Bem Vindo ao Blog do Pêga!

Bem Vindo ao Blog do Pêga!

O propósito do Blog do Pêga é desenvolver e promover a raça, encorajando a sociedade entre os criadores e admiradores por meio de circulação de informações úteis.

Existe muita literatura sobre cavalos, mas poucos escrevem sobre jumentos e muares. Este é um espaço para postar artigos, informações e fotos sobre esses fantásticos animais. Estamos sempre a procura de novo material, ajude a transformar este blog na maior enciclopédia de jumentos e muares da história! Caso alguém queira colaborar com histórias, artigos, fotos, informações, etc ... entre em contato conosco: fazendasnoca@uol.com.br

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DOMA

 

- O bridão é uma embocadura para iniciar a doma de sela.

- Existem três tipos de bridões, de acordo com o grau de severidade: ação branda, moderada ou severa.

- O charreteamento, também chamado de redeamento, é um método de domar de baixo, com o auxilio de rédeas longas, conduzindo o animal ao passo e na marcha, ou trote.

- A doma de sela é dividida em doma de baixo e doma de cima. Todo o processo dura, em média, de 60 a 90 dias. Em seguida, o animal é introduzido em um programa de adestramento avançado, passando a ser treinado de acordo com a atividade atlética a ser desempenhada.

- Cada animal tem treinabilidade própria, muito influenciada pelo grau de inteligência e temperamento de sela.

- Por temperamento de sela entende-se a disposição, vontade de trabalhar, respostas rápidas e eficientes aos comandos de equitação.

- Por comandos de equitação entende-se os principais e auxiliares. Os primeiros são as rédeas, assento e pernas. Os segundos são a tala e esporas.

Fonte: Mundo Equino

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A Origem da Marcha Picada no Mundo e no Brasil

 

A teoria mais provavel da origem da marcha picada no mundo é a de que tenha surgido a partir de mutações genéticas sofridas pelos cavalos Bérberes nos desertos do norte da África. Estas mutações resultaram na Andadura, como forma de adaptação à dificil locomoção nas dunas de areia fofa.

O melhor exemplo é o andamento dos camelos, a andadura exclusiva, andamento rasteiro, com apoio quadrupedal entre as trocas de apoios sincronizados dos pares laterais de cascos. Neste tipo de movimentação os cascos praticamente arrastam-se na areia fofa. Ao contrario, no trote, os pares diagonais de de cascos afundam-se para, em seguida, os quatro cascos elevarem-se no momento de suspensão, necessario às trocas de apoios duplos diagonais. Obviamente, no trote na areia fofa a progressão do andamento é menor, e o desgaste fisico é maior.

O rebanho brasileiro de éguas nacionais formado pelos colonizadores portugueses era, predominantemente, de sangue Bérbere, Sorraia e Garrano. A raça Bérbere foi formada nos desertos do norte da Africa, tendo sido montarias famosas nas guerras. Há registros históricos, em figuras, de cavalos Bérberes em movimentação caracterizando a andadura classica e desunida (quando ha uma discrete dissociação entre os pares de membros laterais).

A partir dos cruzamentos aleatórios entre garanhões trotadores de origem nas raça Altér Real (sangue Andaluz/Luzitano) e éguas de andadura da raça Bérbere, a marcha picada começou a ser produzida. Como o trote é geneticamente dominante em relação à andadura, a escala de produção de animais de marcha picada era bem inferior à produção de animais de marcha batida.

Naquela época não haviam estudos determinantes da qualidade dos andamentos, ou seja, qualquer tipo de dissociação lateral era aceita. Atualmente, a marcha picada de qualidade é que chamo de “marcha picada de centro”, ou seja, quando ha um bom equilibrio entre os tempos de apoios duplos laterais e duplos diagonais. 

Os registros históricos da raça Mangalarga Marchador relatam que a marcha picada começou a ser selecionada no Sul de Minas com mais critério (em especial o que se refere ao “equilibrio”) entre o final do século IXX e inicio do século XX. Esta modalidade de marcha era o andamento predominante nos criatórios localizados na proximidade do Rio das Mortes, onde a atividade econômica predominante era a mineração. A exigencia não era, prioritariamente, de animais velozes e ageis, como era o foco da seleção para animais esportistas (de caçadas dos veados campeiros). Nos criatórios localizados em regiões de mineração bastavam aos cavalos de marcha picada a comodidade em andamentos de baixa a media velocidade.

Todavia, o andamento preferencial da região do Sul de Minas foi, e ainda é, a marcha batida. De fato, não há registros históricos de reprodutores notáveis do passado citados como sendo cavalos de marcha picada.

Mesmo na atualidade, poucos são os criatórios sul mineiros que se dedicam à seleção prioritaria da marcha picada, o que é mais uma comprovação de que a tradição sul mineira foi a seleção da marcha batida.

As próprias linhagens pilares consolidadas no Sul de Minas, como também as linhagens antigas sediadas no Sul de Minas, não estabeleceram como meta de seleção a marcha picada.

A única linhagem antiga que priorizou a seleção da marcha picada foi a “Passa Tempo”, que teve como sede a Fazenda Campo Grande, localizada na região mineira dos Campos das Vertentes. A seleção de marcha picada nesta linhagem teve inicio na segunda metade do século 19, atraves do Cel. Francisco Teodoro de Andrade, que era amigo particular do “Barão de Alfenas” (precursor da raça Mangalarga Marchador)

Na linhagem antiga sufixo “Herdade”, de localização próxima à serra da mantiqueira, tambem consolidada fora da região do Sul de Minas, foi produzido um maior numero de animais de marcha picada. Mas este andamento não foi meta de seleção da linhagem Herdade, mas sim a marcha batida classica. A explicação é que o andamento da “tropa Herdade” era mais marchado, ou seja, apresentava um grau de dissociação maior, relativamente à media de andamento das linhagens pilares. O grau maior de dissociação na genetica dos sementais da linhagem Herdade resultava em uma variação desejavel na produção das modalidades de andamento – marcha batida classica, marcha de centro e marcha picada. Estas são as tres modalidades autenticas da marcha triplice apoiada.

As marchas transicionais, como a batida diagonalizada e marcha trotada, não podem ser classificadas como marchas triplice apoiadas, mas sim de apoio duplo diagonal predominante, ou exclusive, o que jamais foi meta de seleção dos antigos criadores sul mineiros da primeira metade do século 20, tanto os que fundaram a ABCCMM como os que se afiliaram naquela época. Assim o fizeram, por não concordarem, exatamente, com o sincronismo duplo diagonal do andamento dos animais da raça Mangalarga, registrados na Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga (Mangalarga “Paulista”).

Interessante é que, atualmente, a marcha picada é um andamento mais prevalente na região do nordeste, principalmente na Bahia e Pernambuco. Prova incontestavel é a estatistica dos resultados de julgamentos de animais de marcha picada nas exposições nacionais. Mesmo fora do circuito das exposições oficiais da raça no nordeste, o que se nota nos concursos regionais de marcha, e nas cavalgadas, é um numero significativo de animais de marcha picada. Esa contastação tambem é valido para as regiões interioranas, particularmente as do sudeste e centro-oeste.

A marcha batida diagonalizada, e marcha trotada, prevalentes nos julgamentos nas exposições oficiais da ABCCMM é andamento restrito a um nicho menor de mercado, o de expositores. Todavia, o nicho bem maior de mercado é o dos usuarios de cavalos de passeios e cavalgadas.

A marcha picada é um produto de exportação, sendo o tipo de marcha de maior demanda na America do Sul, considerarando os rebanhos de Paso Fino e Paso Peruano nos demais paises; na América Central; na América do Norte e em alguns paises da Europa, principalmente a Alemanha.

No mundo há apenas tres raças de marcha batida e mais de dez raças de marcha picada.

O fato é que a marcha picada conquista a preferência pela elegância do alçar dos membros anteriores, razão do nome “marcha picada”; pela agradavel e inconfundivel melodia do som das batidas dos cascos – taca, taca, taca, taca, ……  ; e pela comodidade inigualavel, garantindo a satisfação plena no lazer de passeios e cavalgadas;

Autor: Lúcio Sérgio de Andrade, escritor, pesquisador, mais de 30 livros escritos, mais de 50 dvds produzidos, arbitro internacional de equideos marchadores.

Embocaduras

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Sabemos que existem vários tipos de embocaduras sendo as principais o Freio e o Bridão. Existem variações destes que geram efeitos intermediários entre suas funções e algumas adaptações ou versões de novos modelos que tornam a ação dos mesmos mais forte ou mais fraca. Antes de escolher a embocadura certa para seu animal converse com alguém mais experiente e peça auxílio na escolha. A boca é a região mais sensível do animal, uma vez lesionada ( ferida ) é de difícil recuperação. A embocadura correta melhora sobremaneira o rendimento e desempenho do seu animal, melhora a compreensão, por parte dele, dos comandos ensinados, gera maior conforto e evita acidentes.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Raças de Jumentos – Parte 24

 

Mais algumas raças de jumentos para vocês conhecerem…

  • Puttalam Buruwa

    Raça selvagem miniatura encontrada em Puttalam, no noroeste de Sri Lanka, é uma raça rara, de pelagem marrom escura. A população total em 1992 era de cerca de 500 animais. Um macho adulto pesa cerca de 100 a 150 kg e uma fêmea 80 a 100kg, a altura média de cernelha é 100 cm, tem uma reprodução estacional, com partos em novembro e Dezembro. Hoje devem existir aproximadamente 200 animais.

 

  • Phenigan

Infelizmente não encontrei nada sobre essa raça…

 

  • Sudano-Sahelian

Originário do Senegal, possui diversas variedades. Nome local: Eroway (Diola), Falloh (Mandinge), Fam (Serer), Mbaba (Peul), Mbam (Wolof), também chamado de Cayor, Ngounaba, Mauritano, Sahelian, Saloum

 

  • Gasconha / Gascão

Jumento Francês. Os jumentos da Gasconha (França) são muito parecidos com os da raça Catalã, espanhola, da qual pode ser considerada uma variedade. Portanto a descrição de outra raça se lhe aplica. Existem nove raças identificadas na França, o jumento de Gasconha ou Gascão não é uma delas. Como é muito parecido com o jumento Pyrénées, e com o da L'Ile de Ré, essa raça não é especial, mas como é usado para uma tradição especial é aceita pelo governo (embora não seja reconhecida oficialmente). O Âne Gascogne como é chamado na frança é um  jumento das montanhas, a altura da cernelha é de 1,20m - 1,25m com corpo compacto.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Bio Cosméticos com Leite de Jumenta

 

No Gers, entre tradição e modernidade, a marca "Anès Beautè en Gascogne" coloca uma percentagem excepcional de leite de jumenta em seus produtos. Leite este produzido pela agricultura orgânica do l'Asinerie laitière du Haut-Astarac.

