Doença infecciosa, provocada por um vírus que se manifesta no aparelho respiratório e ocorrência de aborto, nas éguas, em função das lesões causadas nas artérias. Esse vírus, apesar de identificado, inicialmente, na Europa, em 1953, tem sido notificado com maior incidência, nos EUA. A partir do sêmen de um garanhão, ele foi isolado, pela primeira vez, na América do Sul. O portador era um cavalo argentino.
As raças puras são mais vulneráveis a essa doença; raramente ela aparece em cavalos mestiços. Pode ser confundida com a influenza e com a rinopneumonite, pois os sintomas respiratórios são muito parecidos.
Apesar de a manifestação do vírus ser mais comum em animais adultos, com maior gravidade, eles podem ser infectados em qualquer idade, até mesmo os potros, desde o desmame, até os dois ou três anos. A doença ocorre em áreas de alta concentração de animais, pois o vírus dissemina-se, rapidamente, num grupo de equinos suscetíveis e, apesar de a evolução ser curta, o surto pode persistir por longo período.
A doença fica incubada por um período de 2 a 10 dias, seguido por um quadro febril, entre 39 e 41 graus. É quando pode ocorrer a transmissão, pois o vírus está presente no sangue. Ela pode permanecer no animal por até 8 dias.
A transmissão acontece por vias aéreas, orais, água, fômites e alimentos contaminados por secreções e excreções de animais doentes. Também, é possível que se faça pelas vias venéreas, no contato com fetos abortados e placenta, no pasto. Líquidos e tecidos de fetos abortados são considerados perigosas fontes de infecção.
A eliminação do vírus acontece, também, pela urina e sêmen. Por isso, sabe-se que o garanhão infectado exerce papel importante na disseminação dessa doença, por serem portadores por longo tempo, apesar de se apresentarem sadios após superar a infecção.
Potros, filhos de éguas portadoras de anticorpos, são mais resistentes à infecção, pois ingerem os anticorpos maternos, pelo colostro que os protege por, aproximadamente, de dois a seis meses de idade.
Os sintomas respiratórios caracterizam-se principalmente por corrimento nasal – que pode tornar-se purulento –, lacrimejamento, conjuntivite e, em quadros mais graves, edema pulmonar. O animal ainda apresenta fraqueza muscular, tosse, apatia, falta de apetite, diarreia e cólica. Alguns animais estabulados podem sofrer edemas dos membros, que nos garanhões pode se estender até o prepúcio e escroto, e nas éguas, até as mamas. A doença é de caráter agudo e grave podendo, em alguns casos, ocorrer mortes sem que haja infecção bacteriana secundária. A morte acontece devido à desidratação ou insuficiência respiratória causada pelo edema pulmonar.
A consequência principal, dessa doença, e os inevitáveis prejuízos são os abortos, causados por miometrite necrotizante grave. Isso acontece por volta de quatorze dias após o aparecimento dos sintomas. Na rinopneumonite, isso ocorre mais tardiamente. O índice de perda de fetos é alto, girando em torno de 50 a 80%.
Sinais clínicos, como abortos precoces, sintomas respiratórios, exames laboratoriais, levantamento sorológico e isolamento viral vão determinar o diagnóstico. O vírus pode ser isolado a partir dos pulmões e baço de fetos abortados e do baço de animais mortos, porém não há corpúsculos de inclusão nem lesões específicas no feto.
O tratamento é sintomático, impedindo-se que apareçam infecções bacterianas secundárias, utilizando-se antibióticos e fluidoterapia de suporte.Repouso e vigilância para os animais infectados, enquanto que para os mais gravemente afetados, devem-se providenciar baias arejadas, porém livres das correntes de ar, com cama alta e macia.
A vacinação de todos os animais da tropa é o melhor meio de prevenção, apesar de ainda não haver, no Brasil, a vacina específica para esse mal, mesmo já se tendo notícia de que a doença acomete animais brasileiros. Essa providência ainda depende das autoridades dos programas sanitários governamentais, o contrário do que acontece no Canadá, onde a vacina é usada pela grande maioria dos criadores e médicos veterinários.
Vários fatores contribuem para que não ocorra a disseminação de qualquer doença, como a boa higiene do manejo e das instalações, a quarentena, a divisão dos animais por categoria etc.
Autor: Rogério Dantas Gama – Médico Veterinário
Fonte: Bicho Online
Adaptação: Escola do Cavalo
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