Bem Vindo ao Blog do Pêga!

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O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

quinta-feira, 24 de julho de 2014

A História do Tropeirismo

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Nos Séculos XVII e XIX, os tropeiros eram partes da vida da zona rural e das cidades pequenas dentro do Sul do Brasil, inclusive a nossa Itapeva e outras do Estado de São Paulo. Vestidos como gaúchos com chapéus, ponchos, e botas, os tropeiros conduziram rebanhos de muares e gado e levaram bens por onde passaram. De São Paulo, os animais e mercadorias foram para os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.


O Tropeirismo é associado com a procriação e venda de muares e gado, mas realmente começou com a descoberta de ouro em Minas Gerais. Ao término do Século XVII, com o crescimento de ouro que minava perto de Ouro Preto, muitas pessoas vieram àquela área e resolveram ficar. Com o aumento súbito da população uma necessidade veio para mais comida, como também para animais para transporte. Os habitantes de Minas Gerais tiveram que comprar tudo de outros locais, como o gado da Argentina e do Brasil Sulista. Enquanto em alguns estados do Brasil desenvolvia-se as minerações de ouro, indústria se plantações de cana de açúcar, desenvolvendo respectivamente no centro e nordeste, o sul estava criando cavalos, e gado. Também havia uma provisão grande de mulas que foram consideradas excelente para levar cargas por estradas antigas perigosas. Porém, a região sulista era longe das outras áreas do Brasil. Como estes rebanhos poderiam ser trazidos aos compradores previdentes? Os tropeiros eram a solução.

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A palavra tropeiro é derivado da palavra tropa.


Os tropeiros eram tropas de homens gado motriz por florestas densas que não foram povoadas pesadamente naquele momento. Para fazer a viagem deles por estes territórios vastos, eles usaram normalmente rios como guias naturais. Antes de 1730, os tropeiros estavam transportando o gado e muares à Feira de Sorocaba. Por causa dos tropeiros, muitas das áreas pelas quais eles passaram começaram a se desenvolver. Eles também contribuíram ao desenvolvimento de várias indústrias, e Cidades ao longo da rota e além do transporte e venda de gado e muares, faziam também o trabalho de correios como levar e trazer noticias de um lugar para outro. No Século XIX, quando o estrondo do ouro terminou, o tropeiros viraram a transportar produto dos cafezais que floresciam no Estado de São Paulo.

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Com o passar do tempo os caminhos abertos pelos tropeiros foram se constituindo em estradas e os lugares onde ajeitavam seus pousos foram formando vilarejos que se tornaram mais tarde em cidades. Acredita-se que os tropeiros existiram até o começo do Século XX, talvez até 1940.
Foram, portanto os grandes responsáveis pela fixação do homem ao campo e o Ciclo do Tropeirismo, talvez tenha sido um dos mais importantes à história e desenvolvimento do Brasil.

Fonte: Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapeva

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Jumento não é mais irmão

 

O Globo

A seca dos últimos dois anos agravou a situação de abandono dos jumentos no Nordeste. Companheiro do sertanejo no trabalho duro e ícone da resistência no semiárido, o jumento ficou, na expressão dos próprios nordestinos, “sem serventia”. De nada lhe adiantou o costume a longas jornadas, pouca água e comida escassa. Descartado no transporte de cargas, idosos e crianças, centenas deles estão sendo expulsas das fazendas, colocadas do lado de fora das cercas, ao deus-dará. Com fome e sem ter onde ficar, perambulam pelas estradas em busca de comida. Provocam acidentes graves. Morrem e causam mortes.

— A serventia dele agora é pouca. Aqui não tem mais roça, só pasto. E o jumento estraga o pasto, compete com o boi pela comida. O grandes (fazendeiros) não querem mais, e os pequenos não têm nem lugar onde pôr. Antes ele prestava para carregar carga, agora todo mundo tem seu carrinho. A gente fica com pena do bichinho, mas fazer o quê? — lamenta Luiz Gonzaga Borges Pereira, de 59 anos, dono de um armazém à beira da MA-122, no município de Buritirama, no Maranhão.

A situação dos jumentos no Nordeste se arrasta desde que as motocicletas se popularizaram, vendidas a prestações de R$ 60 até em lojas de móveis da região. A imagem da família que ia às compras na cidade e voltava levando as mercadorias e as crianças no lombo do jegue não existe mais. E ninguém faz questão de se lembrar da “Apologia ao jumento”, que conta a saga do maior amigo do sertão na voz de outro Luiz Gonzaga, o famoso: "Arrastou lenha... madeira... pedra, cal, cimento, tijolo... telha. Fez açude, estrada de rodagem, carregou água pra casa do homem... fez a feira e serviu de montaria. O jumento é nosso irmão...”

