Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

sexta-feira, 28 de março de 2014

TIPOS DE PELAGEM

 

As pelagens básicas se constituem em: Alazão, Baio, Branco, Cebruno, Colorado, Douradilho, Gateado, Mouro, Oveiro, Picaço, Preto, Rosilho, Tobiano, Tordilho e Zaino.


Pelagens Compostas:
Alazão chamalotado ou apatacado: Quando tem manchas mais claras e arredondadas.
Alazão dourado: O típico com reflexos do ouro.
Alazão típico: O que tem a cor da brasa ou da cereja.
Alazão ruano: Quando tem a cauda e crina claras.
Branco albino, melado ou rosado: Quando há uma despigmentação congênita, inteira ou parcial, das pestanas e da íris. Sua pelagem tem reflexos rosados. É sensível ao sol.
Baio branco ou claro: É uma tonalidade de creme desmaiado.
Branco mosqueado: O que leva pelo corpo, em forma irregular, pontos pretos do tamanho de uma mosca.
Branco porcelana: O que tem manchas pretas, as quais, por transparência, por meio dos pêlos brancos, produzem reflexos azuis da porcelana.
Baio achamalotado ou apatacado: Quando apresenta manchas redondas e mais claras do que o resto do corpo.
Baio amarelo: É como uma gema de ovo, quando estendida numa porcelana branca.
Baio encerado: Quando tem a cor mais escura, parecendo-se com a cera virgem.
Baio cabos negros: Quando tem as extremidades dos membros, da cauda e a crina escuras.
Baio cebruno: Também escura, levando no corpo manchas mais escuras do que o baio encerado. Baio dourado: quando tem reflexos do ouro.
Baio ovo de pato: Quando tem uma cor amarelado creme. Sua crina, cauda e cascos também são cremes. Baio ruano: é um baio com a cauda e crina claras.
Colorado típico: É avermellhado com o tom claro.
Colorado pinhão: Tem a cor do pinhão.
Cebruno ou barroso: Com a tonalidade mais escura do que a do baio cebruno, parecendo-se com a cor do elefante.
Douradilho: É um colorado desmaiado com reflexus dourados.
Douradilho pangaré: É o que tem o focinho, axilas e ventre mais claros.
Gateado típico: É um baio escuro acebrunado nas quatro patas e com uma linha escura, que vai da cernelha à garupa, com aproximadamente dois dedos de largura.
Gateado osco ou pardo: É mais escuro que o típico, assemelhando-se ao gato pardo.
Gateado pangaré: O que tem o focinho, as axilas e o ventre com a pelagem mais clara.
Gateado ruivo: O que tem a cauda e a crina aproximada a cor do fogo.
Lobuno claro: Quando se parece com a plumagem de uma pomba.
Lobuno escuro: Quando mais escuro do que o lobuno claro.
Zaino claro: Da cor da castanha.
Zaino negro: Como a castanha mais escura.
Preto típico: Tem a tonalidade semelhante ao carvão.
Preto azeviche: Preto vivo com reflexos brilhantres.
Tordilho claro: Quando tem predominância de pelos brancos.
Tordilho negro: Predomina os pelos pretos. Com a idade vai se tornando claro.
Tordilho chamalotado ou apacatado: Quando com manchas arredondadas mais claras.
Mouro negro: Se parece com o tordilho negro, com tonalidade azulada.
Mouro claro: É um gris azulado. Oveiro azulego: É um mouro claro com manchas brancas.
Oveiro bragado: Quando em qualquer pelagem portam manchas isoladas no baixo ventre.
Oveiro chita: É overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.
Oveiro de índio: Qualquer pelagem com manchas de tamanho médio.
Oveiro chita: É overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.
Rosilho abaiado: Quando tem pelos amarelados entre o vermelho e o branco.
Rosilho claro ou prateado: Quando predominam os pelos brancos sobre os vermelhos.
Rosilho colorado: Quando predominam os pelos vermelhos sobre os brancos.
Rosilho gateado: É um gateado com pelos brancos.
Rosilho mouro: É uma mescla entre pelos vermelhos, brancos e pretos.
Rosilho overo: Quando dentro da pelagem rosilha tem manchas brancas.
Rosilho tostado: Quando tem pelos tostados em lugar dos vermelhos.
Tobiano baio: É um baio nas mesmas condições dos demais tobianos.
Tobiano colorado: É um colorado nas mesmas condições do tobiano negro.
Tobiano negro: É um preto com manchas brancas grandes divididas com o preto.
Tobiano gateado: É um gateado nas mesmas condições dos demais.
Zaino claro: Da cor da castanha. Zaino negro: Como a castanha mais escura.
Também existem tobianos cebruno, alazão, douradilho, zaino, tordilho, etc.

