Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Gelato al latte d'asina

 

Sorvete Italiano com Leite de Jumenta

Ingredientes:
250 g de fruta madura
3 gemas
150 g de açúcar de confeiteiro
1 dl de leite de jumenta

Aqueça o leite de jumenta e, em seguida, misture a fruta em pedaços pequenos por 45 minutos. Bata as gemas com o açúcar. Acrescente o leite com frutas as gemas com açucar e misture até ficar homogêneo.
Coloque em um recipiente adequado e armazene no congelador por 5-6 horas.

Source: http://www.sanihelp.it

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Pelagem Pêga

 

A pelagem pampa não é típica da raça Pêga, mas sim da raça de jumento Italiano. Na raça Pêga também não incidem calçamentos e na cabeça somente estrela ou luzeiro.

A raça Egípcia é aquela que se acha menos longe do Jumento Pêga e dois são os pontos de contato indiscutível:

1. A ocorrência da pelagem branca, frequente no Jumento Egípicio, e que nenhuma outra variedade de jumento apresenta, seja do E. Asinus Africanus ou do E. Asinus Europeus.

2. A presença de sinais como estrêla e extremidades brancas, encontradas no jumento Egípicio.

Assim, no Jumento Pêga deparamos com a presença da cor branca, seja na pelagem, seja sob a forma de sinal na fronte ou nos membros, constitui um ponto seguro a considerar no estudo da filiação da Raça Pêga.


Admitiu-se uma origem mesclada, visto não ser aceitável uma introdução exclusiva do tronco Africano. Houve introdução de reprodutores das raças Italiana, Andaluza e Egípicia.


O JUMENTO PÊGA veio repontar a prevalecer as características do Equus Asinus africanus, dando-lhe, entretanto, feições distintas que permitiram constituir-se em Raça. De um modo geral, a população asinina brasileira é uma mescla dois dois tipos étnicos: Africanus - Europeus.


Assim o JUMENTO PÊGA representa a mescla fixada em Raça, e enobrecida pelas suas excepcionais qualidades.


Conta-se em Lagoa Dourada que o rebanho inicial da Fazenda Engenho Grande, adquirido do Padre Torquato, era constituído de dois jumentos e algumas jumentas que, desde então, não deixou penetrar neste rebanho outro sangue.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

CASTRAÇÃO DE CAVALOS

 

Procedimento simples mas que exige conhecimento do médico veterinário

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Doença pulmonar crônica em equinos

 

O bom desempenho atlético dos cavalos depende, em particular, do bom funcionamento de seuaparelho respiratório. Em animais de esporte e reprodução, processos patológicos, nesse sistema, são responsáveis por grandes prejuízos econômicos e orgânicos, desses animais.

Existe uma síndrome alérgica, denominada DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), também inflamatória, que afeta equinos de meia idade, em especial, os estabulados por muito tempo. Não é comum em cavalos jovens.

Sensibilidade a alergenos ambientais e predisposição genética são os dois fatores principais, identificados em estudos sobre a doença.

O aumento de neutrófilos (a neutrofilia) é o que caracteriza a DPOC, em cerca de 5% em cavalos a pasto e de 50% em animais estabulados, o que sugere uma resposta traqueobrônquica local a partículas de pó inaladas e depositadas dentro das vias aéreas.

Animais estabulados, sempre mais expostos, inalam maior quantidade do pó de feno e sujidades das paredes das baias, ou de sua própria cama, são acometidos pela síndrome, que ocasiona-lhes a irritação da traqueia e dos brônquios, desencadeando o processo inflamatório. Com esses órgãos comprometidos, a doença se manifesta.

Podem-se enumerar os agentes ambientais causadores dessa síndrome: o pó de cama e o pó de feno, com grande quantidade de ácaros como o Lepidoglyphusdestructor; os fungos (antigênicos e alérgicos): inalação de extrato aquoso de Aspergillusfumigatus ou Faeniarectivirgula que promovem a inflamação, com o aumento de neutrófilos; as endotoxinas, como a amônia – sua concentração pode, igualmente, provocar o aumento de neutrófilos; as condições climáticas; os fungos presentes na alfafa – eles podem provocar reações alérgicas, e, finalmente, os vermes pulmonares – causadores de lesões nos pulmões, principalmente o Dictyocaulusarnfield.