Hoje em dia, nem mesmo onde ainda se usam animais, o jumento encontra espaço. Na montaria nos pastos, a preferência sempre foi pelo cavalo, mais ágil e imponente. Para puxar a carroça, o tamanho adequado é o do burro. Fruto do cruzamento do jumento com a égua, o burro é tão forte quanto o pai, mas tem o porte da mãe.

— É tanto jumento abandonado que a gente não sabe o que fazer. É no Nordeste inteiro. E é muito difícil conseguir ajuda, porque a maioria das ONGs de animais cuida de cães e gatos — afirma Geuza Leitão, presidente da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa) no Ceará.

No Ceará, 800 jumentos apreendidos por mês

Largado à própria sorte, o bichinho de olhar triste e desamparado virou estatística de trânsito. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o Nordeste registrou 1.783 acidentes com atropelamento de animais nas estradas em 2012. O estado com maior número de casos foi a Bahia, com 429 acidentes que resultaram na morte de 18 pessoas no ano passado. A Bahia é também o dono do maior rebanho de asininos do país — 254.277 cabeças, segundo dados do IBGE de 2011. Em Pernambuco, o atropelamento de animais na pista causou 16 mortes em 2012. No Piauí, foram 260 acidentes, com cinco mortes. Na maioria das vezes, o animal em questão é o jumento.

— Com outros animais, acontece menos. Perder uma vaca é perder carne, leite, manteiga. Cavalo é caro, tem custo — diz Pedro Paulo Bahia, assessor de comunicação da PRF em Brasília. O problema é tão grave que a Polícia Rodoviária Federal e os Detrans estaduais passaram a criar estruturas para recolher os jumentos nas rodovias. No Ceará, o Detran apreendeu 11 mil jumentos no ano passado. Este ano, a média tem sido de 800 por mês. Diariamente, 13 caminhões de resgate fazem a ronda nas estradas. Os animais apreendidos são levados para a Fazenda Paula Pessoa, no município de Santa Quitéria. O local já chegou a abrigar dez mil jumentos, mas tem hoje menos da metade. Muitos morreram ou precisaram ser sacrificados por contraírem doenças.

— Os animais sadios, como cavalo e burro, são doados para associações. Bois, vacas e carneiros vão para entidades beneficentes, para alimentação. Mas, o jumento, ninguém quer — lamenta João Carlos Macedo, responsável pelos regionais do Detran-CE. Raimundo Torquato, administrador da Fazenda Paula Pessoa, conta que muitos jumentos chegam machucados, com as pernas quebradas, sem casco ou até mesmo com orelhas e rabo cortados. Recebem tratamento veterinário, mas ali não há pasto abundante. Ao contrário, o lugar é de seca. Para ajudar a alimentá-los, a Uipa do Ceará conseguiu doação da ONG francesa One Voice e compra milho.

O apoio internacional só veio depois da divulgação de um acordo com a China, que queria comprar 300 mil animais por ano do Brasil para comercialização e industrialização da carne e derivados. O anúncio gerou protestos de entidades protetoras dos animais, e o acerto não vingou.

— Seria um extermínio — diz Macedo.

Segundo o IBGE, o Nordeste tem 877.288 jumentos, quase a totalidade (90%) dos representantes da espécie no país. Apenas Maranhão, Ceará e Piauí ainda têm mais de cem mil animais cada um.

Alexandre Cruz, chefe de policiamento e fiscalização da PRF no Piauí, diz que o órgão encaminhou a Brasília pedido para contratação de laçadores e equipes para recolher os animais que perambulam nas estradas por todo o Nordeste.

— Quando a gente recolhe vaca ou cavalo, o dono vai atrás. Quando é jumento, larga lá — conta Cruz.

Só no ano passado foram apreendidos 2.500 animais que vagavam pelas estradas federais que cortam o Piauí. A maioria jumentos. Não é raro que sejam novamente soltos dois ou três dias depois e voltem a vagar pelo asfalto. “O jumento é bom... O jumento é sagrado... o homem é mau”, dizia a música de Gonzagão.

