Transtornos físicos e mentais caracterizam a síndrome da exaustão. Pode ser desencadeada pelo excesso de exercícios contínuos, realizados em condições inadequadas, como intenso calor e umidade elevada. O que regula o equilíbrio orgânico do animal é o sistema de termorregulação equina.
A temperatura elevada, a umidade em excesso e o calor gerado na musculatura exercitada do cavalo deixam comprometida a termorregulação e o animal sente dificuldades para eliminar todo esse calor, durante a atividade física. A perda de calor será menor, quanto maiores forem a temperatura e a umidade ambiente.
A termorregulação acontece por dois mecanismos principais: a sudorese e a ventilação. O mais importante é a sudorese, ou seja, através do suor, realizado pela pele, cujo processo estimula a evaporação, assim como no organismo humano.
Pela ventilação, ocorre o processo da respiração que inclui a inspiração e a expiração. Durante a inspiração, parte do calor corpóreo é transmitido da mucosa do trato respiratório superior para o ar, que ao chegar aos alvéolos é saturado com vapor de água. Na expiração, parte desse calor volta para a mucosa e ocorre uma porcentagem de condensação da água. A diferença entre o calor transferido para o ar inspirado e o calor transferido de volta para as mucosas é o resultado da perda de calor pelo trato respiratório.
Caso haja deficiência na termorregulação, ocorrerá a hipertermia (aumento da temperatura corporal), com efeitos avassaladores sobre todos os tecidos orgânicos, principalmente, cérebro, coração, vasos sanguíneos, rins, fígado, pulmões e musculatura esquelética.
Os animais afetados apresentam sinais de stress, fadiga significativa, desidratação, e elevação persistente da frequência cardíaca e respiratória.
Estes animais devem receber pequenas quantidades de água fresca, em intervalos frequentes, e permitido o acesso a uma comida palatável, além disso, devem ser observados de perto até a sua completa recuperação.
Os animais afetados por síndrome de exaustão não devem ser transportados nas 12 a 24 horas subsequentes, porque uma alta atividade muscular está associada ao transporte prolongado, o que aumenta os riscos do desenvolvimento de problemas pós-exaustão. Isto inclui problemas musculares severos, laminite (aguamento) e falência renal.
Reduzem-se os riscos de um animal desenvolver a síndrome de exaustão com uma preparação adequada e um manejo cuidadoso, durante as competições, sempre levando-se em conta os efeitos das condições climáticas (umidade relativa do ar e temperatura ambiente) durante o evento.
Autor: Mauricio Bittar, Fonte: Cavalos do Sul de Minas, Adaptação: Escola do Cavalo
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