Este é um conto repetido de muitos modos. O Jumento costuma empacar e não seguir caminho por motivos que o Asneiro geralmente não entende. As mais das vezes, o Jumento estava certo! Nesta fábula o Asno deixa o terreno seguro e plano e se mete pelas ribanceiras. Seu dono tenta segurá-lo pelo rabo, pelo cabresto, pelas peças dos arreios e perde contra a força bruta do Jumento e tem que largá-lo para que despenque no abismo. Diz o Asneiro: “Essa vitória tu a tens, pois não disputarei cair junto contigo”. Dizem isso dos teimosos que não medem as conseqüências de seus atos. REVISÃO – Os portugueses são os reis das anedotas sobre Asnos, Asneiros e asnidades. O modo depreciativo luso de fazer essas piadas, entretanto, gosta de não ofender terceiros. Geralmente falam na primeira pessoa, ou atribuem o feito a outro português, um tramontano, um alentejano, um lisboeta, nascido na Bairrada, ou assumindo que foi o tio, o pai, o avô de quem conta. Uma dessas piadas, querendo insinuar que os Jumentos são mais inteligentes do que nós, conta assim: “O Jumentinho estacou à porta do estábulo, recusando entraire. Meu pai chegou e passou-lhe um braço ao peito e o outro atrás das ancas, ergueu-o do solo e levou-o para dentro, dizendo-lhe: Mais inteligente que eu tu podes seire, mas mais forte tu não és!” Pelo que entendemos de Esopo, a fábula procurava mostrar que onde não temos mais argumentos ou providências contra os erros dos outros, é prudente pelo menos não afundar juntamente com o teimoso. ATUALIDADE – Será que teremos a possibilidade de escapar da queda no abismo que está sendo programada a nível global pelas forças trevosas que se mostram como donos do ouro e das armas mortíferas? Se realmente os beligerantes possuem poder atômico para acabar com 30 vezes a população da Terra, podemos largar o rabo dos asnos dizendo-lhes que não vamos cair no precipício com eles?
Fonte: Shvoog
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