Outros detalhes de pelagem
Entrepelado: O que tem uma mescla de pelagens diferentes, formando assim um total indefinido.
Pangaré: Quando descolorido em algumas regiões do corpo, sobretudo nas partes inferiores, destacando-se nas axilias, focinho e ventre, seu descolorido se assemelha a cana da Índia.
Rabicano: Quando nas caudas escuras tem pelos brancos na sua base.

Fonte: O Cavalo Crioulo

sexta-feira, 21 de março de 2014

Depoimento - Zezão

 

Fui achar o Zezão na periferia de Jussara, noroeste de Goiânia. Eu tinha entrevistado o Laudicione no dia anterior e este se prontificara a me levar na casa daquele que seria um dos mais velhos comissários de boiada que eu encontrei (além de seu Alcides e Zé da Neta). Zezão é de 7 de julho de 1926 e está com 81 anos completos. Conversamos durante boa parte da manhã de sábado, nublada e fresca, um contraponto ao dia anterior, quente e abafado. Zezão se animou com a entrevista, nos recebeu muito bem e se mostrou perspicaz e brincalhão. Mostrou-me muitas fotos antigas e contou um pouco de sua história para o Fotomemoria:

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- Zezão, diz aí o seu nome, onde nasceu, eu vou anotando aqui ...
- Meu nome é José Alves Rodrigues e eu nasci em Quirinópolis (sudoeste de Goiás) em 1926.
- Ficou por lá quanto tempo ?
- Morei lá até os 14 anos ... depois mudei pra Jataí (sudoeste de Goiás) e comecei a viajar com Tonicão Borges – o sr. conhece ele ?
- Não, não conheço, mas já ouvi falar dele lá em Jataí.
- Pois é, eu trabalhei uns 10 anos com ele, fazia viagem pra São Paulo e Mato Grosso ... naquela época não tinha estrada, era só no cerrado a viagem ...
- E as boiadas já eram grandes, uns 1000 bois ?
- É, tinha até de 1200, 1300 bois.
- Quanto tempo levava pelo cerrado, até São Paulo ?
- 40 marchas.
- E o trajeto, era qual ?
- A gente ia de Jataí pra Cassilândia, depois pra Aparecida do Taboado (ambas no atual MS), ali atravessava de balsa pra São Paulo, o dono da balsa era o Semi Rodrigues ... aí a gente ia beirando o rio até Andradina (rio Paraná), em São Paulo. Fiquei 10 anos assim ...
- E depois desse tempo ?
- Ah, eu casei pela segunda vez em 1953 e ...
- Já tinha então casado mais cedo ?
- É, meu primeiro casamento foi em 1941 em Quirinópolis ...
- Aí você casou de novo em 1953 ...
- Casei e fui trabalhar numa fazenda em Jataí, onde fiquei mais 7 anos. Em 1962 vim para Inhumas (cidade próxima e ao norte de Goiânia).
- Então você ficou muito tempo afastado da estrada, né ? E por que veio para Inhumas ?
- Eu fiz uma arte em Jataí ... aí tive que sair de lá ...
(Pausa)
- E você pode falar que arte foi essa ?
- Não, não posso falar não.