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Patrick Ballet, possui vinte jumentas nas encostas dos Pirineus, no sul do Gers, uma pequena fazenda de 8,5 hectares em agricultura biológica. O objectivo da criação de animais, l'Asinerie laitière du Haut-Astarac é a produção de leite de jumenta com virtudes ancestrais ao mesmo tempo, em que luta para salvar uma raça local, o jumento dos Pirinéus.

Você sabe que a composição do leite de jumenta é a mais próxima ao leite materno? A natureza das proteínas e açúcares é semelhante. É uma valiosa fonte de vitaminas (A, B1, B2, B6, C, D, E), sais minerais e oligoelementos (cálcio, magnésio, fósforo, sódio, zinco, ferro). Contém bio-estimulantes (imunoglobulinas) e alquilgliceróis envolvidas na defesa imunológica.

Leite de jumenta é de fácil digestão, adequados para crianças, especialmente aqueles que são intolerantes ao leite de vaca.

Tem um efeito benéfico sobre o equilíbrio do corpo, principalmente a digestão, mas também problemas de pele: eczema, acne, psoríase, alergias de pele, rugas e envelhecimento.

Patrick Ballet adaptou as virtudes do leite de jumenta, conhecidas desde a Antiguidade (sim, Cleópatra), para os requisitos da nossa sociedade moderna. Para isso, foram necessários vários anos de cogitação e dois anos de trabalho duro com um fabricante de sabonetes artesanais e um laboratório de cosméticos para desenvolver formulações incorporando o leite de jumenta com percentuais incomparáveis. Uma linha inovadora de sabonetes e cosméticos que contêm uma percentagem excepcional de leite de jumenta, entre 15 e 37% de leite fresco. Sem conservantes sintéticos.

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A ordenha ocorre três vezes ao dia, e é feita manualmente. Os filhotes são separados das mães durante o dia e se encontraram a noite para mamar. Enquanto isso, eles são alimentados com feno e grãos. Mas sua presença é essencial para evitar a secagem natural.

Ele iniciou um processo de certificação orgânica para cosméticos (abordagem lenta por razões de custo).

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Raiva

 

A raiva é uma doença neurológica viral em mamíferos, apresentando grande variedade de sinais clínicos.


Patofisiologia

O agente da raiva é um vírus RNA do gênero Lyssavirus, família Rhabdoviridae. Trata-se de vírus neurotrópico de grande tamanho, que se caracteriza por instabilidade ao calor e susceptibilidade à maioria dos desinfetantes. Os eqüinos em geral são infectados através da mordida de carnívoros infectados ou morcegos vetores do vírus. Após a infecção, quando atinge o SNC, o vírus se propaga rápido através da multiplicação no interior dos neurônios do cérebro, da medula espinhal, das células gliais e do tronco do sistema nervoso simpático. Ele também é capaz de se propagar passivamente através do líquido cefalorraquidiano. Os tecidos fora do SNC são infectados quando o vírus se movimenta para a periferia através dos axônios nervosos. O período de incubação em eqüinos é de 9 dias a 1 ano, dependendo do local de inoculação, dose do inóculo, cepa viral e espécie do hospedeiro. Períodos de incubação mais curtos podem estar associados à penetração do vírus diretamente nos nervos periféricos em vez de multiplicação nos locais da inoculação. Estudos com técnicas imunohistoquímicas específicas para anticorpos da raiva demonstraram claramente que a gravidade das lesões histológicas e a presença de antígenos do vírus da raiva não estão necessariamente correlacionadas, o que sugere a possível presença de outros mecanismos na patogênese da doença, diferentes da citólise direta induzida pelo vírus.

Sistemas Afetados

Sistema Nervoso
Podem ser afetados todos os componentes do sistema nervoso central e periférico.

Descrição

Podem ser afetados eqüinos de qualquer idade e atividade, embora o vírus seja mais comum em animais adultos com potencial de exposição à animais vetores.


Sinais

Os animais infectados podem permanecer assintomáticos por até 1 ano, o que dificulta a identificação da fonte de exposição. Não há sinais patognomônicos de raiva em eqüinos, sendo que a apresentação dos sinais clínicos pode variar de claudicação à morte súbita.


É importante observar-se o histórico epidemiológico do local de residência do animal suspeito, bem como eventual presença de ferimento de mordedura no animal dias ou meses antes. Proprietários podem relatar evolução lenta dos sinais, desde leve claudicação até decúbito dorsal, incluindo-se comportamentos anormais. É importante lembrar que todo eqüino com sinais neurológicos deve ser suspeito de raiva até que se prove o contrário.

Exame Físico

  • Intolerância a treinamento, claudicação, hiperestesia, paresia ou paralisia, decúbito dorsal, anorexia, cólica, mudança de comportamento e morte súbita são registros de sintomas em casos confirmados de raiva
  • Os sinais neurológicos dependem da área do SNC afetada, sendo classificados de acordo com a localização neuroanatômica
  • Comportamento agressivo, hiperestesia, tremores musculares, convulsões, fotofobia e hidrofobia são associados à forma denominada "furiosa" da raiva.
  • Depressão, anorexia, andar em círculos, ataxia, demência, disfagia e paralisia facial podem estar associadas à forma "paralítica" da raiva, em que as lesões predominam em mesencéfalo.
  • Finalmente, alternação na claudicação com hiperestesia, automutilação, ataxia e paralisia ascendente progressiva foram associadas à forma "paralítica" da doença. Como o vírus se propaga por todo o SNC, um único caso pode apresentar um ou todos os sinais acima e novos sinais podem ser desenvolvidos em qualquer momento durante a evolução clínica
  • A morte geralmente sobrevém dentro de 2-3 dias a partir do início dos principais sinais.

Diagnóstico Diferencial

Devem ser cogitadas todas as doenças que resultam em sinais difusos ou que progridem rápido no sistema nervoso central e periférico. Tais enfermidades abrangem, entre outras, as seguintes:

  • Encefalomielite protozoária eqüina
  • Herpesvírus eqüino tipo 1
  • Encefalomielite venezuelana, ocidental e oriental
  • Encefalite B japonesa
  • West Nile Disease
  • Meningite bacteriana
  • Traumatismo
  • Envenenamento por chumbo
  • Botulismo
  • Otite média-interna
  • Neurite da cauda eqüina (polineurite periférica)

Achados Patológicos

Podem não ser observadas lesões macroscópicas no exame da medula espinhal e do cérebro. Histologicamente as lesões se caracterizam por polioencefalomielite não supurativa com ganglionite. Observa-se a presença de infiltração perivascular leve a grave, quase que exclusivamente linfocítica, com raras células plasmáticas. Pode-se observar linfocitose intravascular e monocitose com diapedese linfocítica. Na massa cinzenta predominam gliose multifocal a difusa com microglia e núcleos astrocíticos salientes. Pode-se observar a presença de nódulos gliais, associados a vasos hiperêmicos, e de vacuolação da substância branca e neurônios. No mesencéfalo, observam-se fragmentação axonal e inchaço associado à infiltração de linfócitos, além de gliose. Em eqüinos, apenas cerca de 30% dos casos apresentam a formação característica de Corpúsculos de Negri. A medula espinhal pode conter infiltração perivascular assimétrica bilateral moderada a grave no interior da massa cinzenta, geralmente mais grave na coluna cinzenta dorsal. Manguito perivascular pode se estender até a massa branca, com leve hemorragia perivascular associada e degeneração valeriana multifocal. As lesões na medula espinhal são geralmente segmentares. O cérebro apresenta resultado positivo para antígeno do vírus da raiva quando submetido a testes de imunofluorescência ou bioquímicos com imunoperoxidase.


Tratamento

Não há tratamento específico para raiva em eqüinos. O tratamento sintomático e de apoio pode prolongar a evolução clínica, permitindo a conclusão dos testes diagnósticos antes da morte.

Cuidados com os animais doentes

Os eqüinos expostos à raiva através da mordida de animal raivoso ou morcego hematófago devem ter todos os ferimentos limpos, debridados e intensamente lavados com iodo ou substâncias à base de amônia quaternária. Eqüinos afetados devem ser mantidos em repouso, em boa cama e em baias, se possível, acolchoadas. Pode-se utilizar proteção para a cabeça e membros para que se evite que se machuquem. Devido ao potencial zoonótico, deve-se minimizar o contato de seres humanos e de outros animais suspeitos de raiva.

Dieta

Eqüinos com anorexia ou disfagia podem precisar de alimentação via sonda nasoesofágica em intervalos freqüentes.

Instruções para Proprietários

  • O proprietário deve ser informado que as vítimas da raiva não sobrevivem e que continuar a tratar o animal e buscar o diagnóstico são medidas tomadas na esperança de que o animal tenha outra doença tratável
  • Os empregados que fazem regularmente o manejo do animal devem receber orientação sobre raiva e serem vacinados contra essa enfermidade
  • Todos os empregados responsáveis pelo manejo, qualquer que seja seu estado de vacinação, devem usar sempre luvas, proteção ocular e máscara ao manejar o paciente ou suas amostras biológicas
  • Os animais sob suspeita de exposição ao vírus da raiva devem ser mantidos em quarentena por 6 meses e em observação para verificar a ocorrência de anormalidades neurológicas. Eqüinos expostos não vacinados só devem receber tratamento profilático contra raiva após o período de quarentena.

Tratamentos

  • Todos os tratamentos são de apoio e paliativos, justificando-se apenas se houver dúvida quanto ao diagnóstico
  • Pode-se administrar terapia antimicrobiana de amplo espectro a critério do médico veterinário, como medida de proteção contra infecção bacteriana secundária nos ferimentos ou devido à aspiração
  • Pacientes com disfagia, anorexia, depressão ou mania podem precisar de fluidoterapia para manter a hidratação
  • A sedação pode ser necessária em eqüinos com hiperestesia ou agitação
  • Caso necessário pode-se administrar agentes antiinflamatórios, assim como em caso de suspeita de edema no SNC, pode-se administrar manitol por via intravenosa

Prevenção

Proprietários de animais expostos devem contatar seu médico-veterinário e as autoridades sanitárias municipais. Recomenda-se que os eqüinos em áreas endêmicas sejam vacinados anualmente.

Fonte: Merial

domingo, 23 de janeiro de 2011

História de Tropeiro 8

 

Maria José Oliveira: Esposa de Tropeiro

 

sábado, 22 de janeiro de 2011

Sensibilização

 

Puxando-o pelo buçal para um lado e para outro, quando o animal ensaiar o primeiro passo, deve-se acariciá-lo e animá-lo.


É importante que se tenha presente que o animal deve ser dominado pela paciência, persistência e repetição;


Uma vez que ele esteja cabresteado, procede-se a sensibilização do focinho, para que o mesmo fique domado de cabeça. Para tal, se pega pelo cabo (cedeira) do buçal e joga-se a cabeça do animal para um lado e para o outro, algumas vezes, em movimentos limitados pelo curso do braço, até que o domador sinta que o animal ficou leve de cabeça.

