Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

quarta-feira, 5 de junho de 2013

CHARQUE: DE BOI OU JUMENTO?

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Você sabia que até a algum tempo atrás muita gente pensava que carne de charque era feita da carne do jumento?

Pois é, muitos acreditavam – e ainda há pessoas que acreditam fielmente nisso – que carne de charque era na verdade carne produzida apartir da carne do jumento.


Mas porque eles acreditavam nisso? Bom, para responder essa pergunta, vamos voltar um pouco na história de Grossos, já que foi este município quem primeiro fabricou essa carne no Nordeste.

Em meados do século XIX, quando Grossos ainda era conhecida por ilha de Grossos – posteriormente passou a se chamar somente de Grossos – chegou por aqui um cidadão por nome de Souza Machado, este instalou uma fazenda para a criação de gado e começou a organizar atividade salineira na região. Como de besta ele não tinha era nada, logo percebeu a grande abundância de sal que se tinha na região. Com uma visão futurista, montou uma charqueada, ou seja, criou uma “fabrica” de charque, esta foi então a primeira charqueada do Nordeste. O negócio deu certo – e como não poderia dar?– ele era o dono do gado e do sal. O negocio se expandiu e em pouco tempo ele começou a negocia a charque para os portos para estas serem exportadas para a Bahia, Província do Pernambuco e até para a África onde era usada na troca por escravos.

Você deve estar se perguntando: onde entra o jumento afinal?


Bem amigo (a), para carregar a charque do local de produção até o porto era coisa de cinema, alem de muita areia e caatinga, tinha que atravessar toda a várzea e aí não bastava ter escravos, precisavam de mulas. Porém encontrar mulas não era fácil, já que era um animal precioso para o transporte de gente, a solução então foi buscar na própria várzea, onde tinha aos montes, jumentos soltos sem nenhum dono aparente.


Souza Marchado não pensou duas vezes, logo a charque estava sendo transportada em jumentos, dentro de balaios apegados aos cambitos, hoje isso não se vê mais, porém foi muito usado para o transporte da mercadoria.

As pessoas que estavam acostumadas a ver muitos jumentos correrem soltos na várzea perceberam que os animais estavam diminuindo, ou seja, enquanto a produção de charque aumentava a de jumentos soltos diminuía, logo as pessoas fizeram a ligação: rapaz, Souza Machado esta matando jumento para fazer charque. Hora, sai mais barato é ou não é?


Apesar de Souza Machado ter explicado várias e várias vezes o motivo do qual ele perseguia os jumentos, muitos não acreditaram e até hoje, tem gente que acredita que carne de charque é produzido apartir do jumento.

Prof. Ronaldo Josino

2 comentários:

  1. Interessante esta postagem... mas, dá uma olhadinha neste vídeo, parece ser confiável: https://www.youtube.com/watch?v=28PYcVpJ_ts

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  2. O frigorífico Iukiriushi, de Curitiba, instalado na década de 1970, abatia cavalos e muares, processava a carne e enviava para o Japão. Com a redução drástica de animais para o abate, o frigorífico fechou.

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