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- Em Inhumas, então, recomeçou a viajar ?
- Não, eu fui trabalhar em fazenda, com o Zé Palmeira. Aí mudei pra Presidente Prudente (SP) em 1968, fui morar lá pra trabalhar pro mesmo Zé Palmeira. Eu recebia o gado que ia de Goiás pra lá e levava para outras fazendas, na região de São Paulo mesmo. Fiquei lá até 72, quando voltei pra Goiás, em Inhumas de novo. Aí que eu fui viajar de comissário. Comprei minha comitiva e comecei a viajar ... morava em Inhumas, pegava gado no interior de Goiás e levava pro Pará, para São Paulo.
- E quanto tempo você ficou morando em Inhumas e viajando com sua comitiva ?
- Em 75 eu mudei pro Pará ... fui mexer com fazenda. Fiquei até 82. Quando voltei pra Inhumas comprei outra comitiva, outra tropa e recomecei ... e lembro que a primeira viagem dessa época foi pra Paulo de Farias, junto de Riolandia ...
- Zezão, qual foi a maior viagem que você já fez ?
- Foi pro Pará, não lembro em que ano ... mas foram 142 dias de viagem ... eu levava 10 peões ...
- 142 dias é muita coisa ! E 10 peões para que ?
- Porque era boiada grande, e além dos premereiros tinha os segundeiros, antes dos chaveeiros ...
- É, boiada muito grande, no estirão precisa de mais gente nos flancos mesmo ... E quando você veio morar em Jussara ?
- Em 96. Aí fiquei viajando até 2005. Parei, aposentei.

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- Em todos esses anos, houve alguma viagem muito boa, especial ?
- Todas as viagens eram boas ...Essa do Pará ... essa do Alfredo Gibran que eu levei 1723 bois, entreguei 1722. Só lá no Taboado (MS) que um boi quebrou a perna. Foram 106 marchas ... nunca vi um trem bom daquele jeito.
- Lá pro Pará ?!
- Não, foi lá pro Alfredo Gibran, em São Paulo.
- Foram 1723 bois ! Levava cortada (dividida em grupos) ou levava inteira ?
- Durante o dia eu levava ela cortada.
- E aí tinha duas comitivas, como é que fazia ?
- Não, era uma só. Soltava uma (parte) na frente, ela comia o dia inteiro, ia pro curral de corda ... depois soltava uns 700, passava na guia dela, ia comendo ... era tudo aberto, né ? Só dormia junto no curral.
- E ia engordando na viagem, né ?
- (ignora a pergunta) Seu Gibran ficou tão admirado que ele até me deu uma mula de presente ... já morreu.
- E viagem ruim ?
- Um dia dei um tiro num caboclo, ele estava numa camionete, depois disso a polícia me chamou, fui na mula até a delegacia, expliquei tudinho e a delegada me liberou. Era uma camionete cheia de gente, ele me ofendeu, a camionete saiu e eu atirei e acertei justo nele ...
- Viajava armado ?
- Eu só viajava armado. Naquele tempo podia, né ?
- Zezão, você é do tempo do burro cargueiro, quando não tinha carroça nas comitivas ...
- Eu viajei com cargueiro até 82, depois só carroça. Mas eu prefiro viajar de cargueiro ...
Zezão tem 4 filhos. Uma delas, Ana Rosa, sempre que podia, ia até onde o pai estava e viajava alguns dias na comitiva, montada em lombo de burro. Hoje aposentado, Zezão mantém o bom humor e cuida de uma chácara próxima ao bairro em vive, na periferia de Jussara.
Jussara,GO, outubro de 2007.

Fonte: Foto Memória

quarta-feira, 12 de março de 2014

Tropas Xucras

 

Todos os componentes da equipe que tangia a tropa chamavam-se tropeiros, mas é claro que entre eles havia uma divisão de funções. Via de regra, a tropa era comandada pelo próprio dono, auxiliados por um ou mais capatazes, conforme o número de animais.

Havia os peões ou camaradas, o madrinheiro, o batedor, o contador e o cozinheiro. O batedor ia na frente, verificando o caminho e o estado dos passos. Levava as guias para apresentar nos registros e organizava a passagem das tropas pelos povoados. O contador tinha a função de contar e recontar a tropa quantas vezes fosse necessário para garantir que não se desgarrara nenhum animal. O madrinheiro, que às vezes desempenhava as funções de cozinheiro, era geralmente um rapazote. Sua função era conduzir a égua-madrinha.

Esta levava um cincerro ao pescoço e servia de guia para as mulas. É que o muar, sendo cria de burro com égua, tende a seguir a fêmea eqüina, formando uma fila. Depois de acostumado, seguirá qualquer animal que tenha um cincerro, mesmo que seja outro muar. Entre os vários momentos difíceis de uma tropeada, havia três em especial: a passagem de rios que não davam vau, as tempestades e as arribadas.

