Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Tipos de cavalos e seus comportamentos característicos


Cavalo Gavião

É o cavalo arisco ou espantado. Toma a ponta da manada, não se deixa pegar facilmente. É um cavalo *matreiro e refugador de porteiras, mangueirais e *mata-burros.

Cavalo Fogoso

Típico cavalo de explosão. Salta longe, pede freio. A melhor forma de amansá-lo é colocá-lo na lida contínua e demorada. Bom serviço para perder o costume é acompanhar uma carreta cuja monotonia da estrada o faz perder a pressa.

Cavalo Marchador

É o cavalo que anda em forma de marcha. São movimentos das patas dianteiras e das traseiras, do mesmo lado ao mesmo tempo.
Anda em forma de bailado, conduzindo o cavaleiro de forma baralhada. Dá a impressão, com sua ginga de corpo, de querer arrastar-se para caminhar.

Cavalo Tafoneiro

Cavalo que só atende para um lado. Próprio para puxar moinho em círculos e engenho de cana.

Cavalo Negador

É o cavalo que dá negadas. Atira-se para o lado, quando a pessoa alça a perna para montá-lo. Cavalo que, a qualquer momento, dá uma brusca queda no andar, atirando o cavaleiro para o outro lado. Cavalo que adquire defeitos depois de velho, geralmente refugando os elevados pesos carregados ou cargas barulhentas.

Cavalo Aporreado

Cavalo com doma incompleta, por sua rebeldia. Cavalo que não anda direito, solto no campo por ser *xucro e de doma impraticável. Potro respeitado pelos domadores, na condição de indomável.

Cavalo Passarinheiro

Cavalo assustado e sestroso. Passeia na passarela, de um lado ao outro da estrada. Cavalo que dá um prisco a cada movimento estranho na beira da estrada.

Cavalo Pachola

Cavalo fogoso, garboso, disposto e que anda pedindo freio. Próprio para desfiles nas passarelas. Cavalo faceiro que, que desfila empinando-se.

Cavalo Doce de boca

Cavalo que o domador castigou demais com o bocal. Quebrou demais os queixos. Muito sensível de boca, nem sente bem os freios, já atende. Cavalo sem confiança, pisa num lugar só e desgoverna. Também conhecido como cavalo de boca quebrada.

Cavalo Rufião

Cavalo mal castrado. Porta-se como um garanhão, porém, não tem poder de fecundação. Torna-se cavalo de mau engorde.

Cavalo Cabano

Cavalo que tem as duas orelhas caídas, em forma de chapéu velho. Cavalo dito mocho e que tem fama de caborteiro.

Cavalo Reiúno

Cavalo que anda de mão em mão. Cavalo sem marca. Que pertence a tropilha do Exército Nacional (cada semana está na mão de um soldado diferente).

(Fonte: ABC do tradicionalismo gaúcho, de Salvador Ferrando Lamberty – publicado na revista Cavalo de raça & esporte.)

sábado, 25 de agosto de 2012

A linguagem dos cavalos



Os eqüinos podem apresentar comportamentos diferenciados quando estão no cio, em fase de reprodução, protegendo filhotes ou atentos a algum sinal de perigo.


Muitas vezes, os animais emitem sons característicos que podem ser confundidos com atos rebeldes, mas são apenas formas de comunicação entre os indivíduos de um mesmo grupo.


Alguns sinais corporais também significam uma forma de comunicação entre cavalos e até mesmo um fator climático pode definir a atitude do animal.


Estudos realizados a respeito dessa “linguagem dos cavalos” revelaram seus significados através de muitos anos de acompanhamento e observação de hábitos e atitudes, seguidos pelos sons emitidos.


Essa linguagem não é usada de forma rígida. Cada uma possui uma freqüência e timbre e foram classificadas em sete tipos básicos.

Chamado:
Emitido com a boca fechada, baixo (aproximadamente *100Hz), suave e freqüente em encontros “não muito românticos” entre éguas e garanhões.

Bufo (sopro):
emitido quando se sopra um jato de ar pelas narinas, que trepidam. Um sopro de cavalo pode ser ouvido a 200 metros , e é uma forma de limpar as vias respiratórias, aumentando a oxigenação. É curto, percurssivo, sem tom, contendo várias projeções diferentes misturadas, em geral tende a subir e cair rapidamente em barulho e projeção.

Grito:
Mais alto (aproximadamente 1.000Hz), mas ainda contém muita aspereza, sem tom.

Relincho:
Outro som não muito sonoro, varia na projeção, começa alto (mais de 2.000Hz), caindo para a metade deste valor, é usado para chamar a atenção sobre algo ou de alguém, de maneira geral há sempre resposta.

Ronco:
Grave, curto, descontínuo pode ser cumprimento, namoro, maternal, de maneira geral ligado ao reconhecimento, a um sinal leve de excitação (o ronco de namoro é acompanhado do bater dos cascos e movimento da cabeça e cauda).

Rugido:
Agudo, ocorre em estados emocionais intensos, semelhantes ao resfolego, mas sem trepidação, mais suave.

Suspiro:
Saída longa de ar pelas narinas, demonstra tédio, mal-estar digestivo ou até angústia.

Quanto aos movimentos dos cavalos, é comum que apresentem determinados gestos também para se comunicar. O importante é saber identificar o seu significado.


Um dos sinais de comunicação mais usados é transmitido pelas orelhas, que mostram sempre para onde está direcionada a atenção do cavalo: Inclinação aguda para frente: tensão, curiosidade, boa intenção. Caídas para o lado: Aborrecimento ou cansaço. Abaixadas e voltadas para trás: Ânimo ou agressão.

(Fonte: Revista Cavalos de raça e esporte – texto: Viviane Taguchi)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Leite de Jumenta e a medicina nos séculos 18 e 19

 

Todas as revistas médicas do século 19 falam dos efeitos benéficos do leite de jumenta fresco para problemas no coração, pulmão, anemia, fígado etc ...

Em Toulouse, ainda no início do século 20, o leite de jumenta era usado ​​para tratar doenças respiratórias, estados de fadiga ou para a alimentação de recém-nascidos.

