Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

CONDICIONAMENTO DE GARANHÕES PARA A REPRODUÇÃO

 

No Brasil, devido ao clima tropical, a estação de monta é mais flexível em relação aos países de clima temperado. Entretanto, mesmo com uma maior distribuição de cios ao longo do ano, é recomendável que o criador adote uma estação de monta. No Sul e Sudeste, de Setembro a Março. E nas demais regiões, de Setembro a Maio. Desta forma, o manejo geral do criatório torna-se mais fácil, pois a estação de monta concentra melhor os nascimentos, e o garanhão terá possibilidade de passar por um período de descanso reprodutivo. Além destes aspectos, sem uma estação de monta definida, nos garanhões que ainda estão na ativa, disputando competições, o desempenho reprodutivo será negativamente afetado, e vice-versa.

Basicamente, o condicionamento reprodutivo do garanhão deve visar a manutenção de sua saúde física e mental. Do ponto de vista físico, quaisquer de se equilíbrios nutricionais, doenças infecciosas, infestações verminóti­cas, ou injúrias diversas, podem provocar um declínio na fertilidade. E a falta de exercícios regulares provoca a obesidade, e torna os garanhões mais nervosos. A disponibilidade de piquetes para exercícios livres dispensa os exercícios orientados.

Do ponto de vista psicológico, o garanhão deve ser condicionado para cobrir a égua dentro das normas corretas de condução da monta, evitan­do-se acidentes e a ocorrência de distúrbios ejaculatórios. Nas primeiras experiências sexuais, o operador deve utilizar uma égua mansa, com sinais evidentes de cio, bem receptiva ao garanhão. A paciência do operador é essencial no processo da educação do garanhão jovem, visando o desenvolvimento de sua ­ habilidade para servir as éguas. Nos momentos corretos, as punições devem ser aplicadas, predominantemente vocais, em associação aos contatos suaves na boca do garanhão, através do cabo do cabresto. Cada garanhão possui a sua individualidade própria, exibindo determinados tipos de comportamento. Garanhões nervosos, e com maus hábitos reprodutivos, geralmente são produtos de um manejo deficiente. O responsável pelo manejo reprodutivo deve ser um indivíduo de confiança, e competente. Um bom garanhão é extremamente valioso, e não pode ficar relegado a cuidados inexperientes.

Geralmente, há uma tendência evidente para o criador associar baixos índices de fertilidade com as éguas; quando o problema pode ser originário do garanhão. Há uns três a dois meses antes do início dos serviços reprodutivos, o garanhão deve passar por uma avaliação reprodutiva completa, objetivando o diagnóstico de eventuais causas de sub-fertilidade, estabelecer um tratamento em tempo hábil. Este exame reprodutivo do garanhão envolve:

  • Conformação: Todos os defeitos físicos de conformação, considerados herdáveis, deverão ser analisados antes de se introduzir um novo garanhão no rebanho. Os principais defeitos são: cegueira, total ou parcial; prognatismo; pescoço invertido; dorso-lombo demasiadamente selado, lordose ou espinha de carpa; desvios totais de aprumos. estes últimos, quando localizados no trem posterior poderão, inclusive, afetar a habilidade do garanhão servir a égua.
  • Injúrias: Os cascos deverão ser examinados com base no tamanho, ­formato e a presença de anormalidades diversas (Exs.: brocas, doença do osso navicular, etc.). A seguir todo o membro deverá ser analisado detalhadamente, para a identificação de quaisquer lesões. Na presença de injúrias, a dor impedirá que o animal desempenhe o ato da cópula normalmente. Os testículos e o pênis também deverão ser observados para verificar possíveis presenças de lesões.
  • Órgãos genitais: Os testículos deverão ser apalpados externamente para a medida do seu tamanho, visto que há uma correlação positiva entre o tamanho testicular e a produção de espermatozóides. Irregularidades como a hipoplasia, monorquidismo e criptorqui­dismo são motivos primários de descarte do indivíduo. Se um veterinário experiente encontra-se avaliável, recomenda-se o exame aos órgãos genitais através da apalpação retal.
  • Temperamento: Garanhões que apresentam vícios indicativos de temperamento indócil herdado, deverão ser eliminados do processo reprodutivo, devido às dificuldades de manejo, além dos riscos de injúrias nas éguas e/ou tratadores. É importante distinguir os vícios herdados daqueles adquiridos, visto que estes últimos não serão transmitidos para a progênie,e poderão ser cor­rigidos com a educação metódica.
  • Avaliação do sêmen: este é o último estágio do exame reprodutivo pré-estação de monta, envolvendo o exame fisiológico e bacteriológico da amostra seminal. Juntamente com o modo pelo qual o garanhão executa a monta, este parâmetro compreende o exame de fertilidade propriamente dito. A libido deve ser vigorosa, resultando na ereção imediata do pênis, na presença da égua em cio. A qualidade seminal é determinada pelo volume do ejaculado, concentração espermática, motilidade e morfologia. Torna-se oportuno lembrar que a fertilidade aparente de um garanhão, pode ser marcadamente influenciada pelos tipos de éguas que ele serve. Caso sejam "éguas problemas", sua fertilidade será mascarada. Se é um número grande de éguas, todas em excelente estado clínico-fisiológico, mas o operador não conduz correta­mente o manejo reprodutivo, a fertilidade do garanhão também será mascarada. Uma outra situação, é um garanhão que tem pou­cas éguas / estação de monta, ficando difícil estimar o verdadeiro potencial reprodutivo deste garanhão, mesmo que ele enxerte estas poucas éguas.      ­

As causas mais comuns de infertilidade nos garanhões são: as falhas de manejo, as deficiências nutricionais, higiene e ~idade inadequadas, distúrbios ejaculatórios, indiferença sexual, anormalidades espermáticas, infecções genitais, anormalidades testiculares e o sobre-uso na reprodução. Com relação a este último aspecto, um cavalo jovem, entre 2,5 a 4,0 anos de idade, pode cobrir até 20 éguas na estação de monta com, no máximo, 1,0 salto / dia. Já um cavalo adulto, acima de 4,0 anos de idade, pode servir 40 éguas na estação de monta com, no máximo, uma média de 1,5 saltos / dia durante a semana. Finalmente, do ponto de vista psicológico, é importante lembrar que um certo grau. de agressividade deve ser mantido no garanhão, mas sem representar perigo para a égua ou o operador. Alguns garanhões ~o perturbados com o barulho, e outros podem não gostar de algumas éguas ou mesmo do operador, adquirindo hábitos indesejáveis de morder e escoicear.

Fonte: Mundo Equino

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