Poder Rural do Jumento – O Carro da Fazenda

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1) Unidade de recepção auditória que permite programar comandos verbais

2) Área de resfriamento do radiador e área para novos usuários se apoiarem

3 e 4) Duas áreas comfortáveis para sentar, disponível para uso normal e lateral.

5) Emissões ambientalmente seguras, livre de chumbo, apropriado para uso como fertilizante ou como combustível quando seca.

6) Proteção contra mosquito para o passageiro

7) Unidade traseira - Proteção contra predadores e ladrões

8) Equipamento com amortecedor para passadas suaves. Vehiculo de 4 patas com poder independente e freios em todas as patas

9) Unidade dianteira – Usada como escavadeira para encontrar combustível para completar o tanque, e também são úteis para lidar com interferências caninas.

10) Uma grande variedade de combustivel de baixo custo e água lubrificante livremente encontradas na área rural. Procura e eche o tanque sozinho.

11) Visão ampla, permite detectar predadores e ladrões. Possui um sistema de alarme contra predadores e ladrões.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Vacinas

 

  • Vacina subcutânea: pode-se fazer subcutâneas em qualquer local, de preferência em partes de mais fácil acesso (perto da virilha). Dependendo do animal, a vacina subcutânea deverá ser feita como uma intramuscular, isto é, primeiro bater na agulha, depois inserir a seringa.

 

  • Vacina intramuscular: pode ser feita na coxa, por trás ( ângulo de 90ºC ), na altura da garupa, na tábua do pescoço. Deve-se primeiro bater a agulha, depois inserir a seringa.

    Observação: bater com força na agulha para que esta perfure o local da aplicação.

  • Vacina venosa: primeiramente garrotilhar o animal (esperar aparecer a artéria), depois pegar a artéria sem a seringa e sem bater a agulha. Após pegar a artéria, soltar o garrote e inserir a seringa (a artéria mais comum é a jugular) de baixo para cima.

    Observação : sempre que for abordar o eqüino, tampar os olhos dele. Para contê-lo, o ideal é construir um brete.

  • Mão de amigo: para se fazer uma mão de amigo, é preciso que empurre o animal na altura da escápula, esperar que ele levante a pata, que você aproveita para segurar; assim o animal perderá o apoio necessário para se defender (coice).

Fonte: Saúde Animal

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Treinamento para passeios e cavalgadas

 

Passeio e cavalgadas apresentam basicamente o mesmo significado, o lazer oferecido pelos chamados animais de sela. A diferença pode ser que no passeio, a distância do percurso geralmente é curta. Nas cavalgadas, a distância de percurso é maior. Nem por isso, uma cavalgada deixa de ser um passeio, e vice- versa. Este é o segmento que mais cresce no mundo inteiro, o uso de burros e mulas para trilhas e passeios.


Preparar um animal para tal finalidade não é difícil. Basta treinar em ambientes naturais. Uma regra básica é que ele deve permanecer quieto ao ser montado e desmontado. O treinador não prepara o animal pensando em si, mas em qualquer pessoa, incluindo os leigos em equitação. Outra regra básica: se o cavaleiro/amazonas é iniciante, deve conduzir a montaria com comandos diretos de rédeas, no bridão. Portanto, um animal de cavalgadas, ao ser terminado seu adestramento avançado no freio, deve ser trabalhado também no bridão, para atender diferentes tipos de usuários.

Algumas aptidões a serem treinadas no muar de passeios e cavalgadas:

- Aprender a abrir e fechar corretamente porteiras;
- Permanecer quieto quando amarrado a troncos de arvores, estacas de cerca, etc. ;
- Ser resistente e bem disposto;
- Não relutar em atravessar rios, riachos, córregos, pontes, etc.;
- Ao passo, marcha, ou trote, subir com vigor e descer com equilibrio;
- Saltar valetas, subir e descer barrancos íngremes;
- Andamentos regulares ao longo de trilhas sinuosas;
- Ser regular nos andamentos naturais;
- Ser eficiente em cada variedade de andamento, de acordo com a velocidade.

Portanto, o treinamento consiste em aquecer corretamente o animal e trabalhar fora de redondéis, pistas, estradas. Pelo Método LSA de Adestramento, um animal que tenha passado pelo adestramento básico ao longo de 60 dias, com mais 30 dias estará finalizado o seu adestramento avançado como animal apto a uma performance correta nos passeios e cavalgadas.

Texto adaptado. Fonte: Mundo Equino

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

História de Tropeito 7

 

José Caetano Ferreira: Tropeiro

 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Conversa sobre Marcha

 

As conversas sobre marcha são as mais polêmicas. Hà os que gostam da marcha picada, marcha batida, marcha trotada. Hà os que defendem a marcha de centro, mesmo sem saberem exatamente como se define esta modalidade moderna de marcha. Hà tambem os que preferem a marcha mais diagonalizada, achando ser esta uma modalidade de marcha, quando na verdade é uma modalidade de trote, academicamente denominado de trote desunido.

O fato é que a marcha é um tema fascinante, pela diversidade de deslocamentos entre a andadura e o trote. Os puristas, defensores da marcha autentica, admitem apenas a M.T.A.D. - Marcha de Triplices Apoios Definidos. Os que não tem compromisso com a marcha original da formação das raças, aceitam qualquer andamento entre a andadura e o trote, mas geralmente discriminam os extremos proximos a andadura e valorizam os extremos limitrofes ao trote. É a chamada cultura da marcha diagonalizada, ou melhor da marcha trotada, porque os triplices apoios, quando ocorrem, são indefinidos e apenas de dois cascos posteriores e um caso anterior, sem ocorrencia de apoios duplos laterais.

Fonte: Mundo Equino

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

HOBBY OU NEGÓCIO???

 

GERENCIAMENTO DE UMA FAZENDA DE CRIAÇÃO DE EQUINOS E ASININOS:

UM HOBBY OU UM NEGÓCIO ?

O sucesso de um empreendimento com eqüinos  e asininos requer prática tanto de normas de gerenciamento de negócios, como conhecimentos da “Indústria do Cavalo”.  O administrador da fazendas precisa conhecer o animal (sua idiossincrasias e problemas), assim como detalhes de contabilidade.  Do mesmo modo que em outras atividades agrícolas, um apropriado e agressivo gerenciamento significa alcançar um bem sucedido e recompensador investimento, contrastando com o desastre financeiro.

Muitos criadores vêm provando suas habilidades em outros campos de negócios, logo esta análise não tenciona ensinar-lhes o gerenciamento clássico.  Porém, nem sempre os critérios de administração clássica utilizados em suas outras atividades podem ser aplicados quando são tranferidos para a criação de eqüinos e asininos. Obviamente, muitos têm apreço pelos animais e, freqüentemente, transcendem a lógica dos negócios.

O administrador de um haras de criação deve ser capaz de:

1. Compreender o desenrolar de toda operação, seus pontos fortes e fracos, destacando capacidades e responsabilidades.
2. Designar seus planos de ação para curto e longo prazo (aplicar um método sensivel de alcance de metas, determinado por suas propriedades).
3. Implementar este plano (trazendo o delineamento global para o dia-a-dia da fazenda), além de delegar tarefas, autoridades e responsabilidades.
4. Enumerar prioridades, atacando os objetivos da fazenda: produção de reprodutores (as), venda de coberturas e transferência de embriões, alojamento para animais de outros proprietários, comercialização constante, ...
5. Avaliar os resultados obtidos, através de métodos rotineiros para medir sucesso ou fracasso na obtenção de suas metas (por exemplo: ganho financeiro, apresentação de seus animais em exposições, afluxo de visitantes em seu haras, ...).
6. Modelar os planos de curto e longo prazo tornando-se flexíveis ante circunstâncias adversas.

Um administrador, assim caracterizado, deve ainda possuir uma atitude positiva para o sucesso.  Nos meios hípicos isto pode se definir como:

a) Conhecimento da criação
b) Adaptabilidade à mudança

De um modo geral existem diversas áreas de trabalho na criação de equinos e asininos atualmente.  Alguns destes tópicos mais importantes são:

1. Gerenciamente financeiro
2. Estado sanitário do rebanho
3. Alimentação
4. Trabalho
5. Estruturas e Instalações
6. Marketing
8. Comercialização

Cada uma destas sete áreas está interrelacionada com as outras. Uma descrição pormenorizada delas nos fornece a devida importância individual no fechamento do plano global da criação de equinos e asininos.

1. Gerenciamento Financeiro.

Considerar a criação como um negócio, requer uma avaliação objetiva dos recursos disponíveis e do potencial de retorno.

Se o criador trabalha com um orçamento limitado, não deve esperar realisticamente produzir ganhadores clássicos em pistas de corrida ou campeões nacionais em exposições das raças.  Se o plantel de matrizes é de qualidade mediana, não faz sentido adquirir o mais valioso dos garanhões para produzir potros de elevada estirpe. Um melhor uso de seu capital poderia indicar a substituição gradual no rebanho de fêmeas (2 a 3 ao ano), utilizando bons reprodutores (não necessariamente os de maior valor) para alcançar resultados consistentes a longo prazo.

O planejamento a longo prazo deve se iniciar na fase de construção da fazenda, caminhando até as primeiras mudanças no meio criatório da raça, quando será então novamente direcionado.

O gerenciamento financeiro requer um plano lógico de rendas e despesas, incluindo-se aí uma análise do fluxo de caixa da propriedade.

Os custos estão presentes em todas as áreas da criação: reprodução, alimentação, treinamento, etc.  Portanto, verifique se o seu plano de criação é factível, se o fluxo se caixa está bem dimensionado e se você pratica rigorosamente uma verificação nos custos do empreendimento.  Finalmente, avalie periodicamente seus Lucros e Perdas, a fim de determinar as fases do plano que podem ser estendidas, reduzidas ou até eliminadas.

2. Estado sanitário do rebanho

Um adequado gerenciamento da saúde de seus animais é muito mais do que uma ocasional visita do médico-veterinário ou um simples kit de primeiros socorros junto às cocheiras.  Uma ação positiva inclui nutrição apropriada, regime da medicina preventiva regular, cuidados na reprodução, chamadas de emergência e manutenção do bem estar/segurança dos animais.

Tenha certeza que sua criação está livre de objetos perigosos: maquinário agrícola decadente, cercas deficientes, farpas portiagudas nos estábulos, plantas venenosas nos pastos; mantendo sempre as cocheiras, piquetes e pastos limpos e em bom estado.  Caminhões e trailers de transporte também devem ser verificados.