Surpreendentemente este leite foi muito utilizado em orfanatos e para bebês com problemas para se alimetar com outros tipos de leite. Em Paris, alguns hospitais tinham seu próprio criatório de jumentas

Por que esta bebida preciosa desapareceu de nossos hábitos?

Mecanização, carros e tratores foram rapidamente substituindo o uso desses animais, o que causou a redução no número de animais. Também no início do século 20, moléculas sintéticas e fórmulas infantis produzidas em larga escala reduziram gradualmente o uso de leite de jumenta para zero.

Não se via a necessidade de jumentas que produziam pouco mais do que 1,5 litros de leite por dia em uma sociedade que favorece o aumento da produtividade. A lactação, como na maioria dos mamíferos é desencadeada pelo nascimento de bebê. Durante os dois primeiros meses de sua vida, o potro é inteiramente alimentado com o leite de sua mãe. No terceiro mês, quando já começam a pastar, é que ele pode ser alimentado pela mãe somente à noite. O dia é reservado para a ordenha, que é feita a cada três horas. A capacidade de armazenamento do leite na jumenta é muito baixo, então você tem que coletar aos poucos e com freqüência.

 

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Aspectos morfológicos do funículo espermático de jumentos (Equus asinus - Linnaeus, 1758) da raça Pêga

 

Patrícia Borelli NORONHA; José Pedutti NETO; Vicente BORELLI

RESUMO

Estudando aspectos morfológicos de 38 pares de funículos espermáticos de jumentos da raça Pêga, observamos histologicamente que seus componentes encontram-se envolvidos por delgada cápsula de tecido conjuntivo denso, revestido pelo mesotélio, sob a qual se encontra o músculo cremáster interno, apresentando camadas distintas ou septado por tecido conjuntivo denso. Cápsula funicular e tecido muscular formam inúmeras pregas e algumas expansões, por vezes acompanhadas pelo tecido conjuntivo frouxo intervascular. Envolvendo a artéria e as veias funiculares, identificamos tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas e reticulares, com arteríolas, vênulas, nervos e linfáticos. O segmento da artéria testicular estudado possui trajeto sinuoso, túnica interna formada pelo endotélio e tecido conjuntivo, com destacada lâmina limitante elástica interna. A túnica média é formada por espessa camada de musculatura lisa, sustentada por rica e ordenada rede de fibras reticulares e escassas fibras elásticas, e a túnica externa, constituída por tecido conjuntivo denso, contendo fibras colágenas e elásticas, apresenta continuidade com tecido conjuntivo frouxo intervascular. Veias testiculares que envolvem a artéria testicular para formar o plexo venoso pampiniforme mostram calibre variável, túnica média desenvolvida, constituída por fibras musculares lisas, sustentadas por irregular rede de fibras reticulares e poucas fibras elásticas. Os segmentos das artérias testiculares dos funículos espermáticos possuem como comprimento médio, máximo e mínimo, respectivamente, 71,34 , 108,9 e 41,6 cm à direita e 68,78, 110,4 e 41,6 cm à esquerda, não apresentando diferenças estatisticamente significantes ao nível de 5%. O funículo espermático possui forma cônica, achatado látero-lateralmente, com base assentada sobre a margem epididimária do testículo.

UNITERMOS: Artérias; Jumento Pêga; Testículos; Veias.

INTRODUÇÃO

Considerando a importância do jumento da raça Pêga como montaria, força de tração e carga, e especialmente por seu papel de destaque na produção nacional de muares, procuramos subsídios para o melhor entendimento dos mecanismos relacionados à reprodução deste animal, estudando os componentes de seu funículo espermático, principais responsáveis pela termorregulação testicular, em especial os aspectos histológicos de seus envoltórios, de seus vasos arteriais e venosos, tecidos intervasculares e o comprimento do segmento da artéria testicular nele contida, bem como o arranjo destes elementos anatômicos.

MATERIAL E MÉTODO

Utilizamos nesta pesquisa 38 pares de funículos espermáticos de jumentos da raça Pêga, adultos, de idades diferentes e desconhecidas, procedentes de várias regiões do Estado de Minas Gerais e abatidos no Frigorífico Avante, Município de Araguari, MG.

Para a realização do estudo histológico utilizamos 4 pares de funículos espermáticos, logo após o sacrifício dos animais. Estes funículos foram seccionados transversalmente nas regiões proximal, média e distal e fixados em solução formol a 10% durante 72 horas, o material assim obtido foi encaminhado ao Laboratório de Anatomia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. Após a desidratação, diafanização e inclusão em blocos de parafina, realizamos cortes de 6 µm de espessura de todas as peças, coradas posteriormente pelos métodos2 de hematoxilina eosina, tricrômico de Mallory, Gordon e Verhoeff, para ulterior análise e documentação.

Para o estudo do comprimento do segmento da artéria testicular contido no funículo espermático e seu arranjo vascular, isolamos 34 conjuntos constituídos pelos testículos, epidídimo, funículo espermático, escroto e a pele da região inguinal. Este material foi devidamente acondicionado em sacos plásticos, congelado e também encaminhado ao Laboratório de Anatomia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo. Deste material, 30 pares foram utilizados para medir o comprimento do segmento da artéria testicular, e, para tanto, após o descongelamento das peças, isolamos os testículos com os respectivos funículos espermáticos do escroto e da lâmina parietal da túnica vaginal, para canular e injetar com Neoprene látex 650* a artéria testicular imediatamente antes de esta ganhar o funículo espermático, submetemos então estas peças à técnica de corrosão, sob ação de solução de ácido sulfúrico a 30%, durante 72 a 96 horas, obtendo desta forma 60 modelos à custa de finos e controlados jatos de água, que foram então medidos em régua de madeira de 50 cm de comprimento com sulco de 3 mm de profundidade onde encaixamos este segmento arterial. Os resultados dessas medidas analisamos estatisticamente com auxílio de distribuição normal de probabilidade ao nível de rejeição de 5% (a = 5%). Nos 4 pares restantes do material estudamos o arranjo vascular do funículo espermático, sendo que após o descongelamento das peças, canulamos e injetamos solução de acetato de vinil (Solvent Vinyl ¾ VMCH ¾ B ¾ 1099)**, corando (Laca Nitrocelulose Molibidato)*** em vermelho a artéria testicular antes de esta ganhar o funículo espermático e em azul uma das veias localizadas na região ventral do órgão. Submetemos essas peças ao processo de corrosão, sob ação do ácido sulfúrico durante 72 a 96 horas e com auxílio de finos e controlados jatos de água isolamos os modelos.