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/brasil/jumento-nao-mais-irmao-8432314.html#ixzz2pvJQPN1G

terça-feira, 8 de julho de 2014

Fábulas - JUMENTO TEIMOSO

Este é um conto repetido de muitos modos. O Jumento costuma empacar e não seguir caminho por motivos que o Asneiro geralmente não entende. As mais das vezes, o Jumento estava certo! Nesta fábula o Asno deixa o terreno seguro e plano e se mete pelas ribanceiras. Seu dono tenta segurá-lo pelo rabo, pelo cabresto, pelas peças dos arreios e perde contra a força bruta do Jumento e tem que largá-lo para que despenque no abismo. Diz o Asneiro: “Essa vitória tu a tens, pois não disputarei cair junto contigo”. Dizem isso dos teimosos que não medem as conseqüências de seus atos. REVISÃO – Os portugueses são os reis das anedotas sobre Asnos, Asneiros e asnidades. O modo depreciativo luso de fazer essas piadas, entretanto, gosta de não ofender terceiros. Geralmente falam na primeira pessoa, ou atribuem o feito a outro português, um tramontano, um alentejano, um lisboeta, nascido na Bairrada, ou assumindo que foi o tio, o pai, o avô de quem conta. Uma dessas piadas, querendo insinuar que os Jumentos são mais inteligentes do que nós, conta assim: “O Jumentinho estacou à porta do estábulo, recusando entraire. Meu pai chegou e passou-lhe um braço ao peito e o outro atrás das ancas, ergueu-o do solo e levou-o para dentro, dizendo-lhe: Mais inteligente que eu tu podes seire, mas mais forte tu não és!” Pelo que entendemos de Esopo, a fábula procurava mostrar que onde não temos mais argumentos ou providências contra os erros dos outros, é prudente pelo menos não afundar juntamente com o teimoso. ATUALIDADE – Será que teremos a possibilidade de escapar da queda no abismo que está sendo programada a nível global pelas forças trevosas que se mostram como donos do ouro e das armas mortíferas? Se realmente os beligerantes possuem poder atômico para acabar com 30 vezes a população da Terra, podemos largar o rabo dos asnos dizendo-lhes que não vamos cair no precipício com eles?

Fonte: Shvoog

terça-feira, 1 de julho de 2014

A importância da mula na História

 

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Desde a antiguidade, muitos milhões de muares foram produzidos havendo vários relatos da importância econômica destes animais. Na Mesopotâmia e na Assíria, não ter um jumento para montar era um sinal de pobreza. Somente os mercadores muito ricos e oficiais militares podiam possuir mulas. Na Idade Média, enquanto os cavalos eram usados pelos cavaleiros nas batalhas, as mulas eram montadas pelos senhores feudais e clero.

Na História da exploração do novo mundo, embora os eqüinos tenham sido
fundamentais para a conquista da América Espanhola, chegando a serem considerados pelos nativos como Deuses, foram os muares que transportaram as riquezas para serem enviadas para a Corte da Espanha . Em 1495, Cristóvão Colombo trouxe quatro jumentos e duas jumentas para o novo mundo, tendo sido iniciado o primeiro criatório de muares na América. Dez anos depois da conquista dos Astecas, um carregamento de 20 jumentas e três jumentos chegaram no México provenientes de Cuba para se iniciar a criação de mulas com o intuito de transporte de cargas e de gente. As mulas eram as preferidas para serem montadas, enquanto os machos eram usados para carga. Estes animais eram usados nas minas de prata e cruzavam as trilhas que uniam o império Espanhol.

Ao longo da fronteira, cada posto avançado da coroa tinha que produzir suas
próprias mulas e cada fazenda ou missão tinha que manter ao menos um jumento reprodutor.

Como o Rio da Prata era o principal canal de escoamento destas riquezas, a região dos pampas se tornou um grande produtor de mulas ainda no século XVI. As Estâncias da região dos Pampas Argentinos se firmaram como grandes produtoras de muares para o Império Espanhol e posteriormente, a partir do séc. XVII para as minas de ouro do Brasil. O caminho dos tropeiros saía da Argentina, passava por Viamão RS. , chegando à Sorocaba SP, onde os animais eram comercializados para trabalharem nas minas de ouro e diamantes de Minas Gerais.

No Brasil, os muares foram muito importantes no transporte de mercadorias e riquezas, única opção para as regiões das Minas Gerais, onde faltavam estradas e sobravam locais pedregosos e íngremes.

Fonte: Mula Parida