A medicina veterinária preventiva é dificil de se apreciar e muito frequentemente impossível para um profissional exercê-la.  Por não “curar” uma doença ou problema existente, a prevenção dos animais pelo veterinário não oferece, de imediato, o impacto que o criador espera na visita à sua fazenda.

São inúmeras as ocasiões em que o fazendeiro imagina-se economizando despesas com um profissional, por seus animais não apresentarem exteriormente qualquer problema rigoroso.  Contudo, quando este aparece, seja por doença contagiosa ou ataque de cólicas, a chamada emergencial do cuidado veterinário pode arrasar “economias” de vários anos de má administração.  Resumidamente, medicina veterinária preventiva deve incluir vermifugação, vacinação e inoculação periódica, bem como testes e avaliações constantes.  O veterinário deve trabalhar ao lado do administrador planejando um programa de saúde e recomendando o mais indicado para cada situação no criatório.

Falando de vermifugação, é válido lembrar que as cólicas são muitas vezes causadas por parasitas internos. Sem o tratamento rotineiro com produtos específicos, este prezuízo pode ser irreversível.  Falta de vitalidade e baixa utilização da capacidade alimentar são também influências de um inadequado programa de vermifugação.

O manejo tem aumentado sua consciência de segurança para com os animais, mas ainda frequentemente encontramos criadores que se esquecem de utilizar o menos expressivo dos programas preventivos – o controle antitétano.  Embora esta enfermidade seja curável se detectada precocemente, o custo e a magnitude do tratamento são altíssimos.
Um programa rigoroso de gerenciamento reprodutivo vem sendo instituído em inúmeras propriedades.  Tanto o custo de manutenção do plantel de fêmeas, como dos serviços do garanhão, vêm crescendo a cada ano, tornando imperativo um efeciente sisteme de monta.  Três modalidades podem ser empregadas:

a) Monta a Campo (utilizada em criações extensivas);
b) Monta Dirigida (reconhecida oficialmente pelas Associações de Registro); c) Inseminação Artificial (já implementada em reduzido número de propriedades).

Todas oferecem certas vantagens e desvantagens, sendo que a Inseminação Artificial não é permitida pela grande maioria dos criatórios reunidos em Associação (mais notadamente, no puro sangue de corrida).  A monta a campo, apesar de relativamente trazer um número expressivo de concepções, não permite ao criador detectar, pelo menos até o fim da estação, o risco de uma infecção genital em reprodutoras.  Junte-se a isto o fato de ser quase impossível fixar a data dos nascimentos e expor demasiadamente os reprodutores (as) a sérios riscos físicos de ferimentos.  A monta dirigida é o sistema mais utilizado, oferecendo um grande controle de operação.  Grandes investimentos de trabalho, dinheiro e instalações são requeridos e as taxas de concepção alcançam altos índices.  Utiliza-se um método científico de reprodução (via percepção de cios), permite-se um uso racional de garanhões.  E diminui-se o risco de infecções e ferimentos.  A determinação do “estro” pela palpação e sua sincronização elevam significamente o número de nascimentos de potros, particularmente em éguas – problema.

A Inseminação Artificial, se permitida oficialmente e cercada de rigoroso programa de higiene, aniquila sensivelmente a taxa de infecções, permite a prenhez de grande número de fêmeas pelo mesmo reprodutor e auxilia o enxerto de éguas com cio silencioso.  Grandes despesas de equipamento, treinamento técnico e honorários veterinários devem ser esperadas.  Este ponto deve ser melhor debatido pelas Associações de Criadores, pesando-se prós e contras e arbitrando-se parâmetros de procedimento, já que temos notícias de primeiras experiências em criatórios de raças nacionais.

Independente do sistema utilizado, seu programa de cruzamento deve estabelecer um índice de parições compatível com seu empreendimento, e dar ênfase especial à higiene e segurança dos reprodutores (as).

A assistência veterinária, em caso de emergência, pode se tornar o ponto mais alto, por animal, em seu plano orçamentário.  Estes custos se reduzem drasticamente se o programa de sanidade e medicina preventiva for estritamente seguido, mas, devido à natureza do animal, nunca serão eliminados.  Antes de identificar problemas em seus eqüinos, o criador deve conhecer as características de um bom estado de saúde dos animais.  Cavalos são indivíduos, cada qual com idiossincrasias e diferenças.  Conhecendo-se os animais pelos hábitos de pastejo, alimentação em baias, andamento natural ou trabalho dirigido, podemos comparar suas atitudes com possíveis estados de doenças.  Cada propriedade deve possuir capacidade de verificar respiração e número de batimentos cardíacos.  Estas informações são de alta importância para veterinários.  Um simples estojo de primeiros socorros deve ser a peça fundamental em qualquer estágio e inclui algodão, bandagens aderentes, gaze, desinfetante-bactericida, spray cura-bicheiras e cicatrizante tópico.

A prática da visita periódica do veterinário é importante, pois torna familiar o quadro clínico de seus animais, evitando repetitivos testes, enquanto cresce a atenção individualizada, com menor custo por cabeça.

A escrituração, por fichas ou livro de estábulo, é peça importante para a melhor assistência veterinária; e no fundo, certamente teremos a introdução de micro-computadors no trabalho diário do haras.


3. Alimentação

Historicamente admite-se que a alimentação de cavalos e jumentos não é propriamente uma questão científica, visto que diversos povos têm possuído rebanhos que sobrevivem às mais diferentes condições de habitat.  A alimentação pode ser considerada mais uma “ARTE” do que uma ciência.  Hoje, criadores tradicionais aplicam a seus animais fórmulas que herdaram de seus antepassados, e que são disseminadas por seus seguidores, ao visitarem os berços de criação das linhagens predominantes.  Desde o início da Revolução Industrial até agora, pouca ênfase ou capital foi dirigida para este ramo de pesquisa.


É importante que os administradores de fazenda tenham conhecimento sobre a fisiologia do aparelho digestivo eqüino e asinino, a fim de permitir-lhes indicar a melhor dieta.  Devido ao estômago relativamente pequeno (se comparado ao tamanho do animal) e a possessão do ceco, a anatomia deste sistema apresenta uma aparente dicotomia.

O animal, em seu natural estado, alimenta-se de forragens grosseiras, compensando o pequeno estômago com rápida progressão do bolo alimentar e o contínuo pastoreio.  Micróbios (bactérias e protozoários) no intestino grosso permitem que o animal digira estas forragens celulósicas.  Portanto, com pastejo adequado, água limpa e sais minerais, os animais tendem a se alimentar bem.  Porém, se o trabalho requer maior esforço (atividade física, reprodução, lactação, ...), deve-se proceder um aumento de energéticos concentrados (grãos), em detrimento da porção volumosa (gramíneas ou feno) na dieta.

Criadores, desordenadamente, preocupam-se com proteínas na alimentação de seus animais.  De grande valor nutricional, não são contudo, o único fator decisivo para a formulação da ração.  Potros em crescimento requerem alta carga proteica, enquanto animais já maduros, em estado não reprodutivo, pouco exigem.  Não só a quantidade, mas principalmente a qualidade proteica deve ser analisada.  Como se sabe, proteínas são formadas por aminoácidos, alguns dos quais são sintetizados pelo corpo animal e outros não.  Os que não são sintetizados pelo corpo animal são ditos essenciais e devem ser suplementados pela ração.  Alguns criadores costumam suplementar seus animais com idade já avançada empregando rações que alcançam 16-18% de proteína, oriunda da soja ou cereais.  Caso utilizassem carbohidratos ou gorduras em maior escala, teriam uma ração bem mais econômica e sem dispêndios energéticos.

Carbohidratos são a fonte primária de energia.  Grãos contêm alto nível de carbohidratos expressos em “Nutrientes Digestíveis Totais” ou valor energético de NDT.  A necessidade em NDT é o ponto de partida para a formulação de rações.  É recente o consenso que podemos utilizar gorduras para alcançarmos bons níveis de energia.  No entanto, a pesquisa comtinua nesta área para se determinar os níveis ótimos de fornecimento de alguns produtos: milho, farelinho de trigo, farelo de soja, aveia, melaço, e outros.

Vitaminas e Minerais são obviamente necessários para permitir um amplo desenvolvimento. Algumas vitaminas são metabolizadas pelo animal e outras fornecidas na ração (A,D e E).  Vitamina D (que permite a melhor absorção de Cálcio e Fósforo) é facilmente obtida no pastejo, bom feno e exposição à luz solar; no entanto, animais estabulados podem sofrer deficiência em vitamina D, que deverá ser adicionada no concentrado.  Os sais minerais devem ser encarados como mais um ítem no balanceamento da ração, não se esquecendo, da usual consideração sobre a proporção Cálcio/Fósforo (min.: 1,1-1,0) e incluindo os outros minerais necessários.  Toda distribuição de sal deve ser à vontade para os animais.

Criadores parecem que se fascinam quando discutem sobre suplementação vitamínica/mineral.  Algumas aplicações, principalmente em cavalos velhos ou com problemas específicos, fazem sentido.  O uso indiscriminado de medicamentos em animais com dietas balanceadas não leva à nada, exceto incremento de despesas ou níveis de toxidade nos tecidos fisiológicos.

Quando consideramos um programa racional de alimentação, avaliamos que o animal deva ser nutrido como um indivíduo e um atleta.  A obesidade é freqüentemente um problema maior que a subnutrição.  Sumarizando, um programa de sucesso deve incluir:

a) Ração balanceada: pasto, feno, grãos a serem usados, de acordo com o crescimento, atividade, e necessidades reprodutivas dos animais, já adequados ao espaço ótimo da criação.
b) Água: limpa, fresca, à vontade, exceto quando o cavalo está com alta temperatura.
c) Sal Mineral: adequado, à vontade.
d) Programa de Saúde Preventiva: manutenção e seriedade no atendimento veterinário.

Considerações gerais de gerenciamento incluem planejamento para:

a) Programa de Alimentação: com freqüencia diária delimitada.
b) Observação: deve-se saber que alimentos são saudáveis para o cavalo, antes que se detecte qualquer problema ou mudança no hábito alimentar.
c)Medicina Preventiva: familiarizar o veterinário com todos os animais.
d) Controle Parasitário: cólicas e distúrbios digestivos são influenciados por parasitos internos, devendo o veterinário estabelecer programa periódico de vermifugações, alternando-se os produtos utilizados.
e) Controle de peso apropriado.
f) Estabelecer sistema de armazenamento eficiente de rações e suplementos.
g) Utilizar um gerenciamento de custos eficientes que seja compatível com as condições econômicas da propriedade.


4.Trabalho no haras

Devido ao fato de os encararmos como indivíduos, de manejos e atenções próprias, os animais requerem trabalho intensivo.  Este é um dos fatores que encarecem esta atividade, pois o número de homens/hora empregados é crescente.