Para a descrição dos resultados utilizamos o International Commitee on Veterinary Gross Anatonical Nomenclature17.

RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

No material que estudamos foi possível verificar que o funículo espermático do jumento da raça Pêga mostra-se envolvido por uma delgada cápsula de tecido conjuntivo denso, revestido por epitélio simples pavimentoso, o mesotélio, caracterizando a lâmina visceral da túnica vaginal. Logo abaixo desta cápsula encontra-se espessa camada de fibras musculares lisas (músculo cremáster interno) como observado em cavalos da raça Puro Sangue Inglês (PSI)20 e sem raça definida (SRD)18, fato citado também por alguns tratadistas4,9,16, porém segundo orientação de suas fibras mostra orientação diversa, apresenta-se constituída por camadas distintas ou surge septada pela invasão de tecido conjuntivo denso, que também aparece contornando agrupamentos musculares em forma de ilhas (Fig. 1), como acontece também em algumas regiões nos cavalos SRD18. O conjunto constituído pela cápsula funicular e pelo tecido muscular forma em toda a extensão do funículo inúmeras e amplas pregas desordenadas e irregulares (Fig. 2) e mesmo algumas expansões que, na maioria das vezes, também são acompanhadas pelo tecido conjuntivo frouxo intervascular, fatos que não ocorrem nos eqüídeos até então estudados18,20. Analisando estas ocorrências, podemos supor que a musculatura lisa subcapsular, bem como as pregas e projeções capsulares acompanhadas desta musculatura, estejam relacionadas nestes animais aos processos de facilitação do retorno venoso, responsável pela nutrição do testículo. Devemos ressaltar que em outras espécies até então estudadas não ocorre este tecido muscular liso subcapsular, existindo outros recursos que explicam o retorno venoso, procedente do testículo, como, por exemplo, a presença de válvulas no sistema venoso15,22 ou a íntima relação entre as veias e as artérias1,3,5,6,10,11,14,20,21 ou ainda um grande desenvolvimento da camada muscular das veias18,20 como pode também ser observado nos jumentos da raça Pêga. Considerando-se de outra parte que os diferentes componentes do funículo espermático podem sofrer influência térmica do meio ambiente, podemos ainda supor que o estado de contração ou de relaxamento das pregas pode controlar a possível influência da temperatura externa nas trocas térmicas que acontecem no funículo espermático, especialmente nestes animais, uma vez que estas pregas são acompanhadas por um tecido conjuntivo frouxo, de posição subcapsular.

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No jumento da raça Pêga, não identificamos em posição subcapsular o tecido adiposo observado sob forma de pequenos acúmulos nos eqüinos PSI20 e SRD18 ou encontrado em algumas espécies11,21,22, representando um elemento de proteção e resguardo das trocas térmicas, permitindo-nos imaginar que o tecido muscular encontrado nos eqüídeos, por sua grande espessura, acompanhando ou não as pregas da cápsula funicular, represente igualmente um elemento de proteção em relação ao testículo e a influência da temperatura ambiente, desempenhando uma ação semelhante àquela já admitida para o tecido adiposo, porém entendemos que para a confirmação destas suposições seria necessária a realização de outras pesquisas de natureza experimental.

Nos jumentos da raça Pêga, encontramos, envolvendo a artéria e as veias funiculares, o tecido conjuntivo frouxo (Fig. 2) rico em fibras elásticas e reticulares, identificando-se também arteríolas, vênulas, nervos e linfáticos de calibres variados com lume amplo e parede delgada. A artéria testicular envolvida parcialmente pela rede venosa testicular aparece em cortes transversais de forma irregular em face do seu trajeto sinuoso; acha-se constituída de uma túnica interna formada por endotélio e delicada camada de tecido conjuntivo subendotelial. Possui uma túnica média espessa, predominantemente de tecido muscular liso, cujas fibras musculares orientadas circularmente encontram-se apoiadas em uma rica e ordenada rede de fibras reticulares e delicadas fibras elásticas. A túnica externa ou adventícia encontra-se formada pelo tecido conjuntivo frouxo intervascular, onde observamos fibras colágenas e elásticas, estas por vezes observadas alcançando as adventícias das veias localizadas ao redor das artérias.

As veias testiculares que constituem o plexo venoso pampiniforme aparecem ao redor da artéria testicular, envolvendo parcialmente este vaso. Estas veias apresentam calibres variados com diferenciada túnica média constituída de inúmeras camadas de fibras musculares lisas, apoiadas em desordenada rede de fibras reticulares e delicadas fibras elásticas, todavia estas veias são desprovidas de válvulas. A túnica adventícia confunde-se com o tecido conjuntivo frouxo intervascular, onde encontramos fibras reticulares e fibras elásticas em número reduzido, o que nos permite admitir que nesta espécie a presença destas fibras elásticas não representa fator preponderante para o retorno sangüíneo, como já foi admitido para os bovinos da raça Nelore22, caprinos da raça Bhuj Brasileira7, suínos21 e eqüinos PSI20.

O mesoducto deferente, bem individualizado, apresenta-se nos jumentos da raça Pêga como uma continuação da cápsula funicular, discretamente pregueada e acompanhada pelo músculo cremáster e surge revestida pelo mesotélio, correspondente à lâmina visceral da túnica vaginal. Envolvendo o ducto deferente, bem como os vasos e nervos que o acompanham, identificamos o tecido conjuntivo frouxo, observado em toda a extensão do meso. Assim, nos eqüídeos PSI20, SRD18 e nos jumentos da raça Pêga, o ducto deferente acha-se distanciado do funículo, diferentemente do que ocorre com os bovinos da raça Nelore22 e búfalos da raça Murrah11, cujo ducto ocupa posição intracapsular.