Nas passagens de rios, as roupas e os mantimentos passavam em uma canoa (quando havia canoeiro no local, senão era preciso improvisar), as mulas e os tropeiros passavam a nado. Durante as tempestades, os tropeiros não podiam dormir, pois os animais se punham nervosos, havendo o risco de dispersarem-se. As arribadas ocorriam quando mulas desgarravam-se da tropa. Entre os tropeiros mais experientes era escolhido o arribador que tinha a função de voltar, achar os animais extraviados e alcançar a tropa. Era uma questão de honra, sendo motivo de muita vergonha o fracasso.

Uma tropa andava acerca de vinte e quatro a trinta quilômetros por dia. Saía-se antes do nascer do sol, após tomar chimarrão ou um café preto. Ao meio-dia, pausa para almoço, sesta para os tropeiros e descanso para os animais. A segunda etapa da marcha ia até a tardinha.

O pouso era sempre em lugares certos, onde, com o tempo, foram se estabelecendo comerciantes para atender aos tropeims. Nesses locais, o comerciante ou fazendeiro construía um rústico galpão aberto, com cobertura de palha, para abrigar os tropeiros que dormiam sobre os arreios, cobertos com o poncho ou a capa. O cozinheiro montava sua trempe e cozinhava o feijão com charque ou carne de porco salgada para comerem no dia seguinte.

A passagem pela cidade de Lages era muito esperada porque ali melhorava o cardápio. Um dos pratos típicos da região é, até hoje, a paçoca de pinhão que consiste, basicamente, em charque cozido e desfiado com pinhão cozido e socado em um pilão (pode ser feito também com carne de porco salgada). Com as bruacas carregadas de paçoca, os tropeiros seguem viagem. A vantagem desse alimento era que. além de durar vários dias sem estragar, podia ser comido até mesmo em movimento, quando a fome apertasse.

Os trajes dos tropeiros foram variando com o tempo e dependiam um pouco de sua origem, mas, basicamente, era o chapéu de abas muito largas, com barbicacho sob o queixo; calças folgadas e camisas de algodão grosso; guaiaca de vários forros para levar muito dinheiro, além dos avios de fogo, fumo e palha; botas de cano muito alto, sanfonadas, da cor natural do couro, com tentos para amarrar na altura da coxa; poncho ou capa de baeta; um facão sorocabano e uma garrucha. Os tropeiros castelhanos e rio-grandenses usavam chapéus de abas menores e chiripás. Depois da Guerra do Paraguai, generalizou-se a bombacha.

Autor: Roberto Cohen, Página do Gaúcho

quinta-feira, 6 de março de 2014

Vacina contra “ferida da moda” em cavalos

 

A Pitiose é uma doença que atingem humanos e animais, principalmente cavalos, conhecida popularmente como “Ferida da moda” ou “Ferida braba”.

É provocada por um fungo encontrado principalmente em locais alagadiços, ambiente propício ao desenvolvimento da doença característica de climas tropicais e subtropicais. Registros da doença no mundo apontam o Pantanal brasileiro como o lócus de maior incidência da enfermidade em todo o planeta, podendo atingir até dez por cento da tropa equina. As características físicas pantaneiras são ideais a proliferação do fungo, mas seus prejuízos são significativos na agropecuária em todo o país.

As medicações antifúngicas utilizadas no tratamento da doença são ineficazes no combate ao agente etiológico Pythium insidiosum, responsável pela Pitiose, que provoca na maioria dos casos mortes e invalidez dos animais.

Em pesquisa, a Embrapa Pantanal em parceria com a UFSM, desenvolveu uma medicação, conhecida popularmente como “vacina”, chamada Pitium Vac, de custo estimado de desenvolvimento da droga de, aproximadamente, cem mil reais.

De acordo com pesquisadores, o tratamento desenvolvido é menos oneroso aos produtores, com economia, comparando a outros tratamentos, de até quinhentos reais.

Não existe ainda exportação do produto, mas países que possuem um número de casos significativos da doença, como Colômbia, Argentina, Guatemala, Haiti, Estados Unidos, Nova Zelândia, Tailândia, Índia, dentre outros, poderão receber a vacina.

Fonte: Empraba Pantanal

Adaptação: Escola do Cavalo