Podemos citar como atividades a serem preenchidas as seguintes:

a) Ferrageamento
b) Limpeza de cocheiras e estábulos
c) Rasqueamento e corte de pelos dos animais
d) Manejo funcional de potros
e) Doma de cavalos jovens
f) Exercícios para garanhões
g) Corte de forrageiras/alimentação
h) Coleta e distribuição de esterco
i) Administração geral, ...

Muitas fazendas investem em suas folhas de pagamento oferecendo casas boas e mobiliadas para empregados, que ao se sentirem mais seguros e confiantes em suas ocupações, retribuem em lealdade e eficiência.  Uma vantagem adicional deste sistema é que mantêm sempre uma quantidade extra de pessoal na propriedade, em casa de alguma emergência.  Além disso, é imperativo fazer com que os empregados se tornem parte integrante de toda a operação, repartindo entre eles os sucessos da criação.


5. Estruturas e Instalações

Se a fazenda pode se comparar a outros ramos de atividades industriais, temos que identificar os seguintes itens do processo:

a) Produção: potencial do rebanho, reprodução e treinamento.
b) Produto: potros, garanhões, reprodutoras, ...
c) Comercialização: promoção, vendas e marketing.
d) Força de trabalho: empregados e administração.
e) Planta física: as terras da fazenda, seus estábulos, piquetes e benfeitorias.

O administrador da propriedade tem sob sua responsabilidade os estábulos, piquetes, feno, capineiras e produção de grãos, treinamento de animais, armazenamento de rações; devendo se ocupar, literalmente, de gerenciar todas as etapas da criação de cavalos.
Todas as facilidades devem ser planejadas para o tripé:

SEGURANÇA    CUSTO    EFICIÊNCIA

O máximo de otimização das atuais estruturas deve ser alcançado antes de se adicionar novas etapas à produção.


6. Marketing

Um programa de marketing para alcançar resultados satisfatórios não deve apenas começar quando seus animais são ainda potrinhos e já é tempo para comercializá-los.  As metas devem ser estabelecidas antes que se compre a primeira matriz.  Deve-se escolher primeiramente o que se vai produzir: raça, tipo, idade, nível de qualidade.  Depois, estabelecer planos de ação para médio e longo prazo, introduzindo metas ao correr dos anos.

Um bom plano de marketing para vendas requer investimento de tempo, trabalho e dinheiro, e pode-se expressar em:

a) Propaganda em revistas e jornais especializados.
b) Participação em mostras e exposições agropecuárias.
c) Comercialização através de leilões e feiras.
d) Promoção de sindicatos de garanhões afamados.
e) Distribuição de malas diretas à classe criadora, veiculando os resultados de sua propriedade.

7. Comercialização

Os métodos e habilidades de comercialização têm efeito direto sobre o sucesso ou fracasso financeiro da criação.  A escolha sobre o que deve, ou não, ser posto à venda recai basicamente sobre o dono ou seu administrador, que no dia a dia, vão avaliando quais os animais que trazem melhor produção e se separam o descarte para venda.

Para aqueles que se iniciam no criatório, fica o conselho de buscar o apoio em fazendeiros experimentados ou técnicos capazes de auxiliar numa boa aquisição para o plantel.  Não se deve também basear sua escolha de animais somente em certificados de registro ou pedigrees, pois nem sempre o melhor cavalo é aquele que apresenta filiação superior.

Outro ponto de discussão é a adequação de animais aos rebanhos constituídos. Não é viável adquirir-se garanhões recordistas de preços nas raças, para colocá-los a enxertar matrizes livro-aberto, sem origem definida.

Determine seu plano de compras/vendas e procure segui-lo racionalmente.  Não faça compras emotivas, pois animais que pode lhe impressionar vivamente hoje, poderá não ser tão bom amanhã.

Conclusão:

Cada um dos tópicos abordados neste artigo: gerenciamento financeiro, estado sanitário do rebanho, alimentação, trabalho no haras, marketing e comercialização, devem ser encarados como parte de um todo.  Não se deve excluir ou concentrar tópicos, visto que a saúde funcional e financeira da criação de cavalos depende de todos os ítens da operação.

Hobby ou negócio? São opções que o fazendeiro terá de escolher antes de se iniciar no mundo da criação.

Não se pode conviver com ambos!

Texto adaptado. Fonte: Crônicas da Raça Mangalarga Marchador, Ricardo L. Casiuch

2º Encontro de Muladeiros do Sudoeste Goiano

2º Encontro de Muladeiros do Sudoeste Goiano

Dias 22, 23 e 24 de Abril de 2011
Parque de Exposições Nélio de Moraes Vilela - Jataí - GO

domingo, 16 de janeiro de 2011

CUIDADOS COM OS CASCOS

 

- Limpar diariamente os cascos, especialmente o sulco e comissuras laterais da ranilha, a fim de prevenir afecções, sendo as mais comuns a podridão da ranilha e as brocas de sola ou de muralha;

- O casqueamento deve ser iniciado a partir dos 2 meses de idade, principalmente quando for identificado algum tipo de desvio de aprumos. Na foto, notar a retidão dos aprumos posteriores do potrinho, em relação aos aprumos da mãe.

- O casqueamento deve ser conduzido em uma periodicidade mensal, podendo ser de tres tipos:

- O casqueamento de manutenção objetiva aparar os excessos de crescimento, mantendo o formato natural e o equilíbrio de sustentação dos cascos

- Para aumentar a eficiencia do casqueamento podem ser utilizados o angulador de cascos e o angulador das espaduas. O mesmo ângulo medido na inclinação das espaduas deve ser verificado na inclinação das quartelas após o casqueamento dos cascos anteriores

- O casqueamento corretivo tem por finalidade corrigir algum tipo de desvio de raio ósseo ou do direcionamento de cascos, sendo o mais frequente o desbalanceamento médio-lateral, que se caracteriza por um crescimento maior de um lado do casco.

- O casqueamento ortopédico tem por finalidade corrigir algum tipo de traumatismo ( ex.: fissura de muralha) ou de afecção ( ex.: doença do osso navicular)

- O ferrageamento, deve ser efetuado em caso exclusivo de necessidade, seja para proteção dos cascos de animais que trabalham em terrenos pedregosos, para correção de desvios muito graves de aprumos, problemas ortopédicos ou para correções de irregularidades na locomoção. O ferrageamento deve ser conduzido a cada 45 dias.

 

Fonte: Mundo Equino

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tropeada Lagoa Dourada 2011

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Beleza Animal

 

- A beleza do animal  refere-se à sua aparencia geral, a condição do pêlo, o estado físico, toalete, maquiagem, cuidados com os cascos.

- Animais magros já entram em desvantagem no julgamento de conformação, pois apresentam menos qualidade na forma das partes do tronco.

- Os animais obesos tendem a apresentar excessos de tecido adiposo ao longo da borda superior do pescoço, garupa e base da inserção caudal. A avaliação da conformação será sensivelmente prejudicada, pela falta de definição na forma e harmonia entre as regiões.

- O pêlo, quando longo e grosseiro, interfere na avaliação da conformação, principalmente na ligação cabeça/pescoço, inserção pescoço/tronco, qualidade da sustentação muscular na região superior e na musculatura da garupa.

- Diariamente, os animais de exposição devem ser raspados e escovados. Crina e cauda devem ser penteadas.

- O pêlo adquiri melhor aparência nos animais embaiados

- Pode ser fornecido em torno de 5 a 10 ml de oleo de milho diariamente na ração, ou diretamente na boca por meio de uma seringa. Este produto melhora a condição do pêlo.

- Durante o inverno há um crescimento maior dos pêlos, que servem como proteção contra o frio e a umidade

- Os banhos devem ser dados sempre após os exercícios, utilizando shampoo apropriado e condicionador de pêlo.

- A toalete objetiva o destaque de determinadas regiões. Envolve a aparação dos pêlos nas regiões das narinas, boca, mandíbula inferior, olhos, orelhas, boletos, coroa dos cascos, tosquia do corpo, tosa do topete, da crina, desbaste da cauda.

- A prática rotineira da toalete é bastante nociva ao animal. A recomendação é que seja feita somente nos animais destinados às exposições e, mesmo assim, poucos dias antes do inicio do evento. Vejamos alguns dos principais danos à saúde:

- Tosquia do pêlo: quando feita nos períodos de frio ou chuva, deixa o animal mais sensível às alterações climáticas e às infestações por ecto-parasitas;

- Aparação da cauda: o animal perde o único meio de espantar mosquitos e outros insetos;

- Corte dos pêlos da orelha: perda da proteção contra umidade, predisposição às micoses;

- Corte dos pêlos das narinas e boca: afeta negativamente os sentidos do olfato e tato;

- Corte dos cílios: perda da proteção dos olhos

- Corte do cabelo do machinho: Denomina-se de machinho os pêlos que se estendem por trás dos boletos. Sendo aparados, a água da chuva, ou de banhos freqüentes, escorre diretamente para a região posterior da quartela, deixando-a úmida, o que favorece o desenvolvimento de micoses

-A maquiagem objetiva realçar a beleza do animal. Envolve a aplicação de óleos para conferir brilho no corpo, na cauda, na crina, região bucal, pavilhão das orelhas. Em algumas raças, é pratica comum aplicar graxa de brilho nos cascos.

- Os cascos devem ser adequadamente aparados e, se for o caso, fazer o ferrageamento. Quando aparados excessivamente ou na véspera da viagem, haverá risco do animal claudicar, pela maior sensibilidade dos cascos após as aparações, principalmente se for levado em conta que o piso nos parques de Exposições é de asfalto.

Texto Adaptado. Fonte: Mundo Equino

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tradicional Encontro de Muladeiros Goiano Elege Musa Representante 2011

 

Tradicional Encontro de Muladeiros goiano elege musa representante 2011.

O Encontro de Muladeiros da cidadede Iporá, no interior goiano, elege dia 21 de janeiro, a “Garota Amog 2011”.

Para você entender melhor, AMOG é a Associação dos Muladeiros do Oeste Goiano, que realizará a quarta edição do festival de 27 a 30 de janeiro. O evento é conhecido em vários estados e recebe comitivas de Goiás, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso e Rio de Janeiro. O concurso do dia 21 será realizado no Espaço Verde e classificará as finalistas que se enfrentarão em votação aberta pela internet no site www.oestegoiano.com.br.
O destaque para o concurso da Garota Amog vai para a premiação. A Associação entregará à
bela vencedora uma moto zero quilômetro. Para o segundo lugar R$ 500,00 e para o terceiro R$ 200,00. As inscrições seguem abertas até o dia 18 de janeiro.

Informações sobre o 4º Encontro de Muladeiros do Oeste Goiano, ligue para os telefones: (64) 9962-1288 (64) 9962-1288   com Waldijan Terêncio ou (64) 9996-0649 (64) 9996-0649com João Benedito.