Os modelos obtidos com Neoprene látex 650 dos segmentos das artérias testiculares contidas nos funículos espermáticos revelam que nesta espécie este trato arterial possui como comprimento médio e valores máximo e mínimo, respectivamente, 71,34 cm, 108,9 cm e 41,6 cm à direita e 68,78 cm, 110,4 cm e 41,6 cm à esquerda (Tab. 1). Estas preparações mostram que da artéria testicular partem vasos destinados ao epidídimo. O estudo dos resultados agora obtidos revela não existir diferença estatisticamente significante ao nível de 5% quando confrontamos as médias correspondentes ao comprimento do segmento da artéria testicular encontrada no funículo espermático direito em relação ao esquerdo, porém quando comparamos a outros eqüídeos estudados por autores que utilizaram a mesma técnica, notamos que as médias encontradas para o jumento da raça Pêga são significantemente inferiores, sendo 102,9 cm e 105,8 cm nos eqüinos SRD18 e 130,3 cm e 129,4 cm nos animais PSI20. O mesmo ocorre em relação aos dados encontrados em outros trabalhos que indicam que os eqüinos possuem 100 cm de comprimento da artéria testicular3 ou 202 cm23. Acreditamos, neste caso, que estas variações estejam na dependência do fator racial e da idade do animal, mas não sob influência do meio ambiente.

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No funículo espermático, a artéria testicular apresenta, nos jumentos da raça Pêga, trajeto sinuoso em toda a extensão, sem caracterizar comportamento que poderia sugerir qualquer tipo de arranjo harmonioso, como acontece nos suínos21 e como procuram caracterizar alguns autores que atribuem a este vaso forma espiralada19ou de novelo8. Cabe ainda destacar que nos jumentos da raça Pêga não ocorre nenhuma subdivisão do segmento funicular da artéria testicular como acontece nos eqüinos SRD18 e PSI20. Estas eventuais divisões da artéria testicular ao percorrer o funículo espermático, entendemos representar apenas variações anatômicas deste vaso, sem caracterizar fator de significância nas trocas térmicas.

Nos modelos realizados em solução de acetato de vinil, pudemos observar que o funículo espermático nos jumentos da raça Pêga possui forma de cone achatado látero-lateralmente, cuja base assenta-se sobre a margem epididimaria do testículo (Fig. 3). Este comportamento coincide em parte com as descrições dos autores que atribuem ao funículo espermático forma de pirâmide4, cone alongado10,23, cone vascular5,16 e com aspecto de funil14. Nestes modelos pudemos ainda notar que a artéria testicular irregularmente disposta encontra-se envolvida parcialmente pelo plexo venoso pampiniforme, formado à custa da confluência das veias testiculares na base do funículo espermático, caracterizando disposição adequada às trocas térmicas. Nestas preparações nota-se que a nutrição do epidídimo faz-se por vasos dependentes da artéria e veias testiculares.

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Acreditamos como alguns autores1,11,12,13,15,22 que o trajeto sinuoso e a grande dimensão apresentada pelo trajeto da artéria testicular ao percorrer o funículo espermático representa fator indispensável não apenas para ocorrência das trocas térmicas como também para a diminuição da pressão arterial.

Fonte: Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. vol.38 no.5 São Paulo  2001

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Perda de Pêlo

 

Você está procurando por informações sobre a perda de pêlos em cavalos, jumentos e muares? Está se perguntando porque o seu animal está perdendo o pêlo? A causa dessa perda varia bastante, e até mesmo o local da perda desse pêlo pode ajudar a diagnosticar a causa.

Todos os cavalos, jumentos e muares perdem pêlo em certas épocas do ano. Todo mundo sabe que eles perdem pêlo na primavera, mas você sabia que a pelagem de verão também cai para que a de inverno possa crescer?

Se seu animal está tendo perda de pêlo em uma área especifica como no rabo, na cabeça ou nos ombros isso pode ajudar a diagnosticar qual o problema. Por exemplo, perda de pêlo ao redor do rabo, indica que a área está irritada. A primeira providência quando isso acontece é verificar se a vermifugação foi feita recentemente, depois deve examinar o rabo para ver se a pele está irritada. 

Se seu animal perdeu pêlo na cabeça ou na crina, verifique a pele para sinais de irritação, também verifique suas cercas. Muitas vezes o animal tenta alcançar o capim do outro lado da cerca e acaba perdendo pêlo no atrito.

Se o seu animal perdeu pêlo nos ombros ou em alguns pontos da barriga, isso pode ter sido causado por um cobertor que não estava devidamente ajustado. O atrito entre o cobertor e o corpo pode causar a perda de pêlo.

Se essas soluções não te ajudaram a resolver o problema, tente pesquisar usando termos mais especificos.

Fonte: Lucky Pony

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

domingo, 12 de agosto de 2012

O JUMENTO NA BÍBLIA

 

A frequência com que se menciona na Bíblia o jumento mostra o grande uso que desse animal se fazia em todos os tempos, nas terras de que trata a Bíblia. As referências a este animal podem, ultimamente, formar cinco grupos, em conformidade com os nomes hebraicos das diferentes espécies no original.

1) O primeiro é o clamor, o nome ordinário do burro doméstico, macho ou fêmea, porém mais propriamente o macho.

Nos países orientais é o burro um animal de mais valor do que entre nós - é mais corpulento, e se tem com ele todo o cuidado. Pode fazer uma jornada de um dia, andando a meio galope, e tem uma maneira viva e fogosa de caminhar. A raça é cuidadosamente selecionada, valendo 40 libras (entre 500 e 600 cruzeiros) um burro da Síria, quando tenha sido bem tratado. A cor e as marcas do burro doméstico são quase as mesmas por toda a parte, sendo a cor parda a mais geral. Há, contudo, na Síria uma variedade de jumentos brancos, de grande preço pela sua beleza, embora essa espécie seja de feição delicada.

