Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Marcha do cavalo é definida pelo código genético de cada raça

 

A raça pêga tem uma grande capacidade de transmitir o andar marchado. Modernização da raça campolina deixa o animal menor e mais leve.

Entre as raças marchadoras brasileiras, há uma que não é de equinos, mas de asininos, a família dos asnos, das mulas e dos burros. O berço do jumento pêga é o município de Lagoa Dourada, na região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais.

Em 1810, o padre Manuel Torquato experimentou cruzar jumentos das raças egípcia e siciliana. Depois de quase 40 anos de seleção, vendeu a tropa para o coronel Eduardo Resende que vivia na fazenda Engenho dos Cataguases. O coronel levou em frente a criação, padronizou, multiplicou a nova raça, perpetuando inclusive a mesma marca que o padre Torquato usava: o desenho de uma algema de escravos que era chamada de pêga.

O pêga guarda a marca ancestral que, na cultura cristã, lembra que o jumento é um animal sagrado. É a faixa crucial, que corta o fio do lombo do animal e desce pelos ombros. Na fuga para o Egito, Maria vai montada num jumento. O sinal cruzado seria o indicativo do xixi do menino Jesus.

Para o veterinário Rivaldo Nunes, da Associação Brasileira dos Criadores do Jumento Pêga, esta raça tem uma extraordinária capacidade de transmitir o andamento marchado. Quando se quer muar de marcha é o cruzamento recomendado. Para quem o assunto não é familiar, a gente lembra que é cruzando asinino com equino que se produz mulas e burros.

Mesmo com toda a mecanização que tem havido no Brasil nas últimas décadas, é grande ainda a demanda pelas tropas de muares. Animais de sela confortáveis e resistentes para cavalgada e todo tipo de serviço.

Campolina
Das raças marchadoras brasileiras, a maior de todas é a campolina. O nível do dorso do animal tem quase a estatura de uma pessoa mediana. O conjunto cavalo-cavaleiro passa dos dois metros de altura. O cruzamento de éguas brasileiras com reprodutores de origem europeia, no tempo do império, gerou a raça conhecida como grande marchador brasileiro.

Campolina era o sobrenome de um fazendeiro, Cassiano, que, na segunda metade do século 19, morava em Entre Rios de Minas, a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte. Seu Cassiano vivia na propriedade conhecida como Fazenda do Tanque. Rico, em 1860, ele ficou desgostoso quando perdeu uma cavalhada, a tradicional batalha folclórica entre mouros e cristãos. Resolveu, então, criar uma raça de cavalos mais altos e mais fortes para se sair melhor em futuros embates. No que foi ajudado pelo Imperador, que lhe mandou de presente uma égua por nome Medeia, prenha de um andaluz. Medeia pariu um potro espetacular, o lendário Monarca que veio a ser o padreador da Campolina, cujo sangue corre até hoje nos garanhões da raça.

Doutor Múcio Salomão, veterinário há 34 anos da Associação dos Criadores de Cavalo Campolina, explica que os cruzamentos resultaram em características marcantes: uma delas a cabeça grande, acarneirada; as orelhas em forma de ponta de lança; o pescoço levemente rodado; o dorso amplo; a garupa bem musculada e, apesar do porte, muita suavidade no andamento.

Oferecendo tanto a marcha batida, de dois tempos, cujo barulho se assemelha ao trote, mas tem o conforto do tríplice apoio. Bem como a marcha picada, de quatro tempos, mais apoiada no chão. O curioso é que Cassiano Campolina fez a nova raça mas morreu antes da desforra na cavalhada. Generoso, deixou toda a fortuna para a construção de um hospital, já centenário e ainda uma referência na área de saúde em toda a região de Entre Rios de Minas.

A tropa que formou, Cassiano Campolina a deixou para um amigo, Joaquim Pacheco Resende. Foi esse outro ramo da família Resende que impulsionou a raça: fez intercâmbio com vizinhos e desenvolveu linhagens. Destacando-se entre as principais as linhagens Gás e Passatempo.

Ultimamente, o campolina vem passando por uma evolução. No Estado do Rio de Janeiro, município de Papucaia, o empresário Cláudio Cunha, um dos criadores que experimentam modernizar a raça, fez uma aposta na contramão da estética: em vez das pelagens sólidas predominantes baia e castanha, passou a selecionar só o animal pampa.

Vem trabalhando não só a cor mas, como outros criadores, também a própria estrutura da Campolina: a cabeça ficou mais leve, o pescoço menos rodado e o porte, que chegou a 1,75m de altura, ficou mais baixo. O que antes era rejeitado, virou moda. Com a tropa colorida no pasto, o criatório de Cláudio Cunha já foi oito vezes campeão nacional.

Fonte e Video:  http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2013/01/marcha-do-cavalo-e-definida-pelo-codigo-genetico-de-cada-raca.html

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