Fonte: Movimento Country

Leite de Jumenta e Miolo de Pão

 

LEITE DE JUMENTA E MIOLO DE PÃO JÁ FORAM USADOS COMO TRATAMENTO DE BELEZA

Essa vem dos europeus, mais precisamente dos italianos.

No auge do Império Romano, as mulheres consideradas ricas e da alta sociedade buscavam, a todo custo, qualquer tratamento que pudesse transformá-las em mulheres bonitas.

Algumas alternativas eram aceitas sem contragosto.

Uma dessas alternativas era dormir com o rosto coberto por uma meleca produzida a partir da farinha de favas, miolo de pão e leite de jumenta.

Como era moda na época o rosto branco, elas pintavam a testa com uma espécie de giz branco.

Para completar, passavam algumas listas de cor azul nas veias da testa e do seio.

Tudo isso em busca da beleza perfeita, principalmente numa época e local em que era moda a mulher se divorciar e se casar quantas vezes achasse que deveria.
Fonte: Blog História e Suas Curiosidades

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Neonato: cuidados necessários com os recém-nascidos

 

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O nascimento é a passagem da vida intra-uterina ao mundo exterior. Na vida fetal os filhotes têm facilidade para se alimentar, são protegidos pela mãe, têm temperatura constante e mais alta que o ambiente, etc. O nascimento faz com que a vida intra-uterina seja trocada por um ambiente mais hostil, com predadores, variações de temperatura, necessidade de se alimentar por conta própria entre outras características.

Os cuidados com os animais começam ainda na vida intra-uterina, principalmente no terço final da gestação. A égua/jumenta necessita de isolamento em um piquete, com alimentação adequada à parturiente e bem próximo do parto, requer um piquete maternidade. É importante lembrar que quanto mais se artificializa a criação, mais aumenta a fragilidade dos filhotes.

O parto ocorre preferencialmente durante a madrugada, o que dificulta o acompanhamento e “facilita” a proteção do neonato, evitando assim qualquer perturbação. O início do parto é marcado geralmente por uma queda de temperatura corpórea.

O parto pode ser dividido didaticamente em três estágios: o primeiro é de inquietação com dor abdominal. O segundo compreende a ruptura da bolsa, o início do nascimento e o ato de respirar. O terceiro estágio é a liberação dos envoltórios fetais (placenta) que leva de trinta minutos a três horas do início do parto.

Neonato é o animal recém nascido. A duração deste estado é de 48 horas a 4 meses, no caso dos mamíferos. A variação depende da condição de sobrevivência do filhote sem a mãe. Se ocorrerem distúrbios durante a gestação ou parto, o filhote deve ser acompanhado, no mínimo, por 24 a 48 horas pós-parto.

Vale lembrar que a condição da saúde materna e status corpóreo influ­enciam diretamente sobre a condição do feto. As alterações mais graves que ocorrem são: distocias (mau posicionamento fetal), desco­lamento precoce de placenta, inércia uterina, idade materna avançada, produção insuficiente de leite e mastite.

O exame clínico do recém-nascido não difere do exame de um adulto, porém os parâmetros são outros. A importância deste está na necessidade da rápida atuação do médico veterinário nos casos de emergências neonatais.

Principais cuidados com o recém-nascido

• Sistema respiratório

Quando o feto ultrapassa a pelve da mãe, ocorre a dilatação do pulmão seguida da aspiração do ar para dentro das vias aéreas, o diafragma se contrai e se forma a pressão intra-torácica negativa.

Alguns fatores estimulam a respiração: ausência de imersão, estímulos da mãe (lamber), frio, luz, diminuição da pressão de O2 e aumento de CO2, etc. A primeira inspirada é a mais difícil.

A freqüência respiratória no recém-nascido é de 50 a 60 movimentos/minuto. Em casos de alterações, verificar se há uma camada mucosa revestindo a cavidade nasal e/ou oral. Se houver, removê-la com pano seco e limpo.

Se ocorrer dificuldade respiratória por conteúdo líquido, é necessário massagear as narinas, friccionando da cabeça ao focinho. A respiração pode ser estimulada elevando o posterior do animal, friccionando o dorso com pano limpo ou palha, batidas com a palma das mãos na parede torácica ou jato de água fria.

Nos casos de não se restabelecer o padrão respiratório em 2 a 3 minutos, utilizar oxigenioterapia para evitar morte ou danos cerebrais.

• Sistema cárdio-circulatório

O sistema circulatório na vida intra-uterina é bastante diferente de animais recém-nascidos. A troca gasosa é realizada pela placenta e não pelo pulmão. Artérias e veias umbilicais involuem formando cordões fibrosos delgados.

Se ocorrer algum problema com falta de oxigenação nos recém-nascidos, acarretará o retorno do sistema circulatório fetal, o que se torna fatal após o nascimento.

O exame das membranas mucosas é de suma importância: devem se apresentar róseas e úmidas, e o tempo de preenchimento capilar deve ser igual ou inferior a 2 segundos.

No momento do nascimento, a freqüência cardíaca é de 60 a 80 batimentos/minuto, entre uma e doze horas pós-parto ela é de 120 a 140 bat/min e após 12 horas, 30 a 40 bat/min.

• Temperatura
A temperatura retal do animal deve ser aferida e estar entre 37,5 - 38,5ºC. Um desvio acima ou abaixo é preocupante e requer a presença do veterinário.

• Cordão umbilical
Após o término do parto, a matriz permanece deitada; e é assim que tem de ser. Este tempo serve para que diminua a circulação sangüínea do cordão umbilical. No momento em que ela se levanta, o cordão se rompe.

Se ela se levantar e o cordão não romper, deve ser “cortado” por um médico veterinário dentro dos procedimentos de assepsia, na linha de destacamento natural.

O coto umbilical deve ser embebido em iodo a 2%, tanto por dentro como por fora. Este procedimento auxilia na prevenção de infecções ascendentes que “entram” pelo cordão ainda não cicatrizado. O curativo deve repetido diariamente até que a ponta do cordão caia ou este se feche. A infecção deste cordão umbilical e dos vasos ali localizados são denominadas onfalo­fle­bites.

• Excreção de mecônio

Mecônio são as “fezes” (secreções, fluídos, células e bile) produzidas e acumuladas no intestino durante a vida intra-uterina, a partir da segunda metade da gestação. A coloração vai de marrom amarelada a marrom escura.

A liberação do mecônio deve ocorrer entre 4 a 5 horas pós-parto. Se isto não ocorrer deve-se interferir, do contrário o filhote manifestará cólicas abdominais.

Os sinais clínicos de retenção do mecônio são notados entre 6 a 12 horas pós-parto e incluem a redução da freqüência de mamadas, dor ao defecar, cauda erguida, cólica, decúbito dorsal e inquietação.

O tratamento deve ser realizado por um médico veterinário logo aos primeiros sintomas. Após poucas horas da defecação, ocorre a primeira micção. Se for notada a eliminação de urina pelo umbigo, o filhote requer mais atenção, pois ocorre a persistência do úraco, sendo assim o veterinário deve avaliar a condição e optar por aguardar ou promover o fechamento cirúrgico.

• Amamentação

O leite é o alimento essencial aos recém-nascidos, tanto em quantidade como em composição. Só é necessário que se avalie a quantidade de anticorpos nele presente.

O reflexo de sucção do filhote começa a partir da manutenção em pé, o que demora em torno de uma hora.

É necessário que se observe se o filhote realmente conseguiu localizar o úbere da mãe e está sugando o primeiro leite, do contrário, são indicados exame clínico e ingestão forçada do colostro. O colostro é o primeiro alimento (primeiro leite) do neonato, tanto do ponto de vista nutricional como imunológico. A dose recomendada é de 1 a 2 litros divididos em mamadas de hora em hora, com a quantidade de 150 ml. A ingestão do colostro é mantida até 12 horas do nascimento.

O período mais crítico da vida do recém nascido são as primeiras 24 horas e este deve coincidir com a ingestão do colostro (até 6 horas do nascimento), pois nos eqüinos, pelo tipo de placentação o neonato não recebe nenhum tipo de anticorpos durante a gestação. Estes anticorpos devem ser absorvidos pela mucosa intestinal e são eles que vão garantir a imunidade até a idade de aproximadamente 6 a 8 meses.

A glândula mamária não produz anticorpos, apenas os concentra (originam do sangue). No caso de animais prematuros, órfãos ou rejeição da mãe, o recém-nascido deve receber anticorpos do colostro de outro animal. O ideal é que o haras, quando de criação, mantenha um banco de colostro para eventuais problemas, e até de leite, e em último caso usar o aleitamento artificial (sucedâneos do leite).

O volume de colostro retirado da égua pós-parto, para formar o banco, pode variar de 150 a 200 ml. A conservação é feita no freezer de -15º a -20º C.

A quantidade de leite “artificial” deve ser de aproximadamente 10% do peso do filhote que mama a cada 2 horas, porém conforme a quantidade de leite por mamada aumenta, o intervalo entre elas também aumenta. O aleitamento artificial pode ser fornecido em mamadeiras ou baldes.

• Isoeritrólise neonatal

É uma síndrome que ocorre nos recém nascidos por incompatibilidade sanguínea do potro com a mãe. É mediada a partir dos anticorpos maternos, que são absorvidos através do colostro, e que respondem contra os eritrócitos (hemácias) do potro. Clinicamente nascem normais e após a primeira mamada se apresentam deprimidos, fracos e com o reflexo de sucção diminuído após 12 a 72 horas.

A gravidade do quadro é determinada pela quantidade e atividade dos anticorpos absorvidos. Mais tardiamente os sintomas são: taquicardia (aumento da freqüência cardíaca), taquipnéia (aumento da freqüência respiratória) e dispnéia (dificuldade respiratória). A mucosa oral vai de pálida à ictérica nos filhotes que sobrevivem 48 horas.

Casos muito agudos poderão evoluir à morte. É importante lembrar que fêmeas que manifestaram a síndrome não deverão amamentar na gestação seguinte. Assim é necessária fonte alternativa de colos­tro.

• Septicemia neonatal

É a principal causa de óbito e conseqüentemente perdas econômicas. A taxa de sobrevivência dos acometidos é baixa e quase sempre acaba por causar danos irreversíveis, infecções localizadas ou atrasos no crescimento.

As infecções podem ocorrer na vida intra-uterina ou logo após o nascimento. Após o nascimento, a causa mais comum é a falta de imunidade passiva recebida através do colostro.

Os principais sintomas são desidratação, apatia, movimentação inco­ordenada que podem se agravar a convulsões e morte.

• Fatores normais

Em média, 7 dias pós-parto a mãe apresenta o primeiro cio, conhecido como cio do filhote. Justamente nesta fase o filhote passa por um quadro de diarréia que dura de 2 a 5 dias.