Somente reis e pessoas ricas montavam sobre este animal, que principalmente se criava nas cercanias de Bagdá e Damasco. Débora e Baraque dirigem-se aos poderosos de Israel, dizendo-lhes: ‘vós os que cavalgais jumentas brancas’ (Jz 5.10).

Entre os judeus montavam jumentos as pessoas de mais honra. os jumentos são também empregados na cultura das terras, e para transportarem cargas. Abraão foi num jumento desde Berseba até ao monte Moriá (Gn 22.3). *veja também Jz 10.4 a 12.14. As mulheres também montavam em jumentos. Acsa e Abigail são particularmente mencionadas, como passeando ou viajando assim (Jz 1.14 e 1 Sm 25.20). Ainda que o jumento era considerado animal de importância, não era empregado na alimentação, a não ser em tempo de fome (2 Rs 6.25), pois pertencia ao número dos animais imundos pela lei de Moisés, visto como não remói e tem casco inteiro.

2) A segunda palavra, athon, é sempre traduzida por mula ou jumenta. Balaão ia montado sobre uma jumenta (Nm 2L23) - a abastada sunamita albardou a sua jumenta para ir procurar o profeta Eliseu (2 Rs 4.24) - Saul andava em busca das jumentas de Quis (1 Sm 9.3) - e Jedias tinha a seu cuidado as jumentas de Davi (1 Cr 27.30). Eram mais valiosas do que os jumentos, e sabemos que parte da riqueza de Jó constava de mil jumentas (Jó 42.12).

3) O terceiro termo, aiir, significava sempre um jumento novo, freqüentemente usado para passeio (Jz 10.4 e 12.14).

O nosso Salvador fez a sua entrada triunfal em Jerusalém montado sobre uma jumenta, vindo um jumentinho com ela. o animal escolhido não o foi por ser o tipo da mansidão, como geralmente se supõe, mas sim por ser considerado em certa elevação, e julgado, por isso, próprio para levar o Rei de Israel (Mt 21.2,5,7). 4.5.

4/5) O quarto e quinto termos, pere e arod, são invariavelmente aplicados ao jumento selvagem, ainda que provavelmente se achem indicadas duas espécies diferentes (Jó 39.5 - Sl 104.11 - is 32.14 - Jr 2.24 - Dn 5.21 - os 8.9).

O burro selvagem já se não encontra na Palestina ou no Monte Sinai, mas, pela frequente menção que dele se faz no A.T., deve ter havido abundância desses animais naqueles tempos antigos. Todos os jumentos selvagens são velozes corredores, e vagueiam sobre largas áreas à procura de pastagem.

Contribuição de um leitor do blog. Fonte: Dicionário Bíblico, em bibliaonline.net

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A criação extensiva de burros mirandeses

 

Obs: Em Portugal chamam o jumento de burro, como esse artigo é de lá resolvi deixar o texto original, sem alterações.

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Porquê criar burros

Tudo começou em 1999 com a compra da primeira burra lanuda. Essa compra surgiu pelo interesse que me despertou o contacto com os burros pois estava a acompanhar um estudo zootécnico sobre os asininos existentes no Parque Natural do Douro Internacional. 

Nessa altura parecia-me uma certa loucura, um verdadeiro estigma, pois estava no ar o peso da imagem negativa que estes animais ainda possuem, eles são frequente motivo de troça e gozo, pensei que ficaria associado pessoalmente a essas características. 

O primeiro animal que adquiri a burra Sendinesa (porque veio da zona de Sendim) custou 135 contos (cerca de 675 Euros), e mantive-a sozinha durante algum tempo, quase como experiência. Meses mais tarde achei que esta precisava de companhia e uma vez que havia, nessa altura, muito mais oferta do que procura, comprei mais 2 animais.

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Pelo contacto com esses e outros animais jovens que entretanto fui adquirindo, em especial a Franjinhas (fui buscá-la a um negociante de gado na véspera de ser “embarcada” via TIR para Espanha!? para ser convertida em ração para cães), acabei por estabelecer as bases de pequeno projecto de
criação de animais com aquelas características (semelhantes à raça Zamorana), ou seja animais com pelo denso e comprido, cor castanha escura, porte elevado, patas grossas e lanudas. 

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Entretanto fui adquirindo e trocando animais até reunir o lote de 12 femeas e 2 machos (cheguei ter o dobro), que incluem as características zootécnicas e morfológicas que procuro (dentro da raça Mirandesa). Inicialmente pensava vir a organizar passeios de burros, mas optei por falta de tempo, por me dedicar exclusivamente à criação destes animais, esperando conseguir, através da venda dos animais nascidos na exploração, alguma sustentabilidade económica que pelo menos me assegure o pagamento das
despesas associadas à satisfação pessoal de contribuir para salvar a raça Mirandesa.

Dicas sobre a criação extensiva de asininos
Os burros são animais de grande porte, que pelas necessidades de espaço, de alimento de cuidados sanitários e veterinários, não se equiparam aos vulgares animais de companhia. Eis algumas dicas sobre o que é preciso para ter estes animais na sua quinta.

Espaço
As condição básica para ter este animal corresponde à disponibilidade de espaço de pastagem, pois somos adeptos da semi-estabulação. O mínimo
de condições são, a nosso ver, uma pastagem de pelo menos ½ hectare (por animal) e um pequeno armazém para resguardo dos animais e do seu alimento, fundamentalmente durante o período invernal. Os burros, sendo oriundos das estepes planálticas do nordeste africano, estão melhor adaptados aos períodos quentes e secos, e toleram pior os períodos chuvosos e húmidos/frios (há nesses períodos uma maior propensão para problemas respiratórios e ao nível dos cascos). Refira-se, no entanto, que os burros da raça Mirandesa, com o seu casaco de pelos densos e compridos são dos animais extremamente rústicos podendo suportar, se estiverem em bom estado de saúde e se foram progressivamente habituados, uma boa parte do Inverno no exterior. Essa pelagem serve também para proteger do calor. È importante dispor de árvores ou alguma estrutura que forneça sombra durante o Verão. 

