernas e juntas tão grossas como cavalos de carruagem”.

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    Até após a segunda guerra mundial, o Poitou tinha um papel muito importante para a criação de mulas de qualidade para a França e para o restante da Europa. Dizem que a mula que resulta do cruzamento do poitou com a Mulassiere é o melhor tipo de mula de trabalho do mundo. Se isso é verdade não podemos dizer, mas a mula Poitou frequentemente alcança um preço maior que as outras. is the finest working mule in the world. Foi estimado que no auge da industria, a região de Poitou produzia cerca de 30,000 mulas por ano.
     

     

    Após a guerra a produção de mulas começou a cair, tratores e automóveis estavam substituindo animais em todas as suas funções. Sem motivo para produzir mulas, havia pouco motivo para criar o Poitous. O declinio da raça foi rápido, em 1977, apenas 44 jumentos (de mamando a caducando) podiam ser encontrados, mantidos por alguns criadores dedicados. Gritos foram erguidos e começaram as tentativas de salvar a raça. Vários grupos se mobilizaram, incluindo   SABAUD (Associação para o Salvamento do Baudet du Poitou), o Parc Naturel Régional du Marais poltevin e o les Haras Nationaux. Um censo da população da raça Poitou realizado em 1994 revelou mais de 200 animais de raça pura.

     

    O Poitou é conhecido pelo seu tamanho. O Jumento Andaluz é o único outro jumento europeu com tamanho similar. Os primeiros criadores os selecionaram para orelhas longas e cabeça e juntas grandes. Eles acreditavam qua jumentos com esses atributos produziriam muares excepcionalmente grandes e fortes.  Como resultado, alguns animais possuem orelhas tão grandes que ficam na em sua maior parte na horizontal.

    O Poitou deve medir entre 1.35 m e 1.50 m na cernelha. Sua pelagem “bai brun” (castanha), mas essa cor pode variar do preto absoluto ao marrom amarelado, definido como “fougère” (não pode ser ruã ou pêlo de rato), com barriga acinzentada, nariz branco e circulo branco ao redor dos olhos, que é separado do restante da pelagem por fios avermelhados. O Poitou nunca pode ter a cruz nos ombros e costas. A cabeça deve ser bem grande e longa, com um pescoço forte.  A garupa é curta e os quadris redondos. Os membros são fortes com grandes articulações e movimentos soltos. Os pés de Poitou são maiores do que os de outras raças de jumento e coberto com os longos pêlos nas pernas. As orelhas devem ser grandes e abertas, mais uma vez, coberta de pêlos longos. A pelagem do jumento Poitou é mais longa e mais suave do que o de outras raças.

     

    Quando o animal é deixado desarrumado, sem tosa,  muitas vezes mantem os cabelos longos da sua juventude, que se torna um emaranhado confuso, crescendo para baixo em um grande casaco. A tradição exigia que os animais com "cadenettes" maiores fossem mais valorizados. Mudanças de atitudes na produção animal e higiene fez com que fosse permitido a tosa desses animais, mas ainda é possivel encontrar alguns Poitous "bourailloux" (com pelagem comprida).

     

    Poitou DonkeyO Baudet du Poitou, é possivelmente uma das mais antigas raças puras de jumento em existência.  Os criadores os chamam de  "l’âne de grand espèce" ou a grande raça de jumento. A primeira coisa que os criadores olhasm nesse animal para determinar a sua qualidade é o casco. Um bom purosangue possue, possui um casco bem mais largo e aberto do que outras raças. Criadores dizem que é fácil identificar animais puros de animais meio sangue pelo tamanho do casco.   Num bom Baudet du Poitou, as pernas permanecerão cobertas de pelos longos em todas as estações. O Baudet é geralmente passivo, com aspecto sonolento.

     

    Por causa dos preços altos alcançados pelos puro-sangue, criadores inexcrupulosos estão vendendo meio-sangue como se fossem puros. Esses animais vem completos, incluindo falsa documentação. Devido ao grande número de impostores, o Poitou está enfrentando um novo inimigo, perda de caracteristicas. Muitos desses meio-sangue  são bem parecidos com os puro-sangue, mas passam várias caracteristicas que não são do poitou para seus filhos. Agora criadores estão redobrando seus esforços para preservar a genética  do Baudet du Poitou.