Algumas pesquisas demonstram que está diarréia é resultado de uma mudança na flora intestinal. Não há necessidade de tratamento, mas o uso de probiótico oral tem sido recomendado em alguns casos.

Após o segundo mês de vida, o filhote já pode iniciar a alimentação a base de rações (concentrados), específica para a idade. Também nesta fase este já ingere feno, capim e água de boa qualidade.

Em torno de 4 a 6 meses de idade são desmamados. O que determina o período de desmame é a taxa de crescimento e a capacidade da ingestão do concentrado. Nesta fase já deve ser vacinado, vermifugado, e se necessário casqueado. A partir do desmame o filhote já se torna praticamente um “adulto” no que se refere às características de alimentação e comportamento.

Texto Adaptado. Fonte: ABQM, texto de Danielle de Maria

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Método LSA de Adestramento

Conheça o Método LSA de Adestramento.

Após vários anos de teoria e prática na lida com equideos, este autor desenvolveu um novo método de adestramento de cavalos, chamado de Método LSA de Adestramento, dividido em básico e avançado, para cada uma das fases do adestramento de cabresto e do adestramento de sela.

O termo doma foi substituído pelo termo adestramento, por ser este mais indicativo da lida com animais racionais. Ao contrario, domar guarda relação com a lida de animais selvagens. O termo adestramento sugere mais refinamento no trato com o cavalo.

A exemplo do método da doma racional, o Método LSA de Adestramento tem na sua essência o uso da não violência e a integração plena entre treinador / cavalo. A diferença principal dos métodos usuais de doma racional é a eliminação do uso do bridão durante a fase inicial do adestramento de sela, chamada de adestramento básico.

Durante a fase do adestramento de baixo, denominada de charreteamento, é utilizado o buçal, um equipamento de origem colombiana. Na fase seguinte, do adestramento de cima, é utilizado a barbada, também de origem colombiana, uma versão avançada de um hackamore, de uso corriqueiro pelos treinadores do cavalo Quarto de Milha.

Manejo

Buçal, equipamento utilizado para o charreteamento. A cabeça do cavalo é totalmente envolvida, acionando simultaneamente todos os pontos de controle. Acima, através da testeira, que se liga a uma focinheira com proteção de feltro, exercendo pressão sobre a nuca e a região do chanfro, próximo à região de transição com o focinho. Abaixo, o afogador pressiona a região da garganta, contribuindo para firmar a testeira e a faceira da cabeçada na nuca, uma peça de sola fixa o buçal no meio da região mandibular e outra peça de sola fixa a focinheira do bucal na região do queixo, onde atua a barbela dos freios.

Hackamore

Barbada, ou hackamore, um equipamento utilizado para o inicio do adestramento de sela. Uma focinheira com três pontos de pressão exerce pressão no chanfro e outra peça com nylon trançado apoia na região do queixo. O comando é através de rédeas duplas, ligadas lateralmente nas argolas da cabeçada e abaixo, em argolas presas à peça inferior, de nylon trançado. As rédeas inferiores, quando acionadas de forma independente, exercem o efeito imediato de elevar a cabeça. As rédeas laterais, acionadas de forma independente, ou em conjunto com as rédeas inferiores, exercem os efeitos simultâneos da flexão vertical (da cabeça, pressionando a nuca ) e da flexão lateral ( cabeça e pescoço).

Indubitavelmente, mais de 90% dos vícios de doma e treinamento são desenvolvidos pelo mal uso de embocaduras, em especial o bridão. E logo esta, considerada a embocadura de principiantes, tanto cavalos como cavaleiros e amazonas. O bridão exerce ação elevatória da cabeça, favorecendo um dos vícios mais comuns: o posicionamento excessivamente elevado da cabeça. O segundo vicio de ocorrência mais comum é o chamado “cavalo ponteiro”, aquele que lança seu focinho à frente, atitude provocada pela má flexão da nuca. O uso do bridão não favorece o desenvolvimento de uma boa flexão da nuca. Outros vícios decorrentes do uso do bridão são: abrir e fechar a boca, pendular a cabeça.

Através do Método LSA de Adestramento, potros e potras podem ser adestrados a partir dos 24 meses de idade, desde que apresentem porte normal para a idade, bom direcionamento e sustentação na região dorso-lombar, boa estrutura óssea-muscular de tronco e membros, e aprumos sem desvios considerados graves, que são aqueles enquadrados como desvios totais de raio ósseo.

As vantagens do Método LSA de Adestramento são inúmeras:

- Possibilita avaliação precoce do potencial de andamento, o que se torna interessante em se tratando de animais destinados a venda em leilões, ou mesmo para apresentação a compradores no haras.
- Evita o adestramento de potros durante a fase critica da manifestação do libido, especialmente se estes potros já foram introduzidos na reprodução, o que geralmente ocorre por volta dos 30 meses de idade. O libido afeta negativamente o grau de concentração nas lições.
- Evita o adestramento de potras após terem sido cobertas, o que geralmente aumenta os riscos de reabsorção embrionária e/ou aborto.
- Reduz os riscos de danos à boca do animal, tendo em vista que retarda o uso de embocadura. Esta somente será introduzida quando o animal completar o adestramento basico, ou seja, estiver executando corretamente o passo, a marcha ou o trote, as paradas, os volteios à direita e à esquerda e o recuo.

Fonte: Mundo Equino

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A SÍNDROME DA LETRA J

 

Nos últimos cinco anos tendo acompanhado inúmeros julgamento de cavalos nas mais diversas exposições do Brasil.  Em alguns, por obra e graça do destino, cumpro a função de secretariar os juízes.

No início tínhamos o juiz único, absoluto, figura que centralizava as atenções.  Hoje vivemos a época das comissões, que variando de 3 a 6 magistrados, ordenam as diretrizes das raças no seu ponto mais sensível ou seja, as pistas de julgamento.

Não vou aqui analisar juízes, pois para tanto não me atrevo.  Gosto sim, e com grande dose de humor, de verificar o comportamento de criadores e expositores.

Quando adentrava no Parque de Exposições o tal juiz único, já vinha cercado por uma tropa de criadores amigos.  Quem não fizesse parte deste grupinho, iniciava seu processo de julgamento pessoal:

-“ Lá vai o amigo deles.  Desta farinha eu já provei.  Trouxe meus animais aqui só para prestigiar a Associação e já sei o resultado!”                                  (Barra do Pirahy – RJ – Junho de 82)

Algumas vezes a exaltação era tanta, que o criador se retirava do Parque, levando consigo seus animais até antes de serem julgados e ia para a fazenda curtir uma tremenda ressaca equinotécnica.

Infelizmente deste processo alguns não escaparam e nunca mais sequer pisaram num Parque de Exposições. Com as comissões formadas, já ficaria um pouco mais difícil tecer comentários sobre um grupo de juízes.  Mas não se fizeram de rogado!

- “Neste comissão um manda, é o lider.  Os outros apenas acompanham.”

- “Comissão de três é como estouro de boiada: cada um vai pro seu lado, e o resultado sai no laço”.
(Cordeiro – RJ – Julho de 83)

Mas quem é o nosso amigo criador?  Qual o seu perfil?  Há quantos anos está no ramo, perguntaria meu vizinho?

É fácil a resposta, prezado companheiro.  É a Síndrome da Letra J.

Quando nosso amigo e jovem criador, leva pela primeira vez seus equinos para uma Mostra, ele inicia com animais de sua criação na letra A.  São seus primeiros passos na difícil arte de se manejar cavalos, e ele já os imagina cobertos de lauréis:

- “Meu objetivo é o Grande Campeonato.  Podem vir Herdade, Abaíba e Tabatinga juntos, que não há juiz que me ponha em segundo lugar!””
(Campos – RJ – Agosto de 83)

Na verdade, o que ele está sofrendo agora é algo que levara dez anos aproximadamente para o posicionar junto a outros criadores mais antigos.  Até chegar à letra J, verá muita água passar na beira de seu regato e muitas considerações técnicas chocarem-se em seus ouvidos, sem aquela compreensão que marca o entendimento dos mais veteranos no mundo do cavalo.

Mas não pense, prezado leitor, que ele se deixará abater.  Quanto maior seu grau de incompreensão perante os julgamentos realizados, maior sua explosão de raiva sobre os juízes na Pista.

 
-“Meu potro vai marchando até para o piquete lá na fazenda.  Quem ele pensa que é para retirá-lo de julgamento?
(Brasília – DF – CCCCN – Setembro de 84)

É a tal Síndroma da Letra J.  São dez anos de provação que o jovem criador passa até estar totalmente curado desta enfermidade que, mesmo não sendo transmissível por qualquer vetor, costuma ser adquirida por osmose entre “grandes amigos” criadores.

Nem todos a sofrem, e muitos já na letra B (segundo ano de criação) costumam superar seus efeitos colaterais.  Entendem que o juiz presente a uma Exposição não busca auxiliar ou prejudicar qualquer proprietário, mas sim colocar os animais em ordem preferencial segundo um padrão racial estabelecido pelas próprias Associações de Criadores.

Estas são histórias vividas dentro das pistas de julgamento e o folcore do cavalo é muito vasto, merecendo outros relatos. Costumava ouvir de um velho criador, em Caxambu(MG), que todos nós temos telhado de vidro. 
  
Portanto, se você nunca foi atacado pela Síndrome da Letra J, não se preocupe pois, afinal, o alfabeto dos equinos também não termina aí.

Texto adaptado. Fonte: Crônicas da Raça Mangalarga Marchador, Ricardo L. Casiuch

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

História de Tropeiro 6

 

Zé do Ponto: Tropeiro

 

domingo, 9 de janeiro de 2011

Influenza Eqüina

 

A influenza eqüina é uma doença viral altamente contagiosa, sendo em muitos países considerada a enfermidade respiratória mais importante da espécie. Afeta eqüídeos de forma geral, não se conhecendo predileção por raça ou sexo. Em geral afeta animais de 1 a 3 anos, mas podendo também ocorrer em qualquer idade.


Patofisiologia

Os vírus da influenza eqüina pertencem à família dos ortomixovírus. Existem 2 subtipos, influenza A/Equi-1 e influenza A/Equi-2, que são classificados de acordo com as características antigênicas das glicoproteínas de superfície, a hemaglutinina (HA) e a neuraminidase (NA). Os vírus A/Equi-1 possuem uma H7HA e uma N7NA e os vírus A/Equi-2, uma H3HA e uma N8NA.


Uma característica importante dos vírus da influenza é a capacidade de sofrer mutação antigênica, o que reduz o grau e o período de proteção conferida por infecção anterior ou pela vacinação, pois os anticorpos de reação cruzada são menos eficazes e duráveis do que os anticorpos homólogos no vírus neutralizante. Isso permite ao vírus evitar a neutralização por parte dos anticorpos presentes em determinada população eqüina, podendo assim continuar a infectar animais soropositivos. Isso é causado pelas mutações, sobretudo as que ocorrem nos genes com o código da HA e da NA, provocando alterações na natureza antigênica das glicoproteínas de superfície. Os vírus A/Equi-1 sofrem menos mutações antigênicas, de forma que são mais antigenicamente estáveis e menos patogênicos do que os vírus A/Equi-2 que sofrem intensa mutação antigênica.