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Infra-estruturas
Um exploração em semi-estabulação carece de vedações com um mínimo de 1,30 m (rede ovelheira com uma fiada de arame farpado). As vedações devem ser mais reforçadas nas instalações dos machos inteiros. Todos os terrenos vedados devem dispor de água limpa e abundante ao longo de todo o ano, seja em ribeiros, bebedouros, charcas. Para armazenamento de palhas e protecção nas noites de chuva e neve deve ser disponibilizado um estábulo (amplo e minimamente ventilado) associado à pastagem de Inverno. No caso de não haver árvores devem ser construídos taipais para sombra, que é muito apreciada durante os meses de Verão. É aconselhável ter comedouros (ex: em ferro), há muitos modelos no mercado para cavalos, nas pastagens de Inverno por forma a um melhor aproveitamento das palhas e ração, evitando que estas caiam para o chão (eles têm muita tendência para escolher as melhores ervas e afastar as menos suculentas). A construção de uma manga de maneio é aconselhável (para tratamentos veterinário), no nosso caso não possuímos nenhuma.

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Companhia asinina
Os burros são animais gregários e extremamente sociáveis, e por isso aconselhamos a criação de um mínimo de 2 animais (podendo um deles ser um equino ou um muar). As fêmeas, ou machos castrados, possuem em geral comportamento extremamente dócil, e caso não pretenda criar asininos aconselhamos que sejam escolhidos esses animais, qualquer combinação
e qualquer idade serve (ex: 2 femeas, 1 femea e um macho castrado, 2 machos castrados). No caso de ter algum burro inteiro, pelo seu carácter mais arisco e impulsivo (especialmente no que toca a burras) a exploração deve estar preparada para assegurar que este animal possa ser separado dos restantes de forma segura (nos períodos de cio um burro inteiro pode facilmente levar pela frente ou saltar um vedação mal construída). No entanto, cada caso é um caso, e em determinadas situações de maneio é possível
ter o burro inteiro sempre junto com os outros animais, de qualquer forma tem que haver uma vigilância apertada.

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Companhia humana
O contacto com as pessoas é também fundamental. Ainda que sejam bastante independentes os burros estabelecem facilmente relações de confiança com os seres humanos, que dependem em grande medida da quantidade de tempo e do trato que lhes possamos conceder. Não é de excluir que os animais adquiridos a negociantes de gado, ou de proviniência
desconhecida, tenham passado por situações traumatizantes e por vezes manifestem um comportamento fugideo e desconfiado. A alteração desses comportamentos, para uma conduta em que o Homem deixe de ser de novo uma ameaça, ocorre ao longo do tempo através de muita dedicação, carinho e paciência.

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Manutenção (tempo e dinheiro)
Se as necessidades de espaço e infra-estruturas estiverem supridas, é meio
caminho para assegurar de forma económica a manutenção dos animais. No nosso caso a exploração é extensiva e a despesa anual por animal ronda os 250 € (sem contar com despesas nas infra-estruturas). Refira-se que a estes animais não são fornecidas palhas ou ração durante cerca de metade  do ano (entre Abril e Novembro), e a maior despesa surge do pagamento de  mão de obra na sua vigilância, manutenção e limpeza. No nosso caso uma vez que os animais permanecem estabulados durante um período curto do  ano, não há grandes despesas ao nível de remoção do estrume (aliás este é oferecido mediante a mãode obra da sua remoção). As despesas medico veterinárias rondam para toda exploração cerca de 500 €/ano. Nas explorações extensivas com um menor número de animais todas essas despesa de manutenção são substancialmente menores (cerca de de 150 €/ano).

Alimentação
As despesas de alimentação dependem da quantidade de pastagem natural que esteja disponível. Partindo do principio que os animais estão em estabulação completa (que a nosso ver não é de todo desejável), estes consomem por dia em média cerca de 5-6 Kg de forragem (2 ou % do peso do animal adulto) e 500 kg de ração (aveia, cevada, ou preparados). Fazendo as contas de forma rápida podemos chegar ao montante de montante 410 €
por animal/ano (34 € por animal/mês) = [1/2 fardo de 20 Kg de aveia ou feno por dia (1 €) + 100 gr de ração (0,12 €)] x 365 dias. Sendo um maneio bastante extensivo, a manutenção da exploração passa em grande parte do ano pela visita diária a todos os animais fazendo uma observação individual para saber se está tudo bem. De Inverno há fornecimento depalhas, e por vezes ração, pela manha e ao final da tarde.

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Manutenção diária
Em semi-estabulação, e se de facto o terreno onde os animais pastam não oferece perigos (ravinas, poços abertos, valas, terras encharcadas) a principal tarefa diária corresponde à observação individual dos animais para ver se está tudo bem, o que pode ser feito em 5 minutos. No período mais frio do ano, durante o qual as geadas, nevadas e chuvas, fazem a forragem escassear ou impossibilitam o seu acesso, torna-se necessário fornecer 2 vezes por dia palhas e ração (entre Novembro e Março). Há também alguns períodos que exigem muito maior dedicação, por ex. caso haja burras prenhes, ou animais doentes.

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Cascos
O desgaste dos cascos depende muito do tipo de terreno em que os animais se encontram e actividade que eles desenvolvem. No nosso caso, nunca aplicámos ferraduras nos animais, e dependendo dos prados em que se encontram desgastam mais ou menos os cascos. No caso dos machos inteiros, uma vez que estes se movimentam mais do que as fêmeas, quase nunca é preciso aparar os cascos. Nos restantes casos, normalmente  é necessário chamar o ferrador de 3 em três meses para dar jeito nos cascos dos animais, retirando as porções a mais e corrigindo eventuais defeitos. É claro que sempre que surjem problemas de cascos (fracturas, cocheira)chama-mos o ferrador. A despesa nos cascos ronda, no nosso caso, 20 €/ano.


Desparasitações
Os nosso animais são desparasitados internamente (2 vezes por ano) e externamente, 4 a 5 vezes por ano (no período estival surgem por vezes infestações de pulgas e carraças). Em todos esses casos, não há fórmulas, e sugerimos o contacto com um médico-veterinário.