     

    O Livro de Registro Genealógico dos Reprodutores existe desde 1884 e foi fechado em 1923. É o livro genealógico mais antigo que existe entre todas as raças de jumentos, e um dos poucos que nunca foi total ou parcialmente abandonado em algum ponto da sua história. Foi aberto novamente por um periodo para ser reorganizado, mas já está fechado novamente. Animais cujos pais não sejam registrados só podem ser registrados agora caso sejam excepcionais e se sua linhagem puder ser comprovada. Novas regras para o livro genealógico foram adotadas em 1995 que incluem a colocação de chips eletrônicos que permitem a identificação de animais, a investigação sobre sua reprodução e gerenciamento rigoroso. Esses métodos devem garantir um futuro para esta raça que é um patrimônio genético e cultural notável, mas que, no entanto, continua ameaçado.

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    Medidas do Baudet du Poitou – O Standard dessa raça foi definido em em meados do século 19 e desde então não foi modificada.

     

    Altura na cernelha macho 136-156 cm
    média: 144
    Altura na cernelha fêmea 131-149 cm
    média de 139
    Tour du Canon (circunferência de canhão) macho 19 a 24 cm
    média: 21,5
    Tour du Canon (circunferência de canhão) fêmea 18 a 21 cm
    média de 19,5
    Largura do casco macho 9 ~ 12cm
    média: 10
    Largura do casco fêmea 8,5 e 10,5 cm
    média: 9,5
    Vide Sous-sternum (do esterno ao solo) macho 74 a 88 cm
    média de 81
    Vide Sous-sternum (do esterno ao solo) fêmea 71 a 85 cm
    média 77
    Perímetro torácico macho 145-168 cm
    média: 154
    Perímetro torácico fêmea 143-163 cm
    média de 153

     

    As fotos mais antigas desse jumento são de 1865.  Os animais que aparecem nessas fotos são bem similares aos que encontramos hoje em dia. Os jumentos Poitou não são animais de uso, para trabalhos e cargas. Seus criadores costumavam leva-los para as exposições em cima de carroças para que não se cansassem, esse fato é único em uma espécie que é considerada acima de tudo um animal de carga. Como procriadores de grande valor, o jumento Poitou sempre foi uma raça que deliberadamente tinha seu número limitado (800-1500 animais), para que seu preço fosse bastante elevado devido a procura. 

     

  • Teamster

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    Jumento Autraliano, importado de Ontario. Sua origem está nos jumentos americanos e espanhois, pois para serem utilizados para tropa o ideal é que fossem grandes.

     

    Jumentos têm sido parte do cenário de animais domésticos na Austrália desde 1794, quando o Shah trouxe de Calcutá, entre sua carga três jumentos (três outros morreram na viagem). Muitos outros se seguiriam ao longo dos anos, tornando-se, até a década de 1930, uma parte importante da história do transporte na Austrália.  No final do século 19 existem relatos  de raças especificas sendo trazidas para a Australia, essas incluiam Andalusa, Maltesa e o American Jackstock. Fotos antigas mostram a influencia do sangue Andaluso na cor da pelagem, na cabeça e outros aspectos, também na influencia da pelagem preta e da ocasional avermelhada do American Jackstock.

    Eles eram usados em equipes/tropas de até 30, às vezes mais, e eram conduzidos apenas pelo comando de voz, o carroceiro andando ao lado de sua tropa. Jumentos e camelos trabalharam nas áreas mais remotas do outback, o jumento é essencialmente um animal do deserto, e possuia as adaptações que convinham para este uso. Os burros utilizam melhor alimentos e água, o "sistema de refrigeração", inclui os depósitos de gordura que funcionam como isolante, eles produzem menos umidade no esterco, pode desidratar a um nível que mataria um cavalo, e em seguida tomar de volta apenas a água suficiente para repor exatamente os níveis de hidratação normal.  image9_thumb

    Sir Thomas Elder reproduzia esses animais em seus postos, fez importações de animais grandes da Espanha, como o Andaluso. As agências governamentais também trouxeram o Jackstock americano, que descende principalmente dos espanhois - o Rei de Espanha tinha suspendido um embargo sobre a exportação desses jumentos e fez uma doação de alguns a George Washington, que iniciou um programa de melhoramento genético da raça tanto para o Jackstock quanto para os muares que eram enviados as plantações e minas, bem como para levar colonos para o oeste.

