INTRODUÇÃO
A Babesiose eqüina, também conhecida como nutaliose ou piroplasmose é uma enfermidade causada por protozoários hemoparasitas, a Babesia equi (modernamente chamada de Theileria equi) e a Babesia caballi, transmitidos por varias espécies de carrapatos. É uma importante afecção parasitária que acomete os eqüinos em todo território brasileiro e em diversos países do mundo de forma endêmica. Esta afecção acarreta um elevado número de
distúrbios aos animais individualmente, bem como em todo o plantel, sendo uma doença notificável pela Organização Internacional de Epizootiazes.
TRANSMISSÃO
No Brasil, o carrapato Boophilus microoplus tem importância relevante na transmissão da Theileria equi, portanto vem sendo considerado o principal vetor de transmissão. Já em relação à Babesia caballi, alguns estudos comprovam a participação do carrapato da orelha (Anocentor nitens) no ciclo e transmissão. Além do carrapato Amblyoma cajennense que tem um papel epidemiológico mais significativo já que é um carrapato que necessita de três hospedeiros de espécies similares ou não para cumprir seu ciclo de vida (trioxeno) e cada fêmea deposita cerca de cinco mil ovos.
Observações de casos clínicos de babesiose em neonatos sugerem haver transmissão transplacentária da babesia.
EPIDEMIOLOGIA
As Américas do Sul e Central são consideradas áreas endêmicas, com exceção do Sul da Argentina e Chile. No Brasil estudos demonstram alta prevalência em regiões tropicais ou subtropicais (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Oeste do Paraná). Altas incidências de Theileria equi têm sido associadas com a criação conjunta de bovinos e equinos.
SINTOMAS CLÍNICOS
Os animais doentes podem apresentar clinicamente febre, anemia, petéquias ou até hemorragias de membranas mucosas, icterícia e hemoglobinúria.
Após o período de incubação que é de cerca de 8 a 10 dias, o primeiro sinal evidente é o aumento de temperatura corpórea, que pode se apresentar em picos ao final da tarde. A anemia é causada pela diminuição no número de eritrócitos, havendo hemólise intravascular, resultando em liberação de
hemoglobina e deposição de bilirrubina nos tecidos (icterícia).
A parasitemia, no caso da Babesia caballi pode chegar a 1% das células, da linhagem vermelha e dificilmente o animal morre de anemia, mas principalmente pela formação de microtrombos. No caso da Theileria equi a parasitemia é maior, comumente por volta de 7% dos eritrócitos, mas em animais imunodeprimidos ou sem qualquer contato prévio, a parasitemia pode chegar a 80% e a morte se dá por anemia aguda.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da babesiose eqüina é importante na escolha de medidas de tratamento e controle, além de auxiliar nos processos de importação e exportação de eqüinos. O exame direto ao microscópio pode ser muito útil para os casos agudos quando há alta parasitemia.
Várias técnicas sorológicas podem ser usadas para detectar a Babesia. As mais comuns são a Fixação do Complemento, a Imunofluorescência e o Elisa. Mais recentemente as técnicas de biologia molecular tem sido muito estudadas.
Fonte: Tecsa
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