Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

sábado, 15 de maio de 2010

Raças de Jumentos – Parte 1

Eu estava lendo uma revista onde havia a foto de um jumento francês e percebi que pouco conhecia sobre outras raças de jumentos sem ser o Pêga e o Jegue (o jumento nordestino), resolvi pesquisar…
Hoje, devido a diversos fatores como alimentação, ambiente, cruzamentos, etc…, existem diversas raças de jumentos espalhadas pelo mundo, a lista que vou apresentar  tenho certeza que está incompleta,  estes são apenas as que encontrei.  Basicamente existem dois nixos de Equus asinus, o Europeu de origem provavelmente mediterrânea; e o Africano originário da bacia do Nilo. Encontrei inclusive algumas informações sobre raças de jumentos não domesticadas, selvagens…
Como são muitas vou postar aos poucos as informações que encontrei sobre as diversas raças…
  • Pêga

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Não existiu sempre jumentos no Brasil. O jumento chegou ao Brasil com os colonizadores na época da descoberta, a origem tanto do jumento Pêga, quanto do jumento Brasileiro e do jumento Nordestino no país é bem similar nesse ponto. Não houve de início uma seleção para esses animais, certos grupos por estarem na mesma localidade adquiriram caracteristicas similares.

 

As raças começaram a divergir realmente uma da outra por cruzamentos feitos com raças importadas, o ambiente e obviamente o trato. Presupõe-se que a primeira importação tenha sido feita por Martin Afonso de Souza em 1534, trazidos da Ilhas da Madeira e das Canárias para São Vicente. Mais tarde pela caravela "Golfe", Tomé de Souza trouxe para a Bahia (1549) jumentos de Cabo Verde. Ainda no tempo Colonial deve ter havido introduções de jumentos espanhóis e africanos. Já no fim do século passado foram feitas importações de jumentos italianos e espanhóis, promovidas pelos imigrantes e pelo Ministério da Agricultura. No Sul, predominaram as compras Argentinas, onde se podiam adquirir excelentes jumentos das melhores raças.

Quanto aos jumentos que deram origem ao Pêga, podem ter sido introduzidos no tempo de D. João VI, como vindo do Egito diretamente, ou via Abissinia, a qual, Portugal mantinha comércio regular. É julgado originário de jumentos italianos e egípcios, porém, pela história da raça, é muito duvidosa a intervenção dos primeiros. É de se supor, isto sim, que descendam de jumentos de origem portuguesa e egípcia apenas. Se houve cruzamentos com italianos, estes foram recentes.
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A raça pêga é de nobre origem e considerada de estirpe, formada em Minas Gerais. O nome Pêga  foi dado pelo costume que se tinha em Lagoa Dourada de marcar a fogo esses animais com um simbolo  que parecia com a algema (duas argolas de ferro) de prender escravos pelo tornozelo, chamada Pêga. A raça originou-se no começo do século passado, por volta de 1810, na fazenda do Cardume pertencente ao padre mineiro Manoel Maria Torquato de Almeida, no atual Município de Entre Rios de Minas, que iniciou a mestiçagem e a seleção de melhores exemplares. Mas a raça ganhou força mesmo em uma fazenda em Lagoa Dourada, município mineiro próximo a São João del Rei, por obra do Coronel Eduardo José de Resende, proprietário da Fazenda do Engenho Grande dos Cataguazes, que em 1847, comprou dois machos e sete fêmeas do plantel do padre Manoel  e continuou o aprimoramento em seguidos cruzamentos.  O desenvolvimento da mineração nos séculos XVIII e XIX nas Minas Gerais , fez crescer a preferência de desenvolver a produção de muares para atender àquela atividade e o jumento pêga entrou em alta.
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Guarany, um dos mais importantes reprodutores da raça Pêga na década de 50, nascido em 20.05.47, na Fazenda "Maracujá", no município de Lagoa Dourada.

Hoje em dia, o jumento Pêga não está mais concentrado em Minas Gerais, pode ser encontrado em grandes criatórios por todo o Brasil. A raça Pêga é hoje, o orgulho da pecuária nacional. O Pêga é o jumento que se afirma , tornando-se o jumento da "PREFERÊNCIA NACIONAL" .