     

    Pelo que se sabe a maioria dos animais veio de lugares como a Índia, Rawapindi, Chile, América, África, etc - a Inglaterra não teve jumentos até bastante tarde, e os jumentos não eram um animal de trabalho considerado bom lá, por serem pequenos. Os jumentos trouxeram a este país o que ele precisava para ser de bom tamanho, e é lógico que eles teriam eram provenientes de países com climas quentes. Infelizmente para o jumento, na Austrália, nunca houve a chance de ser feito um livro genealógico organizado.Pode ter sido só a Mãe Natureza cuidando do livro genealógico, mas ela teve os melhores jumentos de trabalho no mundo trazidos para cá.

     

    O jumento selvagem cresceu tanto em números que diversos programas governamentais têm sido destinados a eliminá-los totalmente. Dezenas de milhares são abatidos a cada ano, e muitas áreas estão agora sendo declaradas livres de jumentos. A Sociedade Australiana de Jumentos nunca agiu para reconhecer esses animais, que descendem dos jumentos teamster, apesar de muitos esforços isso nunca aconteceu, mesmo quando houve uma revival do jumentos na década de setenta e milhares de jumentos foram enviados aos estados do leste, nenhuma ação foi tomada para mantê-los separados das novas importações de jumentos Irlandêses e Inglês - um jumento menor, mais arredondado. Na verdade, enquanto os peritos Inglêses elogiavam a beleza dos jumentos australianos, especialmente sua altura, os criadores da raça Australian estavam começando a criar às pressas  o jumento inglês, que era considerado por eles mais fofo/bonito.  Inclusive para agilisar o crescimento da criação cruzaram os menores jumentos australianos com os ingleses.  Embora se reconheça que o verdadeiro jumento australiano era bastante diferente, a associação, parecia  não quer reconhecê-lo - nos registros só eram gravados os pais, data de nascimento e cor, o que significa que criadores não tenho conhecimento se o pedigree de um jumento contém sangue irlandês / Mediterrâneo, americanos ou qualquer outro. Por causa da história da Associação de nunca permitir que raça / tipo / etc sejam registrados, a oportunidade nunca foi dada a criadores de estabelecer um processo de verificação - mas muitos descendentes do teamster australiano original ainda podem ser encontrados com proprietários dedicados, alguns recolhidos de seu estado selvagens.

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    Pareece que a situação do Teamster está mudando. Em 2005 o nome "Australian Teamster” foi cunhado pelo que era então o EIDSA All Breeds Inc, como um termo adequado e preciso para o tipo de jumento Teamster, estilo e origem histórica. O primeiro registro para eles foi formalizada, reconhecê-los formalmente como uma raça.

    A criação do registro do "Australian Teamster” foi rapidamente aceita, e juntou-se à herança das raças de eqüinos da Austrália.
    Hoje, existem duas secções para o australiano Teamster Donkey.

     

    Teamster A - Nenhum cruzamento conhecido com Inglês, Irlandês, ou miniatura. Tem algo que o liga ao animal original.

    Teamster B - Nenhum cruzamento conhecido com Inglês, Irlandês, ou miniatura. Se não tem nada que o ligue ao original é necessária a inspeção do animal.

     

    É permitido até 25% de sangue de outras raças na sua genealogia como a Andalusa e American Mammoth Jackstock Poitou.

     

    A associação de mulas e jumentos da Nova Zelândia também criou um registro para os jumentos Teamster Autralianos que estão na Nova Zelândia.

    Essa raça foi escolhida como animais de carga/tropa não só pela facilidade em aceitar arreios mas também pelo costume que esses animais tem de permanecer perto da carga, sem se afastar muito. Outro atributo que os jumentos e os muares  indispensáveis foi a imunidade que tinham da "Kimberly Walk-About Disease" uma condição fatal, causada pela ingestão de uma erva venenosa. Os jumentos e muares evitavam, ou eram imunes aos seus efeitos.

     

  • Balcãs

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    O jumento dos Balcãs é originário da península Balcânica, mas é encontrado no mundo inteiro. É uma espécie primitiva que descende do Equus asinus, são bastante comuns nas regiões montanhosas da Sérvia e Montenegro (são encontrados em locais como Sremska Mitrovica, Kovilj, Subotica, Dimitrovgrad). Um jumento adulto pesa em média  250kg, enquanto as fêmeas pesam 200kg. A cernelha dos machos medem cerca de 100cm, a das fêmeas 95cm.  A pelagem pode ser pêlo de rato, ruã ou marrom. Um plantel de cerca de 100 Jumentos Balcãs existem na rezerva de Zasavica, Sremska Mitrovica, Servia, onde são usados para fabricar o queijo mais caro do mundo.

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    Estima-se que existam cerca de 1000 jumentos dessa raça, mas não se sabe ao certo.

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