“Jumentos e muares são animais muito cautelosos, um traço que é geralmente confundido com teimosia”
Os jumentos e muares ainda são considerados por muitos como animais difíceis de domar, o que essas pessoas não sabem é que esses animais são muito inteligentes, bem mais que os cavalos, e aprendem tudo muito fácil. O problema é quando ensinam errado…
Doma Tradicional
Infelizmente, a doma tradicional ainda é praticada por muitos. Essas pessoas, em sua maior parte, acham que essa é a melhor maneira de se domar um animal porque o pai e o avô domavam assim, e provavelmente nunca viram uma doma ser feita de outra forma. A regra principal é o uso da violência para subjugar o animal, vencê-lo pelo medo, cansaço e até pela dor. Ele é laçado, derrubado, suas orelhas e seus lábios são torcidos com força e brutalidade por seus supostos treinadores. Muitas vezes essa “doma” é transformada em espetáculo, onde os peões, para provar sua bravura, montam para uma platéia que aplaude quanto mais o cavalo corcovear.
E assim o cavalo é forçado de um lado ao outro, até que seu espírito seja “quebrado”. O uso de chicotes e esporas são impressindíveis nesse tipo de doma, que leva à um cavalo indeciso, assustado, confuso, medroso, acuado, com problemas de temperamento, e propenso a adquirir vícios dos mais variados, sem falar nos danos físicos, sejam eles temporários e permanentes.
As pessoas tendem a rejeitar o que não conhecem, mas mesmo assim devem ser educadas a não ver os animais como inimigo a ser subjugado. Como diz Ray Hunt, um dos maiores adestradores de cavalos do mundo, "Você pode ser firme, jamais áspero".
Tratador nervoso e violento produz cavalo arisco e assustado. A doma tradicional, brutal e cruel, está fadada ao esquecimento. O chicote só produz escravos que na primeira oportunidade vão se rebelar com violência. É por isso que a doma tradicional raramente produz um cavalo perfeito. Sempre fica um seqüela do trauma: tem um garboso andar, mas não suporta cabresto; é bom de laço, mas tem medo de plásticos e lonas; corre como o vento, mas morde e escoiceia como um cavalo de guerra; é manso como um toco mas, como um toco, é morto, inútil.
Doma Racional
A doma racional tem por base o preceito da não violência, o animal é tratado com muito respeito e suavidade, o que faz com que aos poucos adquira confiança no treinador, se tornando dócil e confiável, condicionado a montaria, sem futuros traumas.
É preciso muita paciência, cautela e carinho com as lições progressivas e repetitivas, quanto mais cedo a iniciação melhor, alguns criatórios começam o processo de doma logo que o animal nasce, dessa forma quando este atinge a idade da doma de sela, aceita a aproximação do treinador com muito mais facilidade.
Originalmente, o método da doma racional foi introduzido no Brasil através dos treinadores do cavalo Quarto de Milha. Alguns treinadores preferem se referir a doma racional pelo termo adestramento, por ser este mais indicativo da lida com animais racionais, enquanto domar normalmente é relacionado com a lida de animais selvagens. O termo adestramento sugere mais refinamento no trato com o animal.
Parabéns! É preciso divulgar que a violência não é a resposta do vínculo homem x animal.
ResponderExcluirisso aí! Nunca se consegue domar um animal bem, usando a violência!!
ResponderExcluireu também gosto de cavalos e gostaria de saber sobre lidas com animais, na doma racional..
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