Como as éguas são animais considerados sazonais, ou seja, ciclam apenas em uma época determinada do ano, os profissionais, Médicos Veterinários, que lidam com essa espécie, têm como maior desafio elevar sua eficiência reprodutiva e tentar antecipar o período de cios para conseguir um maior número de embriões por ano.
Sazonalidade reprodutiva caracteriza o animal que apresenta cio durante uma fase do ano, que é a em que o período de luminosidade é maior, entre os meses de outubro e março. A fase que antecede de agosto a outubro (denominada transição de primavera), de março a maio, é o período em que vão se finalizando os ciclos normais (transição de outono) e de maio a agosto, as éguas vão entrando em anestro, ou seja, ausência de cios. Deve- se considerar que, nos períodos de transição, a fêmea apresenta cios extensos e anovulatórios.
É necessário que o profissional saiba definir esses períodos com grande exatidão para dar continuidade ao processo e obter resultados positivos em seu trabalho.
Na raça Quarto de Milha, cujo ano hípico inicia-se em julho, é importante que se consiga antecipar seu período de monta para que as éguas fiquem gestantes no início de agosto e os potros nasçam por volta do mês de julho do ano seguinte. Outro objetivo almejado é o prolongamento do período de monta para aumentar a quantidade de ciclos férteis.
Há diversas técnicas, hoje, que têm por objetivo antecipar a estação de monta desses animais, por indução de cio, porém as mais utilizadas são a iluminação artificial e a hormonioterapia. Na iluminação artificial, deve-se dar início ao procedimento no dia 21 de junho, que é o início do solstício de inverno e, consequentemente, o dia mais curto do ano, e estender até a primeira ovulação do animal. Trabalhos recentes mostram que éguas expostas 5 horas por dia, das 17 às 22 horas, estarão ciclando normalmente e prontas para serem utilizadas 35 a 40 dias após o início do tratamento. Já a hormonioterapia, método indutor de ovulação pela utilização de hormônios exógenos relacionados à atividade reprodutiva do animal (p.e. GnRH e HCG), diminui o tempo de duração do cio e promove a ovulação por volta de 36 a 48 horas após sua aplicação, porém, por ser uma substância que reage, promovendo uma resposta instantânea do organismo, deve somente ser utilizada quando o folículo já possuir diâmetro maior do que 35 milímetros e um expressivo edema uterino, que deve ser observado por ultrassonografia. Dos dois exemplos de hormônios citados, anteriormente, o mais utilizado é o HCG, porém, após a quarta aplicação consecutiva, geralmente seu efeito é diminuído, logo, a Deslorelina (GnRH) tem sido de maior preferência, por não adquirir esta refratariedade.
Outras técnicas vêm sendo criadas com o intuito de disponibilizar uma maior TE por ano, porém, para qualquer escolha necessita-se de um animal em ótimas condições nutricionais e sanitárias.
Fonte: ABQM
Adaptação: Escola do Cavalo
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