    PADRÃO DA RAÇA: - Estatura: de 135cm (em média de 130 para os machos e 125 para as fêmeas).  - Perímetro torácico: de 148cm no macho e 144 na fêmea. - Peso: de 300Kg no macho e 240 na fêmea. - Pelagem: a mais comum é a "pêlo-de-rato". É freqüente a ruã (preferida pelos criadores) ou rosada; é rara a tordilha, sendo indesejáveis a ruça e a branca. O pêlo é fino, curto, macio, por vezes ondulado. - Cabeça: fina, seca, despontada para o focinho e sem proeminências. A fronte é larga e curta, de perfil direito, convexilíneo, nos machos. Alguns animais têm fronte plana e chanfro levemente acarneirado, perfil que, segundo alguns autores, é o mais desejável. As faces são paralelas, as orelhas grandes, de largura média, de preferência eretas e paralelas, voltadas para frente (atentas). Boca bem rasgada e ventas espaçosas. - Pescoço: longo e musculoso, bem dirigido e bem ligado à cabeça e ao tronco. - Corpo: delgado e elegante, com lombo comprido. Prefere-se que a região dorsolombar seja curta, larga, musculosa e direita. A garupa é curta, inclinada e musculosa. A cauda tem inserção baixa e vassoura cheia. As costelas são separadas, regularmente arqueadas, formando um costado cheio. - Membros: altos de ossatura forte e fina, com articulações sólidas e limpas. As espáduas oblíquas; as quartelas médias e regularmente inclinadas. Cascos bons e escuros.  APTIDÕES: O Pêga produz muares fortes, vivos, sadios, altos, de cores claras, sendo utilizados tanto para sela como para a tração.
         
                    • Brasileiro

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                    Não existiu sempre jumentos no Brasil. O jumento chegou ao Brasil com os colonizadores na época da descoberta, a origem tanto do jumento Pêga, quanto do jumento Brasileiro e do jumento Nordestino no país é bem similar nesse ponto. Não houve de início uma seleção para esses animais, certos grupos por estarem na mesma localidade adquiriram caracteristicas similares. As raças começaram a divergir realmente uma da outra por cruzamentos feitos com raças importadas, o ambiente e obviamente o trato. Presupõe-se que a primeira importação tenha sido feita por Martin Afonso de Souza em 1534, trazidos da Ilhas da Madeira e das Canárias para São Vicente. Mais tarde pela caravela "Golfe", Tomé de Souza trouxe para a Bahia (1549) jumentos de Cabo Verde. Ainda no tempo Colonial deve ter havido introduções de jumentos espanhóis e africanos. Já no fim do século passado foram feitas importações de jumentos italianos e espanhóis, promovidas pelos imigrantes e pelo Ministério da Agricultura. No Sul, predominaram as compras Argentinas, onde se podiam adquirir excelentes jumentos das melhores raças.

                    Há muito não recebe influência de sangue exótico.  O padrão da raça estabelece os seguintes requisitos:
                    Cabeça ­ De perfil retilíneo ou sub-convexilíneo, apresentando a linha da fronte e do chanfro pouco convergente com a do bordo inferior da mandíbula. A cabeça, observada de perfil, nunca deverá ser acentuadamente afunilada. Nos machos, será relativamente grande e máscula, sendo, nas fêmeas, mais leve, com expressão feminina. Os olhos devem ser relativamente pequenos, oblíquos e vivos. As arcadas orbitárias bem salientes.
                    Pescoço
                    ­ Reforçado, grosso, bem implantado no tronco, dando boa inserção à àcabeça.
                    Orelhas ­ Grandes, eretas, bem implantadas, dirigidas para cima e com as pontas recurvadas (atezouradas).
                    Tronto ­ Compacto e de bom comprimento, com linha dorso-lombar tanto quanto possível reta e harmoniosamente ligada à garupa.
                    Garupa ­ Acompanhando a linha dorso-lombar, comprida, musculosa e esse comprimento deve ser sempre igual ou superior à sua largura nas ancas.
                    Membros ­ Reforçados e enxutos, com articulações largas e fortes, tendo os cascos lisos, de altos talões. Bons aprumos.
                    Pelagem ­ Qualquer. é mais apreciada a pelagem denominada ruã. Pêlos curtos, lisos ou levemente ondulados.
                    Altura ­ No início do registro, os adultos deverão medir 1,20m para os machos e 1,15m para as fêmeas.
                    Muito embora a Associação estabeleça uma altura aquém da comum aos jument exóticos (Poitou, Espanhol, e até mesmo ao Italiano), é bem de ver como pode produzir excelentes muares o ainda pequeno jumento Brasileiro, quando lhe oferecem éguas de boa estatura. As qualidades psíquicas, grande sobriedade, robustez, boa massa muscular que permite proporcionar uma conformação bem apresentável, uma vivacidade e agilidade bastante pronunciadas, fazem o jumento Brasileiro muito indicado para a produção de bons muares.