Uma infecção viral ou até mesmo a exposição, por longo tempo, aos fatores alergênicos pode desencadeara doença, pois o animal não se infecta do dia para a noite.

Ocorre a obstrução das vias aéreas, e consequente inflamação dos brônquios, causada pela reação alérgica ao agente etiológico (a poeira), podendo se complicar com uma infecção bacteriana. Pode haver um retorno sazonal, de sinais clínicos, ao longo da vida dos equinos.

Os sintomas podem aparecer, tanto em exercícios, como em repouso, e com visível queda na performance do animal. O processo é crônico e recorrente, sempre em resposta à mudança ambiental.

Os sinais clínicos devem ser considerados, tais como a tosse ocasional, a intolerância ao exercício, febre ( no caso de infecção bacteriana), corrimento nasal, letargia (lentidão nos movimentos), anorexia (falta de apetite), hipertrofia dos músculos abdominais, alteração da frequência respiratória (tempo de inspiração maior do que o tempo de expiração), mucosas cianóticas (coloração azulada).

Por se tratar de uma doença crônica, não existe cura, devendo os animais serem tratados por toda a vida. Na falta do tratamento, os danos poderão ser irreversíveis e causar a morte.

O tratamento é à base de antinflamatórios, broncodilatadores e antibióticos, podendo-se, também, utilizar a acupuntura e tratamentos experimentais, como o transplante de células-tronco.

Fonte: web artigos – google

Adaptação: Escola do Cavalo

domingo, 15 de setembro de 2013

Você sabia…

Que a inteligência é uma característica marcante nos muares, em contradição ao sentido dos nomes que receberam. Lembre-se: Antes de chamar alguém de mula ou burro, pois será um elogio a pessoa, mas pode ser uma ofensa a mula ou ao burro que são animais muito inteligentes.

Que os muares demonstram grande sensibilidade da audição, assimilando com facilidade e rapidez os comandos vocais no processo da doma de sela e nos serviços de atrelagem;

Que o tato é outro sentido muito desenvolvido nos muares, principalmente através dos cascos. É raro um muar pisar em terreno desconhecido com algum grau de periculosidade;

Que alguns muares que durante o dia marcham com orelhas em descanso, à noite estas levantam, adquirindo firmeza e mobilidade, indicando maior atenção do animal, ao pisar sobre o que seus olhos não conseguem enxergar;

Que os muares são imbatíveis na eficiência com que se locomovem ao longo de trilhas estreitas, sinuosas, pedregosas, acidentadas e íngremes em regiões montanhosas;

Que nas cavalgadas, a regularidade e a resistência dos muares são bem superiores aos eqüinos;

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Origem da Espécie

 

Obs: Em Portugal é chamam o jumento de burro, como esse artigo é de lá resolvi deixar o texto original, sem alterações.

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Uma das teorias aceites sobre a filogenia dos asininos domésticos, diz-nos que estes se dividem em dois grandes grupos:


• O tronco europeu, Equus asinus europeus, provavelmente com origem mediterrânea;
• O tronco africano, Equus asinus africanus, proveniente da bacia do Nilo.
Segundo alguns autores, o burro (E. asinus) terá sido domesticado antes do cavalo. Os vestígios mais antigos de asnos domésticos remontam ao final da idade de Bronze e procedem do Egipto. Na Europa admite-se que a sua chegada tenha ocorrido no quinto milénio antes de Cristo, tendo-se expandido por todo o continente até à idade antiga clássica.


A domesticação do burro com o consequente surgimento e expansão do tronco europeu, da sub-espécie, E. a. europeus, terá ocorrido devido à utilização desta espécie para alimentação humana, produção de híbridos e mais tarde para os serviços de carga e transporte. Uma característica interessante deste período de maneio primitivo era a utilização unicamente de burras e não garanhões, sendo a reprodução assegurada através da cobrição com o garanhão selvagem.


Como já foi referido anteriormente, a sub-espécie E. a. europeus correspondente ao tronco europeu da espécie (E. asinus) terá sido precursora da maioria das antigas raças europeias.


De acordo com as condições orográficas, climáticas e ecológicas existentes no Continente Europeu terão surgido diferentes variedades de burro de acordo com os distintos propósitos dos criadores de cada região geográfica.
Através do processo de domesticação surgiram algumas das principais raças actualmente existentes na Europa. São exemplos: a raça Catalã; a raça Zamorano-Leonesa (Espanha); a raça Piamonte, Sardenha e Sicília (Itália); a raça Poitou e Gasconha (França).


