As endometrites são processos inflamatórios agudos, crônicos ou degenerativos do endométrio, podendo estes estar ou não associados a agentes infecciosos. Estas endometrites podem ser divididas em: a) causadas por doenças sexualmente transmissíveis; b) persistentes induzidas pela cobertura; c) crônicas; e d) crônica degenerativa.
O diagnóstico clínico pode ser feito por exame externo, com a presença de secreção muco purulenta.
A palpação retal pode auxiliar, mostrando o quadro uterino, que deverá apresentar-se sem tônus e com volume maior. O exame ultra-sonográfico mostra principalmente o acúmulo de líquido no interior do útero, sendo de grande ajuda no dignóstico. A avaliação cervical através do vaginoscópio pode mostrar um colo uterino aberto e relaxado, com forte hiperemia; podendo ter também acúmulo de líquido no fundo do saco vaginal.
O diagnóstico definitivo é através de swab e biópsia uterina.
Existem alguns fatores predisponentes que podem ajudar na ocorrência desta patologia, como por exemplo: idade, conformação perineal, condição corporal e utilização do cio do potro. Podem também ocorrer falhas nas barreiras físicas de defesa uterina (lábios vulvares, prega vestíbulo-vaginal e cérvix ); falhas nos mecanismos imunológicos ( S.I. humoral e celular ) e também podem ocorrer problemas na contratilidade miometrial sendo esta baixa ou nenhuma. A ocorrência destes fatores, associados ou não, podem desencadear uma endometrite.
O sêmen tem grande influência neste processo, pois no momento da cobertura, este carrega consigo várias bactérias e debrís celulares, causando assim uma reação inflamatória fisiológica. As éguas podem ser classificadas quanto ao seu tempo de resposta a este processo inflamatório em resistentes, se eliminarem a inflamação em até 72 h, ou susceptíveis, se a inflamação uterina persistir.
O principal agente etiológico, ou seja, encontrado em mais de 50% dos casos é o Streptococcus zooepidermicus, podendo também ser encontrados E.coli,Peseudomonas aeruginosa e Klebsiela peneumonie.
O tratamento pode ser realizado de 1h até 4 dias após a cobertura, sendo realizado através de lavagens uterinas com solução fisiológica, infusão de antibiótico (ampicilina/penicilina), utilização de ocitocina (ajudar na contratilidade uterina) e também pode-se utilizar plasma com leucócitos, associado à terapia com antibiótico.
A prevenção desta patologia pode ser realizada através de um bom manejo na hora da cobertura, realizando minuciosa limpeza da genitália externa da égua e do garanhão. Outro método utilizado é a redução do número de coberturas.
O uso de diluentes de sêmen, contendo antibióticos também ajuda a diminuir a contaminação uterina. Em éguas que possuem má conformação vulvar, é indicado o fechamento parcial da mesma, impedindo assim, a entrada de ar e outras sujidades. Através da realização destes procedimentos podem-se reduzir em grande quantidade possíveis contaminações, inflamações e consequentes endometrites.
Fonte: Ouro Fino
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