Sistemas Afetados

Sistema Respiratório
A influenza é contraída através da inalação, sendo extremamente contagiosa. O vírus infecta as células epiteliais que envolvem as vias aéreas inferiores e superiores. A hemaglutinina é um componente-chave do vírus, pois permite às partículas virais se fixarem no epitélio e penetrarem na célula. A infecção do epitélio ciliar provoca perda dos cílios num período de 3-4 dias de infecção, o que compromete o mecanismo de depuração mucociliar. Isso predispõe as vias aéreas comprometidas a infecção bacteriana secundária.

Incidência/Prevalência

Ocorrência no mundo todo, exceto na Austrália e na Nova Zelândia, onde ainda não foram registrados casos de influenza eqüina. Trata-se de doença endêmica na América do Norte, Europa e América do Sul.

Sinais

Comentários gerais
Doença de início repentino com curto período de incubação de 1-3 dias. Os eqüinos permanecem infectantes por 3-6 dias após os últimos sinais da doença. A propagação é muito rápida, com 100% de morbidade em populações suscetíveis. A taxa de mortalidade geralmente é baixa em casos não complicados, exceto em potros. Potros que não possuem anticorpos maternos apresentam sinais clínicos muito graves de pneumonia viral, que podem levar à morte em 48 horas.

Achados Mais Comuns

  • Tosse
  • Secreção nasal
  • Febre
  • Depressão
  • Letargia
  • Inapetência
  • Rigidez
  • Edemaciamento de membros inferiores

Exame Físico

Em animais não vacinados ou sem contato prévio com antígenos virais, os sinais clínicos são muito característicos. A pirexia pode chegar a 41ºC, sendo aguda no início e geralmente bifásica, prolongando-se por 7-10 dias. Observa-se tosse seca, que pode se estender por 2-3 semanas. A secreção nasal serosa pode tornar-se mucopurulenta, principalmente em caso de infecção bacteriana secundária. Entre outros sintomas se incluem apatia, depressão, inapetência, aumento do volume dos linfonodos submandibulares, dor muscular, edema dos membros distais e arritmias cardíacas secundárias a miocardite viral.


Em animais previamente infectados ou vacinados, os sinais clínicos são diferentes, impossibilitando a distinção entre influenza e outros patógenos respiratórios. Esses indivíduos podem desenvolver apenas leve pirexia transitória e tosse ocasional.

Fatores de Risco

O transporte (doméstico ou internacional) de eqüinos que estão incubando a infecção ou de animais infectados porém assintomáticos quanto ao vírus da influenza sem período adequado de quarentena facilita a propagação da doença. Embora animais com infecção subclínica não sejam identificados como fonte de infecção, é provável que desempenhem papel importante na manutenção e na transmissão da doença, pois não há indício da condição de vetor. A epizootia geralmente começa em grandes concentrações de eqüinos suscetíveis, tais como corridas, provas, torneios, eventos e leilões. A mutação antigênica viral e a não vacinação dos eqüinos em intervalos regulares levam a surtos em populações parcialmente imunes. A infecção pode ocorrer o ano todo, mas os surtos são mais comuns no inverno e na primavera, pois a baixa temperatura ambiente e a umidade aumentam a sobrevivência do vírus.

Diagnóstico

Diagnóstico Diferencial
O rinovírus eqüino se caracteriza por sinais clínicos bem semelhantes, mas essa doença é menos contagiosa do que a influenza e os animais afetados geralmente não apresentam tosse. A infecção respiratória pelo herpesvírus eqüino tipo 1 e 4 (EHV-1/EHV-4) não se diferencia da influenza apenas quanto aos sinais clínicos, mas também através de evidências epidemiológicas uma vez que o EHV 1/4 acomete principalmente animais jovens, enquanto que a influenza pode acometer eqüinos de quaisquer idades indiferentemente. No caso da arterite viral eqüina (EVA) podem ser observados sinais oculares (por ex. conjuntivite, edema na córnea) e outros relacionados à vasculite (por ex. edema no prepúcio, escrotos, membros, pálpebras e mediana ventral). O Streptococcus equi (garrotilho ou gurma) se caracteriza por aumento do volume e supuração dos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares.

Hemograma

Os eqüinos podem inicialmente apresentar linfopenia seguida de monocitose.

Outros Exames Laboratoriais

O diagnóstico definitivo pode ser obtido através do isolamento do vírus em swabs nasofaríngeos coletados na fase aguda da infecção (ou seja, nas primeiras 24 horas). Pode-se fazer um diagnóstico retrospectivo através da observação do aumento de 4 vezes ou mais do título de anticorpos em amostras de soro pareadas, coletadas com um intervalo de 10-14 dias (são necessárias uma amostra de soro da fase aguda e outra da fase de convalescença para se ter um diagnóstico definitivo). Pode-se utilizar ELISA para identificação dos antígenos da influenza em secreções nasais. Esse teste é simples e útil na realização de um diagnóstico rápido provisório (apesar de o diagnóstico ainda precisar ser confirmado através de outros métodos tradicionais).

Procedimentos de Diagnóstico

A endoscopia da faringe, laringe e traquéia pode revelar indícios de inflamação e infecções secundárias (secreções mucopurulentas). Amostras de lavado traqueal podem ser submetidas a cultivo e citologia, principalmente nestes casos.

Achados Patológicos

Faringite, laringite e traqueíte ficam evidentes nas vias aéreas superiores. Nas vias aéreas inferiores, observa-se a ocorrência de bronquite e bronquiolite, pneumonia intersticial, congestão, edema e infiltração de neutrófilos.

Tratamento

  • Isolamento imediato dos animais doentes para reduzir o nível de vírus no ambiente.
  • O tratamento é sintomático e de apoio. Eqüinos infectados não devem ser submetidos a estresse indevido e desnecessário.
  • Os eqüinos devem permanecer em repouso total. O repouso diminui a gravidade dos sinais clínicos, minimiza a excreção viral e encurta o período de recuperação. Recomenda-se uma semana de repouso para cada dia de febre, com retorno gradativo às atividades. Os eqüinos que sofrem infecções graves podem ficar fora de forma para competições por 50-100 dias após a infecção.
  • Eqüinos infectados e inapetentes podem precisar de estímulo para comer. Recomenda-se oferecer uma variedade de alimento palatável e de boa qualidade para garantir o consumo adequado de nutrientes.
  • Todos os recém introduzidos em determinadas instalações ou eqüinos com suspeita de infecção devem ser rapidamente isolados para minimizar a propagação da doença. É comum a ocorrência de complicações secundárias e seqüelas da influenza eqüina em animais estressados ou indevidamente tratados, de forma que é fundamental enfatizar a importância dos cuidados de apoio e o repouso adequado.

Medicamentos

  • Pode-se indicar o uso de drogas antiinflamatórias não esteróides (AINEs) para diminuir a febre, eliminar a mialgia e melhorar o apetite. A escolha do antibiótico para tratamento de infecção bacteriana secundária deve se basear nos resultados de cultura de lavado traqueal.

Monitoramento dos Pacientes

Monitorar a temperatura diariamente e zelar pelo fim da tosse e da secreção nasal. Durante a infecção, recomenda-se o exame freqüente do aparelho respiratório para identificar o desenvolvimento de complicações secundárias (por exemplo, pleuropneumonia ou pneumonia bacteriana).

Prevenção

A vacinação contra a influenza eqüina é capaz de reduzir a gravidade da doença e a propagação da infecção. As vacinas comercializadas atualmente são administradas por via intramuscular e contêm antígenos inativados de ambos os tipos de vírus da influenza. Após a infecção natural, a imunidade dura aproximadamente 12 meses.


Recomenda-se a primovacinação com 2 doses com um intervalo de 4-6 semanas seguida por uma dose de reforço 6 meses mais tarde. Em situações de alto risco, pode ser benéfica a aplicação de uma terceira dose da vacina antes dos 6 meses. O ideal é que os eqüinos sejam monitorados através de exames sorológicos para garantir que responderam bem à vacinação e que os títulos de anticorpos estão em níveis capazes de conferir proteção. Os exames sorológicos também identificam os animais com baixa resposta imunológica que precisariam de mais doses de reforço. Eqüinos jovens devem ser vacinados a cada 6 meses e, se participarem de competições regularmente, recomenda-se a vacinação em intervalos de 3-4 meses para oferecer um nível ótimo de proteção.


Nos haras é importante garantir um bom fornecimento de anticorpos no colostro para proteger os potros. De acordo com as orientações do médico veterinário responsável, éguas prenhes podem eventualmente ser estrategicamente vacinadas na fase final de gestação para tanto. Em potros, a vacinação deve ser iniciada aos 04 meses de idade. Não se recomenda a vacinação de eqüinos contra influenza por um período de 7-10 dias antes de eventos ou provas.


O rápido isolamento de todo animal novo em determinada propriedade ou suspeito de infecção é muito importante para restringir a propagação da doença. Os eqüinos que compartilham o mesmo espaço podem ser infectados em questão de horas após a introdução de um animal infectado. A tosse seca persistente que os eqüinos doentes desenvolvem libera grandes quantidades de partículas virais (aerossóis) no ar. O vírus também pode ser transportado pelo vento e infectar eqüinos nas instalações vizinhas. A transmissão do vírus pode ocorrer através do contato com empregados, alojamento e veículos contaminados. O alojamento e os veículos de transporte devem ser totalmente desinfetados antes de serem reutilizados por animais não infectados. Os empregados não devem se locomover entre instalações com animais infectados e instalações isentas dos mesmos. O vírus é muito suscetível à luz solar e a desinfetantes, tal qual hipoclorito de sódio, que é barato e bastante eficaz. O vírus não sobrevive no ambiente por longos períodos a menos que fique protegido por soluções proteináceas (por ex. secreção nasal).

Possíveis Complicações

Pleuropneumonia e pneumonia bacteriana secundária e desenvolvimento de bronquite decorrente de longo período de tosse são possíveis complicações após a ocorrência de doença respiratória viral em eqüinos que não tiveram repouso adequado antes de retornarem às atividades de treinamento ou de serem submetidos a eventos estressantes.

Prognóstico

O prognóstico para recuperação e retomada da função atlética em casos não complicados de influenza eqüina é bom, desde que se administre tratamento apropriado e se permita repouso adequado. A pleuropneumonia e a pneumonia bacteriana secundária agravam o prognóstico para retomada da função atlética e prolongam bastante o período de recuperação.

Fonte: Merial