Cuidados veterinários
Os burros são animais extremamente rústicos, os poucos problemas sanitários que detectámos na nossa exploração foram: problemas de  pele (algo frequente nas mudanças de estação), infecções oculares (raro),
bronco-pneumonia (1 caso), mamite (1 caso), feridas graves (1 caso). Apesar do desconhecimento da maioria dos médicoveterinários sobre esta espécie, a maioria dos problemas tem sido resolvido com o auxilio de produtos existentes no mercado destinados aos equinos. Em todos esses casos, não há fórmulas, e sugerimos o contacto com um médicoveterinário.

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A raça Asinina de Miranda

Animal bem conformado, com manifesta acromegalia, corpulento e rústico. Altura média, medida com hipómetro ao garrote, nos animais adultos: > 1,20 m. (a altura recomendável é 1,35 m.).


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Pelagem castanha escura, com gradações mais claras nos costados e face inferior do tronco; branca no focinho e contorno dos olhos; hirsutismo acentuado com pêlo abundante, comprido e grosso, aumentando em extensão e abundância nos costados, face, entre-ganachas, bordos das
orelhas e extremidades dos membros; crinas abundantes; ausência de sinais.

Temperamento dócil.

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Cabeça volumosa e ganachuda de perfil recto; fronte larga e levemente côncava na linha mediana, coberta de abundante pêlo (chegando a formar-se sobre a fronte uma espécie de “franja”); arcadas orbitárias muito salientes; face curta de chanfro largo; canal entre-ganachas largo; lábios grossos e fortes; orelhas grandes e largas na base, revestidas no seu bordo interior de abundante pilosidade, arredondadas na ponta (formando uma espécie de borla) e dirigidas para a frente; olhos pequenos, dando ao animal uma fisionomia sombria.

Pescoço curto e grosso. Garrote baixo e pouco destacado. Dorso tendendo para a horizontalidade, curto e bem musculado. Peitoral amplo com quilha saliente. Tórax profundo. Costado encurvado.


Garupa em ogiva mais elevada que o garrote, pouco destacada. Espáduas
curtas e bem desenvolvidas, com ligeira inclinação. Ventre volumoso.

Membros grossos de articulações volumosas, providos de pêlo abundante cobrindo os cascos, machinhos bem desenvolvidos; membros posteriores com tendência a serem estendidos e um pouco canejos; cascos amplos.

Andamentos de grande amplitude mas lentos, pouco ágeis. 

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Fonte: Wonderfulland.com

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Os Cinco Sentidos

 

Obs: Em Portugal chamam o jumento de burro, como esse artigo é de lá resolvi deixar o texto original, sem alterações.

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Os cinco sentidos
Os burros têm uma visão monocular e lateral. Possuem uma visão panorâmica, pois os seus olhos estão localizados de lado na cabeça dando-lhes a capacidade de observar o que se passa por trás deles. Têm uma excelente visão nocturna.


O sentido auditivo do Burro é apurado e as suas orelhas nunca estão paradas, mexendo-se constantemente para captar os sons em seu redor. É um animal muito sensível ao barulho, nomeadamente não gosta que se grite perto dele, nem do latido dos cães, no entanto consegue suportar o ruído sem se agitar.


O paladar dos Burros habilita-os a identificar o que é comestível.
Em relação ao olfacto, pensa-se que este seja um sentido importante, uma vez que os burros investigam os objectos, os seus congéneres e os humanos através do cheiro. Também usam o olfacto para reconhecer o que é comestível ou não.


Os Burros usam o tacto, primariamente através dos seus lábios fortes e muito sensíveis, que estão cobertos por centenas de pêlos que reagem ao toque. O seu corpo com uma pele relativamente fina, podendo ferir-se com facilidade, é coberta de pêlos e é também muito sensível ao toque.

Fonte: Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino

domingo, 5 de agosto de 2012

Fábula - O burro sábio

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No tempo em que os animais falavam, uma assembleia de bichos se reuniu para resolver certa questão.


Compareceu, sem ser convidado, o burro e, pedindo a palavra, pronunciou longo discurso, fingindo-se estadista. Mas só dissera asneiras. Foi um zurrar sem conta.


Quando concluiu, ficou à espera dos aplausos, mas o elefante, espichando a tromba para o seu lado, disse:


- Grande pedaço de asno! Roubaste o tempo, a nós e a ti. A nós, porque o perdemos a ouvir asneiras; e a ti, porque muito mais lucrarias se o empregasses em pastar. Toma lá este conselho:


Um tolo nunca é mais tolo do que quando se mete a sábio!

Autor: Monteiro Lobato

sábado, 4 de agosto de 2012

IGUARIA TROPEIRA


FEIJÃO TROPEIRO

INGREDIENTES

- 1 Kg de feijão preto

- 1 xícara (chá) de farinha de mandioca

- 1 kg de lingüiça

- 2 dentes de alho socados

- 3 cebolas em rodelas

- 1 Kg de toucinho para torresmo

- 2 ovos cozidos

- 2 colhes (sopa) de cebolinha picada

- Sal a gosto

MODO DE PREPARO:

Cozinhe o feijão até que fique macio, não use panela de pressão, pois os grãos devem ficar inteiros, deixe escorrer o caldo. Pique o toucinho, tempere com sal e frite até amarelar. Numa panela com pouco de água, frite a lingüiça. Destampe logo que a água secar, para que a lingüiça doure. Separe meia xícara (chá) da gordura obtida com a fritura do toucinho e, nela (que deve estar bem quente), refogue o alho, as cebolas e o feijão (sem caldo). Adicione a farinha, o toucinho e a cebolinha. Enfeite com a lingüiça, cortada em rodelas, e com os ovos cozidos.

