Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

MANEJO SANITÁRIO DOS EQÜINOS - PARTE II

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VACINAÇÃO

      A Vacina é a indução de imunidade (produção de anticorpos) em um animal saudável, através da inoculação de vírus inativo, parte do vírus ou bactéria ou o vírus atenuado.

     Muitas são as doenças que acometem os eqüinos e que podem ser prevenidas através da vacinação. Algumas são obrigatórias, outras são zoonoses (afetam também ao homem) e outras são problemas de saúde exclusivos dos eqüinos, mas que podem e devem ser prática comum.

      De uma forma geral, na maioria das doenças que podem ser prevenidas por vacinação, deve-se proceder a um esquema anual de vacinas, iniciando-se em potros aos 4 meses de idade, com reforço após 30 dias e depois anualmente com dose única. No caso de animais adultos em primovacinação (vacinação feita pela primeira vez), também se procede a um reforço após 30 dias e depois anualmente, com dose única. Exceções podem ocorrer dependendo da vacina, então devemos observar atentamente as instruções do fabricante ou ao critério do médico veterinário.

      Para uma boa resposta vacinal, quer seja em potros ou em adultos, os animais devem estar em bom estado nutricional e desparasitados, tanto de ecto como endo-parasitas. Devemos ter um cuidado especial com a assepsia para um esquema efetivo de vacinação. A utilização de agulhas e seringas descartáveis e o local de aplicação limpo é condição fundamental para a boa resposta imune.

     A imunidade ocorre, em geral, após 10 dias da última dose preconizada.

      As principais patologias que afetam o cavalo e que podem ser controladas através da vacinação são descritas a seguir. O esquema de vacinação será descrito em um quadro à parte.

Tétano

     O Tétano é uma doença causada pela toxina do Clostridium tetani caracterizada pelo aparecimento de espasmos musculares e hiper excitabilidade reflexa.

     O C.tetani pode estar presente em qualquer lugar. Este é um dos principais problemas desta afecção. O C.tetani sobrevive na forma esporulada no meio ambiente, por muito tempo, sem necessidade de um animal para se desenvolver. Ele é um agente que vive e se prolifera em meio anaeróbico, isto é, sem a presença de ar, e em condições especiais nos ferimentos.

     Qualquer tipo de ferimento oferece ao esporo do C.tetani um ambiente propício à sua proliferação, desde um cravo mal colocado a um ferimento superficial em cerca de arame farpado. Estas condições fazem parte da rotina diária de qualquer animal, portanto devemos ter cuidado especial para prevenir o tétano.

     Além disso, o tétano é uma doença de difícil cura, sendo seu custo, muitas vezes, impeditivo, além da baixa taxa de recuperação. E esta patologia é facilmente prevenida com a vacinação anual.

     Em casos de ferimentos profundos, em animais vacinados, devemos ainda aplicar uma dose única de soro anti-tetânico que estimula o sistema imunológico do animal e melhora a resposta do organismo. No local, devemos sempre, no primeiro curativo, limpar bem com água corrente e passar água oxigenada (H2O2) que torna o ambiente com alta concentração de oxigênio, que impede a proliferação do C.tetani.

Influenza

     A Influenza ou Gripe Eqüina é uma doença viral, altamente infecciosa, que ataca o sistema respiratório.

     Ela é transmitida por contato direto ou por fômites (material de uso contaminado), caracterizada por tosse seca e úmida (com secreção), mucosa nasal vermelha e com corrimento, lacrimejamento e fotofobia. Pode ter como seqüela a broncopneumonia.

     Devido à sua alta taxa de transmissão e por debilitar intensamente o animal, comprometendo seu desempenho, o doente deve ser isolado e mantido em repouso até o restabelecimento. O tratamento pode ser feito à base de expectorantes, boa alimentação, repouso absoluto e, em casos de suspeita de infecção secundária, podem ser administrados antibióticos.

Encefalomielite

     É uma doença viral infecto-contagiosa caracterizada por sinais neurológicos de perturbação da consciência, disfunção motora e paralisia, transmitida por picadas de insetos ou artrópodes.

     As variedades existentes no Brasil até o presente momento não são transmissíveis ao homem, mas em outros países as variedades encontradas podem afetar o ser humano.

     Por ser altamente contagiosa, de tratamento difícil, deve ser prevenida pela vacinação.

Herpes Vírus

     O herpes Vírus pode causar o Aborto Eqüino em fêmeas prenhes entre o 7º e 10º mês de gestação e Rinopneumonite em animais jovens, além de, em alguns casos, incoordenação motora.

     Não tem tratamento específico trazendo prejuízos de ordem reprodutiva para as fêmeas e debilitando os animais jovens, comprometendo seu desempenho, além destes animais se tornarem transmissores do vírus.

Garrotilho

     É uma enfermidade infecto-contagiosa causada pela bactéria Streptococcus equi, caracterizada por inflamação no trato respiratório superior e abscedação dos linfonodos adjacentes. Esta é a maior diferença clínica observda entre o garrotilho e a influenza, o enfartamento dos linfonodos sub-mandibulares, que ocorre somente no garrotilho.

     A transmissão ocorre por contato direto ou por fômites contaminados.

     Seu tratamento é simples, através de antibioticoterapia. Porém, em casos de rebanhos eqüinos, o custo pode ser elevado, e a vacinação diminui esse custo consideravelmente. Entretanto, a vacinação com vacinas comerciais disponíveis nem sempre é muito efetiva, sendo recomendado um reforço a cada 6 meses; uma solução em um bom manejo é fazer uma auto-vacina. Coleta-se secreção de um animal infectado na propriedade e envia-se a um laboratório para confecção da auto-vacina e vacina-se o rebanho todo com este produto. Deve-se ter o cuidado de isolar o animal contaminado.

     Apesar de ser uma patologia relativamente simples, o não tratamento, que inclui repouso absoluto do animal, pode levar a conseqüências secundárias graves e complicações indesejáveis.

Raiva

     A Raiva é uma das principais doenças que devem ser prevenidas pela vacinação. Além de não ter cura, é transmissível ao homem, podendo levar tanto um como outro à morte.

     A transmissão pode ocorrer por mordida de morcegos, raposas, cães e contato com outros animais contaminados.

     Como não tem cura a única solução é o sacrifício do animal.

     Em alguns estados brasileiros a vacinação está obrigatória, sendo a GTA (Guia de Trânsito Animal) emitida somente com apresentação de atestado de vacinação.

Esquema de Vacinação

Autor: André Cintra

Fonte: Cavalo Criolo Website

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