Por sua vez a sub-espécie E. a. africanus terá originado algumas raças existentes na Europa, caso da raça Andaluz e Cordovesa (Espanha).

Fonte: Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Depoimento - Laudicione

 

Para um comissário de boiadas, Laudicione Antonio de Vasconcelos é um jovem. Nasceu em 22/11/51, em Anicuns, Goiás. Mora em Jussara, cidade a noroeste de Goiânia, distante 220 km da capital do estado. Encontrei-o de folga, descansando de uma viagem recém feita, e conversamos na varanda de sua casa, no bairro Araxá, em Jussara, numa sexta-feira de outubro de muito calor. Forte, bem conservado, Laudicione tem a prosa fácil e cativante. Nossa conversa:

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- Comecei a viajar com meu pai, ele era comerciante e tinha tropa também, fazia viagens de vez em quando, tinha comércio também, trabalhava com as duas coisas ... Em 1966 viemos para Jussara, eu tinha 14 para 15 anos, mas eu já viajava nas férias com ele desde os 12 anos de idade. Quando nós chegamos em Jussara, parei de estudar e comecei a viajar de peão com vários comissários ... Eu gostava muito e logo comecei a contar boi ...
- Esse é o caminho para se tornar comissário, né ?
- É. Eu viajei assim, de peão, até mais ou menos 1980, quando peguei uma tropa de meia (como sócio) e comecei a viajar de comissário. Essa tropa, deixa eu ver, fiquei com ela uns 2 anos mas logo comprei uma tropa só pra mim ...
- Vamos voltar um pouquinho: você mora em Jussara desde 1966, então ?
- Não, não. Eu morei em São Luis de Montes Belos (a oeste de Goiânia) de 1989 a 1991. Fui tentar lá mas voltei para Jussara ...
- E em Anicuns, quando você era criança, para onde eram as viagens ?
- Ah, lá a gente pegava muito boi em Uruaçu, Itapaci, Porangatu (todas no norte de Goiás) e trazia para Anicuns, onde engordava gado, isso foi em 1963, 64, por aí ...
- É, nessa época já existiam invernistas em Goiás, o engordador de boi ...
- Pois é, antes não tinha, né ? Eu lembro de uma viagem de Porangatu pra Anicuns com uma boiada de 1.110 bois, a boiada pegou aftosa, foi uma trabalheira, uma canseira, naquela época era contar com a sorte, não tinha vacina, essas coisas.
- Perdeu muito gado ?
- Não, não, não morria não, né ? Só dava aquela doença, a viagem atrasava muito ... Depois disso, depois que vim morar em Jussara, comecei a viajar pra São Paulo. Até pouco tempo atrás meu pai viajava ainda, ele morreu tem uns 4 anos, morreu com 74 anos ...
- Viajou até os 70 anos ?!
- É, viajou. Depois, começou a perrengar (adoecer), essa coisa de velho, aí foi indo até morrer ... Mas eu já viajei muito para o Mato Grosso, lá pro Xingu, saindo daqui, de Jussara. Eu vou muito mesmo é pra São Paulo, é um trajeto, quer ver, vou pra São Luis (de Montes Belos), pego Acreúna, Santa Helena, Lagoa do Bauzinho, Riverlandia, Quirinópolis, São Simão (todas em Goiás), daí entro em Minas, vou pra Limeira do Oeste, Alexandrita, Iturama, Ponte da Água Vermelha, Fernandópolis (já em SP), Indiaporã, São João do Marinheiro, Cardoso e Riolandia, onde é a fazenda da entrega da boiada ...
- Quanto tempo de viagem ?
- Umas 53 a 55 marchas.
- Onde fica essa Lagoa do Bauzinho, em Goiás ?
- É ali no cruzamento da rodovia que vai de Santa Helena para a BR que liga Rio Verde a Itumbiara.