Fonte: Caminho Paulista das Tropas

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Nova substância é criada para substituir o colostro para potros

 

O aleitamento materno é muito importante para a mãe e para o filhote, uma vez que a fêmea produz, automaticamente após o parto, uma grande quantidade de hormônios produtores de leite (prolactina) e hormônios que estimulam sua liberação (occitocina). Quando esse leite não é sugado pelo filhote pode causar mastite, já o filhote, o mais beneficiado, tem no leite todos os nutrientes necessários a seus primeiros meses de vida. Além disso, o colostro, que é um leite mais concentrado e portador de anticorpos, protegerá o filhote nos primeiros dias de vida, que é a fase mais sensível, pelo organismo não estar completamente formado e ainda não conseguir se defender sozinho.

Porém, incidentes podem ocorrer, impedindo ou limitando esta fase. Para isso foi criado, atendendo a classe dos equinos, o Plasma Hiperimune, que é uma substância produzida pelo organismo de outros animais, seguindo uma técnica parecida à de vacina-soro.

Fatores principais que podem atrapalhar a amamentação de potros recém-nascidos são: demora recorrente de dificuldade do potro para se levantar e ir até a égua, deficiência na produção de leite em éguas mais jovens, ou até a morte da mesma.

Utilizando uma técnica semelhante à vacinação, é realizado um procedimento para estimular animais monitorados à produzirem uma gama de anticorpos específicos para as principais doenças que acometem potros e em seguida é retirado parte do plasma do sangue do cavalo doador, armazenado em bolsas de 900ml e congelado até sua utilização.

Quando ocorrem casos em que necessite de reforço imune ao animal, podendo ser em qualquer fase da sua vida, porém mais utilizado nos primeiros dias de vida, essa bolsa é descongelada e infundida no animal, como uma espécie de soro.

A utilização dessa substância tem ajudado na taxa de crescimento e saúde de muitos animais, porém esta técnica não é completamente segura por se tratar de anticorpos provenientes de outro organismo. Ao entrar em contato com o organismo do potro propriamente dito, pode desencadear uma reação “alérgica”, ou seja, o organismo pode não reconhecer o plasma e tentar combatê-lo como partículas invasoras. Para minimização desses riscos se faz necessário o monitoramento do potro durante a infusão do plasma, além de um correto manuseio da bolsa, como manutenção da mesma na temperatura próxima a corporal do animal e utilização de equipamentos e catéteres apropriados.

Fonte: Rural Pecuária Adaptação: Escola do Cavalo

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A importânica da limpeza e higienização em equinos

 

A limpeza do cavalo não contribui apenas para o seu embelezamento, mas também para sua saúde. O carinho do tratador se manifesta no capricho na hora da limpeza. Assim como nós, humanos, temos que nos manter limpos e higienizados, os animais precisam, igualmente, ser bem cuidados. Eles se deitam no mesmo lugar onde fazem suas necessidades, e amanhecem com pó. Isso lhe causa mal-estar. Por isso, logo após oferecer-lhe alimentação, é necessário que se proceda à sua limpeza e higienização diária.

A rasqueadeira, quando boa, não deve ser muito afiada; deve ser passada levemente, a favor e contra os pelos, algumas vezes, e tendo-se o cuidado de não causar contração muscular no animal, que está em repouso. Isso vai levantar o pó incrustado, o resto de urina em baixo do pelo, e os resquícios de estrume, que sempre podem contaminar o cavalo com bactérias e fungos.

Devem-serasquear o pescoço, lombo, garupa, e barriga (nas laterais e na parte de baixo). Com as partes inferiores do animal como a canela, quartela e tendões deve-se tomar muito cuidado, pois como estas partes têm mais contato com a uréia, a umidade e o suor, além de ficarem mais próximas da cama, é ali que se formam as famosas casquinhas e frieiras. Entretanto nestes lugares também deve ser passada a rasqueadeira.

Não se recomenda limpar o cavalo apenas na hora em que ele vai para o trabalho, como fazem alguns tratadores. Se o cavalo usa liga, ela deve ser retirada, e, feita a limpeza, deve ser recolocada. A sujeira acumulada fará com que se coloque mais força durante a limpeza, sacrificando mais o animal. Recomenda-se fazer a limpeza fora da cocheira, em local aberto, de preferência.

Após a limpeza com a rasqueadeira, deve-se passar um pano seco e limpo para que os pelos fiquem brilhantes.

Os olhos devem ser bem limpos, nos cantos, para que se remova toda a remela, fator de infestação de bactérias na conjuntiva do cavalo. Usar sempre um pano limpo. Esses cuidados vão proporcionar ao animal saúde e bem-estar.

É muito importante que se limpem as narinas do cavalo, pois ele corre o risco de aspirar muito pó, causando-lhe desconforto, respiração ofegante e até mesmo pneumonia. Dentro das narinas se acumula pó, e com a ajuda de um pano é muito importante limpar pela manhã, pois durante o dia o cavalo se agita e aumenta a frequência respiratória.

A saúde do cavalo atleta começa pelos cascos, são eles que suportam todo o peso. Todos os tratadores devem andar com um ferro de ranilha no bolso. Na sola deve-se limpar com o ferrinho de ranilha, e observar possíveis pregos, pedaços de madeira e pedra, ou excesso de estrume, para que a ranilha esteja sempre respirando. O casco deve ser limpo todos os dias pela manhã e também todas as vezes que o cavalo sair da cocheira, para que o tratador não precise varrer toda a serragem que sai junto com o cavalo, e identificar podridão ou algo machucando. Na hora de guardar o cavalo que estava andando na areia, também é necessário que se limpem os cascos.

O banho deve ser esporádico, nunca diário, pois o organismo do cavalo é preparado para se proteger do frio e da umidade promovendo um pelo maior e mais grosso, se submetido a estas condições. Assim o pelo ficará mais fino e mais brilhante, e diminuirá as necessidades de tosa.

Deve-se evitar a umidade, secando bem o animal, e não deixando que ele permaneça dentro da cocheira. Deve-se secar ao ar livre. Secá-lo no piso de borracha impede que ao cavar, estrague o casco e a ferradura, só que a borracha também não dá vazão à água e isso predispõe o apodrecimento da ranilha.

No sol, as partes inferiores também se secarão melhor. Nessas partes, quando úmidas, podem proliferar fungos.

Fonte: Mundo Equestre  Por: Priscila Azevedo  Adaptação: Escola do Cavalo