                    • Nordestino / Jegue / Jerico

                    Não existiu sempre jumentos no Brasil. O jumento chegou ao Brasil com os colonizadores na época da descoberta, a origem tanto do jumento Pêga, quanto do jumento Brasileiro e do jumento Nordestino no país é bem similar nesse ponto. Não houve de início uma seleção para esses animais, certos grupos por estarem na mesma localidade adquiriram caracteristicas similares. As raças começaram a divergir realmente uma da outra por cruzamentos feitos com raças importadas, o ambiente e obviamente o trato. Presupõe-se que a primeira importação tenha sido feita por Martin Afonso de Souza em 1534, trazidos da Ilhas da Madeira e das Canárias para São Vicente. Mais tarde pela caravela "Golfe", Tomé de Souza trouxe para a Bahia (1549) jumentos de Cabo Verde. Ainda no tempo Colonial deve ter havido introduções de jumentos espanhóis e africanos. Já no fim do século passado foram feitas importações de jumentos italianos e espanhóis, promovidas pelos imigrantes e pelo Ministério da Agricultura. No Sul, predominaram as compras Argentinas, onde se podiam adquirir excelentes jumentos das melhores raças.

                    Como não possuímos registros históricos dignos de confiança sobre o primeiro de nossos jumentos, tudo que se disser a respeito, não passará de hipóteses. Acredita-se que os jumentos nordestinos ou jegues descendem do Norte-Africanos, embora se diga que tenham feito uma escala nas ilhas portuguesas.
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                    O jumento nordestino, vulgarmente chamado de jegue no Nordeste brasileiro, é um dos animais que maiores serviços tem prestado naquela regiao, onde foi introduzido ha mais de quatrocentos anos, e onde é utilizado no trabaiho e no transporte junto a populações carentes. Mesmo tão útil, está praticamente extinto. Em 1954, milhares de jumentos nordestinos, os populares jegues, foram sacrificados para a fabricação de vacina anti-rábica. Houve protestos. O jumento também sofreu uma redução de seu rebanho entre 1967 e 1981 de 75% (segundo dados da Embrapa). De lá para cá a populacäo vem diminuindo ano a ano, principalmente desde que diversos matadouros se estabeleceram naquela região, por causa do abate indiscriminado feito pelos frigoríficos, motivando uma nova série de manifestações. Os matadouros clandestinos realizam abates indiscriminados com a finalidade de exportar sua carne para o preparo de rações para animais de estimação. Grande parte da carne de jumento brasileira é exportada para o Japão.


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                    No município de Barcelona e regiões vizinhas é possível perceber que o jumento infelizmente já faz parte da paisagem das rodovias do sertão, aumentando o número de acidentes com automóveis. Abandonados pelas estradas, eles acabam sendo atropelados. O irônico é que foi a própria abertura de rodovias que decretou o fim do valor comercial dos animais substituídos pelo transporte motorizado.

                    Em 1992, o Cenargen - Centro Nacional de Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma unidade da Embrapa, começou a formar um banco de sêmen e a criar animais rústicos brasileiros que corriam o risco de desaparecer. Entre os animais escolhidos estava o jumento nordestino.

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