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- Laudicione, você é o comissário mais jovem que já conversei. Dos que ainda viajam, só conheci você e o João Pereira, lá de Jataí, mas você é mais novo. Hoje, na tropa, a formação ainda é de 8 peões ?
- É. Vai o cozinheiro, eu, 1 ponteiro, 2 premereiros, 2 chaveeiros e 2 culateiros.
- E quem faz a arribação (pega boi que fica para trás) ?
- Não existe mais boi de arribada ... só viajo em corredor, em estrada de asfalto e, quando é em estrada de terra, é tudo corredor, tem cerca dos dois lados ... A dificuldade é a viagem no asfalto, é muito perigo ... mas boi não fica de arribada mais não.
- Então, você só pousa em asfalto, em corredor ?
- Não, ainda tem muito pouso (local para descanso, passar a noite). Goiás tem uns 15 pousos, que são todos pagos. Também ainda tem alguns em Minas e São Paulo ... Agora, onde não tem pouso, ainda faço muito curral de corda. Quer ver, numa viagem dessas pra São Paulo, eu faço umas 32 marchas ainda dentro de Goiás, umas 15 em Minas e umas 7 já em São Paulo. Então, em Goiás, por exemplo, são 15 noites em pousos e 17 em curral de corda.
- Essa estrutura dos pousos ainda é boa ?
- É, boa. Tem o pouso do João Coito em Quirinópolis que é muito bom. A gente paga 50 ou 60 reais para botar a boiada no curral ...
- Essas viagens de hoje, a maioria em corredores, são mais rápidas ou mais lentas que as de antigamente ?
- Hoje a gente faz umas 3 léguas por dia (uns 18 km). Antigamente rendia mais, pois tinha pouco asfalto e a boiada andava mais rápido.
- Tem alguma viagem muito boa que você lembre ?
- Eu fiz uma viagem de Paraúna (GO) até Eldorado, no sul do Mato Grosso do Sul, acho que foi em 1997, que viagem boa ... Foram 85 marchas, tudo muito bom, sem problemas, estrada boiadeira e pouco asfalto. Era uma natureza muito bonita ... Nós fomos por Cassilandia, Inocência, Três Lagoas, Nova Andradina, Naviraí, até chegar em Eldorado (todas em MS). Sempre beirando o rio (rio Paraná, que divide SP de MS).

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- E a volta, como é a volta hoje em dia ?
- Todo mundo volta de ônibus. Em geral o fazendeiro deixa os peões em Frutal (MG) ou São José (S.José do Rio Preto, SP) e de lá pega ônibus. Eu venho sempre na boléia do caminhão, com a tropa. Ou até, às vezes, venho de ônibus também. Mas eu tava falando de viagem boa, teve uma viagem muito ruim ... foi de Goiás para Pereira Barreto ... chegando em Jales e Urânia, em São Paulo, tem um entroncamento, onde a estrada boiadeira pula (cruza) o asfalto. Um menino bom, muito bom, premereiro, ele tinha uns 18, 19 anos, montou na mula, ficou pra trás, foi atropelado e morreu ... Olha só o sr., ele nunca tomava banho ... naquele sábado à noite, véspera do dia das mães, resolveu ir tomar banho ... A gente tava num pouso. No dia seguinte bem cedo, domingo do dia das mães, ele escolheu pra montar uma mulinha de nome Fadiga, que tinha ferida no lombo e não era montada há uns 15 dias. Eu lembro até hoje, eu disse pra ele pra ver se a mula ainda estava com o lombo machucado, ele passou a mão em cima, disse pra mim que não, que já tava boa. E arriou a mula, mas ficou pra trás. Eu lembro que a boiada toda já tinha pulado o asfalto, eu já tava lá frente, ele saiu atrasado, correu pra passar pelo asfalto, aí veio uma camionete ... O nome dele era Marlon. Aí veio um peão, me alcançou, disse “olha, teve um atropelamento lá trás”, eu corri e já era tarde.
- Houve algum caso de briga, coisas mais graves ?
- Não, só uma coisinha ou outra. Tem um caso que eu soube, não era minha tropa nem minha comitiva, foi um tiro na espinha que deixou um peão paraplégico ... Era o Itamar, ele bebia muito, parece que ele estava viajando na comitiva do Antonio Mateus, arranjou uma confusão na estrada lá, confusão boba, o cara pega e dá um tiro nele ... deu um tiro e acertou a ...
- A espinha ?
- É, e ficou paraplégico. E ele ta lá em Goiânia ainda, é um cara novo, cara da minha idade ...
- Laudicione, você gosta muito do que faz ?
- Ah, com certeza. Se eu pudesse recomeçar, fazia tudo de novo ...
Laudicione vive em uma casa confortável, perto do centro de Jussara, com d. Teresinha Ribeiro da Rocha, sua segunda esposa. Ele se casou em 1983, em primeiras núpcias, e em 1991, pela segunda vez. Tem um filho com a simpática d. Teresinha, de 15 anos, estudante. Ainda é um ativo comissário de boiadas.
Jussara,GO, outubro de 2007.

Fonte: Foto Memória

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Claudicação Equina – Previna

 

A prevenção da claudicação dos equinos passa pela análise visual diária, casqueamento e ferrageamento animal, ou seja, é preciso identificar a causa e eliminá-la, ou diminuí-la ao máximo. O tratamento das claudicações pode ser dividido em dois aspectos:

Sintomático – é o tratamento do primeiro momento, destinado a dar mais conforto ao animal, enquanto não se chega ao diagnóstico da causa da manqueira. Pode ser comparado a tomar analgésicos quando uma pessoa está com dor de dente – a causa da dor não é curada, mas a pessoa se sente melhor até a consulta com o dentista. No entanto, se o uso dos analgésicos continuar sem critério, o quadro vai piorar, podendo até resultar na perda do dente.

Específico – é o tratamento da causa da manqueira, até a cura da mesma ou até a melhora máxima que pode ser obtida, dependendo da condição. Ele depende de um diagnóstico, que deve ser feito por um médico veterinário especializado em equinos. Muitas vezes é necessário o uso de recursos diagnósticos complementares, tais como radiografias.

O tratamento sintomático, focado no controle da dor, é bastante genérico, enquanto que para tratamentos específicos existem tantos protocolos quanto há causas para manqueira.

Vejam alguns exemplos de patologias diagnosticáveis:

a) ossos – fraturas, fissuras, osteítes, sobreossos

b) articulações – ovas, entorses, luxações, osteófitos, calcificações, artroses, artrites

c) tendões e ligamentos – tendinites, tenossinovites, rupturas,hiperextensões

d) cascos – infecções por bactérias ou fungos, traumas, laminite, brocas, abscessos

e) músculos – miosites, rupturas, disfunções metabólicas, entre muitos outros.

Cada um exige um tratamento diferente, e por isto o acompanhamento veterinário é tão importante. Os protocolos costumam aliar diversas abordagens terapêuticas, para maximizar as probabilidades de sucesso e a rapidez da recuperação, tais como: - analgésicos; - anti-inflamatórios; - medicamentos complementares, tais como condroprotetores e estimulantes da circulação; - ferrageamento ortopédico; - manejo – repouso total (em cocheira ou piquete) ou parcial (apenas trabalho a passo, por exemplo); - tratamentos no local da lesão (por exemplo, infiltrações peri ou intra-articulares); - produtos e terapias tópicos (massagem, ligas de descanso, aplicação de frio ou de calor); - terapias complementares, tais como fisioterapia, ultrassom ou laser terapêuticos; - cirurgias em casos mais graves.

Cabe ao médico veterinário definir o melhor curso de tratamento, avaliando e readequando o mesmo conforme a evolução do caso. Dependendo do caso, pode levar meses ou anos até o cavalo voltar à ativa – por exemplo, seis meses a um ano em uma tendinite, e um a dois anos em uma laminite leve. A paciência e a colaboração do proprietário são essenciais para o sucesso. O tratamento sintomático ou analgésico quase sempre alia produtos tópicos a analgésicos ou anti-inflamatórios de uso oral ou parenteral (injetável). O uso prolongado destes últimos pode causar efeitos colaterais graves, incluindo gastrites e cólicas, além de piorar o problema original, já que ao sentir menos dor o animal estará fazendo mais força no membro afetado. Práticas como massagens, aplicação de ligas de descanso com produtos tópicos, uso de duchas frias, caneleiras de gelo, ou compressas quentes são recursos complementares valiosos. Em geral, lesões agudas (recentes) respondem melhor à aplicação de frio, enquanto problemas crônicos (antigos) podem se beneficiar do calor, aí incluindo produtos termogênicos (que provocam sensação de calor na pele).

Por Felipe Rodrigues – Escola do Cavalo http://www.escoladocavalo.com.br/categoria/artigos/